As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sábado, 28 de abril de 2012

Conhecendo o Rainbow Warrior III (Parte 1)

é uma ONG internacional sediada em Amsterdã (Holanda) com escritórios espalhados por mais de 40 países, reunindo ativistas em favor das questões ambientais e paz mundial. 
Surgiu em 1971, quando ambientalistas rumaram para as Ilhas Aleutas (Alasca) na tentativa de impedir um teste nuclear dos Estados Unidos. História que determinou o nome da organização (da venda  de buttons com os nomes PAZ e VERDE, para arrecadar fundos) e o nome da primeira embarcação: Raibow Warrior (baseado em uma profecia indígena sobre proteção ambiental, que também é uma inspiração aos ativistas). 
"Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris." 
("Olhos de Fogo", uma velha índia Cree, há 200 anos)
Foto: Rogério Castelo
No dia 27/04/2012, o navio Raibow Warrior chegou ao Amapá (Docas de Santana) e reuniu representantes de vários segmentos (política, estudantes e a sociedade civil) a favor de uma campanha  chamada "Desmatamento Zero"
Foto: Greenpeace
O barco veio de Manaus e está em um tour por várias cidades brasileiras em sua campanha ambientalÉ uma  manifestação popular contra dispositivos do Novo Código Florestal Brasileiro que, na prática, vai legalizar o desmatamento em proporções nunca vistas, anistiar desmatadores e prejudicar, principalmente, o Amapá (Estado brasileiro mais preservado), permitindo a devastação de 400 mil hectares das florestas amapaenses... tudo para  beneficiar o agronegócio, tudo para beneficiar os ruralistas.
Muitos políticos são sorrateiros donos de fazenda 
ou receberam/recebem apoio destes.

E eu com isso? Meu amigo, lembrando uma frase shakespereana, "Há mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe vossa vã filosofia...". As coisas ambientais são todas intimamente ligadas, sofremos impactos por causa do descaso de muitos no passado (e presente... nós mesmos) e permitimos que se potencializem esses impactos se nada for feito em favor do meio ambiente. Quem viver verá? Não estaremos aqui, mas que bela herança se prenuncia, aliada ao descaso e irresponsabilidades, se esse código vigorar.... O desmatamento não é o limite à destruição ambiental, junto disso vem ocupação da terra, explosão demográfica, conflitos no campo e todos os problemas relacionados à falta de infraestrutura, para onde as coisas sempre caminham... Diferente do que se passa aos "donos da terra" (explorando, lucrando e enganando sempre) e agora declarados inocentes pelo tanto que desmataram, rios que destruíram, terras quilombolas e indígenas que invadiram e cobrança nenhuma em recuperar suas ações.

 Fonte: Ed Carlos para o site humorpolitico.com.br

É uma farsa que não representa a maioria do povo brasileiro e sim os interesses de quem ganha com a exploração devastadora do meio ambiente. Se com as leis atuais, já se pratica muito crime ambiental, imagina com respaldo legal!!! Vão diminuir os limites das áreas de reserva legal e das áreas consideradas de proteção permanente (APPs). Quem diria... No novo século, quando se pensou que as questões ambientais seriam mais que um modismo, consolidandando-se como políticas prioritárias, vem esses políticos e dão provas, mais uma vez, de que os interesses escusos são sempre suas maiores motivações. Leia, se quizer, aqui também.
Fonte: Eder Santos 
"A intenção da organização ambientalista é coletar assinaturas para um projeto de Lei de iniciativa popular, na chamada campanha ‘’Desmatamento Zero’’. O projeto objetiva o fim do desmatamento com posicionamentos convergentes em relação ao texto do novo Código Florestal" (Texto do "Jornal Extra Amapá")

Você pode participar desta campanha, se quiser, fazendo sua petição no site do Greenpeace (Veja aqui). Para ter representatividade, a ONG trabalha para reunir mais de 1 milhão de assinaturas (até agora não chegou em 200 mil).
Com as assinaturas pretende-se levar ao Congresso Nacional uma Lei Popular pelo fim da destruição das florestas. Veja a Minuta aqui.

Dadas as devidas considerações sobre os objetivos da ONG no Amapá, voltemos um pouco nossa atenção a esta singular embarcação, cujo nome traduzido significa "Guerreiro do arco-íris" (alusão àquela lenda indígena descrita no início deste post).
Foto: Greenpeace
Essa é a terceira versão do barco. A primeira é do ano de 1977 (uma velha traineira reformada que viajou mundo com os ativistas, figurando naquelas épicas abordagens de proteção às baleias contra navios baleeiros). Foi bombardeada pelo serviço secreto francês em 1985 em um atentado que vitimou um fotógrafo português.
Foto: Greenpeace
Aí está o velho guerreiro! Tornou-se um local de mergulho no fundo do mar em Auckland, na Nova Zelândia.
 
Greenpeace Brasil
O segundo barco esteve no Brasil em 1992, para a inauguração do Greenpeace Brasil e para participar da Eco-92. Viajou mundo em campanhas e foi aposentado após 22 anos de serviços, sendo doado para a ONG Friendship, de Bangladesh. Em sua história há registros também de atentados sofridos, causados por comandos franceses (em 1995 entraram à bordo nas águas da Polinésia Francesa e deixaram o barco em terrível mau estado - solto somente em março de 1996). 

"A história é o incalculável impacto das circunstâncias 
sobre as utopias e os sonhos."
Mariano Salas

"O Rainbow Warrior do século 21 foi construído sob medida e financiado com as doações recebidas pela ONG (o primeiro a ser construído especificamente para o Greenpeace). É mais rápido, mais eficiente, mais confortável e ambientalmente menos nocivo. Dotado de botes, um helicóptero e uma sala de conferências conectada permanentemente via satélite, está pronto, segundo os ativistas, para perseguir pesqueiros irregulares, atrapalhar petroleiros, fazer campanhas barulhentas e, a seu modo, tentar salvar o mundo". (Fonte: Revista Veja)

Esta é a embarcação que aportou em Santana-AP, chamando a atenção da sociedade amapaense. Foram organizados grupos de visitação de 20 pessoas, guiados pelos ativistas. Além de mostrar as peculiaridades do navio, chamam a atenção para a campanha "Desmatamento Zero" e contam um pouco destas histórias aqui descritas.  
Esse sino aí é remanescente do primeiro Rainbow Warrior. Lembrança de lutas assumidas em outras épocas e inspiração para os novos ativistas. 
O casco do novo Rainbow Warrior foi construído na Polônia e a infraestrutura interna foi instalada na Alemanha. Os mastros de 54 metros de altura suportam 1.290 metros quadrados de vela, que dispensam o uso do motor na maior parte do tempo. Se as condições climáticas forem desfavoráveis, ou o barco estiver em operação de perseguição durante as ações do Greeenpeace, o motor a diesel-elétrico é acionado (Fonte: Revista Veja)
Além do Rainbow Warrior III, o Greenpeace possui mais duas embarcações, os navios Esperanza e Arctic Sunrise.

O "Arctic Sunrise" é um barco de pesquisa, próprio para navegação nos pólos (é um navio quebra-gelo). A quem interessar, a ficha técnica está no site do Greenpeace.
O "Esperanza" é um navio para missões que exijam rapidez de resposta ou uma permanência longa em campo, inclusive no gelo. Até 40 pessoas podem ficar a bordo, incluindo pesquisadores, ativistas e cientistas. (Fonte: Greenpeace)
Outras informações do Rainbow Warrior III são:
  • Comprimento: 57, 92 m
  • Tripulação: 32 pessoas  (tem sempre lugares disponíveis para eventuais passageiros: fotógrafos, jornalistas, pesquisadores, etc)
  • Velocidade usando as velas: 14 nós
  • É alimentado pela força dos ventos e energia solar (o casco foi desenhado para reduzir atritos e aumentar sua eficiência energética, economizando combustível e aproveitando melhor a força dos ventos)
  • Um heliponto permite que se faça expedições em água ou no ar.
  • Modernos sistemas de comunicação são capazes de transmitir imagens em tempo real diretamente do alto-mar para todo o mundo.
  • Mais de 3 mil colaboradores em todo o mundo contribuíram
  • Foi lançado em outubro do ano passado. 
  • Tem tecnologia modelo de sustentabilidade.
Fonte: Greenpeace
A visitação monitorada teve 4 momentos: explanação na proa, popa, cabine de comando e sala de reunião.
Na sala de reunião, uma breve explanação sobre a Campanha Desmatamento Zero. Os visitantes, esclarecidos do projeto, são convidados a assinar a petição ao final da visita.
Banalidades de um curioso: Este local é o maior espaço da embarcação, funcionando também como academia e cinema. O barco é grande por fora, mas por dentro os espaços são reduzidos... parecendo uma lata de sardinha (ah... é só um gracejo de um bobo e ignorante visitante).
Mais banalidades de um curioso: Dei uma xeretada por lá em busca de publicações. Vi coisas de geografia e biologia (o que pensei... pois estava tudo em inglês). Oras, afinal,  está claro que toda luta sem conhecimento de causa é apenas uma emoção passageira... um címbalo que retine. Não é o caso aqui. A ONG busca sempre informações atualizadas do meio ambiente em todo mundo. Deixei aí uma contribuição; uns vídeos das Unidades de Conservação do Amapá. Vídeos que estão em português, inglês e francês. Na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá encontramos  outros, semelhantes a estes, sobre o meio ambiente do Amapá.
Mais banalidades, extremamente ridículas, de um curioso: Essa foi a visita de Gregor Samsa. Viajei em mil histórias, certamente destinadas a este barco e tripulação. Campanhas e luta ambiental, repressão de governos contrários, apoio aos botes de interceptação aos navios baleeiros, pesquisas em todo mundo, descobertas, tantas coisas... Queira Deus que coisas tristes não estejam neste destino. Assim estava divagando até que, com um lindo sorriso de pérolas... seria mais um de meus sonhos? sei lá!! quem sabe, tavez... uma bota!!! não sei, mas, certamente... juro que vi, em um rápido e encantador instante, a mulher mais bonita que já admirei em toda minha vida. 


