As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Destinados a mim - O carteiro é o poeta" (Izaias José Cruz Cunha)

Leitura sugerida.
No dia 27/04/2012 tivemos o lançamento de mais um livro em Macapá: Destinados a mim - o carteiro é o poeta. Obra com a sensibilidade e simplicidade de Izaias Cunha, poeta paraense radicado na cidade de Porto Grande, onde trabalha como carteiro. Prestativo, carismático e bem humorado, está sempre em contato com a população que o tem em elevada consideração e apreço.
Esta é sua primeira publicação, composta de 65 poemas. Um sonho que se realiza, fruto das inspirações de um menino que, aos 12 anos, fez seus primeiros versos e hoje, como mensageiro aos corações, traz nestes versos belas cores sobre amor, paz, esperança, fé em Cristo, relexões e imagens desta terra amapaense (sua morada há 17 anos).


"Izaias Cunha, nesta coletânea de poesias, nos faz rever nossa missão de não ser pedra para o irmão. Através de seus versos nos ajuda a ficarmos atentos para que não esqueçamos que estamos neste mundo, mas que não somos do mundo." 
(Edson F. Santos)

"Um beija-flor que leva no seu bico de pena respingos de poesia." 

"Para onde é que vão os versos
que às vezes passam por mim
como pássaros libertos?"
(Cecília Meireles - inspiração para o livro)

 
"A poesia está no ar!"
"As palavras foram pássaros em minha vida 
e alguns eu capturei e estão neste livro".

O lançamento foi no SESC-Centro em um evento chamado SARAU de OUTONO, com apresentações musicais e muita poesia. Veja aí imagens do dia:

Imagens do evento - Edição: R. Castelo

... Do carteiro Izaias Cunha a todos os corações:

Pomba

Quero que apague o primeiro "B" da palavra bomba
E se acrescente um "P" de um bom tamanho,
Para ter fim as guerras e ver voar a pomba
Inonfesiva esfacelar este monstro de Urânio.

Este monstro que se voa, pousa e mata
Aponta a nosso mundo e a todos mira,
Que se voar lança de si fedor de morte
- Urânio não só explode, também mutila quem respira.

Quero que troquem esta bomba por pomba
Que se voa, pousa encanta e outro tanto.
Não quero lágrimas, morte e nem dor...

Quero esta paz, este branco, este canto
Quero estef ruto  do Espírito,
Quero este Santo Amor. 

Eu, Bartimeu?

Será?
Será mesmo?
Que o céu não é de bronze
E que o silêncio de Deus
Frente ao meu grito
É provação?

Tudo bem!
Tudo bem mesmo!

Clama Bartimeu, não te importa.
Não liga, pede.
Não, não pára não...
Que Ele já te ouviu e sabe o que precisas.
E se pergunta?
É porque quer ser solicitado.

Clama Bartimeu!
Clamo também eu.

HIPÓCRITA

Faz-me um só favor
Deixe de ser assim, 
Pare de me amar
Sem ter amor por mim.

Grito em Dó

Este poema é um grito
Este grito é uma dor
Esta dor é uma falta
Uma falta de amor.

Esta falta não é mais que aquela
Dor de sempre que tenho sofrido
Esta dor é de fome, e martela
Meu viver que é assim tão sofrido.

Corro e pulo, canto e choro
Visto nada, sonho muito
Durmo um pouco pra entender.

Quando acordo ele é muito maior
Peço então que de mim tenha dó
Que ela; não dá pra esquecer.


O livro de Izaias Cunha pode ser encontrado 
em bancas de revistas e livrarias em Macapá.