As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ilha de Santana (Parte 7 - Atravessando a ilha)

Retornando à Ilha de Santana, o distrito é inesgotável em inspirações para pesquisas... assim vejo. Estou até querendo morar um tempo lá... Vontade é o que não me falta. Desta vez o objetivo de nossos amigos (Dimas e Gregor Samsa) foi atravessar a ilha no sentido da largura, partindo da vila até o Recanto da Aldeia. Um trajeto feito por muitos ciclistas e eventuais turistas. Não se fala por aqui de ecoturismo na região? O que podemos encontrar nisso? Vamos ver e estar atento às descobertas e personagens pelo caminho, que tanto podem contribuir para nossas observações. Este é o centro da questão nestas postagens, as impressões de um visitante e relatos dos moradores.
Saindo do Porto do Açaí (8:30h - sábado, 20/10/2012) Gregor Samsa e sua câmera nervosa e Dimas e sua sede de novidades. Opa, opa!! Eis que se apresentam as primeiras personagens.
Estes são Orian e Patrícia, jovens que se identificaram com nossos propósitos e nos acompanharam. Buscamos pelos lugares, história e contrastes neste nosso Amapá. Quanto avanço vamos adquirir em nosso estado quando afinal cada um contribuir de alguma forma para a propagação do conhecimento, como é desejo também destes jovens. Todos têm muito para contar e há os que podem divulgar.


A saída foi muito animadora, pela primeira vez pude registrar a coreografia dos botos no porto.
São frequentadores do lugar, atraídos pelos peixes. Já os vi várias vezes, mas sempre sozinhos, quando então ficam muito esquivos. Em grupo, assim como acontece conosco, ficam mais animados e a excitação é evidente. Pulam, mergulham paralelamente vários ao mesmo tempo, mostram a nadadeira e nadam agilmente não dando importância para o movimento dos barcos. O pessoal já é acostumado e os botos chegam bem perto. Há até quem goste de brincar jogando peixe... e os botos ali, pulando, emanando uma felicidade como senhores do rio... em suas manobras espetaculares... e eu admirando tudo e me empolgando... com a beleza toda... desse rio  de encantos, de descobertas, e de....
e... e... e... !!!?? Ah! Como povo, acabamos destruíndo tudo, não percebendo a importância de um de nossos maiores patrimônios: o rio. Um descaso que redundará em implicâncias para nós mesmos se a situação for contínua. Há coisas que estão ao nosso alcance como medidas de limpeza pública. O porto está muito sujo, seja no entorno ou dentro do rio. A administração pública tem sido ineficiente em mudar o quadro ano após anos. 
A educação ambiental vivenciada em todas as esferas pode mudar isso. Precisamos cuidar melhor de nossos patrimônios, afinal a parte fraca somos nós. Se o rio mostrasse a sua força se veria como somos frágeis e este porto seria destruído em um piscar (quem visita a orla de Macapá e tem a oportunidade de ver a maré cheia, vê ondas fortes se chocando com o muro de arrimo num espetáculo fascinante. Ano passado a força da maré até destruiu dois barcos atirando-os contra o muro (Reportagens da TV-AP que também podem ser vistas na Biblioteca SEMA). Esse fenômeno só não acontece em Santana, no porto, devido a Ilha atuar como barreira natural para a formação de banzeiros fortes). O que há de destruição no porto tem resultado da falta de zelo de nós mesmos.
De boto eu viajei para poluição... melhor centrar mais os pensamentos... Há coisas que quando ditas são sujeitas a censuras exatamente porque o disseram. E eu... Ah! eu quero é entender cada vez mais desse lugar aí. Eu quero é ser sabido sobre a Ilha de Santana. Venha minha filha!!!! Me conta mais um pouco de teus segredos!!!!! Já me tens cativo de teus mistérios...
E começando a caminhada... Iu-huuu!!!! É só seguir a estrada de paralelepípedo.... 
Nada não! Essa via (Av. Peter Van Shupberg ou  Av. Santana) se estende desta forma até o primeiro cruzamento, perfazendo 200 metros (Fonte: Google Earth). Depois é só estradona de barro mesmo.
O caminho, vamos arrendondar, tem uns 4 km e não é formado por uma única reta. É fácil chegar no outro lado, só ir se informando. 

E olha quem nos aparece... Este é o Branco, jovem catraieiro no lugar (piloto na última excursão que participamos). Tem histórias interessantes sobre o meio ambiente local e, em seus relatos, encontramos explicação para certas coisas. Contou sobre o surgimento de jacaré-açú nas bandas da Comunidade de Cachoeirinha (início do ano), sobre o avistamento de peixe-boi naquelas vegetações flutuantes (nos lugares ermos) e um pouco mais da relação dos moradores com os botos locais. Lá vem eu falar de novo no bicho... fazer o quê, se eu gosto... Como descrevi no início, os animais transitam pelo porto e o pessoal, em geral e pelo que vi, não interfere. Parte do respeito, talvez até a razão principal, está no temor em relação a eles, pois não tem fama de docilidade. Explico, é que há relatos de morderem o pé de transeuntes que vão com a perna para fora da catraia e ninguém entra na água com eles perto não, só se espantar (são casos isolados, mas que acabam dando fama ao boto). Corre até no folclore popular de que não gostam de crianças e são atraídos por mulheres menstruadas. 
Foto: colunas.revistaepoca.globo.com
Crenças que se reforçam em  histórias narradas como a de Branco. Nos contou que um menino tomando banho no porto de repente sumiu na água, boiou depois com um estardalhaço para novamente sumir. Isso foi um fuzuê entre as crianças próximas e o fato se repetiu umas três vezes até que, este rapaz aí numa de herói, deu umas "palmadas" na água com o remo e o boto que puxava o menino foi embora. Seja brincadeira ou curiosidade do animal, restou disso uma perna bem machucada (veja também uma história contada por minha avó - AQUI). E é por essas e outras o temor e respeito pelo animal. Melhor assim se tudo contribuir para ninguém querer maltratar ou ainda querer inventar de nadar com o bicho como existe em outros cantos. Não é aconselhável e os orgãos ambientais proibem, a não ser dentro de medidas para pesquisas. Deixem o animal quieto que não é brinquedo de ninguém. Tomara que ninguém invente isso no Amapá. 
Boto no Porto de Santana
Se esses animais sumirem destas imediações o rio ficará mais triste, que nem em Macapá, onde não são avistados (o rio tem outra dinâmica e aparecerem é muito raro... outro dia encontraram um morto na praia e foi até notícia na tv).  Sei de muitas... Tem a de um náufrago (a canoa alagou no meio do rio neste ano) que se viu cercado de botos. História com outra face sobre os botos, diferente da que contei anteriormente.  Ah, isso eu não te conto agora não... vou falar pessoalmente com ele. Por isso que gostamos de ir conversando com o povo...

Seguindo a via, estamos ainda no perímetro urbano. Gostaria de verificar como é o movimento e as condiçõs à noite. Muitos postes não têm luminárias.
Pesquisando a net encontrei mais um trabalho que descreve a vila. Extraí uma parte com os devidos créditos, pois nos mostra coisas que não conhecia ou não tive oportunidade de registrar, e também reflexões que não havia considerado:
A Ilha de Santana possui uma beleza exuberante de matas e pássaros, pequenos grupamentos de praia e é cercada pelo Rio Amazonas. Fica a aproximadamente 05 minutos de Santana e o acesso é feito via fluvial por meio de "catraias", estas ficam ancoradas em um porto criado especificamente para o embarque e desembarque de pessoas e alguns tipos de gêneros alimentícios, como: banana, goiaba, legumes, verduras, polpa de frutas e açaí. Vivem na região aproximadamente 900 famílias, segundo o IBGE 2009. Na região está localizada a 1ª Escola Bosque do Estado encontrando-se desativada há mais de 10 anos. As condições do local em relação ao saneamento básico são precárias, pois não existe água encanada, as casas possuem poços artesianos, sem esgoto sanitário e com as fossas sépticas sendo encontradas no próprio terreno das residências. As ruas não são asfaltadas e a coleta de lixo é feita duas vezes na semana por meio de um pequeno trator com caçamba (a reboque) que passa nas casas recolhendo o mesmo. De acordo com relatos de alguns moradores a Ilha de Santana é considerada pelas autoridades do Município de Santana, como sendo um bairro. Isso ocasiona a falta de infra-estrutura e até mesmo, impede o desenvolvimento do local.
Texto de Júbi Miranda de Souza (Acadêmico de Odontolgia do IMES/Macapá - 2011) retirado do artigo  "Saúde Pública: Higiene Bucal como qualidade de vida na Ilha de Santana - Município de Santana/AP". Os resultados desta pesquisa foram publicados pelo autor NESTE LINK.

Algumas casas pelo caminho - Moradias simples, todas providas com energia elétrica. Muitos moradores são pequenos agricultores.
Encontrei também na net outro artigo  que nos mostra um estudo do comportamento ambiental dos pequenos agricultores na ilha. Veja alguns pontos abordados:
O aspecto de maior preocupação no que se refere ao comportamento ambiental dos agricultores da Ilha de Santana são as queimadas (a ocorrência é frequente como forma de preparo de áreas para o plantio e as conseqüências, quando manuseada de maneira irregular, pode ocasionar com o decorrer do tempo a inutilidade da área, acarretando conseqüências graves no meio ambiental, social, econômico e político).
O baixo grau de utilização de agrotóxico pelos agricultores é o aspecto ambiental de melhor relevância no distrito (o uso não é comum, tornando-se um fator favorável onde ganha os consumidores, os produtores e o meio ambiente).
Texto retirado do artigo "Comportamento Ambiental dos agricultores do Distrito da Ilha de Santana-AP", de 2011, tendo como autores: Irenildo Costa da Silva, João da Luz Freitas, Raullyan Borja Lima e Silva e Francisco de Oliveira Cruz Junior. Este importante estudo está disponibilizado AQUI.
Passando por uma produção agrícola comum: plantio de mandioca. Como vimos na pesquisa citada anteriormente, é comum o uso das queimadas.
 Aqui vemos uma plantação mista de maracujá e mandioca.
... E aqui um mistão de lixo e área destinada a plantação... 
ao que parece, a serem passados pelo fogo.
 
Caminhando até cerca de 1,5 km percebemos que a vegetação nativa foi bastante devastada. No caminho vemos culturas agrícolas e casas com árvores frutíferas. De mata nativa, algumas árvores ao longe.
 Entre as árvores frutíferas encontramos muitos cajueiros.
O povo parece que não aprecia muito ou então a safra é grande, pois chega a estragar. 
Então...
 !!!!Peeeega quem tá mexendo no cajuuuu!!!!
 Jovem geração da ilha.
Eu vou, percorrendo o caminho
Eu vou porque Deus é amor
Porque Deus me chamou
Porque Deus é amor.
(Porque Deus me chamou - Padre Zezinho)
Flores no caminho.
 
Receba as flores que lhe dou...
Trouxe-as da mata e dos canteiros.
Lembrando de ti...
Já passamos da metade do caminho... O sol foi castigante, principalmente porque nossa caminhada tem sido lenta e de observações...
 ...muito satisfatória aos nossos propósitos de querer conhecer. 
Neste trecho, a mata está cada vez mais próxima do caminho. É uma zona de transição para a vegetação nativa mais preservada que vamos encontrar no lado oposto da ilha. 

Esta gente, olha quem vai dando o ar de sua graça!
É Seu Oséias!! 
Que tar meu mano? Conta uma boa aí pra gente..
Oséias da Silva Rodrigues é um morador bem característico da ilha como outros que já encontramos. Tem 67 anos, residente no local há 31 e vindo do Pará. Atualmente toma conta de um terreno nas proximidades onde a principal cultura é o açaizal. Uma dificuldade encontrada está no trânsito de pessoas que tem aumentado e muita gente entra e tira açaí aleatoriamente. Disse que por ali as matas já foram maiores, com muita caça e hoje isso é escasso. Tem ainda cutia e vários pássaros como o anu, a pipira e outros passarinhos (observados no caminho). Aquela é uma área com poucas árvores altas e, ao ser indagado, não relatou o avistamento de primatas. Seu Oséias detêm aquele conhecimento ribeirinho em que o caboclo sabe muitas coisas relacionadas à sua sobrevivência (aprendidas na oralidade, vivência familiar e com a comunidade) sem ter escolaridade. Sobre mitos e lendas por aquelas bandas disse que não é comum e o povo não tem disso. Acredito que quanto mais presente e conservada a natureza, maior é a predisposição para as lendas... o que não é a situação naquele trecho da ilha. Com as matas derrubadas foi-se também muito dos mistérios e encantos que se ocultavam por trás da cortina verde.
Só papagaio de pirata ao lado de Seu Oséias: Dimas, Patrícia e Orian.
 Gregor Samsa também não ficaria de fora da lista.
Faces do caminho... Tem gente transitando a pé, de bicicleta, carro ou moto.
Esse movimento vai triplicar com a instalação de um porto industrial na ilha, como é veiculado, para escoamento de grãos de soja. Eu acredito que os impactos serão muitos e fico imaginando a formação de cenários semelhantes ao que vemos ao lado de outros portos (como da ICOMI e AMCEL) onde encontramos portos menores e comunidades formadas em condições precárias. Essa ilha guarda patrimônios naturais e muito da história do Amapá que deveriam  ser protegidos. Penso que o progresso e ganhos em que se crê vai ser unilateral e apenas aos donos do empreendimento, restando à comunidade a potencialização de sua falta de infra-estrutura e também a perda de boa parte de seu patrimônio natural. Por isso naõ vejo numa boa a instalação deste porto aqui.
Vamos entrando no trecho final, rumo ao Recanto da Aldeia.
 Como se vê a mata é mais preservada...
 ... e a floresta vai se descortinando trazendo um encanto e vontade de conhecer tudo, justificando uma frase (já centenária) de que "a Amazônia selvagem sempre teve o dom de impressionar a civilização distante", de Euclides da Cunha.
Nos impressiona as árvores, aquele verdor, a gama de vida evocando saberes ocultos, trazendo a lembrança das lendas e encantos perdidos... é um fascínio que realmente impressiona...
...principalmente a grande sumaúma, que mais uma vez tive a oportunidade de visitar. Nunca me cansarei de manifestar enstusiasmo diante de uma beleza natural assim.
O local da Sumaúma pode ser visitado e está dentro de uma propriedade cujos responsáveis são receptivos e guiam até lá. É importante, porém, um contato anterior, não sendo uma boa escolha (nem é permitido) entrar por conta própria. 
O contato é amazoniapatrimonio@gmail.com
Podem ser também contactados na vila, próximo a rampa. Basta se informar sobre os portugueses (Manuel Calado / Mara Rosa). 
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso...

(Trecho do Hino Nacional)
Nas duas oportunidades de visitação fomos recepcionados pela Srª Mara Rosa. Além de nos guiar ao local nos repassou informações sobre a árvore, falando da biologia, do aproveitamento da pluma, das sementes, das flores, da sapopema, da lenda relacionada à sumaúma (ainda vou detalhar melhor sobre isso numa postagem) e sobre a possível idade.  Não sei a longevidade que possa alcançar, mas nos foi informado que esta sumaúma tem cerca de 3 mil anos. É um valoroso tesouro do meio ambiente amapaense. 

Lembrando um pouco de meu tempo de criança, algo ainda presente entre elas, posso dizer com toda satisfação: É a mãe da mata!!!!!

Na sombra da árvore: Orian, Mara Rosa, Gregor Samsa e Patrícia.
Mas esse caboco não para quieto mesmo... Ô rapaz!!!!
!!!!Mas não é que eu tô dizendo!!!!
"A vida se reveste de sonho e encantamento, 
quando o olhar está voltado para a natureza exuberante de Deus!"
Inajá Martins de Almeida
Taí o Dimas (jornalista), igualmente entusiasmado pelas descobertas no Amapá. É mineiro e faz também um blog sobre sua terra natal. 
Veja em piraporacentenaria.blogspot.com
"...a importância de uma coisa há de ser medida 
pelo encantamento que produza em nós."
Manoel de Barros

Silêncio!!!! Escute... A floresta está viva! Há uma sinfonia em execução... por muitos artistas! É o vento nas copas, um piado acolá, o estalar dos galhos, um sussuro de insetos, as folhas secas a nossos pés... Tomo parte também.... e faço soar a sapopema! Há um canto se juntando, não é a melodia dos pássaros... é o solo de uma guariba!!!!!

É isso mesmo meus amigos! Para espanto e agradável surpresa nossa, ela emitiu aqueles seus rugidos característicos. Há algumas centenas de metros um morador nos havia informado que não avistava primatas em sua propriedade a tempos e agora nos aparece ali, aumentando nosso clima de encanto. Quase fico vesgo, mas nem com olhos de águia conseguiria enxergá-la. Estava sobre as nossas cabeças, embalando-se entre as folhas... à sombra da mãe da mata! Créditos à jovem Patrícia, que foi quem identificou.

Guariba preta e Guariba vermelha

A literatura nos informa que estas espécies podem ser encontradas no Amapá, principalmente a vermelha (a preta é muito rara). O som emitido é marcante, rouco e forte, podendo ser ouvido a longas distâncias.  Além da defesa para espantar o inimigo serve também para delimitar território. Em outros cantos do Brasil este macaco é conhecido como bugio e está nas listas de ameaça de extinção do IBAMA, devido a caça predatória, o tráfico de animais e, principalmente, a destruição de seu ambiente natural.

Banalidades ridículas de Gregor Samsa: Algum infeliz cientista nomeou a Guariba Preta com o nome de Belzebul e existem também muitas lendas envolvendo as guaribas. Tem as impressões de Júlio Verne (maior escritor da ficção científica que, no livro A jangada, imaginou a espécie excessivamente inteligente até ao ponto de querer uma vingança contra caçadores) e o folclore local (onde já ouvi histórias de caçadas ao animal com "punições" ou "encantos" da natureza gerando febres mortais ou enlouquecedoras). São inspirações e impressões que existem, com seus erros e exageros, apenas se tivermos as matas preservadas. As lendas caminham junto com a existência dos seres. Vida longa à espécie e ao seu ambiente natural na Ilha de Santana!
Ilustração de Benett para o livro "A Jangada", de Júlio Verne.
A obra está on-line AQUI.
Fizemos uma trilha nos arredores da sumaúma. A floresta tem seus atrativos e beleza própria, com suas árvores encobrindo ou deixando o céu como recortes azuis entre as verdes folhas. Vez por outra há um alarme de pássaros devido os intrusos e é possível perceber uma diversidade grande de pequenos seres. 
Aquele verde todo emana muita umidade (elevando a temperatura) e a floresta  pode tornar-se agressiva aos que não são habituados ou são descuidados. Há perigo de encontrar cobras e o caminho cerrado tem espinhos e folhas que cortam ou se agarram a nós. 
Igarapé Areião - um dos pequenos córregos na Ilha
É preciso ter respeito, coisa que muitos esquecem, pois percebemos o descuido de transeuntes ao encontrar lixo jogado em qualquer canto. Tudo o que foi encontrado, foi sendo recolhido pela Srª Mara, também divulgadora dos princípios da Educação Ambiental.
"A responsabilidade social e a preservação ambiental 
significam um compromisso com a vida."
(João Bosco da Silva)
Açaízal.
Vegetação nativa.
Uma brincadeira: O que sabes sobre a Amazônia?
"Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc. " 
"Já está muito difícil de achar os pandas na Amazônia."
"A Amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor..."
"A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas"
"A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região."
"O que vamos deixar para nossos antecedentes?"
"É um problema de muita gravidez."
(Pérolas do ENEM) 
"Só uma sociedade bem informada a respeito da riqueza, do valor 
e da importância da biodiversidade é capaz de preservá-la." 
(Washington Novaes)

