As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O mistério da pedra (Antônio Marques Pereira, 2014)

O Mistério da Pedra é uma obra de ficção da literatura amazônica cuja região espacial onde se desenrola é o estado do Amapá.  Narra a trajetória de uma adolescente que, ao perder os pais, fica sem rumo e passa por grandes adversidades. O enredo perpassa por algumas lendas amazônicas. 
A história não se destina a explicar as lendas, mas fazer com que sirvam para o desenvolvimento da história. 
Começa e termina no campo espacial da Pedra do Guindaste em frente à cidade de Macapá, pois segundo os historiadores mais antigos há várias lendas a respeito da pedra, mas para efeito do enredo narrou-se aquela menos conhecida, daí o título da obra.  
ANTÔNIO ILSON MARQUES PEREIRA


Título:  O mistério da pedra: a saga de Marina no contexto amazônico 
Autor: Antônio Ilson Marques Pereira 
Editora: Rosa Negra 
Ano: 2014 
Páginas: 179 
ISBN: 978-85-67795-02-7 

Romance amapaense juvenil, centrado na menina Marina, valorizando o contexto ribeirinho e o imaginário que brota da floresta.

O prefácio tem texto impactante, onde o autor relata a inspiração que teve para a história. Daria por si só um conto daqueles bem inusitados...  A proposta é de valorização de lenda sobre a Pedra do Guindaste, onde as pesquisas do autor registraram três versões: a história da cobra gigante sob a pedra (lenda mais conhecida); suposta versão de origem entre os tucujus (desconhecida da população); e a versão obtida através de uma história pra lá de sinistra, que serviu de inspiração para o livro.

O romance coloca em paralelo dois mundos. Tem o contexto amazônico, em que Marina desponta numa trajetória com desdobramentos de leitura atrativa; e o contexto de uma cidadela de feições medievais, com nobreza, castelo e tudo.

Entende-los como universos diferenciados em paralelo seria racional se o contato e interação fossem propiciados através da lenda; mas mundos coexistentes, como foi proposto, com personagens alienados da existência um do outro, é algo esquisito. Dessa particularidade não gostei. Acredito que faltou ênfase ao elo lendário. 

Leia, curta, viaje nas histórias, discorde ou concorde com a proposta, reflita, tenha suas opiniões e assim vamos conhecendo e valorizando nossa literatura regional.
 

Em Macapá, está disponível para leituras na 
BIBLIOTECA PÚBLICA ELCY LACERDA

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Desenvolvimento Cultural em Terra Firme (Edinaldo Pinheiro Nunes Filho, 2013)

Esta pesquisa possibilita que seja revisto e acrescentado o conhecimento sobre a história antiga da Amazônia. Este novo conhecimento pode ser utilizado na educação das pessoas da região Amazônica, em especial, do Estado do Amapá, no sentido de valorizar a identidade cultural, bem como, estimular a prática do desenvolvimento sustentável a partir do manejo ambiental. Assim, o uso deste estudo pode ser perfeitamente aproveitado em cursos de educação patrimonial, onde a partir dele podem ser criados diversos projetos de geração de renda, como exemplo, pode ocorrer o curso de produção de artesanato de cerâmica, com o objetivo principal de resgatar a identidade cultural dos grupos que viveram na área. (EDINALDO NUNES FILHO)


Autor: Edinaldo Pinheiro Nunes Filho
Editora: UNIFAP
Ano: 2013 
Páginas: 212
ISBN: 978-85-62359-13-2
Trabalho originado da Tese de Doutoramento do autor em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido - Curso de Doutorado Internacional UNIFAP/UFPA/NAEA

SUMÁRIO
1) Introdução
2) Desenvolvimento cultural de sociedades complexas na Amazônia no período pré-colonial
3) Características de ocupação da Várzea e da Terra Firme
4) O projeto de salvamento arqueológico da Região do Amapari 
5) A ocupação humana e desenvolvimento na Região do Amapari
6) Caracterização da área: o Planalto do Amapari
7) Análise dos dados laboratoriais
8) Conclusão

Localização do Projeto Arqueológico Amapari (PROAM), onde desenvolveu-se a pesquisa para a produção desta obra (ilustração do livro)

A obra é voltada à região do Amapari, na percepção das caracterizações do meio, estabelecimento das populações pré-coloniais e mecanismos que permitiram desenvolvimento. Aprendizagens sobre a identidade regional, sugestivas a resgate cultural e aproveitamento econômico.

Em termos gerais, o autor descreve o ambiente (destacando as várzeas e terra firme, em diferentes níveis do ecossistema), os aspectos favoráveis e desafiadores à adaptação, e conhecimentos que permitiram o desenvolvimento das populações estabelecidas. 

Nesse último aspecto, a abordagem passa pela interação com a natureza, com domesticação de espécies silvestres (flora e fauna), técnicas de horticultura e transformação ambiental (descrevendo-se a coivara e florestas antropogênicas). Todos percebidos numa disposição de baixo impacto, em relação considerada de desenvolvimento sustentável, que criou condições positivas onde haviam limitações naturais.

Há abordagem sobre as migrações, destacando-se a história dos Wajãpis. Segundo as pesquisas, o povo foi citado em literatura do século XVII estabelecido no Xingu (PA), migrando depois para o Amapá (aspecto que o texto sugestiona como favorável à hegemonia portuguesa no acirrado contexto de disputas da região).

A obra tem estudos também sobre as principais espécies regionais e desenvolvimento da cerâmica.

Nas sugestões, a valorização ambiental associada ao desenvolvimento sustentável, e o resgate e fortalecimento da identidade cerâmica em aproveitamento econômico. 

Ressalte-se que é uma obra de cunho acadêmico, de uma tese de doutorado extremamente relevante, porém, em termos práticos, o formalismo torna a leitura desafiadora.
É um livro para as pesquisas, que enriquece a produção científica no Amapá.

Em Macapá, está disponível para consultas  nos seguintes locais

BIBLIOTECA DA UNIFAP
BIBLIOTECA PÚBLICA ELCY LACERDA
BIBLIOTECA AMBIENTAL DA SEMA-AP 

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

ICOMI Notícias Nº 24 (1965)

Edição publicada em Dezembro de 1965. 

Entre os destaques:
- O Amapá amanhece para um ano novo: celebra os projetos alcançados na empresa e apresenta metas para o novo ano.
- Um conto de Natal:  texto do escritor mineiro Aníbal Machado.
- 1966: ano de implantação da BRUMASA: reportagem curta, destacando o potencial amapaense para o empreendimento e planejamentos.

 Algumas fotos da edição:
Crianças vendo teatro na escola.
Apresentação do consagrado pianista Oriano de Almeida no Cine Amazonas.  
Comitiva do Colégio Gentil Bittencourt, de Belém, em visita às instalações da ICOMI.
O velho rebocador "Leão", que pelo menos uma vez por mês ia até a Ponta do Céu, no Curuá, levando mantimentos para os trabalhadores do rádio-farol, responsável pela segurança dos que entravam no Rio Amazonas.
Igreja de São José de Macapá em registro noturno.
Visão geral da área onde seria implantada a BRUMASA