As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 26 de março de 2013

Quadros de Betto Peixe

Três quadros em exposição na Biblioteca Pública Elcy Lacerda. São obras de Betto Peixe mostrando elementos conhecidos e representativos da cultura amapaense. Nota-se uma simplicidade provocativa, despertada pela combinação de cores vigorosas e técnicas de aplicação acrílica.

Não tenho o nome das obras, mas esta enaltece a principal manifestação cultural do Amapá, aí representada pelo tambor ou caixa de Marabaixo, marcante para a cantoria e versos de improviso chamados de ladrões. Veja NESTE LINK algumas imagens antigas de festa de Marabaixo.

"É fácil o meu endereço 
Vá lá quando o sol se pôr
Na esquina do rio mais belo
Com a linha do equador"
(Versos de Meu Endereço, música de Zé Miguel) 

Uma representação da arte Maracá-Cunani, povos pré-colombianos que viveram na região do Amapá. Muita gente não sabe mas os povos indígenas encontrados hoje no território amapaense se estabeleceram nesta região por volta do século XVIII.  A cultura dos povos mais primitivos e nativos, que a pintura mostra, pode ser pesquisada no livro "O Legado das Civilizações Maracá e Cunani - O Amapá revelando sua identidade"  do SEBRAE-AP, 2006. Esta obra pode ser consultada nas Bibliotecas: SEMA, Elcy Lacerda, SESC-Centro e Municipal de Macapá.

Belas obras de Betto Peixe que, a título de curiosidade, é filho de R. Peixe, artista plástico considerado dos maiores na cultura amapaense. Há quem conte histórias com as palavras, outros com a pintura. Gosto dessa arte que nos instiga e motiva a descobertas, é o que vejo.

"A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica."
(Pablo Picasso) 

sexta-feira, 22 de março de 2013

MUNICÍPIOS DO AMAPÁ - Bandeiras (Parte 4)

Esta é a bandeira do Município de Oiapoque. Fora possíveis erros geométricos, o que foi idealizado está preservado. Só me faltam agora as bandeiras de Pracuúba, Pedra Branca, Cutias e Amapá. Seria bem fácil de conseguir se as prefeituras disponibilizassem as informações organizadamente na net.

Município de Oiapoque


A expressão Do Oiapoque ao Chuí é conhecida nacionalmente quando se fala de pontos extremos. Como amapaense é interessante ver sempre o estado referenciado mas, geograficamente falando, é uma expressão errônea. O correto é Do Caburaí ao Chuí.  O Monte Caburaí localiza-se em um parque nacional no estado de Roraima e fica, comparativamente, a 84 km acima da localização do Oiapoque. Vivendo e aprendendo.



Veja também: 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Revista Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes (Março/2006)

Ô gente boa! Com a proposta de resgatar e disponibilizar revistas antigas estou apresentando a edição especial da ELETRONORTE sobre os 30 anos da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes (Paredão), que circulou em março de 2006. A revista tem 20 páginas mostrando um pouco da história, importância e relatos de funcionários. Reconhecendo-se a dificuldade de material disponível para pesquisas em nosso estado, uma realidade vigente em muitos setores, a edição tem sua importância como fonte de pesquisas. Guarde e compartilhe.
 Imagens publicadas na revista mostrando a barragem em construção 
e a presença do Presidente Geisel.

A UH de Coaracy Nunes teve seus primeiros estudos para construção coordenados pela CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) na década de 1940, devido a criação do território amapaense e a necessidade de um quantitativo energético suficiente para o atendimento da demanda na época.
No início dos anos 70 a UH, já em fase de construção, passou para a responsabilidade da ELETRONORTE e sua inauguração se deu em 13/01/1976, com a presença do então presidente Ernesto Geisel, ao lado do primeiro presidente da ELETRONORTE, Raul Garcia Llano. Ei, tu sabias que foi a primeira hidrelétrica da Amazônia?  É meu amigo, histórias que a revista vai descortinando um pouco para quem não conhece a história amapaense.
Fonte da imagem: neypantaleao.blogspot.com
Hoje o que se sabe comumente é que o Amapá, em uma dicotomia de estado nortista à margem da mídia nacional e terra de intenso fluxo migratório, tem uma carência energética acentuada. Só acontecer um período de estiagem maior que já se fala em racionamento e apagões. A perspectiva é que isso deverá terminar com as obras em pleno vapor das usinas de Ferreira Gomes e de Santo Antônio. Há também outros projetos, como a PCH Capivara e Caldeirão. Material sobre isso pode ser encontrado na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá, como também mais uma obra sobre a UH Coaracy Nunes entitulada Descrição Geral do Empreendimento (com 60 páginas) produzido pela ELETRONORTE em 1998. 

 Materiais para pesquisa sobre hidrelétricas amapaenses, na Biblioteca SEMA-AP.
 
Imagem rara da antiga Cachoeira do Paredão (Década de 1950). Créditos da imagem a porta-retrato-ap.blogspot.com (Veja no link esta e outras imagens raras da cachoeira).

História informal: Eu sou apreciador de relatos não oficiais, histórias vividas e contadas por testemunhas oculares. Este é Seu José Clementino, ex-funcionário e eterno parceiro da Biblioteca SEMA. Foi trabalhador na construção da Hidrelétrica do Paredão e relatou coisas curiosas como: 
- a beleza da cachoeira antes da barragem (uma bela paisagem para quem via, com direito a respingos devido o grande fluxo d'água); 
- para fazer a barragem as pedras foram dinamitadas e aparadas à marreta (pós desvio temporário das águas);
- encontro de sucurijus gigantes pelos trabalhadores;
- correu entre os trabalhadores lendas como a aparição de uma famigerada loira à noite (ai, ai, aparece para mim ô loira que não te vejo como visagem e te dou um trato na maciota);
- a obra custou a vida de muitos trabalhadores, ceifados na turbulência, e quem sabe revolta, daquelas águas outrora indômitas por muitos séculos. 

São histórias que vou ouvindo e contando...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Movimento Literário no Amapá (Globo News Literatura de 15/03/2013)

Em 15/03/2013 o Globo News Literatura apresentou uma reportagem sobre o movimento literário no Amapá. O programa apresentou a Caravana de Escritores em visita a escola ribeirinha na Ilha de Santana, perspectivas para a II FLAP, depoimentos de pessoas do meio literário sobre a produção amapaense, as dificuldades na acessibilidade e distribuição das obras dos autores locais e um pouco do Teatro Marco Zero, um belo exemplo de projeto com crianças conciliando arte, literatura e ação social.
O programa na íntegra pode ser visto no globo.com
A  reportagem sobre o Amapá pode ser vista neste link do youtube
Os pontos apresentados estão descritos a seguir.

Dados iniciais sobre o Amapá mostrados na abertura do programa.


"Eu vim ao Amapá a convite da Caravana dos Escritores para mostrar meu trabalho de poeta, mas a viagem me permite também conhecer o meio literário local e, para compartilhar essa experiência com vocês que acompanham o Globo News Literatura, eu trouxe a minha câmera digital e vou contar também com o apoio luxuoso do pessoal da TV Amapá."  
(Claufe Rodrigues)

OBS: Claufe Rodrigues é jornalista e poeta, tem mais de 10 livros publicados e atuação marcante no cenário cultural carioca há mais de 30 anos. Um pouco de sua obra pode ser conhecida em clauferodrigues.com

"Os escritores convidados participam dos eventos preparativos para a II FLAP - Feira do Livro do Amapá. São palestras e debates, contação de histórias, recitais com crianças e adolescentes, shows de música e poesia."
OBS: Veja algumas imagens da I FLAP no link  casteloroger.blogspot.com


"Fizemos a I FLAP em novembro de 2012. Foi um sucesso, foi unanimidade. Tinha já um movimento natural na sociedade, muitos grupos de jovens poetas aqui, que é uma coisa natural, então foi só conseguir transformar isso em política pública, é uma coisa que está florescendo no Amapá naturalmente." (Cláudia Capiberibe - Secretária da SIMS - sobre a FLAP).

"As instituições que promovem feiras e eventos literários podem solicitar uma caravana nos setores. Elas é que convidam os autores, que escolhem. Nós da coordenação apenas acolhemos e procuramos satisfazer as necessidades da programação cultural das feiras." (Suzana Vargas -  Coordenadora da Carana dos Escritores - sobre as ações do grupo).


"A Caravana dos Escritores é sempre uma coisa curiosa porque ela acaba lhe apresentando a novos autores, uma literatura que a gente de certa forma desconhece porque tem pouco acesso, pelo próprio isolamento dessas outras regiões."  
(Mauricio Melo Jr - jornalista e escritor - sobre a Carana dos Escritores)


"Costumo dizer que a gente tem um rio aqui que nos separa do resto do Brasil. Tudo tem uma certa dificuldade, tanto para virem de lá, como para irem daqui. Eu por exemplo participei em Belém, mas nunca fui para São Paulo proferir literatura". 
(Manoel Bispo Corrêa - escritor - sobre dificuldades para desenvolvimento da FLAP). 


No debate, com forte presença de estudantes de Letras, um dos temas mais discutidos foi sobre a dificuldade de acesso do público aos autores locais e vice-versa.

"Os livros dos autores amapaenses não estão acessíveis ao público. Primeiro, a pequena tiragem, geralmente são feitas 100 a 300 e rapidamente se esgotam. Há falta também de livrarias, recentemente tivemos mais uma livraria aqui no Amapá que, das quatro, fechou recentemente. Estou há 30 anos no Amapá e antigamente se fazia dois, três lançamentos. Hoje a gente faz quinze lançamentos por ano, então as coisas estão aumentando, o público está pedindo mais qualidade, hoje há um senso crítico muito grande, para você lançar um livro precisa ter uma certa qualidade que antes não havia." (Paulo Tarso - escritor - sobre a acessibilidade à Literatura Amapaense)


OBS: O escritor Paulo Tarso mantem um importante blog sobre a Literatura Amapaense em escritoresap.blogspot.com e a livraria recém fechada em Macapá foi a Livraria Amapaense (oficialmente em 22/02/2013).

"Estamos precisando muito disso, que haja uma política de publicação para incentivar não só os escritores que já existem, mas também os que vão se aventurar nessa trilha"
(Francisco de Assis - Professor de Literatura - sobre  a necessidade de políticas públicas de incentivo e apoio à Literatura Amapaense).

"Uma vez que não temos no Amapá editoras, não temos livrarias que façam essa distribuição, nem editores para publicar nossos livros a gente ainda depende do incentivo do Poder Público. Embora a gente tenha várias dificuldades de publicação, a gente tem uma literatura de qualidade. Se a gente conseguir colocar nos meios de comunicação e mostrar para o leitor aquilo que a gente está fazendo eu acredito que ele procura, ele mostra assim o seu interesse." (Lulih Rojanski - escritora e Diretora da Biblioteca Estadual Elcy Lacerda - sobre a distribuição da Literatura no Amapá).
"As pessoas prestam atenção, participam, perguntam e estão interagindo. Então a gente percebe que é um estado que tem muito que florescer na literatura."
(Ricardo Cabus - poeta)
Um passeio pelo rio Amazonas e chegamos a uma escola modelo no Município de Santana que atende a população ribeirinha da região
OBS: Essa escola localiza-se em uma comunidade ribeirinha conhecida como Cachoeirinha, na Ilha de Santana, e está localizada cerca de 25 minutos de barco saindo do Porto de Santana. Conheça um pouco mais dessa escola e sua realidade NESTE LINK e AQUI TAMBÉM.

"Ao longo do ano vocês trabalham a literatura também ou só nestes momentos?" (Repórter) "Não, é um todo, é um trabalho muito bom aqui na comunidade, a gente vai levando a vida como pode. Os alunos participam muito em tudo na escola." 
(Maria Célia Ribeiro - professora)
 
"A gente coloca a leitura, coloca contadores de histórias, sarau. O sarau aproxima muito porque ali o escritor e o leitor tem oportunidade de interagir no mesmo tempo e isso é bonito, e com arte, uma coisa meio teatral. Isso é bonito e bacana também.
(Carla Nobre - poeta e coordenadora da FLAP)

Imagens da  escola na Ilha de Santana. Ei turma, eu entendo a timidez!!!
Uma das experiências mais interessantes que presenciamos no Amapá foi o Teatro Marco Zero, que existe há 15 anos no Bairro Perpétuo Socorro. Um projeto particular que conta com a participação maciça da população. É a literatura fazendo diferença na periferia de Macapá. Fiquei impressionado com a participação das crianças principalmente.

