O Curiaú é uma região de relevância histórica, cultural e ambiental em Macapá, sendo tema recorrente de pesquisas. Sebastião Menezes é um dos maiores estudiosos do tema, principalmente por ter origens no lugar, com uma importante contribuição no resgate do cotidiano e tradições. Valores que se repetem em seu mais recente livro, o terceiro, publicado em 2015 e direcionado ao público infantojuvenil. Conheça um pouco nos seguintes relatos...
Esta obra foi escrita por Sebastião Menezes e retrata a
história das crianças e adolescentes do Quilombo do Curiaú, perpassando por suas brincadeiras, os tempos escolares e os
fatos curiosos que aconteceram naquele lugarejo antes de todo o
progresso dos dias atuais.
O objetivo principal deste trabalho, no entendimento do autor, é registrar de forma simples e original, fatos ou acontecimentos que marcaram a trajetória de vida do povo negro que habitou a nossa comunidade, para que no presente, assim como no futuro, possamos ter conhecimento e revivê-los.
O objetivo principal deste trabalho, no entendimento do autor, é registrar de forma simples e original, fatos ou acontecimentos que marcaram a trajetória de vida do povo negro que habitou a nossa comunidade, para que no presente, assim como no futuro, possamos ter conhecimento e revivê-los.
(Rosa Ramos - Apresentação)
Ilustração do texto A semana da Pátria, sobre os desfiles cívicos (Desenho de M. Silva) |
Estas histórias foram baseadas em fatos reais de nossa comunidade (Curiaú), fatos que foram presenciados, vividos e ouvidos de crianças e pré-adolescente.
As histórias, cada uma delas, possuem personagens, hoje adultos, que talvez nem lembrem do acontecido, mas vieram do Curiaú e a maioria ainda está viva.
Entre o Curiaú do passado e o Curiaú do presente existe uma grande mudança em relação a tudo. As crianças possuem um jeito, maneiras, hábitos, estilos e atitudes diferentes. Isto acontece de acordo com as mudanças dos tempos.
Os personagens que deram origem para estes textos não tiveram seus nomes expostos, mas com certeza alguém deduzirá de de quem se trata e eles deverão ser respeitados e homenageados, pois também fazem parte da história viva da Comunidade do Quilombo do Curiaú.(Sebastião Menezes - Dedicatória)
Ilustração de "A História na vida infantil no Curiaú", texto nostálgico (Desenho de M. Silva) |
Relatos do cotidiano infantil na comunidade quilombola do Curiaú,
resgatados por Sebastião Menezes de suas pesquisas e observações.
As histórias são pitorescas e trazem a percepção da identidade local, caracterizada pela forte interação com a natureza e tradições. Elementos como o rio, os animais, a agricultura, a pesca, o folclore e a vida estudantil na Escola José Bonifácio são recorrentes. Os relatos são sucintos, não passam de uma página, trazem ilustrações de M. Silva (artista plástico da localidade) e em geral tem um direcionamento educativo.
Os textos são descritivos e a abordagem não é específica a alguma personagem. As crianças no geral tem esse foco, em histórias reais e típicas.
Admiro o autor na valorização de sua comunidade e fiquei com a impressão de que a maioria dos relatos remetem-se à sua infância, pois elementos da modernidade (sucesso entre a criançada) não se fazem presentes, destacando-se as tradições. Isso é explícito no texto O que existia no Curiaú, que tem a exposição de saberes ultrapassados ou talvez em desuso (como o costume do almoço servido aos cachorros na festa de São Lázaro) e a mentalidade recorrente sobre a necessidade das crianças "pegarem" algumas doenças para crescerem mais fortes (esquisito isso, mas presente em outros tempos).
A leitura foi interessante e, se é pra opinar, senti falta de elementos como o Marabaixo (algo tão característico quando pensamos no local) e daquelas histórias folclóricas contadas pelos veteranos (como os avós, tios, pais, etc e tal). Isso vem em minhas lembranças sobre a infância e, em uma obra de resgate cultural, bem que poderia ser algo valorizado também. Acredito que o Sabá deva ter ótimas e saborosas histórias assim, que enriqueceriam mais o livro (Ah, fica a ressalva de que o aspecto mitológico foi explorado pelo autor em outras obras e essa busca o resgate do cotidiano).
Para as crianças, para tenros leitores, para as escolas, para o Amapá!
As histórias são pitorescas e trazem a percepção da identidade local, caracterizada pela forte interação com a natureza e tradições. Elementos como o rio, os animais, a agricultura, a pesca, o folclore e a vida estudantil na Escola José Bonifácio são recorrentes. Os relatos são sucintos, não passam de uma página, trazem ilustrações de M. Silva (artista plástico da localidade) e em geral tem um direcionamento educativo.
Os textos são descritivos e a abordagem não é específica a alguma personagem. As crianças no geral tem esse foco, em histórias reais e típicas.
Admiro o autor na valorização de sua comunidade e fiquei com a impressão de que a maioria dos relatos remetem-se à sua infância, pois elementos da modernidade (sucesso entre a criançada) não se fazem presentes, destacando-se as tradições. Isso é explícito no texto O que existia no Curiaú, que tem a exposição de saberes ultrapassados ou talvez em desuso (como o costume do almoço servido aos cachorros na festa de São Lázaro) e a mentalidade recorrente sobre a necessidade das crianças "pegarem" algumas doenças para crescerem mais fortes (esquisito isso, mas presente em outros tempos).
A leitura foi interessante e, se é pra opinar, senti falta de elementos como o Marabaixo (algo tão característico quando pensamos no local) e daquelas histórias folclóricas contadas pelos veteranos (como os avós, tios, pais, etc e tal). Isso vem em minhas lembranças sobre a infância e, em uma obra de resgate cultural, bem que poderia ser algo valorizado também. Acredito que o Sabá deva ter ótimas e saborosas histórias assim, que enriqueceriam mais o livro (Ah, fica a ressalva de que o aspecto mitológico foi explorado pelo autor em outras obras e essa busca o resgate do cotidiano).
Para as crianças, para tenros leitores, para as escolas, para o Amapá!
(Registro no SKOOB)
Título: Curiaú, a marca de uma geração
Autor: Sebastião Menezes da Silva
Editora: Edição do Autor
Ano: 2015
Páginas: 83
Tema: Literatura Infantojuvenil / Curiaú
Como falei, os textos são curtos, educativos, ilustrados e a obra tem cerca de 60. Separei um deles: A natureza na vida das crianças.
A obra está disponível na
Biblioteca Pública Elcy Lacerda.
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia
Macapá - Bairro Central
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia
Macapá - Bairro Central