As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

LENDAS DO AMAPÁ - O homem que virava cavalo

Desenho de Rogério Castelo (1988)
Há muito tempo atrás falavam de um homem descendente de negro, que morava no bairro do Laguinho e depois passou a morar no bairro do Beirol, que se tornou famoso pelos seus feitos. 
Dona Maria, uma das moradoras mais antigas do bairro do Beirol, contou que tinha costume de acordar bem cedo para varrer a frente de sua casa, todas as manhãs. Um belo dia viu um cavalo preto próximo a um poste de madeira, era um pouco cerrado e o cavalo a olhava de forma estranha; o medo foi tão grande que logo entrou e chamou seu marido. Em questão de segundos, quando retornou, o cavalo já havia sumido.
Era costume os jovens saírem à noite para irem à festa. Certo dia o casal Raimunda e José, ao retornarem por volta de meia-noite, tiveram  um enconntro com o tal cavalo. Raimunda disse a José que estava com arrepio no corpo e este perguntou:
- Estais com medo!? 
Estava meio escuro, quando de repente viram um vulto. Parecia que alguém estava se aproximando... e continuaram a andar.  Quando chegaram próximo a um poste de madeira, havia um grande cavalo preto. Já vinham atravessando a rua quando o cavalo saiu correndo atrás dos dois, que saíram desesperados correndo, gritando bem alto e pedindo socorro. Dona Maria e o marido levantaram-se com o barulho. A moça e o rapaz queriam entrar no portão, mas não conseguiam abrir.
Dona Maria abriu o portão para o casal, que estava tão nervoso quee não conseguia falar nada. Passado um pouco o medo, eles falaram que foram acuados por um grande cavalo preto e Dona Maria confirmou que fora esse mesmo cavalo que teria visto no dia anterior pela manhã e que de repente havia sumido. O medo aumentou ainda mais, que acabaram dormindo na casa de Dona Maria.
Leitura recomendada
No outro dia só se ouvia comentários do grande cavalo preto, que segundo as pessoas era um homem que se transformava, pois ele lia o livro de São Cipriano e todas as pessoas que passavam ali pela madrugada falavam que o cavalo corria atrás e, o íncrível, é que ele sumia rápido sem deixar nenhum rasto. Diziam também que tentavam matá-lo, mas não conseguiam, parecia até que ele estava ouvindo, pois, quando tentavam pegá-lo ele não aparecia. As pessoas passavam a não sair mais sozinhas à noite, pois tinham medo do cavalo aparecer e correr atrás delas. Ver um bicho alvoroçado daqueles querendo nos pegar! Deus me livre! E foi assim que ficou conhecida a história do homem que se transformava em cavalo.

"Texto de Paulo Dias Morais, no livro "Amapá: Lendas Regionais".

Estas histórias surgiram em uma Macapá de outras épocas. Tempos bucólicos, quando era comum ver carroceiros, cavalos e bois transitando pela cidade. Isso perdurou até meados dos anos 8o. Cheguei até pedir carona em carroça que ia para as bandas da minha escola (Castelo Branco, no Bairro do Trem) e evitava a todo custo o encontro com os bois (uma vez até faltei na aula, pois um monte estava no caminho que costumava seguir... É!!! Mas não me chame de medroso... É que não era acostumado em lidar com esses bichos). Diziam sempre que eram de um tal Muca. Não me estranham estórias como a desta lenda. Conheço uma mulher que teve um bizarro encontro em que - certa vez quando despertou de madrugada e ouviu algo na área do quintal - ao abrir uma fresta da janela, topou com aquela carona chifruda e de olho amarelo esbugalhado lhe olhando de perto! Vá de retro!!! Seria o tinhoso?? Como dizem por aí: o amornado??? A mulher ficou petrificada, quase com ataque cardíaco. Só depois de um tempo viu que era uma parruda vaca preta. Há! Há! Há! Mas o susto ficou marcado. Ah! Essa mulher é aquela a quem tomo benção todo dia e Deus me deu como abençoada mãe... e as vacas tinham entrado no quintal sorrateiramente. Se não estiver enganado, foi em 1983.
O livro, para quem curte, faz uma abordagem bem legal sobre o folclore amapaense. Tratando de lendas, comidas típicas, festejos e medicina popular. Mas tudo de uma forma bem simplificada, é claro. Esta obra pode ser adquirida nas livrarias e bancas de revistas em Macapá.
Dá uma conferida!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MUNICÍPIO - Pracuúba (Parte 3 - Vídeo)

Em 2010 a TV-Amapá exibiu uma série comemorativa de seus 35 de fundação, apresentando reportagens especiais sobre os municípios amapaenses. Este vídeo foi exibido em janeiro de 2010 e mostra alguns aspectos importantes sobre PRACUÚBA. A reportagem e apresentação do telejornal (Amazônia TV) é de Seles Nafes.

Reportagem de Janeiro/2010

No vídeo encontramos as informações:
  • É um lugar de belas paisagens. 
  • Em pouco mais de 10 anos a população dobrou. 
  • Segundo o IBGE, em 1996 tinha 1.600 habitantes e em 2007 já constavam 3.300 (no IBGE 2010 foram relatados 3.793 hab).
  • Ostenta o título de município menos populoso do Estado do Amapá.
  • O pescado é um dos motivos de Pracuúba existir, sem os lagos o município não se formaria. 
  • A pesca é uma das bases da economia. Os pescadores artenasais levam o peixe para a venda em Macapá, mas tem surgido atravessadores nesta comercialização.
  • A proibição e escassez da pesca são temores dos pescadores.
  • O município tem potencial para ecoturismo.
  • Falta infraestrutura para o desenvolvimento do turismo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lançamento de Livro de Alfabetização EJA em Macapá (Método das Boquinhas)

Livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores (Charles W. Elliot)

27 DE FEVEREIRO, uma data muito importante e pouco lembrada.
Hoje, meus amigos, é o DIA DO LIVRO DIDÁTICO.

Os livros são importantes no processo de transformação e aprendizagem do indivíduo e nos livros didáticos temos uma ferramenta fundamental para a educação, fazendo diferença na formação de uma criança. 
A trajetória do livro didático no Brasil remonta ao ano de 1929, quando o governo criou o Instituto Nacional do Livro (INL), órgão específico para legislar sobre essa área. Ao longo das décadas, a política oficial para o livro didático passou por diversas adaptações, até chegar ao atual Programa Nacional do Livro Didático, criado em 1985. A partir daquele ano, o professor passou a escolher o livro mais adequado aos seus alunos e ao projeto político pedagógico da escola. A reutilização do livro e a introdução de critérios de produção seguindo normas técnicas, com o objetivo de garantir maior durabilidade e qualidade do material, também foram importantes avanços. (Informação: Portal MEC)
Os primeiros contatos com os livros, em nosso país, geralmente se dão na escola. Muitas vezes são estes a única forma de acesso da criança à leitura e à cultura letrada. 
Essa foi também minha realidade e através dos livros didáticos que fui tomando gosto pela leitura (apreciava muito os de Língua Portuguesa, Ciências e História). (Foto: Serra do Navio / 1979)
 No dia 23 de fevereiro tivemos o lançamento de mais um livro em Macapá: "EJA: ALFABETIZANDO E LETRANDO COM BOQUINHAS". Uma obra com um método inovador e bem sucedido na alfabetização de crianças, jovens e adultos. Taí um belo exemplo da importância do livro didático.
O livro resultou de uma parceria entre a professora amapaense (Língua Portuguesa) Viviane Guimarães e a fonoaudióloga Renata Jardins. Ambas são funcionárias do MEC e apresentam uma proposta educacional diferenciada chamada "Método das Boquinhas", onde ocorre uma integração fono-viso-articulatória. O aluno é envolvido em estratégias fônicas (som), visuais (letra) e articulatórias (gesticulação da boca para aprender), sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita.
O lançamento em Macapá ocorreu no CEAP  e a obra é direcionada para a alfabetização e letramento de jovens e adultos - na concepção da Metodologia Boquinhas - contemplando um exemplar para o aluno e um manual ao educador. Apresenta 20 unidades contextualizadas com assuntos de interesses culturais, sociais e emocionais (cidadania, saúde, meio ambiente, esporte, tecnologias, espiritualidade, etc) e vem acompanhado de um CD (com fonemas e articulemas), um mini espelho de boca e uma cartela grande das bocas. 

Tecnologia Educacional que vem acrescentar ludicidade e rapidez na educação dos futuros leitores.
Mais informações sobre o "MÉTODO DAS BOQUINHAS" 
e para adquirir o livro acesse 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

MUNICÍPIO - Pracuúba (Parte 2 - Hino)

Hino do Município de Pracuúba (Amapá)
Letra: Renilson Pereira Alves
Música: Banda da Polícia Militar de Macapá (PMM)


Eia povo destemido tão querido,
Habitante desta linda natureza,
Vibra um sonho de um futuro radiante
Nesta terra que se torna fortaleza

A vitória segue aos rios pela pesca,

Por pescadores corajosos habitantes,
Cuja fonte de saúde é majestosa
Se vasculhada nesses rios penetrantes

Ó brava terra de mãe gentil,

Pracuúba, Amapá, Brasil...


Ó Deus, que abençoe esta terra

Da fauna rica e flora verdejante
Onde o rio que exalta a natureza
Resplandece seu trabalho exuberante

Encoberto pela própria natureza,

Homenageia uma árvore gigante
Com um povo tão guerreiro e tão humilde
Que demonstra tal bravura radiante,

Que destaca nesta fauna o Tracajá,

O pirarucu e o Tucunaré
A beleza de Pracuúba, vale apena observar,
É sua flora, a mais rica do lugar.

Ó brava terra de mãe gentil,

Pracuúba, Amapá, Brasil...

Macapá, Monumentos Históricos (Folh/DETUR-AP)

Folheto Monumentos de Macapá (restaurado). Breve relato sobre:
  1. Fortaleza de São José de Macapá 
  2. Marco Zero do Equador
  3. Pedra do Guindaste
  4. Igreja de São José de Macapá
  5. Prédio da Antiga Intendência de Macapá
Folh - Macapá, Monumentos Históricos (CEICT / DETUR-AP)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

MUNICÍPIO - Pracuúba (Parte 1 - Informações Gerais)

Pracuúba é um município do Estado do Amapá (criado pela Lei Estadual-AP Nº 04, de 01/05/1992), a 280 km da capital Macapá e com os limites municipais: Amapá, Calçoene, Tartarugalzinho e Ferreira Gomes.

Mapas: Situação (SEMA-AP 2005) / Político (SEMA-AP 2004)
  • A população é estimada em 3.793 habitantes (IBGE 2010), resultando em densidade demográfica de 0,77 hb/km2. 
  • Foi desmembrado do município de Amapá e é o menos populoso do estado.
  • Quem nasce em Pracuúba é pracuubense (gentílico).
Mapa Sema-AP / 2005
  • É banhado pelos rios Flexal, Breu, Itaubal, Falsino, Macarri, Mutum e pelos igarapés, Cujubim, Henrique, Sacaisal e Maringá
Foto: Rio Flexal (ralmeida10.blogspot.com)
  • A agricultura ainda é de subsistência.
  • As Comunidades Principais são: Pracucúba (Sede),  Breu, Cujubim, Flexal, Pernambuco, Porto Franco, Ramal do Pracuúba, São Miguel e Tucunaré
  • Os recursos naturais são fartos. Pracuúba tem belas paisagens.
Foto: Bom dia Pracuúba (Amilton Matsunaga / Acervo da Biblioteca SEMA-AP)

  • A flora é composta de várias espécies com aproveitamento na indústria madeireira: aquariquara, andiroba, acapú, angelim, pau roxo, macacaúba, maçaranduba e sucupira.
  • O nome Pracuúba é originado de uma árvore denominada Pracuubeira.  
 
  • Economicamente, o Setor Primário apresenta as maiores fontes de sustentação do município, com a criação do gado bovino e bubalino, cultura da mandioca (produção de farinha) e, principalmente, a pesca artesanal - potencializada pela diversidade de ambientes lacustres e seus estoques naturais de peixes (trairão, tucunaré, tamoatá, pirarucu, etc).
Pesca e criação de gado, duas das principais fontes econômicas no município.
  • O Setor Secundário apresenta a exploração madeireira (serrarias) e o extrativismo e consumo do açaí pela comunidade. A escassa extração do ouro também ajudou a fortalecer o município. 
Foto: Extrativismo de açaí em Pracuúba (epdnews.wordpress.com)
  • No Setor Terciário encontramos algumas mercearias (alimentos e bebidas) de pequeno porte e, como prestadores de serviços, o funcionalismo público (governo e prefeitura) são os principais geradores de empregos (salários).
  • Esse município, através de seus múltiplos ambientes pesqueiros, constitui o pólo de pesca do interior mais importante do Estado.

Pescadores artesanais em Pracuúba (Foto: sppert.com.br )
  • Em relação ao saneamento básico, a maioria da população utiliza os chamados poços amazônicos. 
  • Os postos de atendimento à saúde são bastante precários, operando com as mínimas condições.
  • Transporte: aéreo e rodoviário (intermunicipais e alternativos no terminal rodoviário, em Macapá).
  • Atrações Turísticas: passeios e banhos nos lagos e igarapés  e pesca esportiva. Alguns pontos relevantes são: 
Região dos Lagos: Cenário de belezas naturais, com a presença de lagos permanentes e temporários, influenciados pelos regimes de chuvas. Nesses ambientes há uma rica e diversificada fauna aquática, encontrando-se: garças, marrecos, guarás, colheireiros, biguás, socós e mergulhões. No inverno a região fica alagada, formando pequenas ilhas, onde os búfalos se refugiam. No verão o lago seco permite o acesso de carro.
Fotos: Amanhecer no lago do Pracuúba (Celso Gemaque)/Linda Pracuúba (A. Matsunaga)
 
Igreja de São Francisco: Localizada na comunidade de São Miguel, foi construída em 1931 pela família Pontes. A estrutura é toda de pedra trazida de barco através do Rio Piririm; 
Projeto Quelônio: Desenvolvido pelo IBAMA,  onde se realiza a soltura de Quelônios. 
A soltura dos filhotes de Tracajá (Podocnemis unifilis), é resultado da parceria do Projeto Quelônio da Amazônia (IBAMA/AP) e Prefeitura  de Pracuúba, com  objetivo de proteger a sobrevivência e equilíbrio da espécie.
(Foto e Informação: amapadigital.net)
Fauna e Flora: Encontramos várias espécies de fauna como: jacarés, tracajás, capivaras, lontras e peixes, além de uma rica flora;  
Foto: Vegetação Aquática Região dos Lagos de Paracuúba (Jeane Macêdo)
  
Casa Paciência: Um atelier pertencente à artesã Mariza Costa, que trabalha utilizando escama de peixes, conchas e raízes. 
Balneário Riacho Doce: Localizado dentro da cidade cercado de árvores.   
Balneário Olho da Cobra D'água: Situado à beira do Rio Flexal.
Paisagens em Pracuúba (Fotos do: maracareceptivo e lugaresquever.com)
  •  Eventos no município:
Festa de São Sebastião: Realizada no mês de janeiro é um evento religioso do interesse local, com arraial durante uma semana e vendas de comidas regionais. 
Festival do Tucunaré: Tem uma programação que inclui shows, torneios de pesca esportiva e a escolha da Rainha do Festival. Acontece no segundo semestre e, em 2012, será ocorrerá a XVII edição.
Pracuúba Verão: No mês de julho, com várias programações para a descontração da comunidade.

Pracuúba.
Lugar de belas paisagens, 
da pesca, dos lagos, com seus problemas urbanos,
é mais um Município
aqui destas 
terras do AMAPÁ.

Referências Consultadas:

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aline Barros (Família)

"Eu e minha casa serviremos ao Senhor."
Josué 24:15

Família
(Aline Barros)

Vem desfrutar do amor de Deus, você e sua casa
Deixe Jesus que é Rei, entrar em seu coração
Vida melhor Ele quer te dar, restaurar seu lar
Paz a harmonia Ele quer trazer, pra você

Lá, lá, lá...(3x)

Deus alcançou e modificou, toda a minha casa
Ainda que venha a tempestade, não nos abalará
Vida melhor Ele quer te dar, restaurar seu lar
Paz a harmonia Ele quer trazer, pra você
Paz a harmonia Ele quer trazer, pra você

( Jesus quer trazer paz pra você )


"Paz e harmonia: eis a verdadeira riqueza de uma família."
Benjamim Franklin
"Família" - Desenho de Isabelly
 Homenagem à minha mãe e sobrinhas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Museu Sacaca (Parte 3 - Cronologia)

"Um templo da cultura e da ciência amazônica. Representa o conhecimento de nossos povos (índios, seringueiros, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, pescadores), a luta por um desenvolvimento sustentável, por nossas tradições e cultura." (Folder GEA-2012)

O Museu Sacaca (CPM/Museu Sacaca - Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca) é uma instituição cultural e científica - em Macapá - subordinado ao IEPA (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá). Está localizado em uma área de cerca de 12 mil metros quadrados (no Bairro do Trem, nas proximidades do Canal do Beirol) e, além de divulgar as pesquisas realizadas pelo IEPA, por meio de exposições e atividades didáticas, destaca-se pelo circuito expositivo a céu aberto representando os povos amazônicos no Amapá (ribeirinhos, indígenas, castanheitros, etc). (Informação do Wikipédia)
Fonte: IEPA

Visualizar Museu Sacaca em um mapa maior

"Templo dos povos da floresta", esta é a denominação do museu veinculada em propaganda institucional do GEA (Governo do Estado do Amapá).

"A vida só se compreende mediante um retorno ao passado,  mas só se vive para diante."   (Soren Kierkegaard - filósofo e teólogo dinamarquês)
O museu, com a concepção de desenvolvimento sustentável, foi oficialmente estabelecido durante o mandato de Capiberibe no Governo do Estado (1997). Entretanto, o acervo remonta às décadas de 1960 e 1970. 
Vamos conhecer um pouco da história do Museu Sacaca, que foi assim construída na linha do tempo (as informações, em sua maioria, foram retiradas do folder distribuído na reinauguração/2012 e Revista MUSAS/2007):
  • 1965 - O Governador General Luiz Mendes da Silva, por meio do Decreto 04/1965, criou o Escritório Comercial e Industrial do Amapá. Entre suas incumbências estava a instalação do Museu Industrial e Comercial, destinado a manter uma exposição permanente e elucidativa dos produtos regionais. Administrado pelo químico Waldemiro Gomes, o acervo de pesquisas contava com fibras, sementes e plantas medicinais.  O Museu passou por várias alterações de nome, endereço e missão, até que em 1988, foi denominado Museu de Plantas Medicinais Waldemiro de Oliveira Gomes.
Década de 1960: Foto1 - Exposição de produtos no Museu Industrial e Comercial / Foto 2 - Waldemiro Gomes com estudantes (Fotos do Acervo do Museu Sacaca publicadas na Revista MUSAS/Nº 03/2007)
    
  • 1970 - Waldemiro Gomes assume o Museu Histórico e Científico Joaquim Caetano da Silva.
      O nome do Museu é uma homenagem ao médico e diplomata gaúcho Joaquim Caetano da Silva, autor da obra L’Oyapoc et L’Amazone, de fundamental importância na elaboração da defesa efetuada por José da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), que definiu a favor do Brasil as terras do contestado franco-brasileiro.
      • 1974 - Criado o Museu de História Natural Ângelo Moreira da Costa Lima, sendo o pesquisador Reinaldo Damasceno seu primeiro diretor. O museu tinha como linha de estudos a entomologia (estudo dos insetos), flora e aves. A inauguração do Museu deu-se em 06 de janeiro de 1974, já no endereço onde funciona hoje o Museu Sacaca. É importante ressaltar a parceria firmada entre o Museu Costa Lima e o Museu Goeldi – cujo diretor era Miguel Secffe –, no sentido de formar a primeira coleção de animais taxidermizados. Criado também o Centro de Ciência do Amapá (CECITA) para estudo da fauna amapaense.
      Angelo Moreira da Costa Lima foi um médico (nascido no RJ), entomologista e pesquisador brasileiro cujo trabalho fundamentou os estudos da entomologia agrícola brasileira. É considerado um dos maiores entomologistas brasileiros.
      • 1980 - Unificados os Museus Joaquim Caetano da Silva e Ângelo Moreira da Costa Lima. 
      • 1983 - Incorporado pela Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da Secretaria Federal do Amapá o Museu Ângelo Moreira da Costa Lima.
      • 1985 - Inaugurado o Campus de Pesquisa da Fazendinha.
       
      • 1988 - Criado o Museu de Plantas Medicinais Waldemiro Gomes para realizar pesquisas com a flora medicinal (o nome foi idealizado pela pesquisadora Maria Alice Ramalho em homenagem a um dos maiores pioneiros em plantas medicinais do Amapá, de quem foi assistente. O Museu Costa Lima se dedicava a estudos da fauna.
       
      • 1991 - Criado o Instituto de pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), no Governo de Annibal Barcellos, que absorveu o Museu de História Natural Costa Lima e o Museu de Plantas Medicinais Waldemiro Gomes. Passou a gerenciar também o Campus de Pesquisa da Fazendinha. Os museus têm o corpo técnico e os acervos – nas  áreas de zoologia, antropologia e de plantas medicinais - ampliados. 
      • 1995 - Os museus incorporados ao IEPA são fechados, para reformas e reestruturação das exposições.
      • 1997 - O Museu do IEPA passa a se chamar Museu do Desenvolvimento Sustentável e foi reaberto em 10/04/1997 no governo de João Capiberibe. A nova exposição passou a ser mais interativa e representativa dos resultados alcançados pelas pesquisas do IEPA. Foi criado um espaço externo para exposições que, futuramente, seria ampliado na grande exposição a céu aberto que é hoje o Museu Sacaca.
      • 1999 - Em 20/09/1999, pelo Decreto (GEA) Nº 2396, o Museu passou a ser denominado MUSEU SACACA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, em homenagem ao Sr. Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca, considerando a sua contribuição para a população amapaense, por seu trabalho na área da medicina natural e por ser um grande representante das tradições culturais do Estado do Amapá. 
       
      • 2002 - Ampliação do Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável com a inauguração da Exposição a Céu Aberto. O  museu foi reinaugurado em 05/04/2002 com o nome atual: "Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca" - CPM/Museu Sacaca. O museu foi inaugurado usando parte das instalações da sede do IEPA em Macapá,  no terreno ao lado (até então um espaço alagado e tomado pelo mato).  Foi trabalhado e transformado na exposição a céu aberto. A idéia de um museu que representasse as comunidades tradicionais do estado, tão rico em diversidade cultural, com representações de índios, ribeirinhos e castanheiros, era um projeto realmente ousado e com uma concepção museológica inovadora. 
      Este recorte de Jornal (O Liberal - 06/01/2000) mostra a ampliação do Museu Sacaca e construção do ambiente para a exposição a céu aberto. O texto é de Jorge Cesar.
      Jornal O Liberal, de 06/01/2000
       A inauguração foi alardeada intensamente pelas mídias e contou com a presença de jornalistas de outros estados (Agência Estado, Diário de São Paulo, Jornal O Dia-RJ, Jornal do Brasil-RJ e Revista ISTO É), além da presença do professor da UFRJ na área de museologia - Mário Chagas - e da doutora baiana, consultora do projeto do museu - Maria Célia. O evento, também com seu cunho eleitoral, marcou a transferência de Capiberibe do cargo efetivo de governador (08 anos) à vice-governadora Dalva Figueiredo, para concorrer ao Senado. (Informação do Jornal O Liberal, de 10/04/2002, em artigo escrito por Aroldo Pedrosa). É muito interessante ver como a história vai sendo descrita nos jornais, descobrimos cada coisa! Veja no recorte do jornal citado: Capiberibe em discurso utópico, Dalva de Oliveira metafórica ("...quem nasceu na floresta, nadou nos rios e igarapés, não tem medo de atravessar as cachoeiras. Nós vamos atravessar as cachoeiras juntos!...") e um ferrenho defensor de Capi e então Prefeito de Macapá, João Henrique. A viúva de Sacaca também fez seus agradecimentos em discurso na inauguração. Tá tudo aí no jornal...
      Jornal O Liberal, de 10/04/2002

      • 2004 - Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente, na área Arte e Cultura, para o Museu Sacaca. 
      O "Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente" é um tributo de reconhecimento do MMA a pessoas ou entidades que trabalham em defesa do meio ambiente e em benefício de experiências bem-sucedidas de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
      Portaria do MMA com os vencedoresdo Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente - 2004 (D.O.U de 15/12/2004).
      O "Prêmio Cultura Viva" tem por objetivo mobilizar, reconhecer e dar visibilidade a práticas culturais que ocorrem em todo o território brasileiro, de modo a favorecer o conhecimento da riqueza e da diversidade cultural do país.
      • 2008 - Exposição a Céu Aberto fechada para o público em decorrência da falta de estrutura. Por ser um Museu a céu aberto,  parte de seu patrimônio (sem receber manutenção adequada) ficou bastante danificado pela ação do tempo e cupins.
      • 2008/2009 - Prêmio Darcy Ribeiro, do Ministério da Cultura. 
      O Prêmio Darcy Ribeiro tem por objetivo incentivar e premiar as práticas relacionadas a ação educativa em museus.   
      Veja como foram as premiações nestes anos: 
      D.O.U de 14/05/2008

      Foi premiado em 3º lugar em 2008, com o projeto "Aprendendo no Museu". A instituição recebeu o valor de R$ 4 mil (Fonte: MINC - 2008).  
      A proposta do projeto "Aprendendo no Museu" é fazer com que na prática os estudantes aprendam a valorizar e preservar o patrimônio histórico cultural do Amapá, a partir dos espaços culturais e pedagógicos existentes no Museu Sacaca.
      D.O.U de 15/05/2009 

      Premiado como 2º colocado em 2009 com com o projeto "Nas trilhas do conhecimento – Comunidades e Cientistas Protegem juntos a Biodiversidade do Amapá". Recebeu o valor de R$ 10 mil (Fonte: MINC - 2009). 
      Exemplo de painéis expostos no projeto "Nas Trilhas do Conhecimento" sobre os segredos da fitoterapia, a partir do projeto de tratamento com plantas medicinais desenvolvido pelo IEPA. (Fonte: Apresentacão Museu Sacaca - Núbia Ferreira)
      • 2008/2009 - Finalista no Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (Categoria Educação Patrimonial), do IPHAM, novamente com o projeto Nas Trilhas do Conhecimento.
      O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, que leva o nome de um dos fundadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, busca justamente destacar brasileiros e instituições que perceberam a importância de proteger opatrimônio do Brasil.


      Projeto indicado em 2008/2009 - Fonte: IPHAM - relação de finalistas
      • 2009 - Prêmio Pontinhos de Cultura/Ludicidade, do Ministério da Cultura, com o Projeto Leitura e Ciência. O projeto ganhou o reconhecimento do MINC e foi agraciado com recursos de R$ 18 mil. Segundo a coordenadora, Ana Claudete, o dinheiro foi investido na construção de um parque infantil e o restante na compra de materiais lúdicos para as crianças (Fonte da informação: noticiasdaamazonia.com.br e correaneto.com.br).
        O Prêmio Ludicidade é destinado à promoção de iniciativas culturais voltadas para a infância e adolescência, disponibilizando material adequado e pessoal qualificado para realização de atividades lúcicas e educativas voltadas a esse público.
        • 2010 - Finalista no Prêmio Vivaleitura, do Ministério da Cultura, com o Projeto Leitura e Ciência (trabalho desenvolvido pelo IEPA com atividades  voltadas à conscientização das criança para os valores ambientais, visando a compreensão da realidade do nosso Estado, através de leitura, teatro e brincadeira educativas no espaço do Museu Sacaca).
          É uma  iniciativa - do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MINC) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, com patrocínio da Fundação Santillana. Objetiva estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam a leitura.
           Veja um texto sobre o Projeto Leitura e Ciência:
          Fonte: Catálogo Vivaleitura 2010
          • 2011 - Retomada do processo de revitalização e ampliação dos espaços do Museu Sacaca.
          • 2012 - Em 03 de fevereiro, véspera de aniversário de Macapá, ocorreu a reabertura para visitação pública. Foi um evento aguardado com entusiasmo pela população. Mas isso, é assunto para uma próxima enrolaçã.... opa! Digo, postagem.
          "A Exposição a Céu Aberto está apresentada em uma área onde o visitante pode observar diversos aspectos naturais da região, caminhando por trilhas ecológicas formadas por pedra, água, madeira e areia. Além disso, as exposições são contextualizadas por meio de equipamentos com programas multimídia que estão disponíveis nos diversos espaços expositivos, destacando os aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos e religiosos dos diversos grupos que estão representados no Museu." (Texto de Maria Célia Teixeira Moura Santos no artigo OS MUSEUS E A BUSCA DE NOVOS HORIZONTES)
          Jornal Participação - Ano I - Nº 13 - Fevereiro/2012
           
          Esta é um pouco da história do Museu Sacaca.
          Venha conhecer!!!
          Av. Feliciano Coelho, 1509
          Bairro do Trem - Macapá (AP)
          Fone: (96) 3212-5363
          Entrada franca
          Terça a Domingo
          Referências Consultadas:
          Veja também: