As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ - O São Lázaro (Parte 2-vídeo)

A TV Amapá (filial Globo no estado) tem exibido desde 2011 uma série sobre os bairros de Macapá chamada "FALA COMUNIDADE". Em 03 dias (4ª à 6ª feira) são exibidas matérias especiais no programa "Amazônia TV" - onde é mostrado um pouco do histórico, origens, curiosidades, dificuldades, carências e, em um último momento, um encontro entre autoridades municipais e os representandes da comunidade - que tratam, ao vivo, dos problemas e possíveis soluções para os bairros.
Este é o "Fala Comunidade", apresentado em Novembro de 2011, que tratou do Bairro São Lázaro, com reportagens de Worchiely Costa/Gilberto Pimentel e imagens de Ozânio Lopes.  Af! Não sei até quando vou poder mostrar estes vídeos, mas fica aí para o conhecimento e estudo dos que pesquisam esta cidade. Oras... melhor exibi-los, coisa tão importante e histórica, do que destiná-los ao esquecimento.

Fala Comunidade (Novembro/2011). Veja o vídeo NESTE LINK

No vídeo, entre outros aspectos, é mostrado que:
  • O São Lázaro iniciou como invasão;
  • As famílias começaram a ter a situação regularizada quando o governador da época (Barcellos, nos anos 80) elaborou um plano de assentamento com a compra das terras e loteamento;
  • O bairro não é grande (cerca de 2 km de comprimento e 1 km de largura, segundo entrevistado) e tem população em torno de 22 mil moradores;
  • Apresenta área de ressaca ocupada, com os problemas de urbanização frequentes nestas áreas;
  • O nome do bairro foi escolhido na Igreja São Lázaro;
  • A principal via é a Rodovia Tancredo Neves, principal acesso para a zona norte de Macapá e BR-156;
  • Sedia importantes prédios públicos (Juizado Especial da Zona Norte, DETRAN, Super-Fácil, POLITEC, Terminal Rodoviário de Macapá, RURAP, LACEN, INCRA, etc);
  • Os problemas relatatos pelos moradores  são referentes: a carência de escola (principalmente de ensino infantil - ausente no bairro), à sinalização da rodovia com semáforos e construção de passarelas e à necessidade reforma e implementação da Unidade de Saúde Álvaro Correa;
  • O bairro tem 03 escolas estaduais (Ruth Bezerra, Esther Virgulino e São Lázaro) e 01 municipal (Odete Almeida);
  • Tem uma creche/escola comunitária desativada há 02 anos e em situação de abandono (Escola Tia Izabel) - os moradores pedem às autoridades municipais/estaduais um convênio para reativamento (muitas crianças têm que se deslocar para outros bairros para ter acesso ao ensino infantil);
  • As dificuldades na Unidade de Saúde Álvaro Correa são: falta de medicamentos, insuficiência de médicos para atendimento (no momento são 03, causando demora nas consultas e exames), prédio necessitado de reforma e com demanda aumentada por atender também moradores de outros bairros da zona norte.
  • "Apertado" pelo repórter,  o Secretário Especial de Governadoria - PMM (Otacílio Barbosa) expôs que existem recursos para a reforma e que ocorrerá até o final do ano ou janeiro;
  • O secretário informou também um estudo na situação para convênio com a escola desativada e possível reabertura;
  • Entre outros aspectos, este foi o "Fala Comunidade" no bairro São Lázaro. Parabéns à TV-AP!! Ô cara-de-pau é o Samsa... me desculpem, é minha ânsia de mostrar... retiro tudo quando me informarem. 
Fonte: SEMA-AP/2004
Quem viver, verá!!!!! 
Vamos ver o desenrolar da história...
Veja também:

BAIRROS DE MACAPÁ - O São Lázaro (Parte 3)

BAIRROS DE MACAPÁ - O São Lázaro (Parte 1)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

BIBLIOTECAS - A Biblioteca do RURAP em Macapá

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP) é uma Autarquia Estadual vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Sua finalidade é  promover a política de desenvolvimento rural do estado, através dos serviços de assistência técnica e extensão rural aos que vivem e trabalham no campo (o que certamente possibilita a apropriação de conhecimento e informações por parte dos agricultores e suas organizações).
Sua sede, em Macapá, localiza-se na BR-156 / km 02 / Bairro São Lázaro
Em sua função de assessoramento técnico aos trabalhadores do campo e estudiosos da área, tem um importante acervo composto pela UNIDADE DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO (Biblioteca), com publicações variadas nos temas de extensão rural como: apicultura, oleiricultura, irrigação, extrativismo, agropecuária, etc.
"Como seriam venturosos os agricultores,
se conhecessem os seus bens!"
(Virgílio, poeta da Roma Antiga)

É uma biblioteca especializada. 
Periódicos, livros, folhetos, folder... Muita coisa interessante na área.
"Se queres provar-nos que és competente em agricultura,
não o proves semeando urtigas."
(Georg Lichtenberg, filósofo alemão)
"A agricultura é a arte de saber esperar."
(Riccardo Bacchelli, escritor italiano)
A Biblioteca do RURAP está aberta à visitação
de segunda a sexta-feira
pela manhã e a tarde
 
Esta é a Biblioteca do RURAP!
Mais um importante centro de informações e pesquisas em Macapá.
Fonte de consultas para a postagem:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

LENDAS DO AMAPÁ - Lenda waiãpi do fim do mundo

Mairi, a lenda do fim do mundo  

Os Waiãpi são um povo   de língua e   tradição cultural  tupi-guarani que vivem nos dois lados da fronteira que separa o Brasil da Guiana Francesa. Originários da margem direita do rio Amazonas, os Waiãpi habitavam no século XVII a região do baixo Xingu, ocupada também pelos índios Juruna, Kuruáia e Pacajá. Com a colonização portuguesa, no século XVIII eles migraram gradativamente para as regiões onde ocupam atualmente, para manter a sua cultura secular e sua sobrevivencia como etnia. De todos os povos indígenas da Amazônia, os Waiãpi são um dos raros que ainda se mantêm pouco aculturados, guardando suas tradições e costumes que mereceram estudos da antropóloga belga Dominique de Galois, que registou a presente lenda.
Fotos de Dominique Gallois (laterais) e da Exposição "Povos Indígenas do Brasil" (centro)
"Nós somos Waiãpi. Nós moramos no Brasil, no estado do Amapá. Vivemos dentro da Terra Indígena Waiãpi, com 604 mil hectares. A demarcação começou em 1994 e terminou em 1996. Cada grupo Waiãpi mora em uma aldeia separada. Alguns moram muito longe, outros moram perto. Nós temos 13 aldeias, e os Waiãpi ainda vão aumentar. A vida waiãpi é diferente da vida do branco. Nós usamos tanga, urucum, flecha e colar de miçanga. Nossa alimentação também é diferente. Comemos beiju e carne de caça - por exemplo: caititu, veado e anta. Nós não perdemos a nossa bebida. Ela é feita de mandioca. Nossas aldeias são diferentes das cidades. Nós derrubamos poucas árvores para fazermos as roças."
Texto do livro "Artesanato Waiãpi" do CTI - Centro de Trabalho Indigenista

Índias Waiãpi - Década de 80 
(autor não identificado)
 Origem - Esta estória foi contada há muitos séculos pelos antepassados dos Waiãpi, ancestrais de seus ancestrais, estória que continua viva e vem sendo repassada de geração em geração, pela tradição oral.
      Conta a estória que o herói criador Ianejar, criou os primeiros Waiãpi, homens grandes e ornamentados com um cocar de enviras até os pés, inclusive os brasileiros e os franceses. A população era grande, que mais parecia árvores na floresta, "não podiam nem andar". Cada povo seguiu seu destino, procurou novas terras, sempre se fixando às margens dos rios. Os brasileiros foram para o seu lugar e os franceses para o outro lado do rio, somente os Waiãpi permaneceram naquele lugar. O êxodo ocorrido naquele período não diminuiu entretanto a população, pelo contrário, a cada dia aumentava mais - a floresta já não comportava tanta gente - os tempos eram difíceis, a estiagem castigava a terra, os rios e igarápes estavam secando e a flora e a fauna encontravam-se em completa destruição. Resolveu então Ianejar queimar a terra.

Construção - O criador de tudo e de todos reuniu o Kae'te e ordenou que todos os Taimiwer (antepassados dos Waiãpi) fossem para a floresta em busca de madeira e argila para a construção da Casa de Argila onde se abrigariam todos aqueles escolhidos, abastecidos de água e alimentos, numa preparação para a queima da terra ordenada por Ianejar. Assim foi feito. Os homens da floresta levaram dias e dias trabalhando na tiragem de madeira e argila e começaram a construção de uma grande casa redonda, toda em madeira, recoberta de argila, a qual deram a denominação de Mairi, que significa fortaleza em tupi-guarani. Nessa estrutura, entrelaçaram a madeira, espalharam a argila e subiram paredes arredondadas e bastante grossas para não queimar, e na parte mais alta, uma torre bem alta e arredondada com uma abertura no meio de onde pudessem enxergar até o final da terra.

