As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Conhecendo o Rainbow Warrior III (Parte 2)

Dia 27/04/2012 meu amigo Gregor Samsa teve a grata satisfação de conhecer o famigerado navio Rainbow Warrior, do Greenpeace. Este é mais um material resgatado da visita. Um lembrete sobre a importante campanha que a ONG vem batalhando para atingir os objetivos: A campanha DESMATAMENTO ZERO. Por onde o navio passa os ativistas difundem essa idéia e tá rolando na NET uma coleta de petições para quem quiser apoiar. Para ter representatividade é preciso reunir 1,4 milhão de assinaturas. A campanha é contra dispositivos do Novo Código Ambiental Brasileiro

Se quiser participar acesse www.ligadasflorestas.org.br

"O ritmo do desmatamento caiu, mas não parou: nos últimos três anos, mais de 20 mil km² de floresta (uma área equivalente a 2,8 milhões de campos de futebol) foram destruídos. O gado, a soja, a exploração de madeira, a mineração, além de grandes obras de infraestrutura, figuram como as principais causas. O Novo Código Florestal Brasileiro reduz a proteção e permite que mais floresta seja desmatada." (Fonte: Folheto do Greenpeace) 
 
“Desmantamento” - Desenho de Jarbas Domingos de Lira Junior, publicado no jornal Diário de Pernambuco em 2007. (Fonte: 2011-clubeleitura-9b-g2.blogspot.com.br)

"Marketing Ecológico" (Fonte: novacharges.wordpress.com)

Fonte: npianegonda.wordpress.com

Ah! Essas ilustrações são a pedido de minha sobrinha e, também, acredito naquela frase que diz "uma imagem fala mais que mil palavras".
Aproveito também para divulgar a Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. O acervo tem algumas publicações voltadas ao assunto "Desmatamento no Amapá". Disponíveis para consultas a quem interessar.
"Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado do Amapá: Contexto e Ações (PPCDAP)" - Publicação do GEA/SEMA, 126 pág, 2010. Pretende integrar instrumentos de monitoramento e controle com incentivos positivos a práticas sustentáveis, medidas de ordenamento fundiário e combater o desmatamento no estado. Apresenta capítulos  sobre: contextualização do Estado (população, economia, aspectos físicos, bióticos, etc); áreas protegidas; situação fundiária; gestão florestal, monitoramento e controle, bem como a proposta de uma estratégia para a prevenção e o controle de queimadas e incêndios florestais.
"Relatório Técnico de Desmatamento no Estado do Amapá referente ao período de 2009 a 2010"   
Este estudo corresponde ao relatório estimativo bianual 2009/2010 que aborda o incremento do desmatamento no Estado do Amapá, elaborado pela Coordenadoria de Geoprocessamento e Tecnologia da Informação Ambiental (CGTIA) da SEMA-AP através da análise de imagens ópticas de satélite. Estão disponíveis também os Relátórios Bianuais 2005-2006 e 2007-2008.
Falando novamente do Rainbow Warrior, temática deste post, o Fantástico exibiu em 20/05/2012 uma reportagem sobre a passagem da embarcação pelo Amapá e mais algumas de suas particularidades. Veja aí:
Alguns pontos abordados no vídeo:
- O navio passou pelo Bailique (arquipélago amapaense, Distrito do Município de Macapá, com cerca de 10 mil pessoas e ainda uma área bem conservada).
-  São mostradas algumas dificuldades das comunidades como: a eletricidade (apenas 12 horas por dia), ausência de internet e celular.
 
- O navio do Greenpeace chegou na Amazônia um ano depois de ter ficado pronto, foi construído sob medida e as imagens que registra podem ser mandadas na hora para a internet.
  
-  No momento da reportagem eram 16 tripulantes de 14 nacionalidades (um brasileiro).
 
- O lixo produzido é recolhido e reciclado, tem até um freezer onde se guarda o material orgânico (posteriormente é descartado).
 
- O navio tem também uma máquina que transforma água do mar em água potável (280 litros por hora) e outra que faz o tratamento de esgoto.
 
- Na maior parte do tempo a embarcação navega carregada pelo vento.
- No vídeo, uma interceptação a um navio com carregamento de ferro gusa no Maranhão (que seria proveniente do uso de madeira ilegal).
 
- O navio está descendo a costa brasileira e chega no Rio de Janeiro em Junho/2012 para participar da Rio+20 (Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável) e vai mostrar histórias dessa aventura ambiental para o mundo todo.
Nesta reportagem o Fantástico deveria ter citado a Campanha Desmatamento Zero, que é amplamente divulgada pela ONG onde passa, contra o Novo Código Ambiental Brasileiro.
Rainbow Warrior na Amazônia (Foto: Greenpeace)
Veja também o LINK:
 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ: O Congós (Parte 1 - Fala Comunidade / 2012)

Vídeo exibido no "Programa Amazônia  TV", da TV-AP, entre os dias 07 a 10/03/2012. Material importante sobre a história dos bairros e da cidade de Macapá.
Fala Comunidade (TV-AP - Março/2012)
Reportagem: Marco Antônio Brito / Gilberto Pimentel
Imagens: Ozânio Lopes / Inival Silva
Veja o vídeo NESTE LINK
Os pontos marcantes no vídeo são:

Programa de 07/03/2012: Um pouco de história

- Está situado na Zona Sul da capital.

- O bairro foi criado na década de 1990, depois de ter parte da área invadida.

- Apesar de ser cercado por áreas de ressacas (ocupadas irregularmente), o bairro tem boa infraestrutura: com escolas, posto de saúde, arena poliesportiva, CIOSP (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública) e partes das avenidas asfaltadas.

- O Congós se confunde com o bairro Novo Buritizal, dada a proximidade, mas no mapa da cidade é na Av. Saúde Pimentel que começa o bairro, indo até a 24ª Avenida.

- Segundo dados do IBGE (Censo 2010) é o quinto bairro mais populoso de Macapá, com mais de 18 mil moradores.

- O nome "Congós" faz referência ao antigo dono do lugar, Benedito Lino do Carmo, conhecido popularmente como "Seu Congó".

- Descendente de escravos, Seu Congó morou por muito tempo no bairro, onde vivia da agricultura e criação de gado. Elísia Congó (neta legítima) revela um pouco desta história: "O nome do bairro era Araçás e fazia divisa com a Fazendinha, aquela área todinha era do vô Congó e ele cedia para as pessoas fazerem roça... e tinha a criação de gado".

- Quem também chegou no bairro para morar com a família foi Dona Marizete Santos. Ela lembra como eram as coisas, antes das mudanças feitas, e vem acompanhando há 29 anos: "Era só mato e só tinham duas casas. Aqui tinha a fazenda do Seu Alípio e a do Seu Moraes. Tinha muita roça de mandioca, mucajazeiro e o campo, somente isso. Foram tendo as invasões, criando caminhos e assim a direção das ruas."

- Nadison Siqueira há 15 anos reside no bairro e recorda das dificuldades de antes e apela para que os trabalhos de melhorias continuem: "Tinha muita dificuldade. Ônibus não entrava... Eram poucas avenidas com asfalto. Hoje o bairro mudou muito, a maioria das avenidas já está asfaltada e faltam ainda coisas para o Poder Público concluir no nosso bairro".

Mapa: SEMA 2004
Programa de 08/03/2012: Principais dificuldadess

- "Muita gente vive em área de ressaca e todos os dias precisa andar pelas frágeis passarelas de madeira, e esse não é o único problema do bairro, há também a violência, que atinge principalmente a população jovem." (Seles Nafes - Jornalista do Amazônia TV)
  
- Na sede da Associação do Bairro, os moradores se reúnem para falar dos problemas que são muitos, mesmo com as mudanças já ocorridas em parte da infraestrutura do bairro. Com a ocupação das áreas de ressacas existentes no bairro um dos maiores problemas enfrentados são as passarelas. A maioria está danificada e precisando de reformas. Caminhar pelas pontes se tornou perigo constante.
  
- Para retirar parte das pessoas que moram nesta áreas o Governo do Estado (GEA) em parceria com o Governo Federal está construindo um conjunto habitacional para atender 392 famílias. 
  
- "Já fiz um abaixo assinado... só fazem prometer e a situação aqui é muito precária... crianças já caíram pelos buracos" (Relato de Aristeu dos Santos, morador e cadeirante, sobre a obra não concluída e as passarelas quebradas). A dificuldade é um perigo constante para quem caminha pelas pontes.
   
- "... O Bairro do Congós é cercado por passarelas e quase 40% da população mora na área de ressaca e, como há muito tempo não houve reforma nestas passarelas, os moradores têm dificuldades de se deslocar para seus trabalhos, escola e tem dificuldades também para idosos e cadeirantes. Falta completar também o asfaltamento, o que tem gerado entulhos e dificultado o trânsito de bicicletas, carros e do próprio pedestre. A segurança pública é outra dificuldade... temos a base construída, mas a polícia não ocupa esta base" (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós) 
 
- Apesar das dificuldades o bairro abriga um importante trabalho social desenvolvido com jovens. "Eu não tinha dinheiro e resolvi fazer atrás da minha casa, daí começei a resgatar os garotos da rua e botar para treinar. Aí o negócio foi dando certo e até hoje taí o trabalho. Eu me sinto muito feliz porque trabalhando com essas crianças dou oportunidades que muita gente não dá. Aqui falamos de disciplina... eles têm que entrar no padrão de disciplina e treinamento também" (Relato de Nelson dos Anjos, que mantem uma academia de boxe para tirar jovens da situação de risco social). 
  
-  O Bairro Congós tem suas dificuldades, peculiaridades e sua história. Histórias de gente simples, humildes, trabalhadoras... alimentando a esperança de dias melhores.
 Passarelas em ressaca no Congós (Foto: SEMA)
 Problemática: Áreas de ressaca antropizadas (Foto: SEMA)
Problemática: Passarelas precárias.
Problemática: Parte das ruas sem asfaltamento e violência são realidades presentes.
O Clube de Boxe Nelson dos Anjos realiza um importante trabalho social no bairro. Foi idealizado por um ex-boxeador (tetra-campeão brasileiro), vigilante noturno e empenhado neste projeto durante o dia. O programa "Esporte Espetacular" da Rede Globo exibiu uma reportagem sobre este assunto em 2007.
 Chamada da reportagem.
"O projeto social Formando Campeões surgiu da idéia de um ex-boxeador tetra campeão brasileiro, interessado e preocupado com os aspectos sociais do Estado do Amapá, mais precisamente com o alto índice de violência envolvendo crianças e adolescentes que, por terem famílias desestruturadas, adotaram a rua como lar. O projeto visa dar uma nova oportunidade a esses meninos e meninas através do boxe, lá esses garotos aprendem disciplina, respeito mútuo e a importância dos estudos, fazendo refeições diárias. O boxe requer muita técnica, determinacão, disciplina e reflexão. Valores nescessários para todas as atitudes tomadas ao longo de nossas vidas."
Fotos e Informação do acadboxe.blogspot.com.br
Programa de 10/03/2012: Recapitulação

- "O programa mostrou a fragilidade com as péssimas condições das passarelas na região. Autoridades prometeram a doação de madeira e recuperação." (Tatiana Guedes - Jornalista apresentadora do Amazônia TV)

-  Durante dois dias foram apresentados as condições do bairro e os principais problemas. O Governo do Estado (GEA) e Prefeitura de Macapá (PMM), diante das câmeras, assumiram o compromisso de trabalhar para recuperar 16 km de passarelas. Assim se posicionaram Joel Banha (Secretário da Infraestrutura/AP) e Carlos Aragão (Secretário de Obras de Macapá).

- Frente a dificuldade para encontrar madeira legalizada para recuperação das pontes, o presidente do IMAP (Maurício Souza) garantiu a doação de madeira apreendida pelo orgão para a Secretaria de Infraestrutura (para que o serviço possa se realizar). 

- A solução definitiva para os moradores de áreas de ressaca está nos projetos habitacionais. O secretário Joel Banha informou que, apesar do atraso, o cronograma do Conjunto Habitacional do Congós não foi comprometido. "... No final do ano as primeiras unidades começam a ser entregues." (Relato de Joel Banha). 

- Os moradores, por meio de cartazes e faixas, também pediram:
     * Melhorias nas ruas e avenidas, que precisam ser asfaltadas;
     * Águas tratada;
     * Reforma da arena esportiva. 

- "...Depende do Poder Público Municipal e Estadual gerar os recursos que vão agilizar tudo aquilo que foi reivindicado." (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós)

Reivindicação dos moradores durante o encontro com 
as autoridades do Poder Público (GEA e PMM).
Conjunto habitacional em construção no bairro.

Este foi o Fala Comunidade, apresentando o Bairro do Congós, em Macapá.

Para mais informações sobre os bairros, visite nossas Bibliotecas em Macapá. Lá você encontra uma parte chamada HEMEROTECA, que se constitui numa coleção de recortes de jornais. Páginas que vão contando um pouco da história de nossa cidade e estado.

 Você pode encontrá-las na (Click nos Links):
Seja também um dos colaboradores da construção de arquivo histórico na cidade. Você pode encaminhar o fruto de suas pesquisas e trabalhos (escolares ou acadêmicos) ao acervo das bibliotecas... se quiser.
  
Até uma próxima!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Eu e a Rainha do Vale: De Menino a Rapazinho" (Romualdo Rodrigues Palhano)

LEITURA SUGERIDA.
Romualdo Palhano, professor da UNIFAP, apresentou no dia 03/05/2012 mais um de seus livros para a comunidade amapaense: "Eu e a Rainha do Vale: De Menino a Rapazinho". A obra enfoca suas aventuras de adolescente na cidade de Itabaiana (conhecida como Rainha do Vale e berço de filhos ilustres como o poeta popular Zé da Luz e o compositor Sivuca) durante a década de 1970. Mais que um livro de memórias, mostra a vida e rotina urbana na ótica de um menino,  descrevendo a cultura,  as impressões e inspirações que causaram na sua formação. É a história do menino que veio do Rio Grande do Norte (Nova Cruz) para viver sua infância e adolescência em Itabaiana. Ativista cultural hoje.

"São experiências que você não esquece 
e que contribuem para tua formação... Essas experiências eu conto aqui." 
(Romualdo Palhano)
"...A minha relação direta e intrínseca com a rainha do vale do Paraíba transformou-se num longo romance que teve início em setembro de 1969 quando cheguei e terminou com minha saída definitiva em setembro de 1981 para João Pessoa, capital do Estado, para assumir o cargo de escriturário na Transportadora Dom Vital... Portanto, foi uma profunda relação de 12 anos entre eu e a rainha do vale; entre eu e a cidade de Itabaiana na Paraíba."

(Trecho do livro de Romualdo Palhano - "Eu e a Rainha do Vale")
"Deleite é para quem sabe ler as entrelinhas e curtir a emoção de retornar às próprias lembranças. O que vem a ser impressões, da infância e adolescência, se transformam em verdadeiras dilacerações das cortinas que encobrem o registro da alma juvenil." (Sânzia Fernandes - Prefácio da obra) 

   O lançamento, em Macapá, ocorreu no Auditório da Biblioteca da UNIFAP.
 
"É uma espécie de romance autobiografado... O que eu faço nessa obra? Eu discuto a sociedade da época... eu trago uma sociedade que não é mais como a de hoje..." 
(Romualdo Palhano)

Frase em referência a forma velada, mascarada e repressora da educação entre as famílias e escolas nos idos passados.
A obra mostra também partes de profunda reflexão e descrição poética, como a narrativa a seguir:    
O trabalho do meu pai

...Meu pai era ferroviário e exercia a função de serralheiro, o que quer dizer mecânico. Desenvolvia suas atividades profissionais na "Oficina" de trens de Itabaiana...
Certa vez perguntei a meu pai: - Pai, como o senhor consegue consertar uma máquina tão grande? Ele respondeu: - Meu filho a máquina é muito grande, mas é feita de coisas pequenas como parafusos, arruelas, entre outras coisas pequeninas. Por exemplo, a máquina preta possui um recipiente na frente das rodas dianteiras cheio de areia, ela tem um dispositivo que quando o maquinista puxa, a areia cai sobre os trilhos para não derrapar numa subida. Isso é uma parte da máquina, algo pequeno, mas que é parte de um todo. Fiquei encantado com a resposta que ele me deu e passei a discernir melhor a parte do todo; passei a perceber melhor o sentido da vida...

(Trecho do livro de Romualdo Palhano - "Eu e a Rainha do Vale")

O professor tem quinze livros publicados e está em vias de lançamento de outros tantos em igual número. Este é Romualdo Palhano, visionário e semeador das artes.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

MUNICÍPIOS DO AMAPÁ - Bandeiras (Parte 1)

São 16 os municípios amapaenses. Estou tentanto reunir as bandeiras, alvo de pesquisas frequentes nas bibliotecas em Macapá. Algumas eu nunca vi, nem a maioria dos amapaenses. Por enquanto são essas as que identifiquei.

Bandeira de Macapá.
 Bandeira de Laranjal do Jari.
 Bandeira de Vitória do Jari.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Implementação da Educação Ambiental na APA da Fazendinha

"O princípio da educação é pregar com o exemplo."
 (Anne Turgot)

Este é um agradecimento à professora Célia Favacho, que disponibilizou ao acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá uma cópia da pesquisa "Implementação da Educação Ambiental na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha", da qual é uma das autoras.

Fonte: GEA/SEMA/DUC (2007).Vista de Satélite da área que compreende a APA.
Mapa extraído do trabalho.
A APA de Fazendinha foi criada pela Lei Estadual-AP Nº 0873 de 31/12/2004, situa-se no município de Macapá e tem o objetivo de conciliar a permanência da população local com a proteção ambiental, através do uso racional dos recursos naturais e da busca de alternativas econômicas sustentáveis para a comunidade residente.
O Presente trabalho tem por objetivo a Implementação da Educação Ambiental visando à valorização do ambiente natural da APA da Fazendinha, por meio de pesquisa científica, desenvolvendo o uso de técnicas e métodos com ações de educação ambiental para priorizar a manutenção e preservação dos recursos naturais existentes na localidade. Além disso, essa pesquisa pretende, também, subsidiar futuramente projetos de ecoturismo e sustentabilidade nessa comunidade, tendo como pressuposto teórico a relação de gênero e meio ambiente implicados para o planejamento da atividade de ecoturismo.


O projeto foi organizado em quatro capítulos:
1. CONTEXTO HISTÓRICO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA APA DA FAZENDINHA
3. PESQUISA DO PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAL DA APA
4. PROPOSTAS DE AÇÕES AMBIENTAIS NA APA DA FAZENDINHA

Descrição: Projeto Técnico Científico apresentado ao Instituto de Ensino Superior do Amapá (IESAP), como pré-requisitos de avaliação final para a obtenção do Grau de Bacharelado em Turismo, sob a orientação da Prof. Esp. Arlena Ferreira. 
Autores: ALCINETE SARAIVA DOS SANTOS / CÉLIA FAVACHO DAS CHAGAS / GEYSE MARIA SOUZA DUARTE
Ano: 2010
 
"O mundo não poderá tomar um novo caminho se não conseguir 
uma união íntima da técnica e da moral."
(Theodor Plievie)

 A pesquisa está disponível para consultas 
no acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Biblioteca da Fortaleza de São José de Macapá

A Fortaleza de São José de Macapá é o maior monumento de grandiosidade arquitetônica e histórica que marca uma fase importante da ação portuguesa na Amazônia, sendo elevada à categoria de patrimônio nacional em 1950.
Foto: Rogério Castelo
No interior da fortaleza tudo se organiza em torno da praça principal. Ao redor dela estão dispostas a capela, celas, casas militares e, nos extremos, as torres de vigia.
 

Em um destes prédios, ao lado da capela da fortificação, encontramos a 
 Biblioteca da Fortaleza de São José de Macapá
Mais um centro de pesquisas na cidade
à disposição da comunidade para visitação e consultas.
O acervo não é grande mas encontramos boas referências sobre 
história, folclore e cultura indígena.
"Quanto mais conhecemos, mais amamos." 
(Leonardo da Vinci)
Esses livros não conhecia: Personagens Ilustres do Amapá.
 Certamente, um resgate de personalidades na história amapaense.
Mais livros, os protagonistas de minhas pesquisas, no momento de fama - a busca pela leitura. É tão triste ver muita coisa longe da busca pelo conhecimento. Vejo-os, às vezes, como alguém que quer dizer algo importante, mas sem ter quem o escute. Não conheces alguém assim? Livros desse jeito têm aos montes. Quem sabe aí do seu lado. Aff! Viajei demais!!
 "Pense como uma pessoa de ação e aja como uma pessoa que pensa."
(Henri Louis Bergson)
 
 
Sou um garimpeiro entre as estantes obscuras.
Descobridor de cavernas de Ali Babá.
"A curiosidade é mais importante do que o conhecimento."
(Albert Einstein)
"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. 
A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes."
(Cora Coralina)

 BEM-VINDOS!!!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Histórias da Vó Nikita - O Poço Fundo (Um conto da Cobra Norato)

Em um grandioso rio, neste mundaréu que é a Amazônia, existia um recanto famoso por suas lendas e mistérios. Lugar de encantos, marcado por uma história conhecida e comprovada na mais ferrenha convicção por todos que ali transitavam... nas noites de lua cheia.
Trata-se do rio Jacaré Grande. Trata-se do imaginário popular, lá para as bandas de Breves. Trata-se de mais uma das histórias de Vó Nikita. 
Nikita (1986) Monte Dourado - PA
Ah, minha avó! Jamais posso eu esquecer de suas narrativas e do quanto me despertaram para a leitura. Histórias do pensamento  ribeirinho de outrora, meus antepassados, que ainda tem a força mística de produzir encantos. Acreditem! Através destas histórias neste blog, minha avó Ana reencontrou uma neta afastada e sem contatos há 20 anos. Faces que o destino nos mostra... pudessem ser sempre felizes. Bem-vinda Ana Caroline! Bem-vinda ao lar de sua avó Ana Castelo! A coluna mais antiga desta família, mulher perseguidora de sonhos e testemunha dos fatos que conta em suas Histórias da Nikita.

Era uma casa tão alegre! A festa corria solta da manhã até o raiar de um novo dia. Como sempre acontecia, os caboclos vinham de todas as paragens para a festança, capazes de remar horas seguidas em suas montarias para não perder a animação. Tempo de namoros - em uma destas formou-se o casal Nikita e Branco Velho, meus avós maternos - tempo de danças, fofocas, reaver os amigos e sair da rotina diária na vida ribeirinha. Esta era a festividade em um barracão, avançado na curva do rio e preparado para receber umas 100 pessoas. Festa que os ilustres anfitriões faziam sempre, já famosas, no surgimento de cada novo ano, chamando os parentes e amigos. Isso meus amigos era nos anos de 1930 em uma Amazônia encantada de histórias e superstições. Minha avó assim o disse. 
Em um destes dias, quando o pau torava e a caboclada dançava fervorosamente ao som do pistão, um ilustre visitante chega no local. Terno branco, chapéu de palha no melhor estilo, bem alinhado, com uma elegância e trejeitos que logo chamou a atenção das moças, sempre em buscas de bons partidos. Este com certeza era um... pensamento em cada mocinha solteira, admiradas do rapaz, que se revelou o melhor pé-de-valsa naquele local.
Nada de Uiara, nada de boto. O rapaz era conhecido por muitos naqueles cantos, apesar de conservar sempre um quê de mistério. Vez por outra sumia e reaparecia, contava histórias de andanças neste mundo e nada se conhecia de seus familiares. Seu surgimento causava uma ciumeira entre os caboclos, que não eram páreos aos seus galanteios com as moças, a esta altura animadas e desejosas de uma dança. Todas logo vinham engrossar as fileiras de admiradoras em uma saudação de suspiros unânimes: 
- Como vai Norato?
 
Cobra Norato (Ilustração do educacao.uol.com.br)
Solte a imaginação!! Deixo para você a interpretação da imagem!

O jovem, sempre cordial, era todo atenção às moças. Dançou com tantas quanto solicitado, tornando-se o protagonista maior no salão daquele famigerado barracão às margens do Jacaré Grande. Conversa vai e conversa vem, logo anoiteceu, mostrando o resplendor de uma belíssima lua cheia. 
Foi então que Norato mais uma vez deu pinta de seus ares misteriosos. Coisas de rapaz esquisito... no melhor da festa, quando os ponteiros do relógio caminhavam para a meia-noite, cismou de querer ir embora. Ora por que? Se lá fora há só o breu da noite e as horas vem anunciando um novo ano a despontar! O desejo de confraternização e amizade era mais forte do que nunca em cada coração, não só renovados na esperança, como também necessitados de exteriorizar, indistintamente, os melhores sentimentos em efusivos abraços. Principalmente entre as moças, eternamente sonhadoras, onde Norato era o alvo de seus desejos. Assim, não poderia - nem deixariam - de forma alguma sair do local, neste dia de lembranças únicas...  e impossivelmente críveis... como então se verá.


Brilha lua! Mostra tua beleza... cheia de graça, de luz e de encantos. Lua cheia é senhora da noite, farol nas matas distantes e inspiração aos corações... Não no de Norato. Triste e sozinho, vagando na noite encantada como a cobra maior do rio, revelada pelo pálido brilho de toda lua cheia. Vaga solitário, se escondendo de tudo e fugindo de todos, ocultando sua triste sina de encantado. Serpenteia nos rios e matas desabitadas o horror de um monstro lendário, descortinado e pujante em todo período da lua cheia, desde a meia-noite do primeiro dia.

Foto: Octavio Campos Salles
Fonte: cativagoogle.blogspot.com.br
Dizem que vive por aí, está no rio, está na mata. O caboclo ribeirinho o teme e qualquer banzeiro mais forte traz a lembrança de sua temida proximidade. 
Testemunhas oculares da cobra gigante quase não há, só as histórias  e a certeza de sua presença. Histórias como a do Poço Fundo, local desabitado há mais de 80 anos e com uma superstição viva no coração dos que transitam por ali. Nas noites de lua cheia, quem se aventura em passar perto, jura que ouve, com a atenção sedenta para as lendas, uma música de pistão soando na noite, seguida de murmúrios, canto do galo, latido, miado e um vozerio sem causa aparente... Parece uma festa!
 
  
Não podendo conter sua ânsia e impossibilidade de retirar-se, Norato vê a meia-noite aproximar-se como o pesadelo de seu destino. Falta pouco, seu corpo é tomado de uma febre repentina e suor crescente. Já não encara ninguém, sua face parece doentia, pálida e descamativa. Há um jeito de ocultar-se? Com as forças humanas que lhe restam pede a um dos anfitriões um local onde possa descansar um pouco, informa suspeitar de malária e é encaminhado para um dos quartos. Pede momento a sós, não quer ser procurado e nem assistido, alguns minutos de repouso são o bastante para recuperar suas forças.  Agradece e tranca a porta.  Em sua mente a oportunidade criada para sair do local pela janela, enquanto os festejos do ano novo distraem a atenção de todos. É hora de partir e deixar para trás as lembranças felizes. Serão seu alento e resto de humanidade quando na capa de cobra, por toda aquela sua angustiosa semana de lua cheia. 

Suposta foto de 1932, famosa entre os criptozoologistas. Mostra um Sucuriju Gigante, que foi morto na fronteira com a Venezuela pelos guardas de fronteira brasileiros. Serão verdadeiras as dimensões? Indiscutível, porém, os relatos de encontros com animais muito maiores que os atuais. Só um lembrete de onde nascem as lendas. Nem tudo é exercício da imaginação. 
Fonte da foto: northamericanmonsters.blogspot.com
Um novo ano é saudado com o entusiasmo de velhos comprades ribeirinhos. Por alguns minutos a atenção é toda centrada na confraternização no salão. Norato não está ali, fato inesquecível no coração de uma das jovens no local, cativa da paixão pelo rapaz. Foi ver as condições do mesmo, cuja informação circulante era que estava em repouso devido um mal-estar súbito. Bateu na porta - trancada - chamou e nada de respostas. A moça, com a preocupação dispensada a quem se gosta, olhou por uma fresta nas tábuas da parede. Horror!!! Seu coração acelerou ante a visão de um sucuriju gigante, com escamas negras e brilhantes na luz do lampião. Rolos grossos como nunca vira, espalhando-se por todo o quarto e querendo projetar-se pela janela. Desespero!!! Lembrou do jovem e foi tomada pela certeza de ter sido morto por aquele monstro. Isso tudo em segundos, culminando com o mais terrível grito que todos por ali ouviram. Espalhou-se o caos frente a informação de tal cobra no local. A casa rangeu com a algazarra e a cobra, sentindo as vibrações do desespero, rompeu a parede da casa mergulhando no rio com a força e peso de uma lenda. Atrás de si arrastou tudo ao fundo, nada restou, tudo foi tragado por um redemoinho gigante. Nem tábua, nem alicerce, nem gente, nem bicho... tudo sumiu como encanto no brilho daquela lua cheia. 
 

Restou esta narração, contada e conhecida por minha avó Ana (a Nikita), de um local encantado que sumiu com tudo que tinha, como um poço fundo, ecoando a música e murmúrios de uma festa sem fim na curva de um rio, o Jacaré Grande.  Lugar  de encantos e exercício da imaginação frente ao desconhecido, predisposto a acreditar em fatos como esse, onde reinam as lendas e, da boca dos mais vividos, aprende-se A LENDA DA COBRA NORATO.

Texto de Rogério Castelo baseado nas narrativas de sua avó Ana Castelo.
Olha aí, nada de gaiatice de que tô segurando a cobra!!! 
Pra mim essa é uma cobra-fêmea, é a Maria Caninana!!!
Nunca ouviram falar? De onde vocês acham que vinha o medo de Norato, 
apresentado como um sujeito de bom coração.
Ah!! Mas isso é uma outra estória!!!