ESTE É O GREENPEACE 
E SEU MAIS NOVO NAVIO:
O RAINBOW WARRIOR.
 GUERREIROS DO ARCO-ÍRIS, COMO DIZ AQUELA PROFECIA, 
EM FAVOR DO MEIO AMBIENTE ,
EM FAVOR DA PAZ, 
EM FAVOR DA VIDA!!!


REFERÊNCIAS CONSULTADAS:
Rainbow Warrior Wikipédia

Veja também o link:
Dia Mundial da Floresta / 2012 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Prenúncio de acidente?

No ilustre Bairro do Trem, nas proximidades de onde moro, uma situação alarmante e agravante tem se mostrado sem solução a cada dia. Resolvi mostrar as imagens,  que muito dizem por si mesmas.


O resultado de um infeliz acidente, no cruzamento entre a Av. Feliciano Coelho com Rua Odilardo Silva, prenuncia um novo acidente sem as devidas providências da CEA, até agora no exemplo de morosidade nas instituições públicas. Há cerca de duas semanas que se estende a preocupante situação e nada de providências. Ressalta-se que o poste praticamente está em sustentação apenas pelos fios elétricos e a área é de intenso fluxo de veículos e com escolas nas proximidades. Some-se a isso a temporada de chuvas (derruba árvores) em que nós estamos. Também é notório que se avalie a situação do cruzamento para possível colocação de semáforo. Opinião e reivindicação de um cidadão.

O Nome das Embarcações

Reportagem do Jornal O Farol, que circulou em Vigia (Pará) em fevereiro de 2012. Mostra uma realidade amazônida muito presente também no Amapá. O autor do texto é o geógrafo João Paulo Santos.

O Nome das Embarcações
Foto: João Pinho (2007)
Orla de Vigia de Nazaré e as embarcações características. 
Em cada nome uma história.
Desde muito tempo, quem chega na orla de Vigia, logo se depara com uma infinidade de embarcações ancoradas, formando um grande cinturão (que vai desde o  rio Tujal até o rio Açaí) marcando os dois extremos da cidade e se distanciando em mais de dois kilômetros. Essas embarcações se subdividem na pesca artesanal (de pequeno, médio e grande porte) e na pesca semi-industrial e industrial. São muitas embarcações, desde a canoa pequena movida à remo ou a vela da pesca de subsistência familiar, até a grande barca da pesca industrial. Mas o que nos chama a atenção dessas embarcações não é só os seus diversos tamanhos e níveis de tecnologias, mas as suas denominações, ou seja, o nome que elas trazem estampados em suas laterais. Esses nomes estão associados a história de vida dos donos dessas embarcações. cada nome possui um significado simbólico na trajetória de cada indivíduo. São nomes ligados à religiosidade: "ABENÇOADA POR DEUS", "DEUS É O SENHOR"; à família: "JEAN PATRIK", "FELIPE", "LUISA"; à superioridade: "DE AÇO", 'GAIVOTA", "LOBO DO MAR', etc.
É bastante comum os pescadores possuírem um apego a alguma religião ou doutrina cristã (seja o catolicismo ou o protestantismo) e encontrarmos, pintadas dentro das paredes internas, passagens bíblicas ou algumas máximas de temor a DEUS. Esse apego também está relacionado as nuances em auto-mar, ao desejo da boa pescaria e da preservação da vida ao retornarem sãos e salvos. No tempo das vigilengas movidas a vela esse apego era mais forte. Muitos pescadores contam que havia a separação de uma parte do pescado destinado para a paróquia da cidade em homenagem a N. S. das Neves em agosto e a N. S. de Nazaré pela festividade do Círio em setembro. Poucas embarcações ainda mantém esse ritual, outras pertencem a patrões evangélicos que não possuem os mesmos costumes cristãos. Embora sejam homens do mar o temor às intempéries da natureza são dirimidas pela presença de uma religiosidade ligada a sua história de vida.
Os nomes das embarcações ligados à família tem haver com a religião que apregoa que a família é a base de uma sociedade para que pai, mãe e filhos cresçam e vivam bem juntos. O nome de filhos, esposas e até do próprio dono (o pai e provedor da família) aparecem nessas denominações.
Já os nomes ligados a idéia de superioridade da embarcação trazem nomes de animais que são ágeis, ferozes ou superiores na natureza (Lobo do mar, Gaivota, etc). São encontrados também adjetivos que retratam a embarcação ser imbatível em alto mar, como "DE AÇO", que nos passa a idéia de algo resistente e que não quebra com facilidade, embora a embarcação seja feita de madeira.
Essas embarcações são chamadas pelos seus próprios nomes. seus donos, pescadores e outras pessoas as chamam assim; passam a ter uma identidade própria, pois são registradas nos órgãos competentes do setor pesqueiro. Em alguns casos, raramente são  mudadas de nome. Caso ocorra algum evento inusitado por venda da embarcação para outra pessoa, muitas vezes, o novo dono mantém o mesmo nome, pois fica a critério mudar ou não essa identidade.

Fonte: João Paulo Santos (Jornal O Farol - Ano 01 - Vigia-PA, feveriro de 2012)


No Amapá, ilustrando nome de embarcações, tivemos no Museu Sacaca o regatão "Índia do Brasil" sendo substituído por "Milagres de Nossa Senhora".
 Fotos: Altamiro Vilhena e Agência Amapá

quinta-feira, 26 de abril de 2012

"Além da Linha do Horizonte" - José Alberto Tostes

"Um livro com uma amplitude de áreas circundando o tema principal, num vai-e-vem de recortes na história e na vida do Estado do Amapá, no qual muitos dos leitores neles se reconhecerão, quer por os terem vivenciado no passado, quer por os estarem vivenciando no presente"

(J. A. Tostes)



No dia 20/04/2012, no Auditório da Reitoria da UNIFAP, o Professor José Alberto Tostes lançou o livro "Além da Linha do Horizonte". Contribuição para a reflexão sobre temas  urbanísticos importantes e de impactos em nossa sociedade e cotidiano. Situações que se aplicam também no cenário amazônida.   
O livro é composto por cerca de 70 artigos  (produzidos entre 2009 e 2010 para o Jornal do Dia e Jornal A Gazeta), onde o autor faz observações sobre questões urbanas, sociais, ambientais e políticas que permeiam e se apresentam desde as últimas décadas no Amapá. Uma clara intenção de fomentar a discussão sobre o caráter organizacional, os entraves e perspectivas para o desenvolvimento. 

O Livro é:
Título: Além da Linha do Horizonte
Autor: José Alberto Tostes
Editora: Sal da Terra
Páginas: 290
Ano: 2012
ISBN: 978-85-8043-158-2
Temas: Amapá / Urbanização
 
"O objetivo do livro é proporcionar que estes temas auxiliem a elaboração de planos, programas e projetos, assim como referência para o desenvolvimento de trabalhos na esfera técnica e acadêmica " (J. A. Tostes)
A obra resulta da experiência pessoal e profissional adquirida ao longo dos anos, também de diversas viagens pessoais e em trabalhos de pesquisa (no Amapá, Amazônia e outros países) e, principalmente, da inquietação pessoal em contribuir para o debate de temas importantes para o Amapá. 
José Alberto Tostes é Arquiteto e Urbanista formado pela UFPA, Mestre e Doutor pelo Instituto de Artes e Técnicas de Cuba, Pós Doutor em Arquitetura pela Universidade do Porto de Portugal e em Estudos Urbanos Regionais pela Universidade de Coimbra. Atualmente é professor do Mestrado em Desenvolvimento Regional na área de Planejamento Urbano Regional; Coordenador do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Urbanismo na Amazônia; Coordenador do Trabalho Científico no Curso de Arquitetura e Urbanismo; Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo nas áreas de Urbanismo, Planejamento Urbano, História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo.



No lançamento o professor fez considerações sobre 
a inspiração para alguns artigos.


SUMÁRIO DO LIVRO
 
A Cidade é um Jogo De Cartas.
A Conexão Urbana: Qual o Preço da Verticalização?
A Desconstrução do Planejamento no Vale do Jari.
A Dimensão Simbólica do Meio do Mundo.
A Face Urbana do Amapá.
A Importância das Redes Sociais na Aplicabilidade de Planos Diretores.
A Paisagem da Cidade de Macapá em 252 Anos.
A Quem Interessa a Criação de Novos Municípios?
Aeroporto Internacional de Macapá.
Além da Linha do Horizonte.
Aplicabilidade da Função Social no Custo da Habitação Popular.
Áreas Protegidas e a real Necessidade de Medidas Compensatórias.
Arquitetura Moderna de Bratke na Selva Amazônica.
BR 156 no Amapá: É preciso Ir Além do Asfalto.
Camelôs ou Ambulantes: Afinal, a Cidade é de Todos, ou Não?
Ciclovias em Macapá.
Cidade de Conímbriga: O Vestígio do Poder e da Cultura Romana em Portugal
Cidade de Salamanca.
Cidade de Viseu.
Cidade Portuguesa de Coimbra.
Construção de Novos Edifícios em Macapá.
Contribuição da Academia para os Municípios.
Corredor da Bio ou Adversidade?
De Madri a Barcelona.
Do Oiapoque ao Chuí.
Do Tijolo Nu ao Concreto Bruto.
E Agora, José?
Entre a Igreja e a Fortaleza de São José de Macapá.
Estacionamento Não é Considerado Prioridade na Cidade de Macapá.
Estádio do Dragão.
Estudo de Impacto de Vizinhança.
EURO-Dorado: O Discurso Brasileiro sobre a Guiana Francesa (Parte I e II)
Função Social da Propriedade Urbana em Macapá.
Indicadores Sociais para a Gestão  Urbana.
Instrumentos para a Política de Desenvolvimento Urbano.
Investimentos em Rede de Esgoto.
Muralhas de Évora.
Novas Formas de Planejamento e Gestão Urbana.
O Custo da Cidade Horizontal.
O Desenvolvimento do Turismo nas Cidades Amapaenses.
O Kit Invasão.
O Nosso maior Patrimônio é o Traçado Urbano.
O Olhar Periférico.
O Preço das Tragédias Urbanas.
O Sistema de Trânsito no Brasil.
O Uso legal ou Ilegal do Solo Urbano em Macapá.
Ocupação Urbana da Cidade de Macapá.
Ocupações Urbanas Irregulares em Áreas Úmidas.
Oiapoque a Kourou Via Cayenne.
Oiapoque, a Terra do Nunca.
Para Ir Além de uma Utopia Sustentável.
Para Onde Expandir as Cidades Amapaenses?
Pequenas Cidades Cidades Amazônicas.
Perspectivas de Desenvolvimento para o Amapá.
Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano na Nova Realidade Européia.
Planejamento Estratégico Para a Cidade de Santana.
Plano GRUMBILF do Brasil: Evolução Urbana do Segundo Período da Cidade de Macapá.
Período da Cidade de Macapá.
Plataforma Socioambiental Urbana Para pequenas e Médias Cidades na Amazônia.
Ponte Binacional e o Novo Cenário para a Cidade de Oiapoque.
Por Onde se "Esconde" a Vila Amazonas?
Problemas Urbanos e as Chuvas em Macapá.
Região da Galícia na Espanha.
Serra do Navio: O Mito da Cidade Construída na Selva.
Sistema Pontual de Integração do Transporte Coletivo.
Soyez Bienvenue à Calçoene!
Tropicazonismo Arquitetural.
Um Buraco no Resto de Mato no Planeta Amazônia.
Violência Urbana.
Violência Urbana nas Cidades.


"A diversidade é buscar as igualdades nas possíveis diferenças"

"Esse livro permite interpretar o nosso cotidiano"

"Refletir, contribui para mudar alguma coisa?"

"Pensar é o primeiro passo para ir além da linha do horizonte"

"Esse livro permite viajar e conhecer a dimensão sobre o que é o real e o imaginário"

"As diversas comunidades locais, rurais e urbanas, precisam avaliar os danos e perdas irrecuperáveis para uma região que se acostumou a acreditar em que as tragédias são inevitáveis. O que significa ir além da linha do horizonte para nossas cidades? Significa acima de tudo perceber que o mundo mudou, que as tecnologias estão presentes, que existem redes sociais interligadas, que há financiamento para bons projetos, e que a base de tudo é a participação responsável, solidária com a construção de novos referenciais"

Não consigo entender como, dentro de uma instituição universitária, diante de uma fonte de interesse imediato a qualquer que busque referências para o aprimoramento reflexivo, encontremos a participação de tão poucos interessados, a contar nos dedos... de uma mão.
O professor é autor também de um dos mais acessados blogs no Amapá. 
Mais uma obra na composição literária científica do Amapá.
 Pode ser encontrada nas livrarias 
e bancas de revistas em Macapá. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Depois de 244 anos, a famosa e cara Enciclopédia Britânica deixará de ser impressa

O PESO DO SABER

Foto: infoescola.com
Até pouco tempo atrás, ter os 32 volumes com lombada em couro da Enciclopédia Britânica enfileirados no escritório era a maior demonstração visual de cultura que alguém poderia se permitir. 
Era um objeto de culto intelectual caro e costumava ser paga em mensalidades. Especular sobre o que traria de diferente em sua nova edição anual alimentava conversas de gente inteligente. A maior e mais antiga obra de referência em língua inglesa, publicada pela primeira vez em Edimburgo (Escócia, em 1768), anunciou que deixará de ser impressa em papel. A última edição (2010) pesou 58 kg, o equivalente a um homem adulto magro. Agora, essa riqueza está disponível em formato digital.
1ª Edição (1768)
A fama da obra se deve à qualidade de seus colaboradores (hoje são 4 mil). O preço da edição impressa (R$ 2,5 mil) restringia as vendas, que caiu bastante, principalmente com a concorrência da wikipédia e outras enciclopédias virtuais. A enciclopédia está hoje disponibilizada na internet  para quem paga uma taxa anual. "Esse é um rito de passagem para uma nova era. Algumas pessoas ficarão tristes e saudosas. Mas temos uma ferramenta melhor agora. O site tem uma atualização permanente e é multimídia", disse Jorge Cauz (Presidente da Britannica Inc).

Fonte: Revista Aventuras na História (Edição 105 / Abril-2012, pág.08) 

São os novos rumos no acesso a informação. Curiosamente, a Enciclopédia Barsa está sólida em seu mercado, preservando a venda de 70 mil coleções ao ano - marca quase 9 vezes maior que a de sua irmã Britânica (que também tem os direitos da Enciclopédia Mirador, no mesmo destino). 
Na Biblioteca que trabalho, longe dos áureos tempos, estas obras estão hoje como mero luxo nas estantes. Restou só a Barsa, a Britânica e Mirador foram doadas para bibliotecas escolares no interior, onde são mais procuradas. Dou ainda referências dela, pois muita coisa é preciosa e bem exposta, valendo uma leitura, mas hoje o povo tem uma urgência de informação e prefere o Ctrl c Ctrl v. Poxa... Posso até dizer que muita gente, não é geral, acha desnecessário até a leitura diante das facilidades. É verdade!!! Onde será que vamos parar se isso viciar todas as gerações de agora?

Outras referências consultadas sobre este assunto:

terça-feira, 24 de abril de 2012

Índios do Oiapoque divulgam diversidade cultural em museu

Reportagem do Jornal dos Municípios do Amapá, de 28/10/2010, 
sobre o Museu Kuahí (no Oiapoque).

Povos da Floresta 
No Museu Kuahí o visitante conhece com riqueza de detalhes
toda a história indígena de Oiapoque.

Espaço reúne artes, ciência e tecnologia. Uma conquista dos povos indígenas que lutam pela manutenção de seus costumes.

Os povos indígenas do Oiapoque têm um lugar especial para a preservação de sua história e sabedoria. Trata-se do Museu Kuahí, que reúne artes, ciência e tecnologia, integrando os múltiplos saberes das etnias pelas óticas da cultura, do meio ambiente e das suas diversidades culturais.
O Museu Kuahí é um espaço que contribui para a fabricação, exposição e a comercialização das peças artesanais. Uma conquista dos indígenas na luta pela manutenção dos seus costumes e da independência financeira. Inaugurado em 19/04/2007 pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério da Cultura, a construção do Kuahí recebeu  investimentos na ordem de aproximadamente um milhão de reais, e R$ 615 mil em contratação de pessoal, aparelhamento, mobília e equipamentos de informática.
Fotografias revelam traços
da cultura e diversidade indígena
O centro de preservação da memória indígena já atraiu mais de 10 mil visitantes, incluindo turistas de todos os cantos, principalmente franceses, por causa da fronteira com a Guiana.
Múltiplas atividades são desenvolvidas no local, de modo a proporcionarem a comunicação permanente entre os indígenas e o "branco". Projetos, oficinas e cursos integram o intercâmbio com outros povos indígenas, com instituições acadêmicas, museus (nacionais e internacionais) e organizações sócio-ambientais.


Espaço é administrado por indígenas

O Museu  Kuahí conta com duas salas de exposições (uma permanente e outra temporária), auditório, sala de pesquisa bibliográfica e audiovisual, com um acervo bastante rico, sala de atividades pedagógicas, além da loja de artefatos. 
Os funcionários  são indígenas genuínos. Eles são responsáveis pela administração, pelo monitoramento das visitas, vigilância e serviços gerais.
"O museu indígena tem um significado muito forte de luta, de tradição, de cultura e de história. Começamos a imortalizar a nossa história a partir do Oiapoque. O museu é referência para os povos que habitam as áreas indígenas do Amapá e para a própria história do nosso Estado", diz orgulhoso o gerente Sérgio dos Santos, da etnia Galibi Marworno.

Museu abriga peças artesanais como vasos, 
canoas, cestos e outros materiais e utensílios.

Região abriga mais de seis mil índios

O Município de Oiapoque, distante 600 km da capital Macapá, abriga seis mil indígenas, distribuídos em 40 aldeias que ocupam uma área de 520 mil hectares.
A cultura dos Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e Galibi Kalinã, estão representadas no Kuahí. mas a história dos Aparaí, Tiriyó, Waiana, Txikuyana, Kaxuyana e wajãpi, moradores das regiões de Pedra Branca do Amaparí e do parque do Tumucumaque também são contadas e representadas no museu.

 Gravura chama a atenção pela criatividade na confecção.

Artesanato encanta pela diversidade de peças e objetos

Ao entrar no Museu Kuahí o visitante vai encontrar mastros e bancos do Turé (dança típica indígena), cuias e canoas, jóias em miçanga e penas, potes de barro e muitos outros artefatos que fazem parte do cotidiano e dos momentos de festas dos povos.
Entre as matérias primas, as principais são madeira, fibras, cerãmica, sementes, plumagem, raízes, dentes e ossos de animais, cores (muitas cores) extraídas diretamente da natureza, das cascas de árvores, das sementes do urucum, o mesmo material utilizado nas pinturas que embelezam os corpos nos atos de guerra e riruais.
O artesanato, enfim, se destaca como a principal fonte de renda e de orgulho dos indígenas.

Cada etnia trabalha seus materiais

Os karipuna, por exemplo, fabricam colares e pulseiras de ossos. Os wajãpis usam desenhos mitológicos para explicar suas origens. Os Apalai do Norte do Pará fazem desenhos geométricos com significados conhecidos apenas pela tribo.
O Kuahí é o centro que congrega as diversidades culturais dos indígenas. Um universo de pessoas dentro da Floresta Amazônica no Amapá, que tem seus direitos respeitados e garantidos pelo Governo estadual e que enaltecem a história da construção e do desenvolvimento da sociedade amapaense.

O Museu Indígena Kuahí está localizado na Av. Barão do Rio Branco, 160, no Município de Oiapoque. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Fonte: Jornal dos Municípios do Amapá (28/10/2010)

Uma boa referência a quem deseja estudar cultura indígena (especificamente das civilizações Maracá e Cunani) é o livro O Legado das Civilizações Maracá e Cunani - O Amapá revelando sua identidade / SEBRAE-AP 2006)

A obra está disponível para consultas no acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

Veja aqui  um texto publicado na Revista Galileu (Janeiro/2004), sobre a cultura dos Wajãpis, considerada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.   

segunda-feira, 23 de abril de 2012

LENDA: Cobra-Norato

Cobra-Norato é uma lenda popular na Amazônia. 
SUGESTÃO DE LEITURA
Esta lenda produziu uma obra-prima da Literatura Brasileira Modernista, Cobra Norato, de Raul Bopp. Poema de descrição mitológica da Amazônia, publicado em 1931. 

"...Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo..."

O texto a seguir é de Theobaldo Miranda Santos
no livro "Lendas e Mitos do Brasil"
A obra está disponível para consultas na Biblioteca SEMA em Macapá

LENDA DA COBRA-NORATO

Uma índia que vivia entre os rios Amazonas e Trombetas teve dois filhos gêmeos. Quando os viu, quase morreu de susto. Não tinham forma humana. Eram duas serpentes escuras. Assim mesmo, a índia batizou-as com os nomes de Honorato e Maria. E atirou-as no rio, porque elas não podiam viver na terra.
As duas serpentes criaram-se livremente nas águas dos rios e igarapés. O povo chamava-as de Cobra-Norato e Maria Caninana. Cobra-Norato era forte e bom. Nunca fazia mal a ninguém. Pelo contrário, não deixava que as pessoas morressem afogadas, salvava os barcos de naufrágios e matava os peixes grandes e ferozes.
De vez em quando, Cobra-Norato ia visitar sua mãe tapuia. Quando caía a noite e as estrelas brilhavam no céu, ele saía d'água arrastando seu corpo enorme. Deixava o couro da serpente à beira do rio e transformava-se num rapaz bonito e desempenado. Pela madrugada, ao cantar do galo, regressava ao rio, metia-se dentro da pele da serpente e voltava a ser Cobra-Norato.
SUGESTÃO DE LEITURA
Maria Caninana era geniosa e malvada. Atacava os pescadores, afundava os barcos, afogava as pessoas que caíam no rio. Nunca visitou sua velha mãe. Em òbidos, no Pará, havia uma serpente encantada, dormindo, dentro da terra, debaixo da igreja. Maria Caninana mordeu a serpente. Ela não acordou, mas se mexeu, fazendo a terra rachar desde o mercado até a igreja.
Por causa dessas maldades, Cobra-Norato foi obrigado a matar Maria Caninana. E ficou sozinho, nadando nos rios e igarapés. Quando havia festa nos povoados ribeirinhos, Cobra-Norato deixava a pele de serpente e ia dançar com as moças e conversar com os rapazes. E todos ficavam contentes.
Cobra-Norato sempre pedia aos conhecidos que o desencantassem. Bastava, para isso, bater com ferro virgem na cabeça da serpente e deitar três gotas de leite de mulher na sua boca. Muitos amigos de Cobra-Norato tentaram fazer isso. Mas, quando viam a serpente, escura e enorme, fugiam apavorados.
Um dia, Cobra-Norato fez amizade com um soldado de Cametá. Era um cabra rijo e destemido. Cobra-Norato pediu ao rapaz que o desencantasse. O soldado não teve medo. Arranjou um machado que não cortara pau e um vidrinho com leite de mulher. Quando encontrou a cobra dormindo, meteu o machado na cabeça da bicha e atirou três gotas de leite entre seus dentes enormes e aguçados.
A serpente estremeceu e caiu morta. Dela saiu Cobra-Norato, desencantado para sempre.

Se você se interessa por estes assuntos pode gostar também de (sugestões):
 
Lenda da Cobra Norato (Stella Leonardos) - Editora Villa Rica
 Livrinho de 16 páginas, indicado ao público infanto-juvenil
"Encantarias: A Lenda da Noite" - Quadrinhos com a arte do desenhista paraense Otoniel Oliveira (em 54 páginas, faz um passeio por  mitos da Amazônia. Entre eles, algumas páginas mostrando Norato e Caninana) 

 
Divagações:
Percy Harrison Fawcett foi um famoso explorador inglês que, no início do século passado, fez algumas expedições pelos interiores de um Brasil desconhecido e muito selvagem ainda (também em outros países americanos). Em seus relatos, o encontro com sucuris de até 20 metros (ou mais), capazes de tirar um homem para fora de uma canoa (descrição literal em registros). Foi o inspirador, a seu amigo e escritor Conan Doyle, da célebre obra O Mundo Perdido (1912). E, olha só, este explorador se tornou uma lenda também, pois sumiu em uma expedição na Serra do Roncador.

... Assim, percebemos uma das origens de tantas lendas amazônidas:
“A amazônia selvagem sempre teve o dom de impressionar a civilização distante”.
Euclides da Cunha (À margem da história)


Referências sobre esta lenda em:
portalsaofrancisco.com.br 
bethccruz.blogspot.com
colencionadora-de-historias.blogspot.com.br