Cataclismo: fogo e dilúvio - Não chovia e a terra estava seca. Secaram os pequenos igarapés, os pequenos rios e os grandes também. Começaram a morrer os peixes e os pássaros. Ianejar volta para seu povo e, na sua viagem de regresso, encontrou o Antiguaçu, pássaro encantado mitológico que soltou urn canto triste ao aproximar-se do criador, anunciando a realidade do povo Waiãpi: "Secou, secou ... ". O pássaro entregou a Ianejar um Pararê, papel mágico que mostrava o futuro, através do qual pôde ver a terra queimando, sendo arrasada pela fúria do fogo.
      Ianejar ordenou então que os escolhidos fossem para Mairi, levando consigo todos os seus pertences, indumentárias de festas, flautas do turé, seus potes com água e animais de criação para a garantia da alimentação naqueles momentos de dificuldades, principalmente a manutenção das espécies no futuro: cotias, pacas, mutuns, porcos, jacarés, jabutis, araras, papagaios, galinhas, macacos e todo o tipo de animal da floresta. Todos se instalaram como puderam, dividindo o espaço com os animais, em total desconforto. Alguns acreditavam que a comida era insuficiente e resolveram ir até a roça com a finalidade de trazer mais alimentos: mandioca (para a feitura de beiju e farinha), bananas e pupunhas. Uns foram e voltaram e outros nunca conseguiram retonar.
      O tempo urgia, o momento anunciado se aproximava e então Ianejar fechou todas as entradas da Mairi. Os que chegaram a tempo ficaram.
      O fogo se alastrou com rapidez, a ventania era intensa, chamas gigantescas, labaredas monumentais, varrendo rapidamente tudo o que encontrava no chão e no céu, queimando por todos os lados e em todas as direções, cercando totalmente a casa de argila. Os escolhidos jogavam água uns nos outros e molhavam o chão para evitar a queima dos pés. A fumaceira era intensa, não se enxergava um palmo diante do nariz e o calor era quase insuportável. A queimada durou a noite toda. Do alto da Mairi podia-se observar o mar que o fogo produzia. A argila queimou e ficou vermelha. Ao meio-dia o fogo passou pela Mairi e continuou queimando, seguindo seu caminho devastador.
      Ianejar olhou novamente no Parerê acompanhando a devastação até que o fogo caiu no buraco do final da terra. Quando o fogo passou, a casa esfriou. Mairi continuava imponente e todos os que nela se encontravam estavam salvos e prontos para dar continuidade a espécie. Pouco a pouco voltaram a si e uma nova realidade se preparavam para enfrentar. Ianejar corre novamente os olhos no Parerê, momento de muita tensão. Espantado, comunica aos sobreviventes que o pior ainda estava por vir e anuncia a chegada de um dilúvio, para lavar e purificar a terra.

Dilúvio - Ianejar ordenou a saída de todos os que ocupavam a Mairi e indicou urn lugar bem alto, acima do Paraná (grande rio), para que lá todos fossem e levassem os animais e pertences juntos, pois estava para começar o grande dilúvio, que viria para lavar a terra que queimara, fazendo a limpeza e purificação. Mairi esfriara e se tranformara em uma Tucuruoka (casa de pedra).
      O dilúvio se aproxima, a água é grande, com altas ondas, a correnteza muito forte e arrasta tudo o que encontra. Mairi, cercada por todos os lados de água, fortes correntezas, não suporta, é levada pelas águas até o final da terra onde, segundo a estória, ninguém havia visitado. O povo chorou a perda de Mairi, levada pelas águas para um lugar muito distante, onde as águas secam, onde é o final da terra.
      No lugar onde havia sido ordenado que todos se acomodassem, nada existia, razão pela qual Ianejar criou o primeiro animal, o tamanduá. Depois todos os animais até hoje existentes; criou os igarapés, rios e mares, as florestas, as matas e cerrados e ensinou os escolhidos a construírem suas casas, a fazer comida (farinha de mandioca), a fazer o caxiri (bebida de mandioca), a dançar e tocar flauta.
      Com o cenário totalmente modificado e pronto para a realização da vida, os Waiãpi foram deixados pelo criador, com um único pedido: para que crescessem e se multiplicassem. A vida tinha sua rotina, viviam da caça, da pesca e do plantio da mandioca. O resultado foi comemorado durante vários dias, cantando e dançando, até que tudo se acabasse e houvesse a necessidade de sair em busca de tudo que era novo .


Reencontro da Mairi - Certo dia, Tamo Kuresisi (ancestral Waiãpi) ficou a observar o infinito do horizonte, imaginando se o mundo se resumia até onde a vista alcançasse; largou tudo e resolveu visitar a borda da terra, beirando os igarapés, os rios, as praias do grande rio que denominavam de Paraná (que seria o rio Amazonas). Ele tinha medo de andar, pois o movimento de ida e vinda da maré lhe assustava. Observou que não tinha nada além da água, só as borboletas que, com suas pinturas faciais, eram as donas do final da terra amarrada com cipó ao final do céu, assim irnaginavam os índios. As borboletas eram responsáveis pela substituição daqueles cipós que apodreciam, elas o trocavam e amarravam novamente. Aí então Kuresisi ficou preso na seiva da Maçaranduba e percebeu que a borda da terra era muito dura, porém, mole depois dela.
      Sempre fugindo da grande maré, Kuresisi resolveu conhecer o que havia além do Paraná, desta feita levado pelo Beija-flor, pássaro que tem uma enorme capacidade de voar grandes distâncias. Atravessou o grande rio e pousou em terras dos brasileiros, onde, espantado, reconheceu nas margens do rio Amazonas a Fortaleza de São José de Macapá, como sendo a Mairi construída pelos ancestrais de seus ancestrais, em obediência a Ianejar, que foi arrastada pelo dilúvio até aquele lugar.
Encontrou o forte tomado pelos brancos, fazendo dele morada de soldados e cárcere de índios escravizados. Observou o sofrimento de seus irmãos e da raça negra que não conhecia até então. Retornou para a tribo conduzido pelo beija-flor e contou o que viu para os Waiãpi, que desde aí passaram a temer e evitar a presença do homem branco.
Fonte do Texto: Revista Amazon View - Ano VI
Edição 44 / 2002

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ - O São Lázaro (Parte 1)

Texto do Jornal "O Liberal" (assinado por Izael Marinho  em 13/03/1997) sobre o Bairro São Lázaro. Conta um pouco de suas origens como invasão e os problemas enfrentados na época. Reportagem que dá para fazer um paralelo com a atual situação e constatar o que mudou ou ainda precisa melhorar. Todas as informações referem-se a data descrita. 
Foto: Gilmar Nascimento
São Lázaro dribla o passado e cresce

COM ORIGENS NAS INVASÕES PRÓXIMAS À ANTIGA LIXEIRA,
 O BAIRRO TEM O PRIVILÉGIO DE SER PERTO DE TUDO.
     A exemplo  da maioria dos bairros da cidade, o São Lázaro - encravado entre o Pacoval e o Jardim Felicidade - surgiu de um aglomerado de barracos de invasão, em meados de 1977, às proximidades da Lixeira Pública instalada no Km 0 da BR-156, no lugar onde hoje se localiza a Escola Ruth Bezerra.
     Os primeiros moradores chegaram ali oriundos da região do Pacuí e foram construíndo suas casas ao redor do "lixão". Época de inflação mais amena, o lixo doméstico era "rico", lembram os ex-carapirás. "Dava pra gente juntar umas coisinhas. Hoje, só vem porcaria nesse lixo", lembra, orgulhosa, a ex-catadora de lixo Rosimar Ferreira (67 anos), a "Dona Rosinha".
     Com a vista lhe pregando peças, Dona Rosinha admite que a uns 15 anos  não junta mais lixo e nem sabe para onde mudaram a lixeira que servia de cartão de visita para seu bairro. Mas confessa  que tudo o que tem hoje - exagero à parte - é fruto do trabalho árduo, de sol a sol, no lixão.
     "Daqui eu tirei dinheiro para educar os filhos, melhorar minha casinha...", recorda, apontando para a área em frente a um posto de gasolina  do bairro, bem na chamada "curva da Codeasa", onde outrora ficava o centro da lixeira.
     O nome "São Lázaro" foi uma deferência especial da Igreja Católica, que implantou ali uma capela - aliás, chegou antes da maioria dos moradores - para cuidar da vida espiritual daquela gente. Os religiosos, preocupados com a falta de condições de vida dos habitantes, buscaram um "santo" padroeiro que tivesse algo a ver com a situação desumana em que viviam aquelas pessoas - pobres, na mais absoluta miséria.
     O escolhido foi São Lázaro, aquele que é conhecido por aparecer cheio de chagas (feridas) sendo lambido por cães, num quadro de comover o coração de qualquer mortal comum. "É o santo que muitos acreditam ser o padroeiro dos mendigos, dos pobres", arrisca a doméstica Nara de Jesus Picanço (19 anos). "Dizem que São Lázaro é o protetor dos cachorros", arremata.
     Ninguém confirma o porquê do nome. Coincidências à parte, o bairro - que antes se chamava "Lixeira" ou Vila Nova do Pacoval, possuía uma das maiores populações de cães - talvez por causa da lixeira a céu aberto - e de pessoas carentes.
Foto: Gilmar Nascimento                                                                                                                                                               
As palafitas, na área de invasão dentro do São Lázaro, estão erguidas sobre lama e lixo: convivência perigosa para a saúde do morador.
OS PICHADORES AINDA RESISTEM
     O que no início não passava de um amontoado de barracos mereceu a atenção do poder público, já que era a porta de entrada da cidade, e ganhou urbanização: ruas asfaltadas, terrenos loteados e documentados, aterramento das áreas baixas, água, luz e rede telefônica.
     Por causa de suas fronteiras naturais o São Lázaro não pode expandir horizontalmente. os cinco mil moradores (1997) habitam na faixa de terra que acompanha a BR-156 e que vai desde o ex-Bueiro do Pacoval (hoje, Canal do Jandiá) até o prédio da Polícia Técnica, na margem esquerda da rodovia. O bairro é cercado, ainda, pela própria estrada e pela ressaca do Pacoval.
     A violência urbana é o maior problema que os moradoresdo do São Lázaro enfrentam. Apesar da presença ostensiva da Polícia - há um quartel da PM, uma Delegacia de Polícia e um quartel dos Bombeiros, no bairro -, os grupos organizados de rua (gangues, na linguagem popular) não se intimidam. Os atos de vandalismo continuam. Prédios públicos e particulares, casas comerciais e residenciais, nada nem ninguém escapa à ação dos pichadores.
     Pelos menos quatro grupos importantes de pichadores já foram identificados pelas autoridades. Órgãos como a Coordenadoria da Juventude, do Governo do Estado (GEA), tentam dialogar com esses rapazes através de projetos de ressocialização.
     "Ainda é cedo para chegarmos a um diagnóstico preciso sobre o assunto, mas temos esperança de que esses jovens reencontrem o caminho certo e fujam da criminalidade", comenta o empresário Álvaro Albuquerque, 42 anos, que diz ter perdido a conta de quantas vezes teve de mandar pintar as paredes de seusestabelecimento comercial que, vez por outra, aparecia pichado com palavrões e desenhos que ninguém entendia.
     "Alguns grupos desses são meio pacíficos. Se limitam a sujar as paredes das lojas. Outros, não. Partem para a violência aberta. Brigam na rua, espancam as pessoas, assaltam e até matam", denuncia o comerciante.
Foto: Gilmar Nascimento / Descontração dos garotos nas ruas de piçarra do São Lázaro.

