As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Moleques dos anos setenta

Foto: Acervo Histórico do Amapá
Macapá em uma visão do bairro Central. Essas imagens antigas contam muitas histórias sobre o cotidiano e transformações da cidade. Chama atenção  a cobertura vegetal de outros tempos e o trânsito com poucos veículos.
Foto: Acervo Histórico do Amapá
Taí outra imagem que não me deixa mentir, onde se vê a rua Marcelo Cândia, bairro Santa Rita, no trecho do Hospital São Camilo. Época saudosa de meus tempos de infância, onde a garotada tinha muito espaço para brincadeiras nas ruas.
Foto: Acervo Família Castelo
Olha aí minha turma da rua Hamilton Silva em 1976, na casa da Vó Ana. Esses moleques eram mais folgados naquele tempo, andando só de cueca. Eita! Nessa imagem, da esquerda para a direita, na pose: Evandro, Zé Maria (o mudo), Marcelo (na frente), Antônio, Newton (o Baleia, olhando por cima do ombro do Antonio), Val e Charles.
Foto: Acervo Família Castelo
Nessa outra, da esquerda para a direita, só modelo: o Baleia, Val e Inara (minha irmã). Agachados: Marcelo, Eri, Rogerson (meu irmão) e eu. Todos aí, parentes ou vizinhos. Velhos e bons tempos de bola, pira, rabiola, peteca, pião e outras traquinagens nas piçarrentas ruas de Macapá dos anos setenta!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

"Beiradão - Histórias e Encantos" - Jerfferson Costa

Laranjal do Jari é um dos municípios de maior crescimento no Amapá, tendo uma trajetória importante que remonta a séculos. História marcada pela ocupação inicial por indígenas waijãpi e apalai, com projeção no extrativismo de produtos florestais e fases distintas em seu desenvolvimento na região do Jari - como a do bilionário Ludwig, idealizador da instalação da fábrica de celulose e das silvivilas (Monte Dourado, Munguba, São Miguel e Planalto, no Pará) que atraíram a atenção nacional e estimularam a formação da comunidade do Beiradão no Amapá (atual Laranjal do Jari). Muita coisa para se descobrir e, para a população estudantil e interessados no assunto, estou sugerindo o livro Beiradão - Histórias e Encantos, de Jerfferson Costa Pinto. A obra foi publicada em 2014 e permite uma visualização sucinta de pontos históricos, ambientais, culturais e políticos. 

Na parte histórica, o autor resgata as fases do coronel José Júlio de Andrade, do grupo de portugueses e do empresário estadunidense Daniel Keith Ludwig. Três ciclos importantes e distintos para a formação do município de Laranjal do Jari.
Há destaque para a Revolta de Cesário (esclarecedora em sua representatividade para qualquer que nunca tenha ouvido falar) e também para a excursão dos alemães na década de trinta (que permitiu a coleta de várias informações na região do Jari, estimulou teorias conspiratórias, além de revelar a proximidade e ilusão que os governantes brasileiros tinham com os nazistas).
Sobre os pioneiros, se destacaram em minhas percepções os senhores Benedito Augusto da Gama e Nelson das Graças Fogaça. O primeiro pela história sobre a fundação do Beiradão (até então conhecia o pioneiro Salú como primeiro morador - VEJA AQUI - mas o autor apresenta o senhor Gama como o real fundador e responsável também pela escolha do nome do atual município). O outro mencionado é um dos primeiros comunicadores na região e gostei do relato por resgatar aspectos que o autor estava deixando ausentes (prostituição, violência e precariedade na infraestrutura, que atribuíram ao Beiradão o título de maior favela fluvial do mundo na mídia nacional). Aspectos tristes, que o povo de Laranjal nem gosta de lembrar, mas que estão na história da localidade e servem de parâmetros para avaliação atual.
Há outros relatos interessantes para a visualização do cotidiano da antiga comunidade. Os textos foram nostálgicos porque morei em Monte Dourado nos anos oitenta e identifiquei muita coisa relatada. Lembrei da "Burra Preta", das catraias, passarelas, comércio intenso, de festas que traziam músicos conhecidos e de outras descrições.
Não sabia que a Assembleia de Deus tinha sido a primeira igreja evangélica na localidade. E se instalando no local de pior fama, o bairro das Malvinas (e fez-se luz...).
Ainda nos pontos históricos, penso que teria sido interessante a abordagem sobre a BR-156 (que tirou a região do isolamento dando nova opção em relação ao transito fluvial intenso, marcado por um dos maiores desastres fluviais na Amazônia) e sobre a hidrelétrica de Santo Antonio (que é estimada como um fator essencial para o desenvolvimento da região e cuja ausência foi determinante no fracasso do Projeto Jari na fase Ludwig).

Laranjal do Jari

Na parte cultural a abordagem é a mais resumida do livro, mostrando as lendas do Jacaré da enchente e da Cobra Honorato e Sucuri. A região é dominada por uma natureza muito rica e representativa quanto aos castanhais. Gostaria de ter visto algo relacionado a isso.

No aspecto ambiental é ressaltado que a região tem grande parte de suas terras sob proteção, ostentando o título de município mais preservado do país. As principais unidades de conservação são apresentadas sucintamente (PARNA Tumucumaque, ESEC do Jari, RDS do Rio Iratapuru e RESEX do Rio Cajari). A região tem muito potencial ambiental.

O autor, Jerfferson Costa Pinto, é bisneto, neto e filho de castanheiro. Nascido em Monte Dourado, distrito do Município de Almeirim, Estado do Pará, localizado em frente ao que é hoje conhecido como Município de Laranjal do Jari, cresceu no bairro das Malvinas em meio as palafitas às margens do Rio Jari. Teve infância difícil como de muitos moradores do antigo Beiradão, o que despertou seu interesse de pesquisar e escrever sobre a história do lugar, as lutas e vitórias desse povo. Jerfferson Costa reúne nesta obra um apanhado de relatos de moradores tradicionais, acreditando não somente realizar um sonho, mas o registro de uma parte da história de seu povo, sua terra e seus encantos.
Obra interessante para pesquisas e descoberta da região em seus aspectos mais marcantes. Em Macapá, está disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA.

Informações do livro:
Título: Beiradão - Histórias e Encantos
Autor: Jerfferson Costa Pinto
Editora: Tarso
Ano: 2014
Páginas: 88
ISBN:978-85-914296-5-3
Tema: História de Laranjal do Jari (Amapá)

Sumário:
01) Introdução
02) Apresentação
03) Meio Ambiente
04) Economia
05) Turismo
06) Cultura
07) Mitos e Lendas
08) O interesse internacional pelas terras do Jari
09) O alemão e a Amazônia
10) Rei da castanha
11) A Revolta do Cesário
12) O Jari e os portugueses
13) O Jari e os americanos
14) O Jari e seu personagens
15) Política
16) Considerações finais

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Xapuri do Amazonas (Nazaré Pereira)


Nazaré Pereira é uma cantora natural de Xapuri, Acre, que canta os sons das regiões Norte e Nordeste. Uma de suas obras mais representativas é o LP “Amazônia”, gravado na França e lançado no Brasil em 1980. O disco tem capa premiada pela beleza e traz o sucesso “Xapuri do Amazonas”, de sua autoria, além de composições famosas de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. A música cita o rio Jari, também, porque na época cogitava-se a construção de uma usina nuclear na região. A canção mostra a vida simples do povo da Amazônia, exprimindo nostalgia e valorização da terra. 
Fonte: letras.com.br e forroemvinil.com


Dona Maria minha mãe morena,
cabocla linda lá do rio jarí
Fosse descendo pelo amazonas,
o sol brilhou pra mim no Xapuri

Lá no Xapurí, lá no Xapurí, lá no Xapurí, lá no Xapurí
Dona Maria, mãezinha morena
ainda sou tão pequena e sinto saudades.

Do balançar de rede, dos igarapés,
destas coisas lindas que não tem idade.
Dona Maria, mãezinha morena
ainda sou tão pequena e sinto saudades.

De me banhar nos rios, tomar tacacá,
beber açaí lá em Icoaracy.
Lá em Icoaracy, lá em Icoaracy,
lá em Icoaracy, lá em Icoaracy.

Terra cabocla, terra pequena, cheirando a flor,
cheirando açucena.
Igual teu cabelo, dona Maria,
minha mãe morena, ooi.

Lá do rio Jarí, lá do Xapurí,
lá de Icoaracy, lá do Xapurí.
Lá do rio Jarí, lá do Xapurí,
lá de Icoaracy, lá do Xapurí.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Revista ICOMI Notícias Nº 25 (1966)

Revista ICOMI Notícias Nº 25 - circulou em janeiro de 1966.

Reportagem em destaque:

"Uma beleza rebelde no céu do Amapá": sobre o cientista Augusto Ruschi (conhecido no mundo inteiro pelas contribuições no campo da zoologia, especialmente na ornitologia) e suas pesquisas sobre o raro beija-flor brilho-de-fogo (Topaza pella). Segundo o texto, os registros oficiais referentes ao avistamento da espécie eram de 1959, em lugares de difícil acesso na Venezuela. O cientista passou 25 dias em Serra do Navio, conseguindo coletar quatro casais e outros de espécies diferenciadas, realizou conferência ambiental com estudantes e organizou uma exposição em Vila Amazonas. Pontos importantes para a ornitologia no país.

Augusto Ruschi em encontro com estudantes.
A Sra. Oswaldo Pessoa descerrando a fita de inauguração de uma exposição de beija-flores em Vila Amazonas. Augusto Ruschi organizou essa mostra como núcleo de repovoamento para a região.
O raro e belo brilho-de-fogo (Topaza pella). Até as pesquisas de Ruschi, em Serra do Navio, o último avistamento oficial era de 1959, na Venezuela.

Em breve, mais edições!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

"A filha dos rios" - Ilko Minev

Romance ambientado na Amazônia, segunda metade do século XX, apresentando duas mulheres resolutas e fortes diante de adversidades rotineiras. Aborda pontos históricos, como o garimpo e seringais, despertando encanto e curiosidade nas descrições da natureza e sociedade, de forma idílica e em seus dramas peculiares.
A obra inicia com a história de Maria, em uma sucessão de eventos fortemente arraigados na cultura ribeirinha. É a parte que mais gostei, mostrando a protagonista da adolescência à maturidade forçada, como pilar em sua família. O ambiente é retratado de forma rústica, isolada e decadente em alguns momentos, principalmente em relação ao resgate seringalista, onde se desenrolam os episódios mais dramáticos na vida da bela cabocla de olhos verdes.
Na segunda parte o autor apresenta Sandra, que tem história ligada a antepassados judaicos e com muitas revelações quanto a trajetória pessoal e de seu povo. O autor fala de eventos ocorridos na Europa que são desconhecidos do grande público, como a organização Zwi Migdal, máfia que atuou no tráfico de mulheres e teve ação na Amazônia. Nessa parte os eventos giram em torno do garimpo e sua efervescência típica ligada a bordéis e pirataria. O garimpo enfatizado está relacionado as dragas de prospecção de ouro nos rios.


Ilustração na obra
A saga dessas mulheres se entrelaça na narrativa, encerrando de forma nostálgica, em uma revisitação dos cenários, deixando em paralelo histórias amazônidas, reais ou fictícias, como tantas que ocorreram ou se passam por aqui.
Bela obra! O que não gostei foi da segunda passagem de Maria, que perde um pouco do carisma de sua apresentação. O autor não dá fluidez ao desenrolar de alguns fatos.

"A Filha dos Rios" refere-se a cabocla Maria, mas também é uma homenagem a todas as moradoras da região. O segundo romance de Ilko Minev, publicado em 2015, com personagens ligados a "Onde estão as flores?", obra de 2013.
Ilko Minev nasceu em Sofia, na Bulgária, onde cursou Letras com especialização em Germanística. Foi dissidente político exilado na Bélgica, onde estudou Economia, antes de se fixar no Brasil. De São Paulo foi morar em Manaus, onde literalmente se apaixonou e criou raízes. Lá foi empresário e Cônsul Honorário dos Países Baixos por mais de 30 anos (Fonte: SKOOB)
Ficha do livro
Título: A filha dos rios 
Autor: Ilko Minev 
Editora: Virgiliae 
Ano: 2015 
Páginas: 208  
ISBN: 9-788564-68333-4  
Tema: Amazônia, Ficção Brasileira 
Sinopse: Maria é uma cabocla de olhos verdes, e muita determinação, que luta para criar seus filhos em meio à realidade amazônica da segunda metade do século passado. Em sua trajetória, ela conhece Sandra, uma misteriosa dona de bordel e Oleg, um jovem judeu búlgaro que tenta a sorte em uma draga de prospecção de ouro no Rio Madeira. Oleg é personagem do primeiro livro de MInev, Onde estão as flores?, assim como Licco e Davi, que também aparecem nesse novo romance. Fonte: books.google.com.br

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Rozeane Ribeiro (Estou contigo)

Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.
Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se indignaram contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo, perecerão.
Buscá-los-ás, porém não os acharás; os que pelejarem contigo, tornar-se-ão em nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo.
Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo.
Isaías 41:10-13
"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça." (Isaías 41:10)

Estou Contigo (Rozeane Ribeiro)

Eu tenho escutado os teus gemidos
Tuas orações tem chegado aos meus ouvidos
Quando dobra os seus joelhos para orar
Eu atento os meus ouvidos para escutar
O teu clamor.

Eu sei,quando você está aflito
Eu escuto do teu peito aquele grito
Me chamado por favor, não me abandona
Eu consolo o coração, quando tu clamas

Eu sou Deus, não há outro além de mim
Sou teu pai, meu filho estou aqui
Não importa se o mundo te abandona
Eu jamais te deixarei, eu jamais te deixarei
Oh filho meu

Estou contigo, ó meu filho
Se o inimigo te afrontar, eu me ponho em tua frente
E por você eu vou lutar
E se te jogarem na cova dos leões
Estarei contigo para te guardar
De qualquer forma, estais protegido
Ninguém pode te tocar.

Eu sou Deus, não há outro além de mim
Sou teu pai,meu filho estou aqui
Não importa se o mundo te abandona
Eu jamais te deixarei, eu jamais te deixarei
Oh filho meu.

Estou contigo, ó meu filho
Se o inimigo te afrontar, eu me ponho em tua frente
E por você eu vou lutar
E se te jogarem na cova dos leões
Estarei contigo para te guardar
De qualquer forma, estais protegido
Ninguém pode te tocar.

Eu sou teu Deus, e ninguém pode te tocar.

Estou contigo, ó meu filho
Se o inimigo te afrontar, eu me ponho em tua frente
E por você eu vou lutar
E se te jogarem na cova dos leões
Estarei contigo para te guardar
De qualquer forma, estais protegido
Ninguém pode te tocar.

Ninguém pode tocar, ninguém pode tocar.


"Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo." (Isaías 41:10)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

HISTÓRICO DA BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL ELCY LACERDA (Por Paulo Tarso)

Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda 
Histórico e atuação relevante na educação e cultura do Amapá

Fachada principal da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda vista do alto do Teatro das Bacabeiras
Sua origem remonta à Biblioteca que foi instalada em uma casa particular com um acervo doado pelo Dr. Acylino de Leão (1888-1950),
Dr. Acylino de Leão
médico, político e acadêmico da APL e outras obras referentes ao Estado do Amapá. Esta casa ficava na Rua Mário Cruz, ao lado da Intendência de Macapá, hoje transformada em Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva. Isto quando o Amapá pertencia ao Estado do Pará.
Com a transformação do Amapá em território, uma das preocupações do 1º governador, Janary Gentil Nunes, foi transferir este acervo existente para um local mais adequado, onde a comunidade pudesse ter melhor conforto em suas pesquisas e leituras.

Antiga Intendência de Macapá,Atualmente
Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva
No dia 20 de Abril de 1945, sob a égide do Chanceler da Paz, que foi a figura do eminente Barão do Rio Branco, foi criada oficialmente a Biblioteca Pública de Macapá, durante a comemoração do primeiro centenário de nascimento desta figura histórica.

Raul Monteiro Valdez
O ato foi presidido pelo Dr. Raul Monteiro Valdez, governador interino e a saudação feita pelo Sr. Paulo Armando Martins Xavier, primeiro diretor da instituição, que passou a funcionar em uma das salas do Grupo Escolar Barão do Rio Branco.
Em 1950 foi transferida para um prédio construído especificamente para esse fim, em frente à Escola Normal de Macapá (IETA).
Com o aumento considerável do acervo e havendo necessidade de outro prédio, em 1971 o governo do Gal. Ivanhoé Martins, decidiu que a biblioteca passasse a funcionar na Rua São José, esquina com a Av. Mendonça Furtado, seu endereço atual.
Em 1992, a Biblioteca passou por reformas e adaptações, sendo reinaugurada em 10 de junho de 1994. Nesses dois anos ela funcionou no prédio da COBAL (hoje SEBRAE) e através da Lei nº0269 de 12 de Junho de 1996, a Biblioteca foi personalizada com o nome de Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, homenagem feita à Professora Elcy que tanto engrandeceu o Amapá no Brasil e no mundo.


Elcy Lacerda em quadro do artista plástico Gibran Santana
E, coincidentemente, Elcy nasceu no dia 20 de Abril de 1945. Entre o final de 2009 e até o dia 27 de abril de 2012, a Biblioteca ficou fechada para reformas e adaptações.  Reabriu, e foi reinaugurada pelo Governo do Amapá.

Fotografias antigas e atuais da Biblioteca

A BIBLIOTECA HOJE

A Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda tem prestado relevante auxílio à pesquisa da comunidade amapaense, principalmente aos estudantes, através de suas salas de referências. Também auxilia tecnicamente e materialmente as Bibliotecas Municipais, buscando organizar um sistema de rede entre as Bibliotecas do nosso Estado.
Dispondo de um acervo em cerca de 60 mil itens (dentre livros, jornais, revistas, Cds e Dvds) distribuídos em várias salas: 

        Ensino Fundamental
Infanto-juvenil
Acesso à Internet
Auditório multiuso
Sala Elcy Lacerda
Sala Afro-indígena
Sala do Ensino Médio e Superior
Sala Amapaense
Sala de Periódicos
Sala de Obras raras – acervo dos jornais mais antigos do AP
Sala de Braile e Audioteca
Sala Circulante
Galeria Alcy Araújo
Abriga a Associação Amapaense de Folclore e Cultura Popular

Destacamos a importância educacional e cultural da Biblioteca Pública como um centro de referência aos pesquisadores, que nela encontram diversos tipos de suporte para que desenvolvam trabalhos, principalmente monografias, teses e trabalhos escolares.
Ponto de encontro de escritores que realizam os lançamentos de suas obras expõem,  seus trabalhos e realizam palestras com estudantes e professores, a Biblioteca também dispõe de um grupo de teatro, constituído por servidores que trabalham peças da Literatura Infantil- principalmente Monteiro Lobato. Esse grupo também conta histórias e realiza apresentações na própria Biblioteca e nas escolas, inclusive em Municípios do interior.

Semanalmente, centenas de estudantes visitam a Biblioteca
e participam de atividades educacionais e culturais

Os servidores da Biblioteca são treinados para prestar toda a orientação aos usuários, orientam as pesquisas, indicam bibliografia e esclarecem dúvidas.
Vinculada à Secretaria de Estado e Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, a Biblioteca tem sido um órgão que ao longo da história vem desenvolvendo um trabalho que colabora sobremaneira para que o nosso Estado preserve sua cultura. Ela é a guardiã de um rico acervo de obras raras, de clássicos da Literatura Brasileira e Universal, coleções de periódicos como o “Jornal Amapá” (primeiro diário oficial do Território), exemplares do jornal “Pinzônia”, e da Biblioteca particular e objetos pessoais da professora Elcy Lacerda.

Alguns  ex-diretores e gerentes:
Lauro Chaves - Professor
Déa Rola – Bibliotecária
Bernadete Rodrigues – Bibliotecária
Amaparino Gemaque – Bibliotecário
Cristina Sabóia - Bibliotecária
Ângela Nunes – Professora
Cristina Dias – Bibliotecária
Paulo Tarso Barros – Professor e escritor
Tânia Mello - Professora
Ricardo Pontes – Professor
José Pastana – Professor
Lulih Rojanski - Escritora e professora

Leila Castro - atual gerente, desde fevereiro (2015)

COMO FUNCIONA A BIBLIOTECA

A Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, fundada em abril de 1945, sempre trabalhou na divulgação do livro e da leitura e contou com a presença de professores, bibliotecários, pedagogos, mediadores de leitura, artistas e outros profissionais da Educação.
A Biblioteca esteve subordinada à Secretaria de Educação - Seed durante muitos anos e tem a tradição de atender prioritariamente, e de forma contínua, estudantes da rede pública e da rede particular. Por isso, a SEED sempre foi a principal fornecedora da mão de obra qualificada e devidamente treinada para dar suporte aos trabalhos educacionais e pedagógicos desenvolvidos pela instituição, além de mantenedora do mobiliário, equipamentos eletrônicos, estantes e demais utensílios existentes na instituição, mesmo depois que a biblioteca passou a ser vinculada à Secretaria de Cultura (Secult) em virtude do Sistema Nacional de Cultura.


Os professores e pedagogos são distribuídos nos espaços da Biblioteca, que funciona ininterruptamente de segunda a sexta-feira, das 8:00h às 18:00h, inclusive no período de férias escolares, pois os professores lotados na instituição têm regime diferenciado de férias e, quando necessário, aos finais de semana, quando há eventos ou ações educativas e culturais, dando apoio e suporte às atividades das escolas.

SÃO ESTES OS PRINCIPAIS ESPAÇOS EM QUE SÃO DISTRIBUÍDOS
 OS PROFESSORES E PEDAGOGOS NA BIBLIOTECA:

SALA CIRCULANTE

A Sala Circulante dispõe de um acervo de aproximadamente 10 mil obras, a maioria de cunho literário, dos principais autores nacionais e estrangeiros nos gêneros romances, contos, crônicas, poemas, teatro, biografias, infantojuvenil e religião.


O público-alvo se constitui principalmente de estudantes da rede pública e da rede privada, professores, leitores da comunidade (cerca de 2 mil leitores cadastrados) e autores locais.
Os estudantes buscam conhecer as obras literárias e são orientados pelos professores na escolha da mesma, recebem informações sobre os autores e contexto histórico das obras para a produção de trabalhos escolares, interpretação de textos e como são trabalhados dentro do Enem, bem como sugestões de leitura de paradidáticos e material virtual na internet.

SALA DO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR

A Sala do Ensino Médio e Superior dispõe de um acervo de aproximadamente 15 mil obras, dentre dicionários, enciclopédias, língua portuguesa e estrangeira, filosofia, ciências, matemática, direito, medicina e enfermagem, psicologia, filosofia, literatura, religião, geografia, designer, arquitetura e urbanismo, informática, artes em geral e livros didáticos diversos.


O público-alvo se constitui primordialmente de estudantes das redes pública e privada, concurseiros, candidatos ao Enem e professores que buscam obras de referência e especializadas em suas respectivas áreas.
Os professores fazem um atendimento personalizado a cada usuário que busca informações, orientando, dirimindo dúvidas, esclarecendo, sugerindo e disponibilizando novos materiais de pesquisa de acordo com o assunto a ser estudado. Além disso, é feito constantemente a catalogação, a disposição das obras para que o estudante seja atendido o mais rápido possível.

SALA DE OBRAS RARAS

A Sala de Obras raras se constitui em um verdadeiro tesouro histórico e literário do Amapá. Nela estão os primeiros jornais publicados no Amapá, desde 1895 (Pinzônia), o Jornal Amapá (1944 em diante) e outros jornais e publicações que são disponibilizados para os estudantes, professores, pesquisadores, historiadores e demais interessados.


Os professores são treinados e capacitados para manusear e colocar à disposição dos estudantes e pesquisadores esse acervo especial, cuja manutenção requer cuidados extremos para evitar danos e os perigos à saúde, pois são publicações antigas.

SALA DE PERIÓDICOS

Na Sala de Periódicos ficam os jornais publicados no Amapá  nos últimos 15 anos (posteriormente, são realocados nas Obras raras), revistas nacionais e estrangeiras, boletins e outras publicações que são postas à disposição do público, principalmente os estudantes e professores que buscam nesses periódicos um complemento importante para seus estudos e pesquisas através das matérias, artigos, fotografias e reportagens.


SALA INFANTOJUVENIL

Na Sala Infantojuvenil encontra-se um variado acervo de obras destinadas a esse público, que se constitui num dos principais focos de atendimento da equipe de professores da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda. 


Num ambiente decorado e atrativo para crianças e adolescentes, a Sala oferece várias atividades lúdicas e educativas. Mas o carro-chefe desse projeto é o Grupo de Professores Contadores de Histórias, que atua há mais de 25 anos desenvolvendo centenas de apresentações nas escolas de Macapá, Santana e até de outros municípios, bem como no auditório da Biblioteca, semanalmente, com a presença de uma ou duas escolas que participam ativamente das atividades pedagógicas através do teatro (inclusive de fantoches), dança, cantigas, músicas, etc.

SALA AMAPAENSE E DA AMAZÔNIA

A Sala Amapaense é um projeto pedagógico, educacional e cultural, que prioriza os autores do Amapá e da Amazônia e tem tudo a ver com a nossa realidade. Os professores recebem centenas de alunos que desejam conhecer as obras literárias, orientam suas pesquisas, expõem seus livros, poemas, biografias, fotos  - além de trazer os autores locais para debater e interagir com alunos e professores em palestras, oficinas, sessões de autógrafos e outros eventos culturais.


A Sala Amapaense dispõe de um vasto acervo de aproximadamente 2 mil obras para atender à crescente demanda das escolas da rede pública estadual, da Ueap, Unifap e outras universidades que estudam os autores locais.

SALA AFRO-INDÍGENA

Novo espaço que existe há 4 anos e que reúne obras que atendem à crescente demanda de literatura especializada nas duas etnias tão importantes para o Estado do Amapá.


Nela, os alunos recebem informações de profissionais sobre os povos indígenas, línguas, cultura, tradições e conhecem peças utilizadas pelos indígenas. Vasta bibliografia sobre marabaixo, batuque, história da África e cultura afro são disponibilizadas nessa sala.

SALA JOSEFA LAU DE CULTURA POPULAR


Uma parceria entre a Biblioteca Pública e o ponto de cultura da Associação Amapaense de Folclore e Cultura Popular tem um excelente acervo de fotografias, livros, vídeos e monografias sobre a cultura popular e folclore de todos os municípios do Estado, cujo trabalho vem sendo desenvolvido, na pesquisa, coleta e sistematização entre os professores da Biblioteca e a Associação.

SALA DE BRAILE E ÁUDIO VÍDEOS


Espaço em que são disponibilizados centenas de obras em Braile, Cds, Dvds destinados aos deficiente visuais que encontram nesse ambiente material literário e de referência para estudos, pesquisas e entretenimento.

GALERIA ALCY ARAÚJO


Espaço destinado a eventos artísticos, culturais e educativos, como lançamentos de livros, exposições, cinema, teatro, mini-cursos, oficinas, artesanato, música, dança, contação de histórias, saraus etc.
PROCESSAMENTO TÉCNICO



É a sala que recebe todas as publicações destinadas à Biblioteca. Nela trabalham o bibliotecário e outros profissionais que selecionam, classificam, catalogam, distribuem e fazem também a doação de obras para as Bibliotecas escolares e comunitárias do Amapá, pois a Biblioteca Elcy Lacerda faz parte do Sistema Nacional de Biblioteca Públicas, vinculado à Fundação Biblioteca Nacional, e coordena as demais bibliotecas públicas do Amapá.

OUTROS SERVIÇOS PRESTADOS PELA BIBLIOTECA

 Na Biblioteca Pública há um Serviço de Informações e Orientações sobre o registro de obras intelectuais, para escritores, poetas e compositores que desejam registrar seus trabalhos na Fundação Biblioteca Nacional, através do Escritório de Direitos Autorais.


No Auditório da Biblioteca, são realizados cursos, oficinas, lançamentos de livros, peças teatrais, recitais, reuniões e outros eventos. Os interessados devem agendar com a gerência e solicitar a cessão do auditório encaminhando ofício.


Texto: Paulo Tarso Barros

Fotos: Arquivo de Paulo Tarso Barros e fotografias da Biblioteca

Publicado originalmente em: escritoresap.blogspot.com.br