As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Comentário Exegético da I Carta aos Coríntios (Pastor Oton Alencar)


"Por meio desta obra, a esperança do escritor e pastor Oton Miranda de Alencar é conseguir dar ao estudante da Palavra de Deus - bem como a todos quantos amam a vinda de Jesus Cristo - uma ferramenta que lhes proporcione, ao mesmo tempo, enriquecimento a respeito da cultura bíblica e conhecimento da necessidade que temos de que o nosso homem interior alcance a estatura de varão perfeito."
(Pr José Orcélio de Almeida Amâncio)

Título: Comentário Exegético da I Carta aos Coríntios
Autor: Pastor Oton Miranda de Alencar
Páginas: 262
Editora: Inove
Ano: 2013

Sumário:
Capítulo 1
- Grupos na igreja
- Bênçãos por meio de Cristo
- Divisões na igreja de Corinto
- Cristo: o Poder e a Sabedoria de Deus

Capítulo 2
- A mensagem a respeito de Cristo crucificado
- Sabedoria de Deus

Capítulo 3
- Servidores de Deus
- Dois tipos de ministério e o seu resultado

Capítulo 4
- Apóstolo de Cristo

Capítulo 5
- Impureza na igreja de Corinto, repreensões e exortações

Capítulo 6
- Processos contra irmãos na fé
- Paulo condena a sensualidade

Capítulo 7
- Conselho sobre o casamento
- Uma vida de obediência a Deus
- Conselho para pessoas solteiras e viúvas

Capítulo 8
- Alimentos oferecidos aos ídolos

Capítulo 9
- Direitos e deveres de um apóstolo

Capítulo 10
- Conselhos contra adoração de ídolos
- Respeito pela opinião dos outros

Capítulo 11
- Dois problemas na igreja:
1- As mulheres na igreja
2 - A ceia do Senhor

Capítulo 12
- Diversidade dos dons espirituais

Capítulo 13
- A suprema excelência do amor
- O amor é um dom supremo

Capítulo 14
- O dom de profecias é superior ao dom de línguas
- A ordem na igreja

Capítulo 15
- Ressurreição de Cristo
- Cristo, as primícias dos que dormem

Capítulo 16
- A coleta, seus planos e saudações finais


A obra traz o texto integral da I Carta aos Coríntios seguido de abordagens minuciosas, que consideram o contexto histórico, etimologia, paralelo com outras passagens bíblicas e, sobretudo, reflexões em aprendizagens importantes para a cristandade.

No panorama histórico, entre outros aspectos:
- a carta foi escrita pelo apóstolo Paulo por volta da quinta década d.C; 
- Corinto projetava-se como entreposto comercial e centro religioso das divindades Afrodite e Baco, também chamado Dionísio (relacionadas ao hedonismo); 
- a igreja local apresentava divisões partidárias em quatro grupos distintos (simpatizantes de Paulo, de Apolo, de Pedro e de Jesus); 
- as disputas eram caracterizadas por orgulho, tradicionalismo, ignorância e ausência de amor; 
- haviam escândalos relacionados a brigas (com membros da igreja levando as questões para os tribunais) e relacionados a imoralidade (alguns viviam entre o paganismo cultural e a comunhão com a igreja);
- no hedonismo que imperava na cidade eram comuns orgias sexuais diversas e festas pagãs com banquetes nababescos oferecidos aos deuses, algo a que alguns cristãos se deixavam influenciar;
- a igreja em Corinto tinha também o escândalo de membro que vivia em incesto com a mãe. 

Todas essas informações, entre outras, chegaram a Paulo.

No aspecto teológico, do muito que a I Carta aos Coríntios ensina, registro a ênfase ao viver cristão com humildade, crescimento espiritual nos dons do Espírito Santo, santificação, rejeição à imoralidade, afastamento dos praticantes de escândalos, comunhão em amor nas celebrações da igreja, sensatez na conduta cristã e o viver em amor (expresso de maneira profunda no capítulo 13, onde vemos o verdadeiro amor em edificante mensagem).

A carta é valorosa em ensinamentos e outras coisas são reveladas na bênção do Senhor. 

Muito do contexto repete-se hoje, daí a necessidade da busca e aprendizagens,

O comentarista do livro foi o pastor Oton Alencar (Pastor-presidente da Assembleia de Deus A Pioneira no Amapá). 

Leitura edificante. 

Graças a Deus por tudo!

sábado, 25 de julho de 2020

Histórias Extraordinárias (Edgar Allan Poe)

A segunda vez que leio essa obra, mas agora focando alguns contos, também por estar num contexto de leitura das respectivas versões em quadrinhos. O entusiasmo despertou o interesse em rever no texto integral.

Ainda não lestes Poe? Mano, tem histórias sensacionais!

Caso de O poço e o pêndulo, sobre o sofrimento de um réu ante a Inquisição. A tensão é crescente em dois momentos, diante da morte iminente e diante da possibilidade de libertação. Meu preferido, de leitura empolgante.

Gostas de história de pescador? Uma descida no Maelstrom de certa maneira é, onde um sujeito foi apanhado em redemoinho gigante e aí.... Busque o conto se quiser saber. Surreal o final...

Ficção científica? Claro que o autor enveredou também nisso, mandando o homem para a Lua em um balão. Isso mesmo! Confira em  A aventura  sem paralelo de Hans Pfaall

A investigação policial fica por conta do detetive francês Auguste Dupin, com sua lógica intuitiva antes de Sherlock Holmes existir. 
Vamos ao que interessa. 
Os crimes da Rua Morgue é um dos mais famosos, onde o autor misturou mistério e natureza insólita. Surpreendeu e Dupin deu show! 
Vou registrar algo que não consigo tirar do pensamento... Para mim, o famigerado Estripador de Londres (misterioso até hoje) acirrou sua loucura na contemplação (também) desse conto. Os crimes tem pontos similares, como mulheres trucidadas, uso de arma branca de maneira diferenciada e situações que desafiam a lógica nos porquês. Só um devaneio infundado, viu! Leia-se teoria conspiratória, viajando no conto... Sem dúvidas, o melhor sobre Dupin..
A carta roubada é subsequente, com Dupin um tanto vaidoso pela perspicácia e paciente para dar o desfecho na hora certa em relação a investigação em andamento. Verdadeiro pulo do gato! Não, mais boçal! Gostei do conto.
O mistério de Marie Roget, sobre a morte de uma mulher encontrada boiando no rio. Dupin está na investigação, de um caso que dizem ser baseado em fatos reais...

No ramo investigativo, cabe também referências para O escaravelho de ouro, com uma busca ao tesouro onde o cabeça dessa empreitada desperta desconfiança sobre sua sanidade aos ajudadores, devido postura tão enigmática que assume. 

O sobrenatural permeia a obra de Poe... Metzengerstein ilustra isso (met o quê!?). Ah, é sobre duas famílias inimigas e uma profecia no caminho... O conto diz no que deu... 
Nunca aposte sua cabeça com o diabo é outro surreal. Eu hein! Ele cobra... 
Opa! Opa! Já ia esquecendo de Manuscrito encontrado numa garrafa e sua viagem além da imaginação. Alguém aí parece estar morto...

Dois clássicos de leitura empolgante também: O gato preto, Top 5 na obra de Poe (pelo menos para mim) e O barril de amontilado
Pensando em aspecto comum, tem em evidência a obsessão por sádica vingança, no limiar da loucura. 

A queda da Casa de Usher. Concluí que referencia a ruína psicossomática desencadeada pelas drogas... O pântano entorpecia tudo com seus gases sulfurosos e o narrador fala que o cheiro das flores lhe fazia mal... Cada um com sua subjetividade diante das possibilidades. Leia o conto, de crescente tensão, e tenha suas percepções...

Berenice ilustra a paranoia instigada pela escravidão à melancolia. Pobre Berenice... Uma doença crônica roubou-lhe a saúde, a beleza e a vida. De intacto restou... Opa, descubra no livro! Também revelador que a paixão é doentia quando o materialismo egoísta toma conta...

Willian Wilson e a dicotomia entre o bem e o mal...

A obra encerra com O jogador de xadrez de Maelzel, onde Poe, rei dos mistérios, parece obcecado na revelação dos segredos de famoso artefato, que apresentava-se espetaculoso e misterioso para as multidões... 

Oras! Em devaneios infundados ou não, eu é que não fico também sem alguma percepção desses misteriosos contos... E assim, está ai essa resenha após empolgante leitura, convidativa a descoberta de Poe por novos leitores.

Bela coletânea! Melhor ficaria se fossem incluídos O coração delator e A máscara da morte vermelha. Sensacionais!


Título: Histórias Extraordinárias
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Nova Cultural
Páginas: 414


OBRA ENCONTRADA NO ACERVO DA 
BIBLIOTECA PÚBLICA ELCY LACERDA, 
EM MACAPÁ.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Inventário das Buscas (Paulo Tarso Barros, 1997)

Poesias de Paulo Tarso, cinquenta e duas ao todo, vendo-se anseios, fé, sonhos, lutas, amores, satisfações e tristezas, numa percepção de lirismo sensível a preciosidade da vida. É uma bela visão, com humildade, receptividade a aprendizagens e esperança, em que situação for.
"INVENTÁRIO DAS BUSCAS", que inicia e da nome a obra, é a mais antiga poesia do livro (1984), também das mais bonitas, em belo devaneio instigado por anseios, revelando-se Macapá na caminhada e buscas do poeta como descoberta e destino aprazível.

Bela obra para ser redescoberta pelos amapaenses!

Título: Inventário das Buscas
Autor: Paulo Tarso Barrros
Editora: Tarso
Páginas: 46
Ano: 1997


INVENTÁRIO DAS BUSCAS

Nessa manhã deixo a vida cair como a chuva
nos poliedros dos olhos e nos invisíveis
espelhos cromáticos dos meus espíritos.
Em mim, que sinto e tento explicar,
digladiam-se os liquefeitos sonhos de anos e anos,
de esperas e esperas, com anjos e demônios
que despencam do horizonte como perfuratrizes
assassinas sobre a minha sorte.

Nas desfeitas ondas, irmanadas aos abismos
para onde fomos exilados (como se fossemos paranóicos),
a síndrome imensurável da Terra
é compactada na minha percepção de poeta.
E a minha visão, que decola de sua órbita natural,
busca os infinitos do Criador.
E deixo a vida viabilizar-se, amar seus amores,
escrever seus poemas e buscar-se, sempre.

Como um animal volto ao meu lar
e contemplo vossos telhados, Macapá.
Contemplo a absurda e fria calmaria das praças
moldadas na linear paisagem urbana.
Volto a casa como um poeta do século XX,
com meus livro de infinitas páginas em branco,
minha dor de cabeça proletária e civil.
Os bares já estão vazios e tudo é muito ambivalente,
e tudo vai explodir na madrugada setentrional.

Caminho por Macapá e tenho bilhões de irmãos
espalhados e confusos nesse planeta solitário.

(1984)

Conheça um pouco mais do autor e suas obras