Histórias de violência pontuam cotidiano
     Não parece, mas o São Lázaro já foi um dos bairros mais violentos da cidade. Foi lá, inclusive, que a Polícia "estourou" uma fábrica de armas caseiras nos fundos de uma oficina de lanternagem.
    Morava lá, também, um dos elementos mais temidos pela população da cidade, um certo "Macaxeira", ao qual - à primeira vista - não se imputava grande periculosidade, mas que era capaz de muitas barbaridades, segundo o folclore da região.
     Há um ano uma estudante foi morta pelo namorado em frente à Escola Ruth Bezerra, na presença das colegas de aula. O crime chocou a opinião pública e revoltou a população.
     Durante muito tempo as gangues do bairro abasteceram as concorrentes, dos outros bairros, com suas armas caseiras: estoque, espingardas de cano serrado, revólveres, etc. Tudo fabricado numa oficina de lanternagem que servia de fachada para ocultar as práticas criminosas dos marginais. As armas iam servir para combater os próprios vendedores.
     "Hoje, com a facilidade na aquisição de armas sofisticadas a preço baixo, a fabricação de armas caseiras se tornou desinteressante", observa um morador, para explicar o desaparecimento desse tipo de armamento das mãos dos delinquentes.
      As tradicionais espingardas de chumbinho (cano serrado), que amendrotavam até a polícia, agora foram substituídas pelas pistolas automáticas. A "7.65" é a preferida das guangues. O revólver "38" também é bastante comum entre os jovens criminosos.
     O temível Macaxeira, que agora está regenerado, fez escola. Dezenas de adolescentes se arvoram de líderes de gangues e em nome do domínio de seus territórios promovem crimes diversos. Até moças - com idade entre 14 e 18 anos - são encontradas nas gangues.
     O consumo de drogas, principalmente maconha, e a promoção de vandalismo (quebra-quebra, pichações, badernas) são os dois atos preferidos dos membros de gangues.
     Para tentar ressocializar esses grupos de jovens delinquentes, a diretora da Escola Ruth Bezerra, Valda Brasil, está elaborando projetos que envolvam os adolescentes e a comunidade na prática cultural, esportiva e artística.
     "Vamos usar o espaço físico da escola e também outros pontos do bairro para promover a sociabilidade dessas pessoas", diz a professora.
  Foto: Gilmar Nascimento                                                                                     
Com a urbanização do bairro, a energia elétrica chegou aos barracos.

INVASÃO
     Mesmo sem ter para onde crescer - já que é cercado de áreas baixas e outros bairros por todos os lados -, o São Lázaro também possui sua própria área de invasão, que agora tomou ares de novo bairro: São Jorge.
     O São Jorge é uma espécie de bairro dentro do São Lázaro. A maioria das casas está instalada sobre um enorme lago (ressaca), obrigando os moradores a habitarem barracos do tipo palafita a fim de evitarem as enchentes.
     Janeiro a março é o período infernal para quem mora no São Jorge. É que nessa época do ano o lago ganha um enorme volume de água - devido às chuvas - e muitos moradores têm suas casas invadidas. O Governo diz que o caso só se resolverá com as obras de drenagem que estão sendo feitas no Canal do Jandiá.
     Enquanto a solução não vem, pessoas como a professora Dolores Gonçalves (30 anos), vão se virando como podem para evitar o pior. "Desde o ano passado nós já reforçamos a estrutura da casa duas vezes", conta, mostrando os esteios da antiga casa que ficaram enterrados na lama, e o quintal tomado de vegetação típica do alagado.
     "Eles disseram que iam nos tranferir para uma área firme. Parece que era para o Infraero, mas acabaram não cumprindo a promessa", reclama a professora, com uma ponta de incredulidade no coração, referindo-se aos projetos governamentais de urbanização da área.
     Da mesma opinião comunga o biscateiro Manoel Antonio Lima da Silva (29 anos), que reside no São Jorge há três anos. "Eu acho que isso aqui não vai mudar nunca. Esses políticos não têm interesse em melhorar nada. Também, aqui não tem muitos votos", frisa , desolado.
     "Seu" Manoel diz que, apesar disso tudo, já se acostumou com a vizinhança, e não concorda com a opinião de quem diz que a região é violenta. "Violência tem em qualquer lugar. Eu conheço bairros mais perigosos do que este e o povo vive bem", defende.
     Tal qual o São Lázaro, o bairro São Jorge é um dos mais bem localizados da cidade. Distante 10 minutos de carro do centro da cidade, a região é servida de quase 15 linhas de ônibus.
     Boa Parte dos órgãos públicos ligados ao setor primário (agricultura) estão ali instalados. Isso tudo faz dos dois bairros bons locais para fixar residência. Talves por isso algumas famílias de classe média tenham optado pela construção de suas casas por aquelas bandas.
Fonte: Jornal "O Liberal" (por Izael Marinho  em 13/03/1997)


O texto foi pesquisado e faz parte parte do acervo da Biblioteca Pública da Prefeitura de Macapá, localizada no centro da cidade. Uma grande fonte de consultas sobre a história deste Estado. Venha conhecer!!!!!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Morte nas águas: A Tragédia do Cajari (1981 - Livro)

Livro de João Capiberide, publicado em 1981, sobre o naufrágio do Novo Amapá. Foi a primeira obra a retratar o caso, constituindo-se em uma publicação histórica e de muita procura. Apresenta fotos e depoimentos em mais de 70 páginas, assim divididas no Sumário:
1) Apresentação
2) O Naufrágio
3) Depoimentos 
4) "Sobral Santos II"
5) Conclusão
6) Imagens
Livro - Morte nas águas: A Tragédia do Cajari (Alberto Capiberibe / 1982)
Esta triste história, em 2012, foi apresentada como peça teatral em Macapá. Uma homenagem às muitas vítimas e aos anônimos que ajudaram na assistência após o fato. As primeiras apresentações foram em 19/01 e 05/02/2012 no Teatro das Bacabeiras. Muita gente compareceu, as cenas todas inspiravam fortes emoções e a entrada foi revertida em coleta de alimentos.
Mais informações sobre a peça, parte técnica e enredo, podem ser vistos em:
- amapadigital.net (Mostra as inspirações para montagem da peça).
- coletivo-palafita.blogspot.com (Texto de Ricardo Silva descrevendo a primeira apresentação).
Veja também:
31 Anos do naufrágio do Novo Amapá (Vídeos) 

31 anos do naufrágio do Novo Amapá (vídeos)

Em 06/01/1981 ocorreu nas águas do Rio Cajari o maior desastre fluvial da Amazônia, no trajeto entre Santana (Amapá) e Monte Dourado (Pará). Tudo por conta da superlotação e omissão na fiscalização. Existem muitas histórias sobre o caso, mas é incontestável que a lotação na embarcação excedia rotineiramente o normal. Mais de 600 pessoas estavam na fatídica viagem em uma época em que as embarcações eram a opção mais viável no trajeto descrito. Entre elas, figurava o "Novo Amapá" como uma das mais procuradas e de melhor referência. Viajei 3 vezes neste barco e estava na última vez que chegou a Monte Dourado. Em todas sempre iam muitas pessoas, principalmente nas férias, e muita carga, como os carros na parte superior. Os números apontam 378 vítimas, mas é  certo que este número ultrapassou o de 400. A tragédia ficou para sempre marcada na história deste estado. Veja nos vídeos o que foi noticiado neste dia de tristes lembranças.

REPORTAGEM DA TV-AP EM 06/01/2012
"Há 31 anos o amapaense começava a receber as notícias de que um barco havia virado no rio Cajari, a caminho do Município de Laranjal do Jari. Dois dias depois começavam a chegar os primeiros corpos... Só aí se percebeu o tamanho da tragédia. Oficialmente, 378 pessoas morreram no naufrágio, mas as famílias dizem que os números passaram de 400. Muitos corpos nunca foram identificados e nem os culpados punidos" (Amazônia TV)

 Programa Amazônia TV (TV-AP em 06/01/2012)
Reportagem: Seles Nafes
Imagens: Rômulo Cantanhed
Edição: Aridelso Gomes

Foram pontos abordados:

