As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Vim para adorar-te (Diante do Trono)


Luz do mundo viestes à Terra
Pra que eu pudesse te ver
Tua beleza me leva a adorar-te
Quero contigo viver

Vim para adorar-te
Vim para prostrar-me
Vim para dizer que és meu Deus
És totalmente amável
Totalmente digno
Tão maravilhoso para mim


Eterno Rei, exaltado nas alturas
Glorioso nos céus.
Humilde vieste a terra que criaste,
Por amor pobre se fez
Eu nunca saberei o preço
Dos meus pecados lá na cruz
O preço foi a morte de Jesus, 
que ressuscitou para conceder a vida eterna
a todos que creem! 
Graças a Deus!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Mazagão: a cidade que atravessou o Atlântico (Laurent Vidal)

1769. Na fortaleza portuguesa de Mazagão, situada no noroeste da África, Marrocos, cercada pelos mouros, os moradores se irmanavam num movimento incomum. Para estes 1642 habitantes, a data ficará gravada com fogo na memória de cada um, apesar desta praça, desde 1509 sob a posse da Coroa portuguesa, já ter passado pelas mais dolorosas privações. Durante 260 anos, as sucessivas gerações de moradores, vivendo isolados do restante do continente, numa fortaleza debruçada sobre o mar, ao qual se ligavam por uma estreita porta, haviam sido fustigadas pelo isolamento, pela fome, pelas epidemias, pelos conflitos internos, mas também pelo tédio e pela inércia, todos subprodutos da sua reclusão. Mas nada se comparava ao que estava para acontecer. Apesar de todas as dificuldades, ao longo dessa longa jornada, haviam sempre resistido bravamente. 
Nesse livro, como Homero, inspirado pela musa da História, Laurent Vidal nos revela, de maneira brilhante e instigante, os destinos de Mazagão, uma cidade-odisseia que atravessa o Atlântico.
(Trecho do artigo de Júnia Ferreira Furtado, disponível NESTE LINK)



Informações da obra
Título: Mazagão: a cidade que atravessou o Atlântico
Autor: Laurent Vidal
Ano: 2008
Páginas: 294

Registro no SKOOB
A obra amplia o conhecimento sobre Mazagão e sua história em detalhes pouco conhecidos. Vemos o contexto vivenciado na cidade em Marrocos, fatores determinantes para a mudança e os passos que se somaram até a vinda de várias famílias para o Amapá. As informações foram pesquisadas nos três continentes envolvidos, evidenciando-se aspectos históricos, políticos, sociológicos, econômicos, geográficos e culturais do século XVII.
Leitura rica em percepções, descobrimentos e reflexões que podem servir de paralelo no estudo das cidades em fluxo migratório na atualidade, uma das propostas ressaltadas. O autor procura desmistificar muita coisa que se estabeleceu e, à luz dos fatos apresentados, instiga a criticidade em história com episódios impactantes.
Registrando algo mais específico, a Mazagão de Marrocos é apresentada em suas características físicas (onde se destacava a imponência das muralhas que chegavam a 14 metros de altura), a importância como entreposto para Portugal, a instabilidade política e a insatisfação que despertava entre os povos no Marrocos, além do cotidiano estabelecido.
Destaca-se o fato de, na prática, ser uma cidade prisão, onde Portugal enviava exilados e condenados em estratégia política com desfaçatez. Ocorreram episódios de fome e epidemias devido rupturas comerciais, quando Portugal fora atingido por terremoto e sofreu com pressões da Espanha e França, redirecionando o foco político para a colônia brasileira.
Uma das partes mais interessantes está na política de remanejamento, em que os governantes portugueses articularam algo que os exaltava como salvadores e também vencedores da tensão estabelecida na África. Porém, o povo se sentia abandonado e sofria graves consequências com os conflitos crescentes no interior e exterior da cidade.
As estratégias políticas escusas estão presentes também na articulação da vinda para a Amazônia, quando os mazaganenses foram encorajados pelos governantes como soldados da fé e teriam a dádiva de evangelização entre os povos nativos em um novo mundo. 
Algo que nunca tinha ouvido falar: Laurent Vidal relata arbitrariedades contras famílias na vinda para a colônia, que incluiu abusos e assassinatos.
Na chegada ao Brasil o livro tece considerações da passagem por Belém, onde podemos destacar que o remanejamento para Nova Mazagão, ao contrário do que aconteceu nos deslocamentos anteriores, em bloco, dessa fez foi redirecionado em unidades familiares, em uma espera de até sete anos. Transposição feita através de canoas gigantescas, que comportavam cerca de 50 pessoas em trajeto por igarapés que durava em média 10 dias.
A nova localidade logo recebeu status de vila e teve caracterizações peculiares, assumindo outra identidade da Mazagão africana, destacando-se o isolamento, a identidade mestiça, insatisfações e conflitos pelas dificuldades enfrentadas, clima hostil à população desconhecedora da realidade, episódios de fome, fugas em massa de indígenas e escravos afrodescendentes, saída de muitos mazaganenses deixando para trás familiares, declínio crescente pela escassez de mantimentos e enfrentamento de endemias amazônicas. O autor referencia que no século XIX assumiu a identidade quilombola e uma nova cidade assumiu maior importância nas proximidades, Mazagão Novo em 1915, restando a antiga localidade a lembrança como Mazagão Velho.
Na parte final há descrição da Festa de São Tiago, festejo popular na mistura de religiosidade e paganismo. Os principais momentos são citados e as impressões do autor mostram uma valorização ilusória, pois tanto a Mazagão africana, quanto a Mazagão amazônida tiveram histórias de derrotas e declínio, iludidas em política que inflava os ânimos e encobria a realidade através da religiosidade.
Estas e outras informações enriquecem o livro, com ilustrações diversas. 

Percurso das canoas entre Belém e Nova Mazagão (ilustração do livro).


Em Macapá, está disponível para consultas
na Biblioteca Pública Elcy Lacerda
e Biblioteca Ambiental da SEMA.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

A biblioteca e o castelo

Que boa surpresa! Encontrei em jornal local, Tribuna Amapaense, referências a este canal. Agradeço as considerações e reproduzo o texto assinado por Leno Callins, editor do blog "Eram os gatos astronautas?". Valeu, amigo!


O desconhecimento que as pessoas que residem em Macapá possuem a respeito da própria cidade é tão grande que já nem me espanto mais com a quantidade de pessoas que nunca colocou os pés na Biblioteca Pública Elcy Lacerda ou desconhece a variedade de museus que Macapá possui.
Pensando nisso, tive a ideia de fazer uma espécie de lista das bibliotecas existentes no Estado e publicá-la no meu blog contendo informações a respeito delas, como horário de funcionamento, endereço e o tipo de acervo. E eis que, durante a minha pesquisa, que ainda não acabou, fiquei surpreso ao descobrir que existe uma biblioteca no prédio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA.
Não perdi muito tempo após a descoberta e dei um jeito de passar lá na mesma semana para ver se realmente tinha alguma coisa interessante relacionada à chamada “literatura amapaense”, pois a informação da existência dela veio junto com a de que nela haveria pelo menos um livro de cordel de autor amapaense.
Ao entrar lá, na companhia da minha parceira na diretoria do clube do livro Lítera-Amapá, eu tive novas surpresas: apesar de o ambiente não muito espaçoso em muito lembrar o de uma biblioteca escolar, observa-se uma boa quantidade de livros nas estantes e, o que é melhor, ela conta com um vastíssimo acervo digitalizado, acervo esse que inclui muitas obras da chamada “literatura amapaense” – ou talvez todas elas, eu voltarei lá qualquer dia desses só para ver isso melhor (e com um HD externo, claro).
Outra surpresa foi descobrir que quem cuida de tudo isso é um sujeito chamado Rogério Castelo, o autor do blog chamado “Castelo Roger”, que eu queria conhecer pessoalmente desde que topei acidentalmente com o blog dele anos atrás. Portanto, finalizo este texto com a recomendação de que você, que o está lendo, visite tanto a biblioteca da SEMA, quanto o blog “Castelo Roger” e os indique aos amigos, pois os dois endereços, o físico e o virtual, valem muito a pena.  

(Fonte: Tribuna Amapaense, em 21/06/2018, por Leno Callins)

quarta-feira, 27 de junho de 2018

HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO AMAPÁ (Revista de EBD)

Há 101 anos nascia a Assembleia de Deus no Amapá, a primeira igreja evangélica amapaense, fundada pela iniciativa pioneira e determinada de um pequeno grupo em 27/06/1917, em culto presidido pelo pastor Manoel José de Matos Caravela. História com desdobramentos abençoados, que servem hoje de inspiração para a congregação estabelecida, estudada em Revista de Escola Dominical no ano passado. A edição é valorosa no resgate histórico, com várias ilustrações do contexto.

Lições estudadas
01) Como tudo começou
02) O poder de uma visita
03) A fundação da igreja no Amapá
04) Os primeiros pastores fixos
05) O 1º templo é construído
06) As décadas da consolidação
07) A caminho do interior
08) A igreja cresce pelos departamentos
09) Os jubileus: Prata, Ouro e Diamante
10) Heróis anônimos
11) O legado da família Alencar
12) A igreja mãe e suas filhas ministeriais
13) A geração do centenário

Na elaboração, a supervisão editorial foi feita pelo Pr. Oton Miranda de Alencar e os comentários pelo Pr. Besaliel Rodrigues, que presidiu uma comissão histórica, entre membros e apoiadores, composta por: Gedielson Oliveira, Áurea Tito, Leiliane Bruce, Kelly Rodrigues, Cláudio Roberto, Carlos Laerte, Mércia Vanessa, Anderson Oliveira, Iaci Pelaes, Gesiel Oliveira, Odete Penafort e Aroldo Vasconcelos.

Mais informações sobre a igreja em

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 23 (1965)

Edição de Novembro de 1965, com destaques para:
- Educação faz Amapá preparar-se para o futuro (principal reportagem da edição).
- BRUMASA: estruturas metálicas já estão vindo.
- Morar é ter onde viver melhor.
- Sucuriju do Amapá foi doada para Zoológico da Guanabara.
- Jerônimo: vida de herói acaba triste e pobre (sobre jangadeiro cearense que fez o trajeto do Ceará ao Rio de Janeiro em 1941, filmado por Orson Welles, em jornada árdua que ceifou a vida de amigo).
- Saúde para o amapaense trabalhar.
- O homem no progresso do Amapá.

Seleção de imagens da revista
Alunos do "Instituto de Educação do Território". Hora da merenda, hora de congraçamento. Muitos residiam em Vila Amazonas e faziam diariamente a pequena viagem para Macapá.
Serra do Navio: professora se desvela na formação do homem que, amanhã, fará o Amapá progredir (que penteado estiloso, hein!).
 Alunas do IETA.
Alunos e alunas sabem que só através do estudo é que poderão tornar-se aptos às tarefas que o futuro lhes reserva, dentro do processo de desenvolvimento e progresso por que passa o Território.
A ICOMI no Amapá, pela vigorosa atividade que desenvolve, é o 'Amapá em marcha'.
Numa manhã de sol, a sucuri capturada pelos caçadores do Clube de Caça e Pesca de Vila Amazonas 'desembarcou' no Zoológico da Guanabara (RJ).

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Nota de 28/06/2018

Opa! Numa distração grande, acabei postando edição que já havia publicado no blog. Falha nossa!

Edição ICOMI Notícias N° 23

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Niranaê (Maycon Tosh)

NIRANAÊ é um romance de Edgar Rodrigues, publicado em Macapá pela Editora O Dia, em 1997. O livro foi disponibilizado pelo autor em niranae.blogspot.com e serviu de inspiração para o músico amapaense Maycon Tosh nessa bela canção, em que está acompanhado de Toninho Brandão no violão. Curta aí!



ÍNDIA NIRANAÊ
(Maycon Tosh)

TEUS OLHOS BRILHAM COMO O SOL DA MANHÃ
MEU PARAÍSO NA BEIRA DO RIO
MINHA NATUREZA

CORRENDO SOLTO, CORRENDO LOUCO
PRA TE ENCONTRAR
EU JÁ SABIA QUE VOCÊ EXISTIA
LINDA CABOCLA MENINA. MINHA SEREIA
VEM ME AJUDAR,
NIRANAÊ

 EU PRECISO DE VOCÊ
EU SÓ PENSO EM VOCÊ
ME DESESPERO
COMO EU TE QUERO,
ÍNDIA NIRANAÊ

CORRENDO SOLTO, CORRENDO LOUCO
PRA TE ENCONTRAR
EU JÁ SABIA QUE VOCÊ EXISTIA
MINHA PEQUENA SEREIA
OH ÍNDIA NIRANAÊ

EU PRECISO DE VOCÊ, EU SÓ PENSO EM VOCÊ
ME DESESPERO, COMO EU TEQUERO
ÍNDIA NIRANAÊ

segunda-feira, 18 de junho de 2018

HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

Mais um ano se completa na história da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, iniciada em 18 de Junho de 1911, em Belém do Pará. Não sou defensor de placas, pois a mensagem evangelizadora de Cristo é a origem de tudo, para todos que o anunciem. Portanto, no caminho que trilhamos, cuidemos que expresse seu ensino (alicerçado na Bíblia Sagrada), seu amor e sua presença. Esta é sua igreja, que pode ser chamada de diferentes nomes, mas é apenas uma em Jesus Cristo.
Voltando a atenção para parte de seu rebanho, que se chama por Assembleia de Deus, esse vídeo conta um pouco da história que completa hoje 107 anos. História com percalços difíceis, abnegação e lutas dramáticas e heroicas para cumprimento do IDE de Jesus. Sei que há bons e maus testemunhos, coisa do homem em suas escolhas pessoais. O que nunca muda é o Senhor em seu desejo de comunhão com todos.
Graças por ser possível viver nessa benção! Graças pelo Evangelho que se anuncia! Graças pela oportunidade nessas coisas na Assembleia de Deus! Graças por sua história! Parabéns aos irmãos assembleianos nesse dia de recordações!


O vídeo foi elaborado pelo Pastor Luciano Alexandre, publicado em sua página no YouTube, contando a história da Assembleia de Deus no Brasil em seus primeiros anos.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 22 (1965)

Edição de Outubro de 1965, com destaques para:
- O trabalhador amapaense se adapta ao uso das máquinas pesadas: modernização para o desenvolvimento do Amapá, mão de obra pronta para o trabalho na indústria.
-  Rio abaixo, rio acima: sobre ubás e montarias, o meio de transporte comum numa região cortada por rios. O texto aborda a produção artesanal e a recente modernização com acréscimo de motor de popa.
- Amapá na VIII Bienal de São Paulo: Destaque para os projetos de Oswaldo Bratke, em especial, a "Casa Ecológica da Amazônia".
IMAGENS DA REVISTA
Grupo de teatro em Vila Amazonas apresentando a peça "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado. Um clássico conhecido entre os estudantes de Serra do Navio e Vila Amazonas.
Chegou a hora das máquinas! Escavadeiras começam a rasgar o chão do Amapá na exploração das riquezas.
Rio abaixo, rio acima, a modernização chega também para as tradicionais montarias dos ribeirinhos.
Casa Ecológica da Amazônia, idealizada por Bratke, enaltecida em Feira de Arquitetura em São Paulo como um fato, não apenas um projeto.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

História de Marabá (Maria Virgínia Bastos de Mattos, 2013)

Este livro é um trabalho feito com a determinação de quem pretende socializar o conhecimento do que ocorreu e ocorre na região de Marabá, desde os primórdios de sua ocupação até os dias atuais. E começa bem: pela história dos remanescentes indígenas que ainda resistem neste mesmo espaço. Depois vem o 'branco', e a mistura de povos e atividades como a extração do látex do caucho e da castanha-do-brasil, o garimpo de diamantes, de cristal de rocha, de ouro, de ferro, de cobre. Interesses e fatos vários se dilaceram na Guerrilha do Araguaia, na abertura de estradas, no fortalecimento da pecuária e extração de madeira. Grandes e pequenos disputam e se digladiam por terra e lugar ao sol. (Gutemberg Guerra)

 
Literatura Paraense
Título: História de Marabá
Autora: Maria Virgínia Bastos de Mattos
Editora: Fundação Casa da Cultura de Marabá - FCCM
Páginas: 190
Ano: 2013 (2ª edição, revisada e aumentada)

Sumário
01) Primeiros habitantes
02) A ocupação pelo homem 'civilizado'
03) O Burgo do Itacaúnas e a descoberta do caucho
04) Marabá, primeiros tempos: da origem a 1920
05) Marabá, de 1923 a 1940
06) O ciclo da castanha-do-pará
07) Garimpos de diamantes e de cristal
08) Os anos de 1940 e 1950, os 'Soldados da Borracha': nova fase de exploração do caucho
09) A posse da terra e o incremento da pecuária
10) Chegam as estradas... e tudo começa a mudar
11) A Guerrilha do Araguaia
12) Serras dos Carajás
13) Conflitos fundiários: posseiros, grileiros e fazendeiros
14) Crescimento urbano de Marabá até 1960
15) As enchentes
16) Serra Pelada: muito ouro, poucos ricos
17) A década de 1980
18) Conflitos e organização no campo
19) Alguns acontecimentos da década de 1990
20) A indústria siderúrgica
21) Outras indústrias metalúrgicas
22) Os anos 220 a 2013
23) Violência e impunidade, os desafios do século XXI
24) Riquezas naturais
25) Datas importantes da História de Marabá
26) Marabá: o hino, a bandeira e o escudo

Não conheço Marabá, município paraense, mas me interesso pela leitura sobre as cidades na Amazônia, em suas histórias e peculiaridades. Dá para estabelecer contrastes e paralelos, que apontam aspectos comuns na ocupação da região em políticas no trato com o ambiente, população e exploração dos recursos naturais.
Encontrei esse livro por acaso em uma sala de leitura e logo me entusiasmei pelo passeio em suas páginas.
A impressão que tinha se confirmou em relação à obra, que mostra em primeiro momento os povos indígenas, descrevendo em seguida a chegada dos colonizadores, conflitos, estabelecimento de cultura extrativista, exploração em larga escala de recursos naturais e impacto ambiental.
A questão indígena é bastante conflituosa e a autora traz relatos de embates que praticamente dizimaram algumas populações. Alguns desses relatos são apresentados como barbárie e tornaram-se mais evidentes a partir da década de 1920, quando iniciou a construção da Estrada de Ferro Tocantins.
No extrativismo, o destaque foi para a extração do látex do caucho e exploração da castanha-do-brasil (prefiro esse nome). Os grandes empreendimentos se estabeleceram na exploração mineradora de diamante e ferro, destacando-se o empreendimento em Carajás. Repete-se o cenário comum na Amazônia de empreendimentos em grandes latifúndios, conflitos no campo, exploração da mão de obra com salários mal remunerados, pressão sobre o meio ambiental e reversão de poucas benfeitorias locais em relação à riqueza explorada.
Nas peculiaridades da região, a fundação de Marabá foi em 1898, quando houve o estabelecimento de um barracão comercial no ponto de encontro entre os rios Itacaiúnas e Tocantins. O barracão tinha por nome Marabá, como uma homenagem ao poema de Gonçalves Dias. Esse aspecto geográfico é representado na bandeira municipal. Em 1913 o município foi oficializado.
A história mostra conflitos que tiveram repercussão mundial, como o massacre de trabalhadores sem terra em Eldorado em 1996. A autora ressaltou que os dados mais recentes do IBGE, na época de lançamento do livro (2013 - 2ª edição), apontam o município como um dos mais violentos do país (4º), principalmente em relação ao campo e à delinquência juvenil. A origem estaria nas impunidades na esfera da justiça, fiscalizações precárias e policiamento deficiente.
Segundo a abordagem, é uma região com muito potencial de riquezas naturais, mas também com muitos conflitos, exploração pouco sustentável e desenvolvimento desigual para a região em relação à riqueza explorada.
Aspectos que a leitura faz perceber, evidenciados pela autora (também estudiosa de História e bibliotecária).
Penso que faltou referências para a parte cultural da região. Certamente tem coisas sensacionais para descoberta e leitura.
Um registro final, o livro é uma segunda edição, atualizada pela autora em celebração ao centenário do município em 2013.
Valeu a leitura! Gostaria de descobrir mais coisas e quem sabe um dia visitar a região.

Marabá (Pará). Vista frontal da cidade e sua orla no encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantis. (Foto: Ricardo Teles, estraída de portalcanaa.com)

Em Macapá, a obra pode ser consultada 
na Biblioteca Ambiental da SEMA 
e na sala de pesquisas 
do Museu de Arqueologia e Etnologia do IEPA.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 21 (1965)

Edição 21, publicada em Setembro de 1965. Destaques para:
- Terra fértil, a agricultura no Amapá é caminho para o progresso:  enfatiza que as terras amapaenses suportariam grandes empreendimentos, a serem desenvolvidos pela COPRAM e BRUMASA.
- Operação Rio Amapari: sobre parceria da empresa com ribeirinhos, em exemplo de dinamização de setores econômicos em região não desenvolvida.
- Leandro Tocantins encontra a casa ecológica no Amapá: texto apresentado em conferência sobre a Amazônia (realizada em Belém e Manaus), registrado na obra 'Região, Vida e Expressão', do professor e pesquisador Leandro Tocantins.
- Amapá sempre alerta: relato da viagem de grupo de escoteiros amapaenses ao Rio de Janeiro, para participar do I Jamboree Pan-Americano.
- Madeira, riqueza nova para o país: enfatiza a riqueza florestal amapaense e a importância da instalação da BRUMASA para promover desenvolvimento.
Como se observa, edição meticulosa na propaganda institucional. 

IMAGENS DA EDIÇÃO
Encontro de escoteiros do Amapá com os de Minas Gerais (ICOMI - ICOMINAS), no Rio de Janeiro, por ocasião do I Jamboree Pan-Americano. 
 Ilustração da Operação Amapari.
 Ribeirinhos do rio Amapari.
 Ilustração da Operação Amapari.