"O ensaio é aqui, aí chamo as crianças, vou nas casas, convido e elas ficam satisfeitas, eu acho isso tão maravilhoso, uma satisfação tão grande dessas crianças estarem aqui dentro, é melhor do que estar na rua aprendendo o que não presta. Aqui dentro elas estão aprendendo arte e a arte é vida"
(Tina Araújo - Presidente do Grupo Teatral Marco Zero).

"Esse é um trabalho que venho fazendo, tenho duas filhas, todas duas são atrizes e recitam poesia. A mais velha tem 22 anos e hoje estava recitando com a menor, que tem 7 anos. No início era um pouco tímida, recitava meio de ladinho, hoje é toda metida e já chega chegando, ela quer fazer" (Andréa Lopes - atriz)

Esse foi o programa exibido sobre o Amapá e seus valores literários.

Conheça outros programas em:

sexta-feira, 15 de março de 2013

MUNICÍPIOS DO AMAPÁ - Bandeiras (Parte 3)

Mais duas bandeiras de municípios amapaenses. Geometricamente não estão perfeitas, mas dá para ter a idéia da concepção. São agora 11 identificadas das 16 existentes. Parece brincadeira e coisa trivial mas a maioria das bibliotecas amapaenses, todas que conheço, não reuniu ainda esta coleção que é frequentemente procurada em pesquisas. Os estudantes e professores que o digam. A busca ainda continua pelas de Pedra Branca, Cutias, Oiapoque, Amapá e Pracuúba. (Alguém me auxiliaria enviando a imagem para casteloroger@hotmail.com ?)

Bandeira de Ferreira Gomes
Bandeira de Tartarugalzinho 

Veja também:

terça-feira, 12 de março de 2013

Tirinhas dos CABUÇUS (Diário do Amapá - 02/05/06)

Tirinhas publicadas no Jornal Diário do Amapá, de 02/05/2006, desenhadas por Honorato Jr.

Os Cabuçus - Honorato Jr

Égua mano velho! Os cabocos agora são astros de teatro e, vira e mexe, 
se apresentam numa peça pai-d'égua de assistir...
...Mas bem que poderiam trazê-los de volta para as revistinhas né!
É o fraco não!!!!!

Quem se interessa por História Amapaense não pode deixar de conhecer a Sala de Periódicos da Biblioteca Pública Elcy Lacerda. Este e outros materiais vou conseguindo, às vezes, por lá mesmo. Tem até outra sala com jornais raros mais velhos que tu, do tempo do ronca na década de 1950. São obras que vou visitando e resgatando alguma coisa quando dá e, também e principalmente, conhecendo e aprendendo. Taí uma dica para quem é viajante e pesquisador da história.


Mais em:

segunda-feira, 11 de março de 2013

BAIRROS DE MACAPÁ - O Bairro do Beirol (Parte 2)

O Bairro do Beirol tem inúmeras histórias e, parte destas, foi apresentada pelo jornalista David Diogo em um vídeo no youtube. Dada a importância e procura pelo assunto, compartilhei o vídeo (com os devidos créditos) para referência a classe estudantil e professores. 
A história urbanística de Macapá é um assunto de grande procura nas bibliotecas amapaenses, invariavelmente com acervos muito limitados.

 O Bairro Beirol - Reportagem de David Diogo
(Produzida e postada no Canal TV DavidDiogo)
Duração: 10 minutos / Ano: 2012 

Pontos apresentados:
- O Programa Nosso Bairro veio à Macapá, capital do Amapá, para conhecer o BEIROL. O local foi conhecido por muito tempo como Bairro das Comunicações devido as antenas da EMBRATEL que existiam aqui, mas o tempo foi passando e a comunidade ganhou o nome de BEIROL. A partir de agora convido-o a acompanhar a história deste bairro, que se transformou e ficou conhecido como ponto de ligação para outras áreas da capital amapaense.  
- O BEIROL fica espremido entre os bairros Buritizal, Santa Inês e Trem (também pelo Buritizal, Muca, Pedrinhas e Jardim Equatorial).

- Segundo o último censo IBGE (2010) o bairro tem uma população de aproximadamente 9 mil pessoas, sendo a maioria jovem (veja alguns dados deste censo em correaneto.com.br).
- Com o passar do tempo o local foi se modernizando e recebendo serviços de infra-estrutura. A energia elétrica chega a todas as casas do bairro, mas no início não eram tantos os benefícios e nem tinha tanta gente, como conta a aposentada Maria Farias da Silva: "O bairro era um interior, não tinha muito morador. Quando cheguei as casinhas que tinham até a sede do Trem eram de barro, aí foi mudando, a cidade foi crescendo, a olaria era aonde tinha as casas do governo. Macapá tá grande e não conheço mais. Aqui era muito bom, o bairro melhorzinho para morar, eu acho bom." A aposentada vive um caso de amor com o bairro, de Afuá veio morar no Bairro do Trem e hoje vive no Beirol há mais de 50 anos.
- Durante um longo período o bairro foi conhecido como Bairro da Comunicação, é que no ponto onde hoje está contruído o Conjunto Mucajá funcionavam as antenas da EMBRATEL.
Antigas antenas da EMBRATEL (Fonte: Biblioteca Municipal de Macapá)    
Dê uma conferida também no link porta-retrato-ap.blogspot.com.br
- A comunicação tem haver mesmo com o BEIROL. Atualmente funciona no bairro uma das sedes da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e os serviços acontecem no prédio ao lado do Conjunto Mucajá, onde moram mais de 100 famílias, remanejadas de áreas inadequadas para habitação.
Conjunto Mucajá (Fonte: macapalinda.blogspot.com)
"O conjunto recebeu dezenas de famílias cadastradas vindas principalmente da Vila do Mucajá, no Bairro Santa Inês. As condições de moradia nesta vila eram precárias. Frequentei o local nos anos 90 e testemunhei, em alguns pontos, fileiras de baldes para recolher água em uma única torneira e também casas em barrancos com sério risco de desabamento. O local também tinha fama de violência e vi algumas brigas entre participantes de gangues. Moro no Trem, mas frequentei uma igreja evangélica na vila entre 1994 a 2000. Lembro de um ponto, na saída do Mucajá, que era de muito risco a noite, era um beco margeando o muro para o SESC na saída para a Rua Jovino Dinoá. Com o tempo o povo o abandonou e a passagem se dava através da área onde hoje temos o Conjunto Mucajá. Este velho recorte de jornal nos dá uma panorâmica da antiga vila em uma reportagem de Ângelo Fernandes para o Jornal do Dia, de 16/01/2003." (R. Castelo)
Conjunto Mucajá (Fotos e informações: Prefeitura de Macapá)
Foi a primeira obra concluída no Amapá (e Região Norte) através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) criado pelo governo federal na gestão do Presidente Lula (2007). Abrange 592 unidades habitacionais distribuídas em 37 blocos com 16 apartamentos cada. O custo da obra foi de aproximadamente 30 milhões de reais e a construção ficou a engargo da Prefeitura de Macapá, sendo inaugurado em outubro de 2011. O residencial, apesar de novo, já tem muita história, com pontos positivos ou negativos. Já se falou em especulação imobiliária, rachaduras na estrutura, aumento do índice de assaltos nas redondezas e conflitos entre os moradores (que são cerca de 3 mil).
- No vídeo, moradores do Mucajá relataram sobre as melhores condições encontradas no residencial.
 - Além do conjunto, uma oportunidade para quem não tinha um lugar regularizado para morar, o bairro tem outros privilégios. No bairro encontramos a sede do maior orgão de segurança do Amapá, o quartel do comando da Polícia Militar.
- A fé também está presente, São Pedro tem um lugar especial. Moradores do bairro são devotos e o escolheram como padroeiro. A Igreja São Pedro é uma das dezenas de paróquias da Diocese de Macapá. Diariamente é visita por moradores e por pessoas de outros pontos de Macapá.
- Na década de 70 foi criada a Polícia Militar do Amapá (1975) e instalado no bairro seu quartel. O orgão trabalha com crianças e adolescentes através do projeto Peixinhos Voadores. Um incentivo a prática esportiva através da natação.
Foto: Sebastião Mota / portalamazonia.com
O Peixinhos Voadores consiste na descoberta de novos talentos para a natação com estímulos para a responsabilidade, respeito e inserção social. O projeto iniciou em abril de 2002, com apenas sete crianças, e hoje atende mais de mil.  As atividades também foram expandidas para outros pólos nos municípios. (Fonte: coronelwalcyr.blogspot.com)
- Segundo moradores, o bairro é um local bom de se viver. Um lugar de esperança, que por mais que tarde, nunca falha.

Veja também:
  - O Bairro Beirol (Parte 1)