- José tinha 18 anos em 1981 quando embarcou no Novo Amapá, junto com o irmão de 21 anos, a cunhada e o sobrinho. Os três ele nunca voltou a ver e nem conseguiu reconhecer em meio a tantos corpos. No momento do desastre ele conversava com um amigo em um dos corredores da embarcação.
- "Na hora que virou o pessoal só fazia gritar por socorro, mas a noite era muito escura e não dava para ver ninguém... Aí o barco virou, eu pulei, nadei para a beira, o lado mais perto (Relato de José Góes da Costa - Sobrevivente)
- O Novo Amapá naufragou no Rio Cajari em 1981 entre Santana e Laranjal do Jari, no sul do estado. O barco tinha as mesmas características da maioria das embarcações encontradas na região amazônica. A capacidade era para pouco menos de 400 pessoas. No dia 06/01/1981 partiu do Porto de Santana levando 679 pessoas, além de dois veículos e uma tonelada de carga para uma viagem sem volta. O peso fez o grande barco de madeira virar e o despreparo das autoridades retardou em dois dias o resgate dos corpos e sobreviventes. 
- As imagens da TV-AP da época mostram centenas de caixotes, com até oito corpos cada um, chegando ao Porto de Santana em uma balsa.
- O jornalista Humberto Moreira relata que os militares recebiam bebida alcoólica do próprio comando da operação para poderem suportar o odor fétido e as cenas de morte.
- Os corpos foram enterrados em uma grande vala e muitos nunca foram identificados. Oficialmente foram 378 mortos, mas as famílias dizem que foram mais de 400 vítimas no maior naufrágio flucial da Amazônia.
- Apesar da investigação ter apontado os donos da embarcação como responsáveis, ninguém foi punido.
- 31 anos depois a vala comum onde foram sepultados os passageiros mortos continua do mesmo jeito. Não há nenhuma placa e nem os nomes dos passageiros enterrados. O governo estadual chegou a anunciar na década de 1990 que iria construir um memorial em homenagem às vítimas... Três décadas depois, nenhum tijolo foi colocado.
- A tragédia ensinou uma lição e a Capitania dos Portos passou a intensificar a fiscalização nas mais de mil embarcações que hoje navegam os rios da região.

REPORTAGEM DA RECORD-AP EM 06/01/2012
"...Há exatamente 31 anos, mais de 400 pessoas morreram e até hoje muita coisa ainda não foi esclarecida, como a quantidade exata de passageiros naquele dia. Nossa equipe encontrou personagens que jamais esqueceram essa data." (AP no Ar - 1ª Edição)

"... Parece que nada mudou no sistema de navegação da Amazônia. Os acidentes continuam acontecendo e muito pouco tem sido feito para garantir a segurança de quem utiliza as embarcações para viajar." (AP no Ar - 2ª Edição)

Programa AP no Ar (Record-AP em 06/01/2012)
Reportagem: Garcia Brito
Imagens: Salgado Júnior

Foram pontos abordados:

- O dia 06/01/1981 ficou marcado na história da navegação amapaense. O barco Novo Amapá, que viajava do Município de Santana (AP) para a cidade de Monte Dourado (PA), transportando cerca de 600 passageiros, afundou nas águas do Rio Cajari e deixou mais de 400 pessoas mortas.
- A tragédia completou (em 2012) 31 anos, mas ainda permanece viva na memória das famílias que perderam parentes e amigos, em um dos maiores naufrágios do país.
- Como não houve contagem dos passageiros no embarque, não há um número exato de vítimas. Estima-se que mais de 400 pessoas morreram no local do naufrágio. Os corpos resgatados foram enterrados em valas comuns e coletivas no cemitério de Santana. No local nunca foi feito um memorial ou qualquer homenagem às vítimas.
- O naufrágio já foi objeto de estudo para vários escritores e historiadores.
- "... Até a imprenssa internacional relatou, foram mais de 300 mortos em uma embarcação de pequeno porte. Naquela época as comemorações do carnaval não aconteceram em Macapá, a cidade ficou triste... (Relato de Edgar Rodrigues - Historiador)
- Décadas depois, os problemas da navegação nos rios da Amazônia são praticamente os mesmos. Falta rigor nas fiscalização e as estruturas das embarcações são precárias e os acidentes são cada vez mais frequentes. As estatísticas mostram que em 2010 foram registradas 26 ocorrências e em 2011 o número subiu para 27. Um dos casos mais graves foi o naufrágio do barco Diamante Negro, ocorrido em 11/07/2011 próximo ao Distrito do Bailique. A embarcação viajava do Município de Breves com destino a Macapá com excesso de passageiros. Mais de 40 pessoas estavam à bordo e o acidente ocorreu por volta das 20:30h numa região conhecida como Pau Cavado. No acidente 7 pessoas morreram e uma criança até hoje não foi encontrada.
- As embarcações, meio de transpote mais comum do caboclo, navegam cheias de irregularidades diariamente nos rios da Amazônia frente aos olhos das autoridades. A situação se repete e nem mesmo a tragédia do Novo Amapá serviu de lição para que o Poder Público dê mais atenção à segurança na navegação fluvial.

