Frequento bibliotecas e testemunho, em muitas situações, as dificuldades de disponibilidade de materiais relacionados a vários assuntos sobre o Amapá. Anualmente muita coisa é produzida, constituindo-se em um conhecimento precioso que deveria ter ampla divulgação na sociedade (muitas vezes acabam em um engavetamento qualquer, sem se prestar ao papel de contribuição ao conhecimento científico). Veja o caso de tantas faculdades em Macapá... Poderiam e deveriam divulgar o mínimo de informações sobre a produção científica anual (necessariamente disponibilizadas em suas respectivas bibliotecas). Basta atualizar e fornecer tais informações decentemente em seus sites. São apenas divagações...
Procurando, muita coisa pode ser resgatada. Exemplo disto são os textos e recortes de jornais, invariavelmente, boas fontes de consultas. As bibliotecas geralmente disponibilizam uma seção chamada Hemeroteca (formada por recortes de jornais e revistas) e, em uma delas, encontrei este texto referente à Ilha de Santana, assunto de procura em bibliotecas e um destes temas com pouco material disponível.
Procurando, muita coisa pode ser resgatada. Exemplo disto são os textos e recortes de jornais, invariavelmente, boas fontes de consultas. As bibliotecas geralmente disponibilizam uma seção chamada Hemeroteca (formada por recortes de jornais e revistas) e, em uma delas, encontrei este texto referente à Ilha de Santana, assunto de procura em bibliotecas e um destes temas com pouco material disponível.
Texto pesquisado na Biblioteca SESC-Centro em Macapá referente à uma reportagem publicada no jornal Folha do Amapá, em 06/08/2002. O texto é de Rita de Cássia. Lembrando, as informações referem-se ao ano de 2002.
ILHA DE SANTANA GUARDA HISTÓRIA
QUE NÃO SE PERDEU COM O TEMPO
QUE NÃO SE PERDEU COM O TEMPO
Texto de Rita de Cássia
Distante apenas dez minutos de catraia da sede do município, a Ilha de Santana é uma localidade pacata, com ruas de piçarra, gente humilde e de mãos calejadas, cuja principal atividade econômica é retirada da agricultura e da pesca. Dependente da cidade de Santana, o comércio é representado por pequenas baiucas com vendas de produtos básicos e valor aumentado por causa do frete na travessia. A vila principal da Ilha, longe de ser um lugar preparado ao turismo, mantem o encanto e misticismo de um povo com muitas narrativas para contar.
É possível resgatar nas histórias dos mais antigos moradores crenças e lendas que para os urbanos significam fábula. Eles recordam casos da cobra grande Sofia, fiel mascote da Ilha. O boto, personagem presente e característico da Amazônia, não podia faltar. Os mais velhos acreditam fielmente na existência do homem vestido de branco que nos bailes enfeitiçava, engravidava as moças e retornava à água na forma do boto. E as "fábulas" não param, como em qualquer interior, as matintas pereiras, sereias e também os marcantes personagens humanos são relembrados pelos moradores, capazes de passar horas a fio contando os "causos".
Embora, atualmente, o comércio e serviços girem em torno da sede de Santana, a Ilha ainda apresenta os vestígios de um período áureo vivido na década de 60 com o impulso da exportação de madeira. Na época, a Ilha competia com o Porto de Santana, em número de navios estrangeiros e nacionais atracados no ancoradouro.
Era o auge das empresas madeireiras, responsáveis pela grande absorção dos empregos e pelo movimento comercial e econômico da região.
Tempo no qual a primeira igreja definitiva em homenagem a Santa Ana foi erguida. Época em que os padres franceses e alemães e as freiras de Minas Gerais mantinham um orfanato com cerca de cem crianças, onde funcionava ainda a escola, posto de saúde e cursos domésticos.
Com a queda na exportação madeireira, os empresários deixaram a Ilha e o sustentáculo econômico (que ao longo dos anos foi traçado) deu lugar ao abandono e conformismo. Hoje, o que se se retrata em um breve passeio pelas suas margens são os restos de madeira que um dia estruturaram o porto e as ruínas das serrarias e madeireiras, tomadas por tábuas apodrecidas e cercada de mato.
A história da Ilha de Santana, porém, permanece na lembrança de seus moradores antigos. Gente que mesmo com o advento do telefone e posteriormente da luz elétrica considera aquele tempo o melhor da Ilha. Os 3.500 habitantes (informação de 2002) contam atualmente com duas escolas estaduais até o curso fundamental, um posto de saúde, unidade da Polícia Militar e água da CAESA. Dois campos de futebol fazem a alegria do sexo mascullino, com promoções de peladas e competições entre os times do lugar.
Ao meio dia os moradores têm alimento certo: o açaí. A fruta é abundante nesta época do ano e a Ilha é responsável pelo fornecimento de uma boa parte do açaí comprado em Macapá e Santana. Muitas famílias vivem da venda do fruto. As batedeiras são paradas obrigatórias para quem visita a Ilha de Santana.
Com 2.114 hectares, a Ilha de Santana tem mais de 15 igarapés que compõem a sua paisagem com grande diversidade de peixes. Há denúncias de pesca predatória com timbó (planta venenosa, cuja folha é batida nos igarapés para matança dos peixes), o que provoca a fuga das espécies para outras águas. Na caça, cutia, capivara, tatu e paca são os pratos principais. Os moradores dizem que tempos atrás havia veado, onça e anta. É possível encontrar também espécies de pássaros silvestres como o tucano, gavião, maracanã, arara, papagaio, periquito, pato do mato, além de outros animais de menor porte. A agricultura é a economia principal dos moradores daquele lugar, tudo o que é plantado é usado na subsistência e vendido nas feiras de Macapá e Santana.
Material disponibilizado para consultas na Hemeroteca da Biblioteca SESC-Centro, onde muitas coisas importantes podem ser também garimpadas em uma visita e pesquisas.
Sabias que a Ilha de Santana foi um dos cenários do filme Tainá 3!!! Pois é!!! A previsão de lançamento, segundo o que me informei, será para janeiro de 2013. Ora vivas! Vamos conferir!!!
A Ilha de Santana tem também suas dificuldades, referentes à infra-estrutura, escolas, transportes e água tratada (entre outros).
É só um pouco para divulgação... No dia que eu for lá (não sei quando, nem como) aí sim vou poder viajar na maionese nas imagens e impressões do local.
Veja também:
É possível resgatar nas histórias dos mais antigos moradores crenças e lendas que para os urbanos significam fábula. Eles recordam casos da cobra grande Sofia, fiel mascote da Ilha. O boto, personagem presente e característico da Amazônia, não podia faltar. Os mais velhos acreditam fielmente na existência do homem vestido de branco que nos bailes enfeitiçava, engravidava as moças e retornava à água na forma do boto. E as "fábulas" não param, como em qualquer interior, as matintas pereiras, sereias e também os marcantes personagens humanos são relembrados pelos moradores, capazes de passar horas a fio contando os "causos".
Ilha de Santana (Foto de Rita de Cássia - Folha do Amapá, 06/08/2002) |
Era o auge das empresas madeireiras, responsáveis pela grande absorção dos empregos e pelo movimento comercial e econômico da região.
Tempo no qual a primeira igreja definitiva em homenagem a Santa Ana foi erguida. Época em que os padres franceses e alemães e as freiras de Minas Gerais mantinham um orfanato com cerca de cem crianças, onde funcionava ainda a escola, posto de saúde e cursos domésticos.
Com a queda na exportação madeireira, os empresários deixaram a Ilha e o sustentáculo econômico (que ao longo dos anos foi traçado) deu lugar ao abandono e conformismo. Hoje, o que se se retrata em um breve passeio pelas suas margens são os restos de madeira que um dia estruturaram o porto e as ruínas das serrarias e madeireiras, tomadas por tábuas apodrecidas e cercada de mato.
Escola e Posto Policial (Foto de Rita de Cássia - Folha do Amapá, 06/08/2002) |
O AÇAÍ DE CADA DIA
Ao meio dia os moradores têm alimento certo: o açaí. A fruta é abundante nesta época do ano e a Ilha é responsável pelo fornecimento de uma boa parte do açaí comprado em Macapá e Santana. Muitas famílias vivem da venda do fruto. As batedeiras são paradas obrigatórias para quem visita a Ilha de Santana.
AS RIQUEZAS DA ILHA
Com 2.114 hectares, a Ilha de Santana tem mais de 15 igarapés que compõem a sua paisagem com grande diversidade de peixes. Há denúncias de pesca predatória com timbó (planta venenosa, cuja folha é batida nos igarapés para matança dos peixes), o que provoca a fuga das espécies para outras águas. Na caça, cutia, capivara, tatu e paca são os pratos principais. Os moradores dizem que tempos atrás havia veado, onça e anta. É possível encontrar também espécies de pássaros silvestres como o tucano, gavião, maracanã, arara, papagaio, periquito, pato do mato, além de outros animais de menor porte. A agricultura é a economia principal dos moradores daquele lugar, tudo o que é plantado é usado na subsistência e vendido nas feiras de Macapá e Santana.
Texto original: Folha do Amapá, 06/08/2002 (Cita ainda alguns moradores locais, de 2002, não referidos nesta postagem) |
"As bibliotecas são jardins de livros regados a olhares."
M. M. Soriano
Mais alguma coisa sobre a Ilha de Santana:
Santana teve início do agrupamento
populacional em Ilha de Santana, localizada em frente, à margem esquerda
do rio Amazonas, em 1753.
Paróquia de N. Srª de Santa Ana, situada na Ilha (Foto publicada por Emanoel Jordânio no santanadoamapa.zip.net) |
"É o berço da civilização santanense, cercando-se da exuberante beleza do Rio Amazonas e testemunhando a passagem de vários navios de grande calado para todo o mundo (levando produtos ou dirigindo-se às diversas localidades do Amapá, Pará e Amazonas).
Possui uma paisagem local de extrema beleza e seus habitantes vivem da caça, pesca e da extração de madeira e látex."
(Texto da publicação "O Poder Municipal do Amapá no Novo Milênio", disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá)
Paisagem ribeirinha (Foto de Flávio contente). Realidade recorrente. |
A Ilha de Santana tem também suas dificuldades, referentes à infra-estrutura, escolas, transportes e água tratada (entre outros).
É só um pouco para divulgação... No dia que eu for lá (não sei quando, nem como) aí sim vou poder viajar na maionese nas imagens e impressões do local.
Outras informações estão disponíveis nos links:
- santanadoamapa.spaceblog.com - Mostra um pouco da história da Ilha.
- santanadoamapa.zip.net - Informações diversas sobre Santana.
- memorial-stn.blogspot.com - Retrospecto histórico dos principais fatos e acontecimentos em Santana-AP.
Praia na Ilha de Santana / Recanto da Aldeia (Foto de Alfredo Rosa Duarte) |
Amapá - Brasil
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