Visando algo produtivo, encontrei na internet mais uma publicação que contribui para a aprendizagem. Nela os autores descrevem 05 tipos de vegetação que são encontradas na Ilha de Santana. Veja um trecho (os créditos estão no final).
Na área da Ilha de Santana, foram distinguidos 05 tipos de cobertura vegetal: 
- Floresta Equatorial Subperenifólia: Ocorre na terra firme e é constituída por uma vegetação exuberante que, a primeira vista, poderia evidenciar a existência de solos férteis, mas, no entanto, repousa sobre solos de baixa fertilidade natural. A manutenção dessa vegetação dá-se por meio do ciclo biológico solo-planta-solo, devido à acumulação, deposição e incorporação ao mesmo de detritos orgânicos. As espécies florestais de maior ocorrência são: angelim-pedra, louro vermelho, itaúba, aquariquara, maçaranduba e cupiúba.
- Floresta Equatorial Higrófila de Várzea: Situa-se às margens dos cursos d’água, nas áreas que sofrem influência da flutuação do nível das águas dos rios, no período da cheia e vazante. Caracterizam-se pela presença de espécies florestais adaptadas às condições de excesso de água, como o açaí. As espécies mais encontradas na ilha são: patauá, buriti, murumuru, marajá e o açaí.
- Manguezal: Formação com grande poder de regeneração na Ilha de Santana. A espécie de ocorrência comum é a siriúba, que se desenvolve, normalmente, em ambientes que sofrem influência de marés.
- Campo Cerrado Equatorial: É composto por indivíduos arbustivos de porte mediano (entre 4 e 7 m de altura) sobre um tapete graminoso contínuo, onde aparece com muita frequência o capim barba-de-bode.
- Junco: Ocorre dentro dos lagos, sendo também, identificada como Campo Alagado.
Texto extraído do folheto "Solos da Ilha de Santana-AP" (EMBRAPA - 1998), sendo autores: Moacir Azevedo Valente / Raimundo Cosme de Oliveira Jr / Tarcísio Ewerton Rodrigues / Paulo Lacerda dos Santos / João Marcos Lima da Silva / Emanuel Queiroz Cardoso Jr. 
Esta obra está disponível AQUI.
Sem mais delongas, nossa jornada chegou a seu objetivo final. Entre caminhadas, paradas e observações levamos um tempo grande no trajeto, somando mais de 1h. No fim desta reta nos aguarda o Recanto da Aldeia.
Até que enfim....
 Recanto da Aldeia
Balneário com uma bela praia.
Muito aprazível.
Em frente vemos a Ilha do Pará.  É Muito extensa e com muitas histórias também para se descobrir. Ao contrário da Ilha de Santana, que tem a formação de uma vila, nesta não encontramos. As propriedades se distribuem ao longo da ilha, tornando as casas isoladas.
O Rio Amazonas, na divisa Pará e Amapá, é denominado também de Canal do Norte.
Os navios trafegam velozmente... aparecem e somem rapidamente no horizonte.
 Mais umas imagens do Recanto...
... e de meus amigos de caminhada...
...Patrícia, Orian, Dimas...
 ... e Gregor Samsa.

 Até uma próxima!!!!


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