REPORTAGEM DO SBT-AP EM 07/01/2012
"...Uma data que jamais será esquecida da memória de muita gente. Uma lembrança amarga na história da navegação brasileira. Era noite, chovia muito, excesso de passageiros... fatos que contribuíram para que as águas revoltas do rio Cajari levassem para o fundo o barco NOVO AMAPÁ, com mais de 600 passageiros a bordo. Muitos sobreviveram e continuam vivos para nos relatar, através de uma reportagem especial, o que aconteceu durante e após a tragédia." (Programa Meio Dia)

 
Programa Meio-Dia (SBT-AP em 07/01/2012)
Reportagem: Mônica Silva
Imagens:Márcio Bacellar
Edição: Diego Batista 

Foram pontos abordados:

- Gritos de dor e desespero, cenas jamais esquecidas por quem sobreviveu e viveu a tragédia que marcou o Amapá e chocou a população mundial. Há 31 anos o motivo do naufrágio do barco Novo Amapá ainda é considerado um mistério e perguntas continuam sem respostas. Quem é ou quem são os culpados pela tragédia? A embarcação estaria sendo pilotada por um garoto de acordo com relatos de alguns sobreviventes.
- "A tragédia ocorreu por imprevidência, havia um excesso de lotação. A capacidade do navio era de poucas pessoas e havia mais de 500, 600 pessoas... A tragédia poderia ter sido evitada... Se fala que no momento do fato não era o piloto experiente  no comando e sim um jovem inexperiente" (Relato de J. Capiberibe - autor do livro Morte nas Águas)
- A inexperiência de um jovem garoto no comando da embarcação teria sido um dos motivos do naufrágio, pelo menos esta é a versão sustentatada no livro Morte nas Águas: A Tragédia do Cajari, tendo como autor J. Capiberibe.
- Apesar do tempo a tragédia não se tornou página virada ou fato esquecido para quem estava na embarcação e viveu horas de terror nadando para sobreviver na escuridão.
- O dia 06/01/1981 ficou marcado na vida de Dona Juraci, ela lembra como tudo aconteceu: "... Nós ficamos no meio daquele pessoal que traziam os corpos para perto de nós... cenas fortes, pessoas boiadas... Foi muito forte o que aconteceu, só escutei aquela zoada de garrafa, que ele ia virando para o lado esquerdo e estávamos no camarote no lado direito... aí eu tentei abrir a porta, conseguimos sair... de lá nós boiamos, voltamos para o barco que estava flutuando e daí a gente via o desespero, as pessoas batendo debaixo do barco... (Relato de Juraci de Azevedo - Sobrevivente)
- O Novo Amapa partiu do Porto de Santana por volta das 14 horas, a bordo 600 passageiros, número considerado excessivo para a capacidade de transporte da embarcação era de 400 pessoas. Na foz do Rio Cajari, próximo a Monte Dourado (PA) o barco naufragou. Alguns passageiros conseguiram até as margens do rio. Cerca de 300 pessoas perderam a vida.
- ... Uma lona foi baixada nas laterais da embarcação (costume ao anoitecer), o que provocou a morte de muitas pessoas.
- Apesar da proporção do acidente, a informação do naufrágio só chegou no dia seguinte através de dois sobreviventes. A notícia colocou o Amapá em cenário nacional. Jornalistas locais e de outros países se deslocavam para o local do acidente.
- Cenas jamais vistas... Corpos espalhados pelas águas, os mortos eram colocados em cima de lonas para serem transportados para o Município de Santana, onde foram enterrados em uma única cova dentro de caixas de madeira.
- Quando chegamos lá nos deparamos com uma situação terrível, de muita gente morta, de corpos espalhados, amarrados à beira do rio... Faltava pegar muitos outros que estavam espalhados... (Relato do Jornalista Humberto Moreira)
- 31 anos depois (2012) a tragédia do Novo Amapá  serve de inspiração para escritores, ganhando espaço na dramaturgia. Em 2012 foi encenada a peça Novo Amapá com uma interpretação artística e poética do naufrágio.

Os vídeos podem ser vistos na Biblioteca SEMA de Macapá.

Sugestões para consultas:

(Texto dos Arquivos da Capitania dos Portos - Departamento Regional do Pará - Inquérito Marítimo Nº 22.031 - pág. 117. É um relato técnico abordando o desastre, culpados e possível desvio de dinheiro na indenização de parentes das vítimas).

(Depoimento do jornalista Humberto Moreira, na época Diretor do Departamento de Jornalismo da Rádio Nacional. Descreve o caso como jornalista presente na situação. O texto foi publicado em 2012).
 
(Reportagem de Rodolfo Juarez publicada no Jornal do Dia, em 2010. Mostra alguns depoimentos de sobreviventes).

(Texto de Paulo Tarso, publicado em 2010, mostrando a produção literária baseada na tragédia).

Veja também:

(Livro de João Capiberibe e primeira obra a retratar o caso.
É uma edição histórica e esgotada, com fotos, depoimentos
 e procura frequente para consultas).

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

As aventuras de Zé Fortuna (HQ)

Os apagões podem e devem ser afastados, mas o que não se pode nunca afastar são as medidas para se evitar o desperdício. Esta é uma publicação da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) e objetiva a orientação neste sentido. O folheto foi produzido em forma de quadrinhos, distribuído gratuitamente e publicado em anos anteriores ao de 2000 (não tenho a data precisa). Apesar de antigo, as informações são sempre atuais quando se fala de economia e consumo consciente.


Veja também: