As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Movimento Literário no Amapá (Globo News Literatura de 15/03/2013)

Em 15/03/2013 o Globo News Literatura apresentou uma reportagem sobre o movimento literário no Amapá. O programa apresentou a Caravana de Escritores em visita a escola ribeirinha na Ilha de Santana, perspectivas para a II FLAP, depoimentos de pessoas do meio literário sobre a produção amapaense, as dificuldades na acessibilidade e distribuição das obras dos autores locais e um pouco do Teatro Marco Zero, um belo exemplo de projeto com crianças conciliando arte, literatura e ação social.
O programa na íntegra pode ser visto no globo.com
A  reportagem sobre o Amapá pode ser vista neste link do youtube
Os pontos apresentados estão descritos a seguir.

Dados iniciais sobre o Amapá mostrados na abertura do programa.


"Eu vim ao Amapá a convite da Caravana dos Escritores para mostrar meu trabalho de poeta, mas a viagem me permite também conhecer o meio literário local e, para compartilhar essa experiência com vocês que acompanham o Globo News Literatura, eu trouxe a minha câmera digital e vou contar também com o apoio luxuoso do pessoal da TV Amapá."  
(Claufe Rodrigues)

OBS: Claufe Rodrigues é jornalista e poeta, tem mais de 10 livros publicados e atuação marcante no cenário cultural carioca há mais de 30 anos. Um pouco de sua obra pode ser conhecida em clauferodrigues.com

"Os escritores convidados participam dos eventos preparativos para a II FLAP - Feira do Livro do Amapá. São palestras e debates, contação de histórias, recitais com crianças e adolescentes, shows de música e poesia."
OBS: Veja algumas imagens da I FLAP no link  casteloroger.blogspot.com


"Fizemos a I FLAP em novembro de 2012. Foi um sucesso, foi unanimidade. Tinha já um movimento natural na sociedade, muitos grupos de jovens poetas aqui, que é uma coisa natural, então foi só conseguir transformar isso em política pública, é uma coisa que está florescendo no Amapá naturalmente." (Cláudia Capiberibe - Secretária da SIMS - sobre a FLAP).

"As instituições que promovem feiras e eventos literários podem solicitar uma caravana nos setores. Elas é que convidam os autores, que escolhem. Nós da coordenação apenas acolhemos e procuramos satisfazer as necessidades da programação cultural das feiras." (Suzana Vargas -  Coordenadora da Carana dos Escritores - sobre as ações do grupo).


"A Caravana dos Escritores é sempre uma coisa curiosa porque ela acaba lhe apresentando a novos autores, uma literatura que a gente de certa forma desconhece porque tem pouco acesso, pelo próprio isolamento dessas outras regiões."  
(Mauricio Melo Jr - jornalista e escritor - sobre a Carana dos Escritores)


"Costumo dizer que a gente tem um rio aqui que nos separa do resto do Brasil. Tudo tem uma certa dificuldade, tanto para virem de lá, como para irem daqui. Eu por exemplo participei em Belém, mas nunca fui para São Paulo proferir literatura". 
(Manoel Bispo Corrêa - escritor - sobre dificuldades para desenvolvimento da FLAP). 


No debate, com forte presença de estudantes de Letras, um dos temas mais discutidos foi sobre a dificuldade de acesso do público aos autores locais e vice-versa.

"Os livros dos autores amapaenses não estão acessíveis ao público. Primeiro, a pequena tiragem, geralmente são feitas 100 a 300 e rapidamente se esgotam. Há falta também de livrarias, recentemente tivemos mais uma livraria aqui no Amapá que, das quatro, fechou recentemente. Estou há 30 anos no Amapá e antigamente se fazia dois, três lançamentos. Hoje a gente faz quinze lançamentos por ano, então as coisas estão aumentando, o público está pedindo mais qualidade, hoje há um senso crítico muito grande, para você lançar um livro precisa ter uma certa qualidade que antes não havia." (Paulo Tarso - escritor - sobre a acessibilidade à Literatura Amapaense)


OBS: O escritor Paulo Tarso mantem um importante blog sobre a Literatura Amapaense em escritoresap.blogspot.com e a livraria recém fechada em Macapá foi a Livraria Amapaense (oficialmente em 22/02/2013).

"Estamos precisando muito disso, que haja uma política de publicação para incentivar não só os escritores que já existem, mas também os que vão se aventurar nessa trilha"
(Francisco de Assis - Professor de Literatura - sobre  a necessidade de políticas públicas de incentivo e apoio à Literatura Amapaense).

"Uma vez que não temos no Amapá editoras, não temos livrarias que façam essa distribuição, nem editores para publicar nossos livros a gente ainda depende do incentivo do Poder Público. Embora a gente tenha várias dificuldades de publicação, a gente tem uma literatura de qualidade. Se a gente conseguir colocar nos meios de comunicação e mostrar para o leitor aquilo que a gente está fazendo eu acredito que ele procura, ele mostra assim o seu interesse." (Lulih Rojanski - escritora e Diretora da Biblioteca Estadual Elcy Lacerda - sobre a distribuição da Literatura no Amapá).
"As pessoas prestam atenção, participam, perguntam e estão interagindo. Então a gente percebe que é um estado que tem muito que florescer na literatura."
(Ricardo Cabus - poeta)
Um passeio pelo rio Amazonas e chegamos a uma escola modelo no Município de Santana que atende a população ribeirinha da região
OBS: Essa escola localiza-se em uma comunidade ribeirinha conhecida como Cachoeirinha, na Ilha de Santana, e está localizada cerca de 25 minutos de barco saindo do Porto de Santana. Conheça um pouco mais dessa escola e sua realidade NESTE LINK e AQUI TAMBÉM.

"Ao longo do ano vocês trabalham a literatura também ou só nestes momentos?" (Repórter) "Não, é um todo, é um trabalho muito bom aqui na comunidade, a gente vai levando a vida como pode. Os alunos participam muito em tudo na escola." 
(Maria Célia Ribeiro - professora)
 
"A gente coloca a leitura, coloca contadores de histórias, sarau. O sarau aproxima muito porque ali o escritor e o leitor tem oportunidade de interagir no mesmo tempo e isso é bonito, e com arte, uma coisa meio teatral. Isso é bonito e bacana também.
(Carla Nobre - poeta e coordenadora da FLAP)

Imagens da  escola na Ilha de Santana. Ei turma, eu entendo a timidez!!!
Uma das experiências mais interessantes que presenciamos no Amapá foi o Teatro Marco Zero, que existe há 15 anos no Bairro Perpétuo Socorro. Um projeto particular que conta com a participação maciça da população. É a literatura fazendo diferença na periferia de Macapá. Fiquei impressionado com a participação das crianças principalmente.

"O ensaio é aqui, aí chamo as crianças, vou nas casas, convido e elas ficam satisfeitas, eu acho isso tão maravilhoso, uma satisfação tão grande dessas crianças estarem aqui dentro, é melhor do que estar na rua aprendendo o que não presta. Aqui dentro elas estão aprendendo arte e a arte é vida"
(Tina Araújo - Presidente do Grupo Teatral Marco Zero).

"Esse é um trabalho que venho fazendo, tenho duas filhas, todas duas são atrizes e recitam poesia. A mais velha tem 22 anos e hoje estava recitando com a menor, que tem 7 anos. No início era um pouco tímida, recitava meio de ladinho, hoje é toda metida e já chega chegando, ela quer fazer" (Andréa Lopes - atriz)

Esse foi o programa exibido sobre o Amapá e seus valores literários.

Conheça outros programas em: