As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Homenagem a quem trabalha pela literatura e educação em nosso país

No Dia Nacional do Livro Infantil homenagens a quem trabalha em prol da educação e literatura entre as crianças e comunidades esquecidas, por este Brasil afora.  
Que seria da agricultura sem os semeadores
e da literatura sem os incentivadores...
Foto: jonasbanhosap.blogspot.com.br
Jonas Banhos, jovem amapaense radicado em Brasília, das terras de Itaubal do Piririm, arte-educador voluntariado para as boas ações, é um destes semeadores que vem realizando um trabalho importante e de pouco conhecimento para muitos, entre as comunidades de nosso país. Em seu trabalho, além da distribuição de livros e incentivos à formação de jovens leitores, encontramos também a educação ambiental, cidadania e valorização da cultura popular.  É um trabalho voluntário de apego ao sentimento de querer agir e produzir, com apoio limitado, na maior parte com recursos próprios e contando com a participação eventual de arte-educadores e ajudadores, nestas empreitadas denominadas de Mochiladas Culturais.
No Amapá, Jonas tem realizado trabalhos nas comunidades de Foz do Macacoari, São Tomé e Carmo do Macacoari, com passagens também no Curiaú, Ilha de Santana, Quilombo Pirativa, Mazagão, etc. Numa destas oportunidades pude conhecer e testemunhar o valor deste trabalho, veja aqui
Mais recentemente (Fevereiro de 2012) esteve novamente em comunidades ribeirinhas de Itaubal do Piririm e já se prepara para as próximas ações em Ourém e Capitão Poço, no Pará. 
Em 2010 o projeto recebeu, do Ministério da Cultura, o Prêmio Tuxaua Cultura Viva.
Acompanhe este trabalho em barcadasletras.blogspot.com.br

São Tomé do Macacoari (Fev/2012) 

Homenagens também à arte-educadora Rita de Cácia, cuidadora do Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania no Amapá e quem toma conta da Biblioteca-sede Barca das Letras em Macapá, localizada na Av. Ernestino Borges 567, entre General Rondon e Eliezer Levy no bairro Laguinho 

Rita de Cácia ajudando a Aparecida, incentivadora da leitura em São Tomé (Fev/2012)
Foto e Informação: mochileirotuxaua.blogspot.com.br

Ativistas culturais neste país... carente de mais semeadores e pessoas visionárias e despreendidas, como estas.

Veja aí uma entrevista de Jonas Banhos à TV Comunitária de Brasília, sobre as atividades desenvolvidas pelo Movimento NossaCasa, com crianças e adolescentes, nas regiões ribeirinhas da Amazônia e por todo o Brasil (23/03/2012). O entrevistador é o jornalista Pedro Batista.


Alguns pontos abordados no vídeo são:

"O meu trabalho é muito simples, é levar um pouco de alegria e do prazer da leitura aos meus irmãos que moram em comunidades ribeirinhas da Amazônia e a gente faz o possível pra tentar mostrar pra eles que ler é bacana, que ler um bom livro traz o melhor da vida, que é o alimento pra alma."

"A gente não tem um roteiro pronto e acabado... vamos lá trocar saberes com a comunidade."

"Não somos uma organização, somos um movimento cultural, não temos formalidade nenhuma, somos um movimento de pessoas solidárias, voluntárias, que fazem isso por amor às crianças, sobretudo às crianças, para dar acesso ao livro, à leitura e à literatura às nossas comunidades..."

"Chegar em uma comunidade ribeirinha da Amazônia não é fácil, é custoso, é demorado, tem toda uma logística que se desenvolve por traz de qualquer ida nossa.... em qualquer Mochilada Cultural à essas comunidades."

"Os recursos vêm de nós mesmos, voluntários, vem do meu próprio bolso... a gente não recebe financiamento público, até hoje não conseguimos, desde 2008, quando nós existimos, a não ser o Prêmio Tuxaua que ganhamos em 2010 que é dado à uma pessoa física"

"Tuxaua é um termo que tem em terras indígenas de Roraima... é aquele elemento que anima a comunidade, que bota pro alto, que tá todo tempo elevando a comunidade pra que ela se una cada vez mais e vivencie seus valores e não deixe a peteca cair... ganhamos em 2010 esse prêmio com muito orgulho, foi dado à mim, mas é um prêmio que não é só meu... representa todo um trabalho desenvolvido com as comunidades"

"Não é só eu... pra gente fazer um trabalho  como este eu preciso de doadores... As pessoas me doam livros, brinquedos, material escolar e eu sou apenas um instrumento nessa grande missão de popularizar e dar acesso a um pouquinho de cultura..."

"É muito difícil chegar o livro nas comunidades, mal chegam os didáticos..."

"Nas comunidades ribeirinhas, conseguimos chegar no Amapá, Pará e Roraima nos últimos 4 anos, levando milhares de livros, foram mais de 30 mil que a gente conseguiu levar"

"Quando a gente chega na comunidade, a gente não leva só o livro, a gente faz uma festa literária..."

"Muitas comunidades ribeirinhas, pelo isolamento que vivem, são muito tímidas em um primeiro momento... pra quebrar esta timidez a gente criou a Rádia Nossa Casa" (Jonas fala das ações com o megafone e como palhaço ribeirinho)

"O livro que chega na comunidade é educação, é o senso crítico, se a gente conseguir que aquelas pessoas consigam ler vão ter outro senso crítico" (palavras referentes à falta de apoio ou boicote pelos governantes em relação à este trabalho)

"Meus parceiros são a própria comunidade, quando a gente chega nas cidades a gente recebe apoio das escolas, que fazem mobilizações, a gente recebe apoio de outros voluntários que querem ir fazer as mesmas coisas que a gente faz"

"Não vamos em uma comunidade aleatoriamente, a gente não chega de intruso, tem que ter um vínculo, alguém que nos indica para aquela comunidade, seja alguém de um movimento cultural que já faz um trabalho na comunidade ou morador... essa pessoa é nosso contato, quem vai mobilizar a comunidade e preparar para a nossa chegada se for a primeira vez"

"A gente utiliza a rádio para os contatos" (sobre o isolamento e contato com as comunidades ribeirinhas no Amapá)

"A nossa perspectiva é que a gente contribua para a formação de um novo cidadão dentro das comunidades ribeirinhas e que este cidadão goste de ler, porque se ele gostar de ler vai poder conseguir atrair políticas públicas para a sua comunidade, não vai ficar mais em uma postura passiva..."

"É preciso estimular essa nova geração a buscar acesso à políticas públicas, que é um direito constitucional..."

"Aproveito minhas férias e feriados para ir à essas comunidades, também os finais de semana"

"O Projeto iniciou no Amapá... a gente recebeu pedidos para visitar outras comunidades fora da Amazônia... aonde nos chamam a gente procura ir fazer..."

"Em cada viagem que a gente faz acontece uma coisa que marca a gente... a coisa que mais me marca é ver as crianças vindo ajudar... eles ajudam a carregar nossa bagagem cultural... choram pra querer nos ajudar, quando muitos adultos e jovens não vêm. As crianças são nossos maiores ajudantes, é nosso público amado e nossos maiores voluntários"

"Eles tiram os gibis e começam a comer os gibis naquela hora mesmo, essa é a maior emoção, é saber que vale a pena a gente fazer todo esse esforço, que não é fácil"


Mais informações sobre os Projetos e Ações em:
E-mail:   jonasbanhosap@gmail.com

"Artes Cênicas no Amapá: Teorias, Textos e Palcos" - Romualdo Rodrigues Palhano

Sexta-feira 13 é um dia envolto em mística e crendices para muitos. Em Macapá, longe de ser um dia qualquer, foi uma data de enriquecimento cultural com o relançamento de "Artes Cênicas no Amapá: Teoria, Textos e Palcos", do Professor Romualdo Palhano
É destes livros fundamentais para leitura e estudo da cultura amapaense, especialmente por ser o pioneiro sobre a cena teatral.  O autor reuniu uma série de artigos (mais de 90) que publicou ao longo dos anos, brindando-nos com uma leitura variada sobre a história, teoria teatral, espetáculos e muito mais. Sempre com a possibilidade de se descobrir  e resgartar grandes coisas. Os textos podem ser lidos de forma aleatória (fui direto nos textos sobre Os Cabuçus e seu programa Fuleragem, poxa... esse programa era muito doido) e constituem-se em um registro histórico e de prazerosa leitura sobre as artes no Amapá.
  
Veja o Sumário da obra:
  
I - HISTÓRIA DO TEATRO 
O Teatro e sua Origem / Visão Social da Origem do Teatro / Do Ritual à Arte do Teatro / Rumos do Teatro / O Teatro Ocidental  / A Cenografia / Teatro Burguês / Teatro Burguês X Teatro Popular / Teatro Brasileiro I / Teatro Brasileiro II / Teatro Brasileiro III / Teatro Brasileiro IV / Teatro e Resistência: década de 1960 / Teatro e Resistência: ano de 1968 / Dia Internacional do Teatro
II - TEORIA DO TEATRO 
Trágicos Gregos: Ésquilo / Trágicos Gregos: Sófocles / Trágicos gregos: Eurípedes / Aristóteles e o Teatro / Hegel e Brecht / Influência do Teatro Marxista / O teatro de Boal / Poética do Oprimido / A Idéia da Catarse / Meyerhold / Épico, Lírico e Dramático / Empatia / Teatro e Metáfora / O Projeto Cenográfico e o Espetáculo Teatral / O Texto Infantil no Teatro / A Função Simbólica no Teatro Infantil / O Teatro de Bonecos no Mundo / Os Signos no Teatro / Carnaval e Commedia Dell'Arte / Novos Rumos para a Dramaturgia no Amapá
III - ESPAÇOS TEATRAIS 
Amapá Não Tem Espaços Teatrais / Teatro de Bolso / Por Um Teatro de Bolso / Teatro Porão do SESC / Teatro Marco Zero / Teatro das Bacabeiras / O Teatro em Santana
IV - CRÍTICA TEATRAL 
Considerações Sobre a Peça Bar Caboclo / Antônio Meu Santo / Pecado / Amir Hadad e Amadeu Lobato / Uma Cruz Para Jesus / A Escola de Teatro do Amapá: Uma Cruz Para Jesus / Esperando Godot / Bar Caboclo / Teatro e Performance / A Solteirona / A Saga de Seu Pinto / Era Uma Vez / Pau de Arara / Coroa de Dálias / O Teatro da Vida: a Vida no Teatro  / Nossos Espetáculos / Espetáculos Infantis / Mais Peças de Teatro / Estátuas Vivas / O Fascinante Circo Gira Mundo / Teatro da Maturidade / Plurisensorial / Cordel do Amor Sem Fim / O Carnaval do Espetáculo e o Espetáculo do Carnaval / As Encalhadas / Da Vinci a La Carte
V - PRODUTORES TEATRAIS 
O Teatro de Daniel de Rocha / Carlos Lima: misto de Artista e Administrador / Festival Nacional de teatro / Teatro de Bonecos nos Municípios / Guiga Melo: Fidelidade ao Teatro de Bonecos / Ciclo de Palestras em Artes Cênicas / Sol Pelaes / Prof. Guilherme Jarbas
VI - NOVELA AMAPAENSE 
Mãe do Rio I / Mãe do Rio II / Mãe do Rio III / Mãe do Rio IV
VII - ARTE CIRCENSE 
E Viva o Circo / O Circo Chegou
VIII - HUMOR 
Os Cabuçus / Programa Fuleragem
IX - FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
Um Caminho para o Curso de Educação Artística / Universidade Estadual do Amapá / Curso de Teatro / Por um Curso de Licenciatura Plena em Teatro para o Amapá
X - SOBRE O AUTOR 
A Estrela e a Rã Ganha Nova Edição / Curso de Fantoches Atrai Professores do Estado / As muitas Estórias de um Doutor em Teatro / SESC Lança Livro Infantil "A Ovelha Malhada"
XI - CONSIDERAÇÕES FINAIS
XII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

O lançamento do livro, em 13/04/2012, ocorreu no Centro Franco-Amapaense. Houve 03 apresentações teatrais. Gostei principalmente da que encenou uma passagem bíblica.

Imagens do evento.

A seguir, um dos artigos publicados no livro (sobre a novela "Mãe do Rio"
a primeira novela produzida no Norte-Nordeste - realizada no Amapá em 2006).

MÃE DO RIO (I)
Desde o dia 29 de maio passado que está no ar na TV Tucujú a primeira novela genuinamente amapaense. Primeira novela televisiva do Estado do Amapá. Isso nos honra demasiadamente por várias questões às quais podemos citar algumas:  primeira novela da Amazônia; primeira novela do Norte-Nordeste; elenco integralmente formado por atores do nosso Estado; tema sugerido por roteiro totalmente relacionado à cultura amapaense e da Amazônia.
Com certeza temos que acreditar em projetos ousados e dessa envergadura, principalmente por se voltar para um tema tão tradicional quanto a lenda do boto, e ainda porque os nossos artistas terão mais um espaço para atuar, desta vez a televisão. Falo em nossos artistas tendo em vista que não só os atores, mas os iluminadores, diretores, músicos, sonoplastas, pintores e maquiadores, entre outros. Esses estão inseridos direta ou indiretamente no projeto, visto que a própria situação de trabalho exige uma participação maior de vários profissionais.
Independente de qualquer reação adversa é de fundamental importância para as artes cênicas do Estado as imagens da novela "Mãe do Rio" na TV Tucujú. De parabéns está a equipe que pensou, idealizou e concretizou este esmerado projeto: o escritor Joseli Dias e a Professora Ângela Nunes com apoio dos administradores daquele meio de comunicação. Parabéns pelo desafio e a coragem de colocar na telinha coisas de nossa gente, coisas tucujús. É o povo tucujú vendo-se refletido na tela da TV e de sua própria casa.
O fato de estarmos vendo nossa cultura e prestigiando nossos costumes, nossas lendas e nossos mitos, e em consequência a nós mesmos na TV, desenvolve uma simpatia e empatia inevitável. Esse fato gera motivação e incentivo suficiente para que nossos jovens se debrucem em relação à arte de representar, participando assim com mais dedicação em grupos de teatro, dança, música, pintura e outros ramos da arte. Não podemos colocar em dúvida a contribuição social, o valor cultural e o debate que a novela "Mãe do Rio" está propondo para nossa sociedade.
Por outro lado, considerando as dificuldades técnicas e artísticas, nossa intenção aqui não é comparar a novela do Amapá com outras exibidas, por exemplo, pela Rede Globo, muito pelo contrário. Entendemos ainda que, atitudes como estas nenhum cidadão deveria trilhar, mas sim apontar algumas fragilidades. Brevemente faremos alguns comentários com o objetivo de não depreciar, mas com a pretensão de querer avaliar, discutir e contribuir com os que fazem a referida novela.
Junho de 2006.
Romualdo Palhano (Artes Cênicas no Amapá - pág. 187-188)

A obra pode ser encontrada nas livrarias de Macapá.
A Biblioteca Ambiental da SEMA-AP agradece 
os exemplares doados pelo Professor Palhano.

Mais informações sobre a obra e o autor em
blogdoprofpalhano.blogspot.com.br

domingo, 15 de abril de 2012

Dia mundial do desenhista

Em 15 de Abril é celebrado o Dia Mundial do Desenhista. Somenos? Se você der uma olhada na história, percebe que a produção destes artistas tem sua importância e traduz, em muitas vezes, o pensamento das sociedades. 
Olha aí estas figuras familiares em nossos livros de história lá da 5ª série.  No início, quando não havia linguagem escrita, as informações eram registradas em desenhos e pinturas, que hoje são chamadas de Arte Rupestre. Um dos principais e mais conhecidos locais desta arte é Lascaux, na França. Tão importante e valorizado que quase ninguém tem acesso, a não ser nas réplicas construídas. A comprenssão daqueles rabiscos e desenhos é o entendimento do pensamento das primeiras civilizações.  
"A arte de um povo é um reflexo autêntico de sua mentalidade."  
Jawaharlal Nehru

Dando agora um salto na história e tentando não enrolar muito, esse desenho é mais um exemplo de influência na humanidade.

No início do cristianismo, em tempos de perseguição, onde a fé  cristã tornava-se sentença de morte aos olhos de muitos repressores, o peixe era usado como símbolo de Jesus Cristo e os cristãos muitas vezes se reconheciam por isto (estas duas linhas curvas formando um peixe). É que  Peixe em Grego é ICHTHUS, de onde possivelmente os cristãos tiraram o acrônimo (sigla ou abreviatura) para  Iesus Christus Theou Yicus Soter (bem mais conhecido no Brasil como: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador). Esta, entre as muitas explicações, é a que julgo a mais correta para a simbologia deste desenho. 
Ênfase também à obra missionária de Cristo, identificada com o desenho do peixe:   
"Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens."
(Mateus 4:19)

Auto-retrato 
de 1512?
Leonardo Da Vinci (1452-1519?) foi um gênio inventivo e visionário à frente de seu tempo. Muitas de suas projeções não puderam ser realizadas por falta de tecnologia na época ou não investimento por acharem loucura, ficando apenas o registro das plantas e desenhos. 
A data escolhida como Dia do Desenhista remete ao nascimento deste mestre italiano (1452), que usava o desenho como instrumento para compreender a realidade.
Seus desenhos mostram projeções para helicóptero, planador, paraquedas, tanque blindado, submarino, roupa de mergulho, ponte giratória, veículo móvel, etc.

Muita coisa se perderia se não tivesse registrado em seus desenhos.

Agora pense na educação, sem o trabalho dos ilustradores e desenhistas os livros didáticos não seriam muito atrativos à classe iniciante no aprendizado. Uma imagem, como dizem, é capaz de traduzir mil palavras. Estudei em Serra do Navio quando criança e lembro que os livros didáticos eram muitos atraentes para um jovem leitor. Quer um exemplo? Ainda tenho livro didático daquela época (mais de 30 anos). Os desenhos e metodogia apresentada despertavam a curiosidade e imaginário dos alunos.
Página 161 do livro didático História do Brasil - 1º volume (Luciano Ramos) - Edição de 1977. A aula foi introduzida com uma reflexão em uma história em quadrinhos.

A introdução no mundo da literatura ocorre com os gibis e os livros didáticos. Fui também conhecendo a Literatura Brasileira através de adaptações em quadrinhos, como as da Editora EBAL. Os quadrinhos tinham, a meu ver, uma presença maior na aprendizagem por serem, em um mundo sem internet ou vídeos à disposição, uma rica ferramenta educativa em primeiro plano.

... É disso que estou falando. Que seria da educação sem a participação também dos desenhistas.

Falando em literatura e adaptações, vocês já viram ou conhecem o trabalho de Ruy Trindade?  
Entre as muitas que existem, esta é diferente por partir de um projeto ("Transcrever Romances Inteiros Para Quadrinhos") deste desenhista, onde alguns romances foram quadrinizados conservando o texto integral. O projeto iniciou em 1991 com proposta de difusão entre as escolas e  incentivo à boa leitura. 
Sorte a minha poder adquirir estas obras! Consegui ao entrar em contato com o autor, que conheci através de ruytrindade.artelista.com
Ruy Trindade é baiano e artista plástico com várias premiações. Quadrinizou as seguintes obras:
  • O PASTOR DA NOITE (Jorge Amado)
  • DOM CASMURRO (Machado de Assis)
  • CAPITÃES DA AREIA (Jorge Amado)
  • AS AVENTURAS DE TIBICUERA (Érico Veríssimo)
  • A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (George Orwell)

Outro campo fértil para os desenhistas está nos assuntos dos jornais. No Amapá, o assunto do momento é a cara-de-pau, falta de decoro e indecência vista no comportamento e atitudes de parlamentares em relação ao dinheiro público que, conforme reportagem exibida em rede nacional (08/09/2012 no Fantástico), estipularam para si a maior verba indenizatória do Brasil e das maiores do mundo, podendo chegar até a 100 mil reais mensais. Sem contar o salário de R$ 20 mil, a verba de gabinete no valor mensal de R$ 30 mil  e diárias astronômicas (R$ 2,6 mil para viagens dentro do Estado... imagine as para fora...). Estas informações são do Jornal Folha do Estado que ainda está nas bancas e fica como sugestão de leitura (Edição 31 - 14 à 20/04/2012). 
Ah, os deputados, com o calo apertando, reduziram a verba indenizatória e diárias para o valor da metade, o que ainda as torna das maiores do Brasil. É duro largar a teta né? ... E ainda vão à TV dizer que acham normal terem uma diária no valor de R$ 2,6 mil enquanto muita gente faz o que pode para sobreviver com um salário mínimo. É uma bofetada no respeito e em todo amapaense, que se vê bancando essas mordomias. Af.. dá para usar estes exemplos para entender os ânimos tão acirrados na Revolução Francesa. Se eu fosse um desenhista eu ia fazer uma charge assim, da AL do Amapá que nem um Palácio de Versalhes e a urna eleitoral, em lugar da guilhotina, afinal sendo bem usada para dar cabo desta corrupção no poder
Olha como o desenhista (Honorato Jr) bem ilustrou a situação desta farra na Assembléia Legislativa do Amapá.

Na charge estão representados os deputados Moisés Souza, Edinho Duarte, Mira Rocha, Michel JK e Dalto Martins. 
Viu como uma imagem fala mais que mil palavras. Você pode não ter lido o que tá acima, mais o desenho, por si só, já lhe desperta para muitas coisas. 
É justo a criação de uma data em homenagem ao desenhista.
Outro desenhista de destaque aqui no Amapá, que tem feito um trabalho maneiro no Jornal A Gazeta é o Da Gama, com charges legais e com espaço eventual (geralmente nos finais de semana) à página inteira no caderno Cotidiano.
"Consciência zero" - Desenho: Da Gama (Jornal A Gazeta, em 25 e 26/03/2012)
...Mas afinal, todo jornal que se preze tem seu desenhista de plantão. Taí mais uma charge de jornal amapaense.
Jornal Extra Amapá - 04 à 18/11/2011 
(Não consegui identificar o desenhista e percebi que em muitos jornais o nome do artista não tem aparecido. Qual a razão disso? Sei lá!)

São tantos os desenhistas que merecem uma menção... Eu, que não sou nenhum especialista da área, cito mais alguns.

Homenagem ao Maurício de Sousa e toda sua turma
Tirinha 123 / Chico Bento -  publicada em monica.com.br
Homenagem ao Ziraldo e ao Menino maluquinho
Homenagem ao Daniel Azulay e à Turma do Lambe- Lambe
Homenagem ao Quino e sua Mafalda
Homenagem ao Milo Manara, desenhista das mulheres mais bonitas do mundo.
Homenagem ao Jeremias Drachinski e à Turma da Revista Sesinho (desde 2002 é desenhista nas edições)
Homenagem ao Flávio Colin, um dos mais geniais e autênticos desenhistas que este país já teve, dono de um traço único e facilmente reconhecível. Por conta disso (já li até alguma coisa) é considerado o Picasso dos quadrinhos brasileiros.
Ilustração do livro em quadrinhos "Caraíba" de Flávio Colin
Homenagem ao Otoniel Oliveira, jovem ilustrador paraense,  com HQs como "Encantarias" e "Belém imaginária"
Homenagem ao Frank Frazetta. Foi um dos maiores desenhistas neste mundo.
Homenagem ao Hugo Pratt e seu Corto Maltese. Rapaz, em uma das aventuras a personagem quase aporta por aqui no Amapá. Teria sido interessante ver a impressão do desenhista sobre os lados de cá. Quem sabe a Fortaleza em um cenário das aventuras...
Ufa... São muitos desenhistas a mencionar, encerro então citando mais alguns aqui do Amapá. 

Homenagem à Ronaldo Rony e seus fanzines. Conheces o Fabuloso Capitão Açaí?
Uma das ilustrações do zine "De Macapá para o mundo: O Fabuloso Capitão Açaí"  
(12 páginas) - ronaldorony3@hotmail.com
Uma das ilustrações do zine "Os Coisas" (12 páginas) - ronaldorony3@hotmail.com

Homenagem ao Artur Rodrigues - Ih rapaz, olha só que legal! Conheci (lá no Centro Franco Amapaense) um menino de 08 anos que já faz seus desenhos em quadrinhos
Uma das ilustrações do zine "As primeiras tiras da Turma do Zé Nova Zelândia" (06 páginas) - ronaldorony3@hotmail.com

E pra terminar...
Homenagem à minha sobrinha Isabelly - Faz seus desenhos e me traz com a mesma alegria com que também posto
"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível." 
Leonardo da Vinci
"Não é possível estar dentro da civilização e fora da arte." 
Rui Barbosa
 
Isabelly e minha mãe Alzira.
"Toda obra de arte é uma personalidade. O artista vive nela, 
depois dela ter vivido longo tempo dentro dele." 
Vargas Vila
E mais uma homenagem aos artistas, desta vez à Eva Clarisse, outra desenhista colaboradora do blog.
...Realmente, 
precisamos ouvir mais as crianças!!



Passe bem!!!

sábado, 14 de abril de 2012

Biblioteca do Tribunal de Justiça do Amapá - TJAP (2012)

A Biblioteca do TJAP é mais um centro de pesquisas que está à disposição do cidadão. Aqui estão reunidas 03 reportagens (com devidos créditos),  em uma apresentação inicial de mais uma biblioteca em Macapá. 

 

 
 TJAP (Rua General Rondon, 1295 - Centro - Macapá - AP)
Foto: jdia.com.br 
 
Para quem procura um local de tranquilidade, boa leitura, internet e um acervo variado de livros, periódicos, mídias e outros, a Biblioteca Juiz Francisco Souza de Oliveira é um desses espaços, visitado por centenas de pessoas dos mais variados níveis de conhecimento.
  
Criada, em 1993, com a finalidade de dar suporte às atividades desenvolvidas pelo Poder Judiciário do Estado, atualmente, a Biblioteca do Tribunal de Justiça do Amapá possui um acervo de mais de 17 mil obras que tem auxiliado grande número de advogados, universitários, estudantes do ensino médio, concurseiros e outros profissionais que recorrem ao espaço da leitura.
   
Além de sala de leitura, a Biblioteca é dotada de computadores em cabines individualizadas a fim de garantir a privacidade do usuário na realização da pesquisa. As pesquisas podem, ainda, ser solicitadas pessoalmente, por telefone ou através do e-mail  biblioteca@tjap.jus.br
Somente no ano passado, foram registrados mais de 7,5 mil atendimentos. Simone Sarmento, diretora da Biblioteca Juiz Francisco Oliveira, destaca que a busca pelo acervo do Tribunal de Justiça está voltada, basicamente, à atualidade e qualidade das obras disponibilizadas, além da estrutura montada para acolher o público. “A Presidência do Tribunal tem tido essa preocupação porque entende que dessa forma pode contribuir, também, para formação intelectual das pessoas”, destacou.
O Presidente da Instituição, Desembargador Mário Gurtyev de Queiroz, vê com satisfação essa outra forma de prestar serviço porque acredita que, abrindo-se essa porta da Justiça à comunidade, “o Judiciário democratiza, dentre outros, o seu acervo literário a todas as classes sociais para que possam fazer bom uso”, concluiu. 

Edson Carvalho (Assessoria de Comunicação Social do TJAP)
Fonte: amapadigital.net - 14/03/2012

Reportagem exibida no Telejornal AP no Ar  da TV Record-AP, em 16/03/2012
A repórter é Carla Ferreira e as imagens são de Iranilson Soeiro.

 Os pontos apresesentados foram:
  • Talvez você não saiba, mas existe um acervo com mais de 17 mil exemplares à disposição para consulta no Tribunal de Justiça do Amapá, batizada de Juiz Francisco Souza de Oliveira.
  • Só ano passado (2011) 7.500 visitantes frequentaram o lugar.
  • "...Foram incorporando obras e hoje é mais completa, ela existe desde a idade do Tribunal ...A finalidade inicial da biblioteca é atender os magistrados, os servidores, assessores jurídicos, pessoas da administração e advogados que pesquisam, mas hoje tem um público maior que são os acadêmicos de Direito" (Mário Gurtyev - Presidente do TJAP)
  • As obras não tratam apenas de assuntos ligados à área de Direito, mas também de história e informações da atualidade, com revistas, mídias, entre outros.
  • Como a Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda ainda está com as portas fechadas, os livros da Biblioteca do TJAP têm sido uma boa opção para a população que precisa de alguma forma pesquisar.
  • No início a biblioteca foi planejada para atender os magistrados e servidores do TJAP, mas, ao longo do tempo, passou a receber professores e acadêmicos de Direito. Hoje a população em geral frequenta o lugar.
  • A entrada é gratuita e pode ser realizada no período da manhã e tarde.
  • As pesquisas podem ser também solicitadas pelo e-mail biblioteca@tjp.jus.br

No Tribunal de Justiça do Estado do Amapá está localizada a Biblioteca Juiz Francisco Souza de Oliveira, uma das melhores e mais completas, na área jurídica, presentes no Estado. 

Foi criada em 1991, na gestão do Desembargador Dôglas Evangelista Ramos e tem como objetivo geral dar suporte às atividades desenvolvidas pelo Tribunal,  subsidiando a demanda de solicitações provenientes de todos os Setores, sendo ainda, o organismo gerenciador e disseminador de informações jurídicas, procurando orientar os usuários quanto à utilização de todos os serviços oferecidos, a segurança do documento sob sua guarda e à disponibilidade das informações, possibilitando uma crescente interação entre Biblioteca e Usuário.

O acervo bibliográfico é composto por livros, periódicos, cd-rom e informativos, com busca constante de atualização. A maioria são obras jurídicas, no entanto, em 2003 foi implantado o Projeto "Descobrindo o Prazer de Ler", em parceria com o Departamento de Recursos Humanos do Tribunal, com o intuito de estimular a leitura, disponibilizando outras modalidades de obras, como, literaturas, romances, revistas.

Historicamente, a Biblioteca do TJAP foi criada através do Decreto 069/91, de 15/05/1992, sendo instalada em 1992 (na gestão do Desembargador Dôglas Evangelista Ramos).

A denominação da Biblioteca foi alterada, pela Resolução 004/2001 TJAP, DOE nº 2484, de 15/02/2001, para Biblioteca "Juiz Francisco Souza de Oliveira", na gestão do Desembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos, sendo reinaugurada em 02/04/2001, na Gestão do Desembargador Carmo Antônio de Souza.

O atendimento ao usuário é realizado de segunda à sexta-feira (manhã e tarde).

 

Esta, meus amigos, é a Biblioteca do TJAP, 
a Biblioteca Juiz Francisco Souza de Oliveira.