As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Base Aérea de Amapá (Parte 2)

Reportagem do "Amazônia TV" sobre o projeto de revitalização do Museu da Base Aérea no Município de Amapá (ponto estratégico da aviação brasileira na II Guerra Mundial). Foi exibida em 12/10/2011.

TV-AP 12/10/2011
Reportagem: Arilson Freires
Imagens: Edson Ribeiro
Edição: Aridelso Gomes
Duração: 5 minutos
 
O vídeo pode ser visto na Biblioteca SEMA em Macapá.

Pontos abordados:

- O museu, localizado no Município de Amapá, na verdade só existe no papel. Na prática é uma grande área onde restaram sucatas da segunda guerra e os alojamentos dos americanos, ocupados hoje por famílias. Só um esforço com coordenação pode revitalizar o lugar e ajudar a contar esse capítulo importante da participação brasileira na luta contra a dominação do nazismo (Seles Nafes - Jornalista apresentador do Amazônia TV).
- O Município de Amapá, a 300 km de Macapá, tem uma história para contar sobre a segunda guerra mundial. A cidade abrigou uma base aérea norte-americana em um imenso campo onde se espalharam alojamentos, escritórios, hospital e igreja abastecidos com rede própria de água e energia.


- Torres de monitoramento e uma pista para aeronaves ajudaram a vigiar submarinos nazistas na batalha do Atlântico
- Hoje a história que tem para se contar é outra, a base aérea virou uma pequena comunidade onde se chega por uma estrada de terra a 9 km da sede do município.


- Alguns alojamentos foram ocupados por moradores. Prédios recuperados no fim da década de 90 quando foi criado o museu a céu aberto da base aérea são só salas vazias e empoeiradas. Outras edificações estão completamente destruídas.
- Na área de campo uma estranha estrutura metálica existe como a recordação mais viva do funcionamento da base aérea. É a peça mais preciosa do que restou da base aérea, é a torre de atracação dos zepelins, balões diríveis antigamente movidos à hidrogênio. Existiam prédios construídos só para armazenar o hidrogênio e era a razão de existir da base aérea. Ela funcionava principalmente para dar suporte a essas aeronaves com o reabastecimento do combustível.


- Esta foto é de um carro da época usado pelos militares, hoje o veículo está bem mais deteriorado. Segundo informações locais um ferro-velho passou recolhendo várias peças que compunham a paisagem. 


- Os geradores de energia também foram alvo do vandalismo. Na foto aparecem bem mais conservados. Hoje os geradores estão sem as tampas, arrancadas para se retirar e vender os fios de cobre.


- O desafio é gigante, mas existe interesse em recuperar a história da base aérea para ela ser contada mais uma vez e se preservar na memória do estado.


- Uma réplica em menor escala da torre do zepelim e uma maquete da base são usadas para chamar a atenção na Câmara de Vereadores do município, onde reuniram representantes do IPHAN, das Secretarias de Turismo e de Cultura e da Agência de Desenvolvimento do Amapá. O IPHAN, que apresentou um projeto no Ministério da Justiça que pode ser um passo importante para recuperação da base áerea.
 

- A idéia de dar vida nova à base aérea com a reativação do museu à céu aberto também terá a colaboração da UNIFAP.
- Além da recuperação física dos prédios, vai ser preciso invadir a alma dos visitantes, transportando-os para o tempo do funcionamento. Mexer com a imaginação é um bom começo. A inclusão da comunidade é uma forma de garantir maior adesão ao projeto.

 
 

Veja também:

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bárbara Pinheiro (Ressuscitou)

Hoje é dia de finados, mas não para JESUS!
Senhor Jesus é vivo!
Bom Pastor!
Cordeiro de Deus!
Por mim e por você,
RESSUSCITOU!!!!!

Ressuscitou
(Bárbara Pinheiro)

De Madrugada, Maria Saiu ao encontro de Jesus
Que havia sido morto numa cruz, numa cruz.
Chegando ao Túmulo a pedra removida encontrou
Ficou muito triste pois queria encontar o Salvador
Sem saber o que falar ou fazer somente chorava
Quando derepente um varão lhe falou
E logo a notícia se espalhou, aleluia Ele ressuscitou

Ressuscitou ao terceiro dia e alegrou o coração de Maria
Apareceu para Tiago, Pedro e João
foi o Fenômeno da Ressureição
Tomou de volta a chave do inferno e da morte
Seu nome é Santo, Poderoso e Deus Forte
Ressuscitou, Aleluia o meu Mestre Vivo Está.

Revista Amapá - Trabalhar para Crescer (Dez /1992)

Revista do Amapá de dezembro de 1992. Fala do Governo de Anníbal Barcellos e circulou no final de seu segundo ano de mandato (quando então primeiro Governador eleito no novíssimo Estado do Amapá). Muito popular, Barcellos marcou história neste  Estado e tem seu nome como uma das figuras mais ilustres na política amapaense. Também conhecido como homem do boné azul (a logomamarca de seu governo mostrava isso e tem um conjunto residencial em Macapá com este nome, fundado por ele) foi governador na época territorial, primeiro governador eleito do Estado, prefeito e vereador. Anníbal Barcellos faleceu em agosto deste ano -  aos 93 anos - fica aqui, entre tantas  e justas homenagens, a deste blog também (neste dia dedicado à memória dos que já se foram). Resgato esta revista e deixo aí para a apreciação de todos os que tem seus olhos voltados à história do Amapá.

Sumário:
- Educação para todos
- Saúde recebe tratamento especial do Governo
- Desafio vencido: a produção aumentou
- Instituto de Previdência já é uma realidade 
- Desenvolver sem agredir 
- Água para todos
- Transportes
- Barcellos busca solução para o problema de energia
- A 1ª dama do Estado e trabalho social
- Instituto de Pesquisas: uma grande realização 
- Codap beneficia o produtor
- Criado Instituto de Terras
- Obras: fator prepoderante para o progresso do Amapá

Base Aérea de Amapá (Parte 1)

Texto publicado na "Revista Cultura Agora" (Ano 1 - Nº 1 - GEA/SECULT).
"Amapá guarda ruínas da base militar americana que defendeu o Atlântico"

Situada a 306 quilômetros da capital Macapá, e a nove quilômetros da sede do Município do Amapá, a base aérea (construída pelos Estados Unidos em plena Amazônia durante a 2ª Guerra Mundial) está há muito  tempo esquecida  e abandonada pela administração pública.
Ainda existem os prédios onde funcionavam os alojamentos, refeitórios, padarias, paiol (onde eram armazenadas as bombas), e residências para alojar o pessoal militar não só da FAB, como também da força aérea-americana, mas tudo está em ruínas. 
Foto: Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá
Nos anos 40 a Base Aérea Norte-americana transformou a realidade da pacata localidade de Amapá. A construção serviu para abastecer aviões que iriam combater as tropas do eixo, na guerra. Registros da Aeronáutica indicam que pelo menos 21 aviões pousaram na cidade do Amapá durante viagens até Natal (onde havia outra base).
Os alojamentos receberam aproximadamente 2 mil militares em vários períodos. No rastro deles, chegaram prestadores de serviços diversos, o comércio floresceu e surgiram inúmeras fazendas de gado. A população local cresceu com as promessas de emprego numa fronteira do país ainda inexplorada.
Um dos marcos mais importantes desse tempo, ainda hoje de pé na base do Amapá, é a torre de atracação de dirigíveis - pequenos zeppelins, chamados de "blimps", que faziam a patrulha anti-submarina e a escolta de navios no Atlântico. No Brasil, os americanos tinham 16 "blimps", divididos em quatro esquadrões, um deles com atuação no Amapá. Em fevereiro de 1944, na costa amapaense, esses dirigíveis resgataram sobreviventes de dois aviões B-25 acidentados na selva.  
Foto da Revista Cultura Agora (2011)
Os trabalhos de construção da Base Aérea de Amapá tiveram início em 1941. Após a guerra, em 1946, foi desativada e passou às mãos  da Força Aérea brasileira (FAB), que montou ali o Centro Aéreo de Treinamento. Com, a saída dos estrangeiros, a região entrou em decadência, passando a ser refúgio de garimpeiros que até hoje exploram ouro nos rios encachoeirados das redondezas.
O empenho em transformar a base do Amapá em pólo cultural, para receber visitantes de várias partes do país e até do exterior faz sentido, tendo em vista que a rodovia que corta o município é rota para a Guiana Francesa.
Foto da Revista Cultura Agora (2011)
Veja mais algumas fotos da Base Aérea no Município de Amapá (GEA / 1998) 

 Casa de Força
 Torre com farol e uma das várias torres que operavam
 Paióis de Munição
 Sucatas de carro de bombeiro, jipe e trator
Estação de tratamento de água, poço e cisterna de abastecimento 
 Barcaça motorizada que transportou materiais para a construção da Base Aérea (materiais vindos de navios e transportados pelas barcaças no Rio Amapá Grande)
Antiga Estação de Rádio da Marinha Americana
 Sucatas de jipe e basculante
 Sucatas de carro de bombeiro
Transformador (vendo-se ao fundo alojamentos de oficiais) e Casa de Força 
Respectivamente: Antigo alojamento (funcionou depois como capela para a população residente na área da base) e Antigo almoxarifado. 
 Antiga Estação Transmissora e Residência do Operador.
Escritório da Marinha Americana.
 Locais do cassino, cinema e salão de danças.
 Casa de bomba d'água e tratamento com filtro.
Local onde funcionou a carpintaria da base.
Locais do antigo refeitório, frigorífico e cozinha.
Antigos alojamentos (depois serviram como residência de posseiros)
 Estação de tratamento de água.
 Casa de Hidrogênio (Sondagem).
Forno crematório (para queima de lixo).
 Antiga lavanderia (depois residência de posseiros)
Local onde funcionou antigo Posto Médico da Marinha Americana.
Bases das antigas torres transmissoras.
Torre de atracação do Zepelim.

 Edificações da Base Aérea de Amapá


Veja também:

LENDAS - A Lenda do Jurutaí

Jurutaí é uma ave noturna, de canto agourento, "melancólico e estranho, lembrando uma gargalhada de dor". Também é chamado de Urutau e é cercada de mistérios. Uma ave rara que  inspirou uma singela e melancólica lenda (tal qual seu canto), representada nesta animação contada pelo Grupo Girasonhos. Bela estória e bela música!
Veja aí o Jurutaí (Urutau), seu canto e em seguida a animação da lenda. 


Canto do Urutau (Jurutaí)
A filmagem da ave é creditada à Douglas Fernando Meleti

"O amor platônico mais cruel que existe 
é aquele que está constantemente ao alcance dos olhos."
M. M. Soriano

Lenda do Urutau - Animação do Grupo Girasonhos
(com ilustrações de Walter Saiani).

"Amo como ama o amor. 
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
 Que queres que te diga, além de que te amo, 
se o que quero dizer-te 
é que te amo?"
Fernando Pessoa

A Lenda do Jurutaí 
Ilustração: Fernando Villela
Muito tempo atrás, no fundo da floresta amazônica, havia um pássaro chamado Jurutaí. Uma noite, Jurutaí olhou para cima, através do ar quente, e viu a lua. Ela estava completamente redonda. A luz prateada brilhou sobre a face de Jurutaí como se a lua estivesse se esticando para tocá-lo. E Jurutaí se apaixonou.
Jurutaí se apaixonou pela lua e quis ir até onde ela estava. Assim, voou até o topo da árvore mais alta que podia ver. Mas a lua ainda estava longe. Ele voou até o cume de uma montanha. Mas a lua ainda estava longe.
Então ele voou até o céu. Jurutaí bateu as asas, subindo, subindo, até o ar ficar rarefeito. Mas a lua estava muito longe. O pássaro continuou voando para cima até as asas doerem, os olhos arderem e parecer que cada respiração só enchia seus pulmões de vazio.
Queria prosseguir, mas era muito difícil. A força de suas asas chegou ao fim e de repente ele começou a cair. Rodopiava, através do ar negro, e batia as asas céu abaixo. Ele caiu de volta nas folhas úmidas e perfumadas das árvores. E se empoleirou ali, piscando ofegante para a lua. Ela estava distante demais para que ele a alcançasse. Assim, tudo o que Jurutaí podia fazer era cantar para ela. Ele cantou a mais bela canção que pôde.
Uma canção cheia de tristeza e amor, que se espalhou pela floresta.
A lua olhou para baixo, mas não respondeu. E lágrimas encheram os olhos de Jurutaí. Suas lágrimas rolaram pelo chão da floresta. Encheram vales e escorreram em direção ao mar. E dizem que foi assim que o rio Amazonas surgiu.
Ainda existe um pássaro chamado jurutaí que vive na floresta amazônica hoje em dia. Às vezes, na lua cheia, ele olha para o céu e canta. E ouvi falar de povos indígenas que acendem fogueiras quando a lua cheia brilha e cantam e dançam para fazer o jurutaí cantar. Eles sabem que cantar a mais bela canção que se conhece é a melhor maneira de se livrar da tristeza. E acreditam que deveríamos acender fogueiras no coração quando o jurutaí dentro de nós se cala.
Leitura indicada
Cobra-grande: histórias da Amazônia, de Sean Taylor, traduzido por Maria da Anunciação Rodrigues, colorida e ricamente ilustrada por Fernando Vilela (Edições SM, 2008). Nove lendas que correm há centenas de anos no boca-a-boca dos ribeirinhos da Amazônia foram ouvidas e ganharam vida nesta obra do escritor inglês, que fez três viagens pelos afluentes do Amazonas.
Mais informações desta obra em:


 Outras versões de lendas sobre o Urutau (Jurutaí) são encontradas no textolivre.com.br - LENDAS DE URUTAU, onde conhecemos as seguintes estórias:
  1. Lenda Tupi-Guarani
  2. Lenda Amazonense
  3. Lenda Portuguesa
  4. Lenda Asteca
  5. Lenda Religiosa