As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

OLHOS NA HISTÓRIA - A exploração do manganês de Serra do Navio (Parte 1)

A exploração do manganês de Serra do Navio tem sua gênese na associação do empresário mineiro Augusto Trajano de Azevedo com a Bethlehem Steel - a segunda maior empresa do aço dos Estados Unidos, que, juntos, formaram a Indústria e Comércio de Minérios (ICOMI), que passou a atuar no Amapá no início dos anos 50.

Oficialmente, a descoberta das jazidas de manganês em Serra do Navio se deu em 1946, após os incentivos à pesquisa e prospecção mineral feitos pelo primeiro governador do Amapá (o capitão Janary Gentil Nunes). Apresentaram-se para a concorrência de exploração desse mineral duas empresas americanas - a United States Steel e a Hanna Coal & Ore Corporation - , e uma pequena empresa brasileira da época: a ICOMI. Surpreendentemente, o governo brasileiro optou por esta última, justificando que era fundamental o desenvolvimento de uma empresa do próprio país para explorar grandes jazidas. Após vencer a concorrência, Azevedo Antunes transformou sua empresa em sociedade anônima, ao vender 49% de suas ações para a Bethlehem Steel tirando proveito de uma cláusula do edital de licitação, que exigia que o controle do empreendimento responsável pela exploração de manganês fosse de capital nacional. A cláusula teria sido incluída por influência do próprio Azevedo Antunes, conhecido por sua proximidade com o meio político. A parceria com a empresa americana traria aporte de capital e tecnologia para o projeto de exploração do manganês de Serra do Navio.

Veja uma uma reportagem do Jornal do Dia (24/08/1999) em que foi publicado o contrato da exploração das jazidas no Amapá. O material faz parte do acervo da Biblioteca SEMA.

Clik nas imagens para ampliar

 

O governo autorizou a concessão da exploração desse minério por 50 anos, no período que deveria ser entre 1953 e 2003. Naquele momento, a siderurgia americana estava fortemente dependente do manganês explorado nas nações africanas. A extração do manganês da Serra do Navio a partir de 1955 e seu escoamento para os EUA, além de minimizar a depend~encia do minério extraído na África, poderia aumentar o estoque americano em um momento em que a ibdústria bélica necessitava de grande quantidade de aço: "o período da "Guerra Fria". Nesse cenário, aumentar a reserva manganífera passou a ser uma imposição para a geopolítica norte-americana, pois devemos considerar que a antiga URSS possuía grandes estoques desse minério, o que lhe garantia uma relativa autonomia na produção de aço necessário ao seu desenvolvimento industrial. Esses fatores elevaram o preço desse minério, fazendo com que a ICOMI deslanchasse, ao contrário de outros empreendimentos de grande porte montados na região amazônica, como o Projeto Jari, do empresário norte-americano Daniel Ludwig (o próprio Azevedo Antunes comprou a Jari em 1982, mas o negócio de papel e celulose continuou no vermelhop nas mãos da CAEMI, que vendeu em 2000). A prosperidade da ICOMI só começou a minguar com o fim da Guerra Fria e o início da exploração de manganês na Serra dos Carajás, no Pará.
Apesar das maiores reservas brasileiras de manganês estarem localizadas no Maciço de Urucum (Mato Grosso do Sul) e na região de carajás (Pará), durante muito tempo a Serra do Navio respondeu pela maior parte da produção desse minério.

A seguir, fotos de trabalhadores da ICOMI nos anos 60. Uma época romântica e de sonhos para várias pessoas, desejosas de trabalhar na companhia. As fotos são do acervo de Rogério Castelo e mostram seu pai (Osvaldo Nascimento dos Santos) com amigos na mina.

Empenho em busca de realizações.
Era comum entre os trabalhadores serem conhecidos apenas por apelidos (Ex.: Cara-de-Macaco, Pavão, Jaburu, Cara-Suja, Fubica, Menos-Dois, Diabo Loiro, Bispo, Canindé, Zé Duarte, Sussuarana, Vermelhão, Manelão, Sebinho, Rasto-de-Alma, Bombril, Preguiça, Cuamba, Tio Vinte, Rato, Cupim, Mucura, Flexa, Marcha-Lenta, Neco, Baixinho, Bifão, Lolito, Deca, Bené, Ceará-Cachorro, Chicão, Papa-Isca, Asa Aberta, Caranguejo Elétrico, Mucurinha, Tio  Ioiô, Beiço-de-burra, Sabarito, Chico Bel, Françoá, etc. Mais que rapaziada gaiata!!!). Ninguém escapava não, nem a chefia. Era bater o olho e "batizar" o cristão. Meu pai mesmo, quando chegou na Serra, na hora que colocou a cara para fora do carro, já foi carinhosamente recebido pela singela, bonita e mui amiga alcunha de Cara-de-Macaco. Criativiadade na hora, e não adiantava reclamar que só fortalecia mais o apelido, já era!!!!
Na foto, os figuras posando de bacana no Cartepila são, da esquerda para a direita: Niquilado, Couro-Curto, Roberto Carlos e Cara-de-Macaco.
Ah! Essa galera gostava de jogar uma sinuca lá no Manganês Clube, certamente!!!

... ou quem sabe dar uma merendada lá na lanchonete da Dona Didi... depois de "aparar o telhado" na barbearia do Coronel... ou comprar uma quinquilharia qualquer no Cinturinha ou na loja da Francinete... ou na Darica... Ah! tinha o Valente, um armazém com diversas coisas também!
Em uma época sem televisão, nas horas de folga, era costume de muitos ler livros de bolso com tema faroeste e depois trocar por outros, em visitas casuais. Lembro disso!!!
Sempre ouvia falar de uma tal "onça que comia" (receio dos trabalhadores), mas que raios era isso?! Falar que a onça comeu fulano e em minha mente se fantasiava um verdadeiro quadro de terror dos mais cruéis possíveis! Só depois descobri que era a perda do emprego. Ah eu era muito novo e morei na Serra até os nove anos...
Para viabilizar a exportação do minério, a ICOMI construiu uma ferrovia (E.F. Amapá) com 193 km de Serra do Navio até o porto de Santana. A empresa também realizou outros investimentos em infraestrutura, destacando-se a construção de duas "company towns" (Serra do Navio e Vila Amazonas), ampliação da área portuária de Santana, e na Hidrelétrica Coaracy Nunes (Usina do Paredão, construída com "royalties" da exploração do manganês). "Copmpany towns" são núcleos habitacionais construídos com infraestrutura para abrigar os trabalhadores dos Grandes Projetos na Amazônia. A lavra e comercialização do minério de manganês ocorreu entre 1957 e 1997. A maior parte da produção foi constituída por blocos naturais desse minério, que eram britados, peneirados e classificados granulometricamente até atingir as especificaçãoes exigidas pelos compradores.

Fonte: Texto extraído do livro "Geografia do Amapá", do Prof. Antonio Carlos

Várzeas da Costa Amapaense: Principais Características e Possibilidades Agropecuárias (Publicação)

A várzea localiza-se em solos às margens dos rios, igarapés e lagos, sob florestas alagadas ou campos inundáveis. É um ecossistema rico em biodiversidade natural, possui solos férteis devido às enchentes no período de chuva e efeito das marés duas vezes ao dia, no caso de várzea localizada na região do estuário. A maioria dos rios formadores da bacia Amazônica transporta sedimentos minerais e orgânicos e deposita em seus leitos, proporcionando a fertilização de terras. A várzea tem grande potencial para exercer atividade agrícola para o cultivo de espécies nativas ou não nativas, voltado para produção intensiva, garantindo a alta produtividade durante vários anos, apresentando-se como boa alternativa socioeconômica de subsistência da comunidade ribeirinha.
A floresta de várzea no Estado do Amapá representa 4,85% da cobertura vegetal e 15,46% do setor costeiro estuário do Estado, segundo dados do ZEE de 1998. A potencialidade da várzea tem sido pouco aproveitada para o desenvolvimento da região e em benefícios das populações ribeirinhas, além do total desconhecimento da estrutura da comunidade vegetal e florística da região.  

Fonte: Projeto de Uso Sustentável dos Recursos Florestais em áreas de Várzea do Estado

No livro Várzeas da Costa Amapaense: Principais Características e Possibilidades Agropecuárias, dos autores Rubens Rodrigues Lima e Manoel Malheiros Tourinho, encontramos um estudo sobre várzeas amapaense, abordando a importância, características e possibilidades agropecuárias. A obra foi publicada em 1994, tem 57 páginas e apresenta o seguinte Sumário:
- Introdução
- Aspectos Fisiográficos Gerais
- As marés
- Peculiariedades dos rios
- As pororocas
- A origem dos sedimentos
- Fatores que concorrem para as inundações: Pluviosidade / Influências das marés / Estrangulamento dos rios / Diminuição da evapotranspiração
- O regime da inundação dos campos
- Aspectos gerais da vegetação na área inundável: Os manguezais / A mata ciliar / Os "cariazais" / Os campos naturais / Buritizais e aningais / A vegetação das "ilhas"
- Fatores que concorrem para a formação do solo: As marés e as pororocas / Os sedimentos do Rio Amazonas  / Diferenças na sedimentação / Os depósitos de matéria orgânica / A influência da água salgada (várzeas flúvio-marinhas) / A colmatagem dos sedimentos nos manguezais
- A fertilidade dos solos nas várzeas da costa amapaense
- Possibilidades agrícolas
- Possibilidades pecuárias
- A Fazenda do Uaçá
A drenagem dos campos

Está disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA,
 localizada no Bairro Central em Macapá

terça-feira, 3 de maio de 2011

"O Amapá" (Algimiro Firmino Torres)

O Amapá
Macapá é capital desta grande região;
É uma terra acolhedora com grande população.
De todos os estados de nossa Federação,                  Que ocupa um espaço pela sua profissão
                                        Com estudo e harmonia, tem ajudado a família que vive sem 
                                        condição, 
                                        É na terra brasileira com cidade e município, vila e povoação;
                                        Praia, rio, igarapé, onde fica a embarcação,
                                        Lavoura, floresta, fazenda e também a criação;                  
                                        Transporte, rodovia e tem linha de avião,
                                        Colégio e hospital, com bastante condição;
                                        Lago, pescaria e muito camarão.

O clima equatorial é certo da região
Com ilha, litoral e muita mineração,
Serraria e borracha com fábrica de transformação,
E a castanha-do-pará, natural da região;
E o nosso açaí, que faz animação.
Na mesa de muita gente que vive na região.
Desta terra produtiva de bastante condição.
A Fortaleza de São José é quem traz recordação,
Dos tempos que se passaram, e está no coração,
O rio Oiapoque vem fazendo a divisão,
Das terras brasileiras de outra região.
O rio Araguari, com bastante vazão,
Pela sua hidrelétrica e a cachoeira do Paredão,
Que traz a energia a toda população.

Do norte do País, aqui em Macapá,
Cidade da Zona Franca e de tanta embarcação,
Que navega no Amazonas de inverno e de verão,
Para melhorar a vida, de toda a população,
Deste Estado brasileiro, norte da região.
                                                                      Algimiro Firmino Torres

Fonte: "Poesias...Meu pensar" de Algimiro Firmino Torres
                                       
Biografia do autor e capa do livro

Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)

As ressacas no Amapá oferecem amplo campo para pesquisa e discursões sobre as melhores formas de preservação. 
A educação ambiental é pedra fundamental para esclarecer essas questões. 

Nesta  publicação, elaborada pelo núcleo de educação ambiental da SEMA-AP, no ano 2000, encontramos aspectos importantes que devem ser tratados e compreendidos por todos para a preservação desse patrimônio natural. 



Apresenta os seguintes aspectos:
- O que é Ressaca?
- Por que proteger as Ressacas?
- A ocupação da Ressacas e os problemas socioambientais que causam
- Quais os problemas socioambientais que ocorrem?
- A Lei Estadual de proteção das Ressacas
- O melhor uso para as Ressacas
- Ação coletiva em defesa das Ressacas

Se você se interessou por esta obra, pode também ser uma boa fonte de consultas o folheto "Ressacas, por que protegê-las?", que é uma edição revisada e ampliada do folheto, elaborada por técnicos da SEMA-AP, com 24 páginas e publicada em 2006. Está disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP em Macapá.

O Sumário mostra:

1) O que são Áreas de Ressaca?
2) Bacia Hidrográficas
3) Bacia Hidrográficado Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú:
4) Funções ecológicas das Áreas de Ressaca:  Habitat para reprodução de espécies aquáticas / Equilíbrio térmico das cidades / Cenário natural paisagístico
5) Ocupação das Ressacas: Consequências
6) A Legislaçãos sobre Ressacas
7) Aproveitamento sustentável
8) Como proteger as Áreas de Ressaca
9) Ciclo Hidrológico

Para mais informações consulte o acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. Esta e outras obras estão disponíveis para consultas.


Veja também:
- Macapá e suas Ressacas
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Macapá e suas Ressacas

Uma cidade cercada de lagos, assim era Macapá de outros tempos. Essa terra tucuju que, em suas características mais marcantes, tem as ressacas como ambiente natural em sua paisagem.  Outrora locais bonitos e preservados, hoje um número reduzido e ainda vítimas da destruição de uma cidade em crescimento. 

Veja uma nota do Dr. Carauta sobre visita que fez ao lago do Pacoval em 1960. O texto foi exctraído do livro "Ressaca: Ecossistema Úmido Costeiro do Amapá" da Bióloga Norma Crud Maciel e nele observamos a riqueza encontrada pelo pesquisador.....em  uma Macapá de outros tempos.
"Revendo o caderno de excursões, encontrei referências a duas idas ao Pacoval de Macapá - uma em 4 II 1960 e outra em 7 II 1960.
A Lagoa do Pacoval era magnífica, com muitos buritis e presença de maracanãs e patos (que são vendidos nos arredores, vivos e mortos). A água estava quase coberta de "LINHEIRA", parecida com arroz, assim como EILITHORNIA, HELICONIA, GRAMÍNEAS  e outras plantas aquáticas. Quando fui sozinho me alertaram para tomar cuidado com as sucuris. Na mata de várzea vi URUCU, AÇAÍ, ANINGA, BACABEIRA (palmeira), IPOMOEA, CECROPIA e várias leguminosas. Era um verdadeiro paraíso ouvindo-se a sinfonia da fauna aérea, aquática e terrestre. Herborizei algumas plantas que foram posteriormente depositadas no Museu, digo, no Herbário do Museu Nacional. Tirei algumas fotos e, no dia 9, retornei ao mesmo local, para admirar a mais bela paisagem que vi na Amazônia até hoje. Não fossem os ataques de carapanã, o paraíso seria perfeito, mas afinal eles precisavam de sangue. Às margens da lagoa vi também muitos AMARANTHACEAE, COMPOSITAE, CYPERACEAE, NYMPHARACEAE. Chamava a atenção a SOROROCA de inflorescências alanranjadas (MUSACEAE) com formigas vermelhas."

Nota do DR. Carauta em 16/08/1960
Foto: Ressaca Anos 60 (provavelmente no Pacoval)

Essas áreas alagadas são chamadas aqui de ressacas e grande parte delas sofreu processo de ocupação e destruição. A população que ocupa essas áreas não o faz porque quer, mas por falta de alternativas.  Segundo a pesquisadora Ivone Portilho,  doutora em geografia pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), a ocupação é resultado de processo de intensa migração, aliado a falta de oportunidades de moradia e de trabalho.
FOTO: Ocupação desordenada de ressaca (Arquivo da SEMA/AP)
 
Fotos de Sara Neri (Ocupação de ressacas)
Triste realidade para quem vive nestas áreas, expostos a sérios agravos a saúde, em condições precárias de vida e, se já não bastasse...convivendo com a violência.
Triste ambiente, que perde suas características de importante ecossistema, deixando de ser refúgio e criadouro da vida silvestre,  para tornar-se um grande esgoto e foco de doenças.
Triste da sociedade que, desesperançosa de mudanças, atira-se as mais ínfimas oportunidades em busca do que chamamos sobrevivência.
As cidades de Macapá e Santana (principais e maiores centros urbanos do Estado) estão permeadas por ressacas que formam as bacias hidrográficas do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiáu. O crescimento das cidades tem gerado a destruição de boa parte desse ecossistema.

FONTE: SEMA-AP (2007)
Entender a importância e consequências das ressacas 
é fundamental então para a preservação. 
      Fotos de Sara Neri (Ressacas)
Vemos seu valor e o quanto precisam ser presevadas nas seguintes funções:
  • refúgio e criadouro natural de várias espécies (fauna e flora), que se reproduzem nas ressacas;
  • escoadouro natural das águas das chuvas (formam uma rede de canais que coletam e direcionam as águas das chuvas para os rios);
  • contribuem para o equilíbrio térmico nas cidades (formam corredores naturais de ventilação, amenizando o clima equatorial de nossa região);
  • tem um grande potencial econômico, que pode ser explorado pelo turismo.
 
 Fotos de Sara Neri (Ressacas)

A seguir alguns materiais de educação ambiental da SEMA-AP.
Cartaz da SEMA-AP
Folder da SEMA-AP
Mais informações sobre as RESSACAS podem ser encontradas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP, que apresenta amplo acervo sobre o assunto.

A biblioteca está localizada no prédio da SEMA, na AV. Mendonça Furtado - Nº 53 / Bairro Central, atrás da Igreja de São José.

Conheça nossas bibliotecas!
Preserve as ressacas!

Veja também:
- Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

domingo, 1 de maio de 2011

A Igreja de São José de Macapá

É o monumento mais antigo da cidade, 
sua construção data do século XVIII.
Observamos a simplicidade dos traços da igreja, com duas janelas e uma porta na frente (nesta foto antiga, a igreja ainda conservava a arquitetura original). A época era dos lampiões, como se vê ao lado esquerdo. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá
Mendonça Furtado   
Fundador da Vila 
de São José de Macapá
A origem da Igreja está ligada à origem da própria Vila de São José de Macapá, fundada pelo então governador da Capitania do Grão-Pará, FRANCISCO XAVIER DE MENDONÇA FURTADO, em 1758.
Estabelecida a Vila, ao mesmo tempo foi criada a paróquia do mesmo nome, pelo Bispo FREI MIGUEL DE BULHÕES e lançada sua pedra fundamental, pelo primeiro vigário da paróquia Padre ÂNGELO DE MORAIS.  
Antigos prédios na atual Av. Mário Cruz, entre Ruas Cândido Mendes e Binga Uchoa, vendo-se a Intendência à esquerda e a Igreja de São José aos fundos. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
As plantas da Igreja foram traçadas pelo sargento-mor MANOEL PEREIRA DE ABREU e aprovadas pelo engenheiro ANTÔNIO JOSÉ LANDI, que acompanhava o governador da capitania, em seus trabalhos de demarcação do espaço português, na região.  
Aspecto da Igreja de São José de Macapá e do primeiro Coreto da Praça da Matriz, em madeira. Notam-se as alterações na estrutura arquietônica referentes às janelas e porta da frente. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)

A inauguração da Igreja foi em 06 de março de 1761 e sua construção é um exemplo do estilo de arquitetura que os jesuítas trouxeram da Europa, ainda no século XVI. Algumas modificações, na estrutura do prédio, foram realizadas após a chegada dos padres do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras), em 1948.
(Foto: Rua São José e antiga Casa do Padres / Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Foto: alcilenecavalcante.com.br
A localização da Igreja está no que seus antigos moradores chamam de “Beco do Formigueiro”, pois, na época em que Macapá era apenas um povoado, lá existia um imenso formigueiro. Acredita-se também que o "Formigueiro" tem esse nome por ter concentrado um aglomerado de casas, todas muito próximas umas das outras, um verdadeiro formigueiro.  

 Foto do porta-retrato-ap.blogspot.com e pintura de Olivar Cunha

Arraial da Festa de São José
(Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Praça Veiga Cabral, em frente à igreja. (Foto do alcinea.com) 
Vista da Pedra de Manganês na Praça Veiga Cabral. No lado direito da igreja encontramos a Biblioteca Pública e do lado esquerdo uma livraria que tem publicações da Editora Paulina e artigos religiosos. (Foto: Rogério Castelo)
Foto: Rogério Castelo
Devido a religiosidade do povo amapaense, não se concebe Macapá sem a sua tradicional Igreja de São José, campo de ação catequética do missionário padre Júlio Maria Lombaerd entre 1913 e 1923, a princípio com coadjutor, depois como vigário definitivo. Seu interior é todo pintado de branco, o estilo arquitetônico é o inaciano. A igreja leva o nome do santo padroeiro da cidade, nela realiza-se a maior festa religiosa, em 19 de março, dia de São José, com missas, ladainhas e outros rituais católicos. Em volta da igreja monta-se barracas para o arraial com leilões e venda de doces. O atrativo não consta na programação das agencias de viagens, sendo visitado freqüentemente pela população do município nos dias de celebração de missas.

Foto: Maycon de Azevedo
(Fé do povo)
Em razão da igreja não conter tantas pessoas, foi construída uma nova catedral no terreno em frente ao cemitério da Conceição (Centro). A inauguração foi em 19/03/2006 (Dia de São José) e reuniu cerca de três mil pessoas. As obras da igreja foram iniciadas em 1996 e contaram com a contribuição financeira do Governo do Estado, de empresas e fiéis. Destaca-se na construção uma enome estátua de São José (devoção dos católicos) e um cruzeiro onde se situam os sinos. A igreja é ampla e ocupou todo o terreno até então ermo.
Foto antiquíssima do terreno onde foi costruída a nova catedral. Observamos que a cidade concentrava-se nas adjacências da Igreja e Fortaleza. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Nova Catedral. No detalhe, o cruzeiro onde foram instalados os sinos (Foto: Sandra Lima)
Estátua de São José em frente a igreja - símbolo de devoção. (Foto: Sandra Lima )
Que bom se todos nós voltássemos a Jesus Cristo:
O CAMINHO, AVERDADE E AVIDA.
Foto: Rogério Castelo
Fontes consultadas: