As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

domingo, 8 de abril de 2012

JESUS, Ele viveu entre nós (Quadrinhos evangelísticos)

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16)
Jesus tornou-se a ponte entre a humanidade e Deus, para que possamos ter um relacionamento com o Pai. Ele é o nosso Salvador, quem nos cura, e nosso amigo.
Sermão do Monte (Carl Heinrich Bloch, 1890)
Jesus veio para que pudéssemos ter uma vida mais que abundante. Ele veio para carregar nossas fraquezas, nossas doenças, nossa dor, para que possamos caminhar em total liberdade, paz, poder e plenitude.
 Ressurreição de Lázaro (Caravaggio, 1608/1609)
Jesus é mais do que uma figura histórica ou um grande professor que já viveu. Ele venceu a morte para que pudéssemos viver.
A Crucificação (A Bíblia em Mangá: O Novo testamento / Ilustração: Siku, 2007)
Nós não somos merecedores do seu amor e salvação, mas o seu “dom gratuito é disponível para todos os que crerem”
Túmulo vazio (Bíblia para Crianças: A Primeira Páscoa / Ilustração: Janie Forest, 2007)
JESUS ESTÁ VIVO. Jesus quer ter um relacionamento pessoal conosco. 
 Ascensão de Jesus (A Vida de Jesus, em imagens e legendas / Moreira das Neves, 1955)
Tudo o que temos a fazer é recebê-lo pela fé, e vir a Ele do jeito que somos. 
(Fonte do texto: apascentar.org)

Veja a história de Jesus em quadrinhos para você ser edificado. Esta obra é usada na evangelização em todo o mundo e o download é disponibilizado gratuitamente, conforme se observa em gospelcomics.com, em vários idiomas. O argumento é de Pierre Thivollier e a arte de Noel Gloesner, o Inspirador é Deus e O Salvador, O Caminho, A Verdade e A Vida é Jesus Cristo.  Foi publicado na década de 1980.
GRAÇAS A DEUS POR TUDO!
GRAÇAS A DEUS PELA VIDA!
GRAÇAS A DEUS POR MAIS ESTE DIA DE CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA!
HQ - Jesus, Ele viveu entre nós

sexta-feira, 6 de abril de 2012

"A Estrela e a Rã" - Romualdo Palhano (Primeira obra infantil publicada no Amapá)

Foto: blogdoprofpalhano
Romualdo Rodrigues Palhano é graduado em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Paraíba (onde também concluiu Mestrado em Serviço Social com Pesquisa sobre Teatro Comunitário). Residiu por dois anos em Havana (Cuba), onde iniciou seu doutorado. É Doutor em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Pós-Doutor em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba. Reside atualmente em Macapá onde é Professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). 
                  
Autor das seguintes obras:

1) Grito Incontido (poesias, 1988)
2) A Estrela e a Rã (infantil, 1998)
3) Brincando com Linhas (infantil, 2001) 
4) Teatro de Bonecos: alternativa para o ensino fundamental na Amazônia (teatro, 2001)
5) Entre Terra e Mar: sociogênese e caminhos do teatro na Paraíba (teatro, 2009)
6) A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental da Cabedelo (teatro, 2009)
7) Fronteiras Entre o Palco e a Tela - Teatro na Paraíba, 1900-1916 (teatro, 2010) 
8) Entre Parénthesis (poesias, 2010) 
9) O Teatro na Terra de Zé da Luz - Da União Dramática ao GETI (teatro, 2011)
10) Eu e a Rainha do Vale - De Menino a Rapazinho (complementa a obra anterior, 2011)
11) A Ovelha Malhada (infantil, 2011) 
12) Artes Cênicas no Amapá (2011 e 13/04/2012)

Livros Publicados
Tive a oportunidade de conhecer o Professor Palhano na ocasião dos eventos do II Seminário "Construindo o Programa de Literatura do Amapá", nos dias 16 e 17/03/2012, onde escritores, poetas e  professores discutiram a implantação do Programa de Literatura do Amapá, a busca de uma integração das ações literárias no Estado (mais informações em secult.ap.gov.br).

 Livraria Transamazônica (17/03/2012)
  
Dia 18 de Abril vem próximo, data de celebração do DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL, não por acaso, uma homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato. 
Escritores infantis têm o dom de introduzir o apego à leitura entre os jovens leitores, seus objetivos na produção literária. São tantos os talentos em nosso país que, para não citar nomes, fica a homenagem a todos deste singelo leitor - caminhando e vivendo entre livros desde que se entende por gente.

LEITURA RECOMENDADA
No Amapá, o marco inicial da literatura infantojuvenil é o livrinho A ESTRELA E A RÃ, de Romualdo Palhano (publicado em 1998 com apoio cultural da UNIFAP). Tem 20 páginas (tecnicamente é um folheto) e as ilustrações também são de Palhano (desenhos simples, como é a história, apresentada em textos curtos e instigantes). 
"...Outro aspecto que se sobressai no livro de Romualdo Palhano é o sentimento pelas coisas da natureza. A rãzinha apaixonada, personagem central do enredo, leva seu sentimento ao extremo, isto é, mergulha no fundo do lago na esperança de achar o alvo de seu grande amor encantado que é a estrela. O simbolismo é perfeito porque a apaixonada rã busca na ilusão de uma estrela o seu amor eterno.
O livro de Palhano destina-se às crianças, mas a filosofia que ele transmite é de alcance universal para todos porque induz crianças e adultos ao relacionamento com as coisas mais importantes da natureza física e humana: o sol, água, a lua, as estrelas e o amor..."

Prof João Carvalho - Reitor da UNIFAP (1998) - Prefácio
Página 07 / Página 09 / Página 13

A obra está quase esgotada, encontrei o autor com poucos exemplares.

O Livro é:
Título: A Estrela e a Rã
Autor: Romualdo Palhano
Ilustrações: Romualdo Palhano
Editora: UNIFAP
Páginas: 22
Ano: 1998
Temas: Literatura infantil

O Professor Palhano, a quem interessar, tem o blog:

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Monumento Marco Zero do Equador e o Equinócio

Foto: Rogério Castelo
Macapá é a única capital do Brasil cortada pela linha do Equador. Assim, parte da cidade está no Hemisfério Norte e a outra no Sul.

Foto: brasilazul.blogspot.com
Em referência, foi construído o Monumento Marco Zero do Equador, no qual é possível observar o instante de ocorrência do Equinócio (através da projeção da sombra do obelisco, que se alinha com a linha imaginária do equador).  
Há divergências quanto a localização exata do equador, já vi estudiosos dizerem que o monumento está na posição certa e outros que contestam isso. Oras, um impasse fácil de se resolver com ajuda da tecnologia. Não sou estudioso da área e acredito que está bem localizado, conforme me mostrou técnico da área com ajuda de instrumentação.  Eu, leigo, me convenci disso.
Foto: Templos do Futebol
A linha do equador divide também o campo no Estádio Zerão (Milton Corrêa),  no momento fechado e em reforma (faz um bom tempo). Olha lá no fundo o Marco Zero alinhado com o meio de campo! 
Segundo dizem, em 2014 ficará à disposição como Centro de Treinamento e, quem sabe, realiza-se algum amistoso ou treinamento com alguma equipe envolvida na Copa. Isso aí é mais um sonho de políticos (ávidos por promoção), pois o investimento precisa ser muito alto... mais que apenas reforma de um estádio. Investimento por investimento, há necessidades muito mais gritantes e urgentes em Macapá. É o que penso.
Foto: Rogério Castelo
Na outra ponta do Marco Zero temos a Av. Equatorial, também dividida pela linha do equador.
Seguindo esta reta (a linha do equador) você chega ao Rio Amazonas, não muito distante deste ponto. Isso inspirou uma música de Zé Miguel (conhecido artista local e atual Secretário de Cultura) do "endereço" de Macapá. A música diz: "...na esquina do rio mais belo, com a linha do equador..."
Foto: alcilenecavalcante.com.br
Até os anos 80, o marco do equador era representado de forma muito modesta. Havia apenas uma linha na rotatória mostrando isso.  Quanta desconsideração e ignorância ao marco geográfico e astronômico havia... Basta pensar que para os povos antigos (como os caldeus, fenícios, astecas, maias, incas e egípcios) a posição que o Sol ocupava na linha do horizonte tinha uma grande importância para o dia-a-dia deles. Os rumos de muitas sociedades era determinado pelo movimento solar e início das estações. O calendário e contagem do ano baseava-se nisso. Aqui mesmo no Amapá, existiram civilizações que construíram uma série de monumentos antigos lá para as bandas de Calçoene, Ferreira Gomes, etc. Nunca ouviste falar? É que o povo antigo era cheio de crenças e rituais que faziam para que tivessem boas safras e boas coisas com o início das estações... uma forma de atenuar as expectativas e centralizar pensamentos positivos para o porvir. Até estas festas mundanas, que chamam de carnaval, tem origens nisso. Rapaz... tinha até uns figuras malucos que faziam sacrifícios humanos em nome disso (em algumas sociedades antigas era assim). E o Natal também, antes de ser cristianizado pelo Império Romano, era uma festa em homenagem a deuses relacionados às estações do ano. Transformar festas pagãs em festas religiosas (sincretismo), foi uma estratégia ideológica de expansão do império. 
Lembrar desta época me remete aos anos de 1982/83, quando estudava no Castelo Branco, no Bairro do Trem, e um professor - Educação Física - fez uma aula de atletismo  com uma corrida da escola até o equador. Af!!! Quase que não chego lá!!!
Hoje encontramos um belo monumento, localizado a 2 km do centro da cidade, que apresenta um obelisco de 30 metros de altura com uma abertura circular no topo. Enigmática para muitos. Sabes o significado disso?
Foto: Marcomede
O equinócio é uma manifestação em que os raios do sol incidem diretamente sobre a Linha do Equador e, no monumento, projeta-se uma elipse de luz sobre o marco da linha imaginária. O sol duas vezes ao ano faz a passagem entre os hemisférios, determinando as estações, e o equinócio é o ponto em que está cruzando a linha do equador. Mas olha aí, isso ocorre por causa do movimento de Translação da Terra e não, como se crê popularmente, "o sol se mexendo daqui para lá". Nesse período, os dias e as noites têm igualmente 12 horas de duração em todo o planeta (a palavra "equinócio" em latim significa "noites iguais" ou ainda “dia igual a noite”). A ocorrência desse fenômeno se dá em dois momentos: em março (Equinócio da Primavera - inicia a primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Sul) e em setembro (Equinócio de Outono - o contrário).

Foto: Rogério Castelo
Devido a estação chuvosa, o equinócio de março foi batizado como Equinócio das Águas, que se justifica pelo aumento do nível das águas favorecido pela atração astral. O início do ano, até um pouco além de março, costuma ser chuvoso nestas terras amazônidas.
Além dos moradores da capital amapaense, o fenômeno costuma atrair estudiosos e turistas de várias partes. Neste ano tivemos a programação entre os dias 20 a 24/03/2012,  ocorrendo apresentações musicais, gincana com escolas, feira e apresentações culturais do Marabaixo e Escolas de Samba.
Fui lá no evento e - opinião de um cidadão - percebi que não estava à altura da importância e cuidado que deveria ser dispensado pelo Poder Público. Aqui no Amapá, existe uma divergência e rivalidade política entre os atuais gestores da Prefeitura de Macapá e do Governo do Estado, que acaba se refletindo, explicitamente, em muitas obras e benfeitorias que poderiam ser potencializadas por um comum acordo. Este evento merece melhor atenção... Triste ir lá e ver stands muito pobres diante da enormidade de riquezas e possibilidades culturais e educacionais que poderiam apresentar de nosso Amapá.

Meus amigos, isso é só um pouco deste patrimônio amapaense:
O Monumento Marco Zero do Equador em Macapá
Foto: Rogério Castelo
Lugar aberto à visitação pública, com seu amplo terraço para observações, espaço para show, salão para exposição e loja para venda de produtos artesanais. 
Foto: Rogério Castelo
Falando nisso, encerro esta postagem apresentando-vos a lojinha artesanal onde conheci a Dany, que foi muito receptiva e simpática na oportunidade de conhecê-la. Veja aí um pouco da: 
 
 Um material simples e muita criatividade são capazes de gerar belas coisas 
nas mãos de artistas.
 "A arte de um povo é um reflexo autêntico de sua mentalidade." 
Jawaharlal Nehru
"A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte."
Mahatma Gandhi
É lá no meio do mundo!

Também não poderia deixar de registrar 
a arte expressa nestes quadros que vi no Monumento.
 
Não sei o nome do quadro, lá no bar, mas faz referência ao Marabaixo. O autor é REGI (2002).
Precisa falar que é o surf na pororoca no Rio Araguari? Esse quadro é gigantesco e ocupa toda uma parede em uma das salas. O autor é WAGNER RIBEIRO (2005).
Pra quem não conhece, é um cenário no Curiaú. O quadro tem as mesmas descrições do anterior.

Até uma próxima pessoal!!!!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Biblioteca Ambiental da SEMA-AP em 2012

2012 ainda está às portas e, como continuidade à sua missão de difundir a educação ambiental, a Biblioteca Ambiental da SEMA-AP, em Macapá, está com fôlego novo e deu as boas-vindas a seus novos funcionários.
 Rosa Dalva  
(Gerente do NIDA / SEMA-AP)
 Marcelo Pinho 
(Bibliotecário - UFPA)
   "A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.” 
Merleau-Ponty
Imagens do acervo
 "Não são nossas habilidades que revelam quem realmente somos, são as nossas escolhas." 
Harry Potter e a Câmara Secreta
... E mais ilustrações, falo como cidadão, do acervo 
de nossa Biblioteca Ambiental na SEMA-AP
A reciclagem de lixo é uma ação das mais importantes para a questão ambiental.
 
"Há momentos que precisamos reciclar o ambiente, as amizades 
e até mesmo a forma com que encaramos a vida."
Raphael Michael
Temos que nos conscientizar que o lixo é nossa responsabilidade sim! 
 Isso porque temos a ingênua postura de que o que se joga no lixo não é mais problema nosso!
Aí está a equipe da Biblioteca, em atividade de arte-reciclagem.
 Ação elaborada pela gerente Rosa Dalva.
 
Artesanato confeccionado para ornamentação na biblioteca.
Reciclar é o meio mais fácil de continuar sobrevivendo 
livre dos lixos do mundo.
"É preciso também reciclar a rotina 
para que não sejamos engolidos pelo mecanismo do habitual."
Rosicleide David
"Reciclar constantemente informações para transformá-las em novos conhecimentos 
é um princípio elementar."
Carlos Roberto Sabbi

A moçada atual da Biblioteca é:
  • Rosa Dalva
  • José Clementino
  • Marcelo Pinho
  • Nelsiana Teixeira
  • Manoel das Graças
  • Maycon Tosh
  • Aline Pinheiro
  • João Batista
  • José Denilson
  • Kylza Sena
  • Rogério Castelo

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Maycon Tosh (Perdido sem ela)

Faz parte do CD "Religião", lançado recentemente em Macapá e disponível na Banca do Dorimar, Banca do Ceará e Tok Discos. A obra mostra o rock e romantismo, sem esquecer os temas sociais,  com a identidade de Maycon Tosh. 
Vídeo gravado no programa "Câmera Livre", do jornalista Luiz Trindade, na BAND-AP (Março/2012).

 
PERDIDO SEM ELA
(Maycon Tosh)

Eu no mundo tão perdido 
E deseperado pra te encontrar 
Você apareceu do nada, 
Deusa maia, uma mulher com poder 
Em tudo me mudar 
Como descrevê-la com palavras? 
Sua pele clara, como a lua cheia prateada, 
Um jeito tão meigo 
Um temperamento forte 
Você está perto dos meus olhos, 
Do meu coração, mas distante 
De minhas mãos 
Ela é um sonho para mim, 
Ela é tudo para mim 
Eu me sinto perdido 
Sem ela

São Camilo: um marco na história do Amapá (Parte1)

Texto de PEDRO DE PAULA RODRIGUES  
publicado no jornal DIÁRIO DO AMAPÁ, de 21/06/2005.
Fachada do Hospital São Camilo: obra filantrópica do italiano 
que se apaixonou por Macapá e sua gente. (Foto: Samuel Silva/2005)
 São Camilo: um marco na história do Amapá
Legado de Marcello Cândia

Concebido e construído pelo Dr. Marcello Cândia - um leigo italiano com profundas ligações com a Igreja Católica, o hospital teve sua construção iniciada no dia 26/01/1960, com a colocação da primeira pedra da obra, em terreno comprado de terceiros por Marcello Cândia, localizado na antiga Rua Rio de Janeiro (atualmente Rua Dr. Marcelo Cândia), entre as avenidas FAB e Almirante Barroso, no bairro Santa Rita, até então um local ermo, inóspito e tomado por mato e lixo, cujas ruas ainda eram tímidas e mal traçadas e sem qualquer camada asfáltica.
O arquiteto do Hospital São Camilo foi Fúlvio Giuliano, um jovem voluntário da Igreja católica apadrinhado por Marcelo Cândia, que jamais recebeu qualquer tipo de pagamento durante a construção do São Camilo: chefiou a equipe de operários durante toda a obra, consumindo os inseparáveis charutos e pagando do próprio bolso doses de bebidas aos pedreiros em dia de sábado, conforme depoimentos de pessoas que acompanharam a construção do hospital, como o Padre José Busato, que revela: "Quando decidiu ser Padre, o Dr. Cândia financiou todos os estudos de Fúlvio Giuliano, em Belo Horizonte, e, uma vez ordenado, transformou o Dr. Cândia em seu padrinho de Missa."
Na época, Macapá ainda não produzia materiais de construção, fato que encarecia  e até mesmo inviabilizava as obras realizadas no ex-Território, tanto que até então apenas dois prédios de médio porte haviam sido construídos na capital: o Colégio Amapaense e o Pensionato, localizados, respectivamente, na Av. Iracema Carvão Nunes (em frente à Praça da Bandeira) e na Av. Mendonça Furtado (nos fiundos da antiga Igreja da Matriz, posteriormente Igreja São José). Durante a construção do Hospital São Camilo, cinco anos depois da explosão de sua fábrica, em Milão (Fábrica Italiana de Ácido Carbônico), depois de sua participação na II Guerra Mundial, mais exatamente no período de 1941 a 1943, e após fundar a Escola de Medicina para missionários, na Itália, (em 1950), Marcello Cândia foi deixando de lado a vida de industrial e se dedicando aos pobres, principalmente do Amapá e do Pará, concentrando suas obras sociais em marituba, com a construção da Colônia de Marituba - que passou a cuidar dos hansenianos, e na construção do Hospital São Camilo, tanto que na Itália passou a ser apelidado de "Doutor Macapá".
   
  Imagens retiradas do livro "MARCELLO dei lebbrosi" de Piero Gheddo.

"Você não pode compartilhar o Pão do Céu, se você não compartilhar o pão da terra".  
Escrito na parede de sua casa (Fonte: centrocandia.it)

"Eu não sou nada. Eu sou apenas um humilde instrumento da Providência
Frase de Cândia (Fonte: culturacattolica.it)

Um pouco da história do hospital

A construção do hospital São Camilo teve a duração quase de dez anos. Nesse período, Marcello Cândia se revezava entre Macapá, Marituba e Milão, cidade italiana onde passou grande parte da vida, depois do seu nascimento em Pórtici, então um vilarejo de Nápoles, terceiro filho de um rico casal de industriais, Camilo Cândia e Luísa Mussato.
O "Doutor Macapá" fixou-se definitivamente na então capital do ex-Território em junho de 1965, logo depois que foi homenageado, no Vaticano, com o título de "Missionário".
A inauguração do Hospital São Camilo - então o maior e mais bem equipado hospital privado do norte do País - foi bastante concorrida, com a presença do governador, General Ivanhoé Gonçalves Martins, acompanhado de todo o seu Secretariado (incluindo o prefeito João de Oliveira Cortes, que na época era nomeado pelo governador), do deputado federal Janary Gentil Nunes, do Juiz de Direito da então Vara Única do Território do Amapá, Dr. José Clemenceau Pedrosa Maia, e até mesmo do então presidente do Amapá Clube - que era uma espécie de coqueluche da época.
Também compareceram, à inauguração do Hospital Escola São Camilo e São Luiz, o bispo prelado de Macapá, Dom Aristides Piróvano, amigo pessoal do Dr. Marcelo Cândia desde o ano de 1952. Dom aristides morreu na Itália, em 03/02/1997.
Fim da "Era Cândia" - Em 08/07/1980, o Papa João Paulo II visita a Colônia de marituba, faz um pronunciamento histórico aos hansenianos do mundo e beija na testa o Dr. Marcelo Cândia, em agradecimento ao que chamou de "exemplares e pioneiros serviços religiosos, sociais e de caridade prestados à população da Amazônia", sendo agraciado, em 1982, com o "Prêmio Feltrinelli" e, no ano seguinte, no dia 12/02, foi-lhe outorgado em cerimônia presidida pelo próprio prefeito, no teatro "La Scala" com a Medalha de Honra ao Mérito da cidade de Milão, mesmo ano em que escreveu, em co-autoria com o Padre Mário Gerlim, o livro "Onde estão os nossos irmãos hansenianos?". O livro tinha o objetivo confessado de sensibilizar os brasileiros no sentido de fortalecerem a causa em defesa dos hansenianos.
Depois de tantas homenagens e do lançamento do livro - considerado como uma espécie de despedida - o "Doutor Macapá" morreu no dia 31/08/1983, após permanecer internado durante um mês numa Clínica de Pavia, na Itália, onde recusou tomar qualquer tipo de medicamento ao tomar conecimento que era doente terminal (câncer no fígado), aos 67 anos de idade.
No leito de morte chegou ao Dr. marcelo Cândia a notícia da aprovação oficial da "Fundação Dr. Marcello Cândia", que até os dias atuais ajuda milhares de famílias pobres em todo o mundo, inclusive em Macapá. Logo depois da morte, quando seu corpo recebia a visita de milhares de amigos, na cidade de Milão, chegou do vaticano a nomeação oficial da escolha do "Doutor macapá" como "Conselheiro Pontifício para o Sínodo dos Bispos", indicação do próprio Papa João Paulo II. Conforme muito bem descreve o Padre José Busato, em sua obra "Dr Marcello Cândia - um santo entre nós", editado pela Fundação Padre PIO, 2003, página 13: "Esta comunicação deve tê-la recebido de São pedro...".
O construtor e fundador do Hospital São Camilo e São Luiz foi declarado pelo Papa João Paulo II, "Servo de Deus" e "Empresário dos Pobres", porque deixou de ser rico para aliviar o sofrimento da fome em todo o mundo, abraçando a causa de Madre Teresa de Calcutá, de quem era amigo pessoal.
Canonização - Dois anos  depois de sua morte, em dezembro de 1985, a Editora "De Agostini", da Itália, publicou a biografia de Marcello Cândia, escrita pelo jornalista missionário Padre Piero Gheddo, que, a pedido da família e da Fundação Dr. Marcello Cândia, foram publicados 45 mil exemplares em cinco edições. A biografia, retratada pela obra, teve repercussão pelo mundo e foram feitos pedidos de canonização.
O ápice do pedido de canonização ocorreu pós celebração da missa do 4º aniversário de morte (31/08/1987), quando amigos de Cândia pediram que alguém se interessasse pela Beatificação, levando a Fundação Dr. Marcello Cândia (em 11/11/1987) a pedir oficialmente a abertura do Processo. O Vaticano iniciou o processo de beatificação em 12/01/1991.

Fonte: Exceto as frases e ilustração GIF, o texto foi publicado
 no Jornal DIÁRIO DO AMAPÁ, de 21/06/2005.

Acredito que toda pessoa do bem deve ser uma inspiração, pois o homem nasceu para fazer isso... é nato se Deus está verdadeiramente entronizado em nosso coração. Só não sou favorável a ver o bem nas pessoas como uma coisa para canonizar, isso é coisa dos homens. O bem deve ser nato e vivê-lo é uma qualidade que Deus quer inspirar em todos nós. Basta olhar e viver com ele.
 
  Material pesquisado na Biblioteca SESC-Centro
em Macapá.


A quem interessar, são fontes de consulta:
porta-retrato-ap.blogspot.com.br