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terça-feira, 19 de abril de 2011

LENDAS DO AMAPÁ - A Pedra do Guindaste

      A Pedra do Guindaste é um monumento localizado em frente à cidade de Macapá, ao lado do Trapiche Eliezer Levy, dentro do Rio Amazonas. Trata-se de uma pedra muito grande. Sobre ela encontra-se a imagem de São José abençoando a cidade, feita pelo escultor português Antônio Ferreira da Costa.
      No século passado, a Pedra do Guindaste teve como finalidade servir de alvo aos exercícios de tiro dos soldados, ao lado norte da Fortaleza de São José.
      A famosa pedra é connhecida por suas lendas que fazem parte da rica cultura do caboclo amapaense. Uma delas é contada pelos moradores  da antiga rua da Praia e Igarapé das mulheres, hoje bairro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Afirmam exixtir na pedra uma cobra grande, com dimensões ainda não calculadas, que na maré de reponta - ou seja, quando a água do rio não está na cheia e nem na vazante - sai dali para tomar água, de maneira que a mesma nunca conseguiu cobrir a pedra. Se porventura, alguma autoridade tiver a infelicidade de mandar retirar a pedra do rio, a água do Amazonas subirá tanto, que Macapá toda irá para o fundo.
      Outra versão da lenda é que havia na tribo dos Tucuju - primeiro povo habitante dessa terra - uma índia muito bonita, apaixonada por um índio que todas as manhãs saía pela praia em busca de alimento. Quando ele saía, a namorada acompanhava-o até a praia e lá ficava o dia todo, até o sol pousar na Lagoa dos Índios, quando o índio voltava e a levava para a maloca. Isso acontecia todos os dias e começou logo a ser observado pela tribo. Num certo dia, de manhã cedo, como acontecia todos os dias e começou logo a ser observado pela tribo. Num certo dia, de manhã cedo, como acontecia sempre, o índio desceu o rio pela praia e sua amada ficou à espera no local de sempre, mas aconteceu que ele não voltou. A noite chegou, a índia desesperada ainda o esperava em vão. Acocorou-se e chorou a noite toda, dias e dias, e lá morreu. No lugar de suas lágrimas nasceu a pedra com formato de corpo de mulher, que mais tarde, muitos anos depois passou a ser conhecida como Pedra do Guindaste.
  
Texto extraído do livro "Amapá - Cultura, poesia e tradição"
de Maria V. Lopes e Dêise G. V. Andrade
Anos 50 - Pedra do Guindaste – O detalhe fotográfico mostra como era aquele aglomerado de rochas localizadas em frente à cidade ao lado do Trapiche Eliezer Levy, cerca de 300 metros da margem do Rio Amazonas.
A pedra original foi derrubada pela colisão de um barco. Em seu lugar foi construído um bloco de concreto e sobre ele foi colocada uma imagem de São José – Padroeiro de Macapá.

LENDAS DO AMAPÁ - O Poraquê

Ilustração de Honorato Jr
      Poraquê era um valente guerreiro de uma tribo às margens do Rio Amazonas. Caçador por excelência, era sempre quem trazia o maior animal durante as festividades da tribo. Também ele era muito forte, destacando-se dos outros membros da aldeia.
      Mas Poraquê era ambicioso. Não lhe bastavam a destreza do arco e da flecha. Não lhe bastava a força de seus braços e nem mesmo sua supremacia em combate. Ele queria ser o maior guerreiro da face da terra.
      Foi assim que tentou dominar o fogo, mas sua força nada valeu contra as labaredas. O índio então quis comandar os rios, mas Iara mandou contra ele a pororoca, que o derrotou. Vencido pela segunda vez, Poraquê subiu em um pé de vento e tomou um relâmpago emprestado ao deus trovão. Com ele fez uma borduna com a qual podia invocar os raios. 
     Certa vez uma tribo indígena atacou a aldeia em uma guerra que durou vários dias. Poraquê, com sua borduna de raios, dizimou milhares de inimigos. Tendo vencido a batalha, notou que a arma estava manchada de sangue e foi lavá-la à beira do Rio Amazonas. Um dos raios caiu na água e o transformou em um peixe feio, que quando atacado dispara rajadas elétricas para se protejer.

Texto extraído do livro "Mitos & Lendas do Amapá" de Joseli Dias

O poraquê é um peixe muito conhecido nos rios da bacia amazônica devido a grande descarga de energia que este libera ao ser incomodado. Pode chegar a 3 m de comprimento e pesar 30 kg. O nome vem da língua tupi e significa "o que faz dormir" ou "que entorpece". A geração elétrica varia de 300 até cerca de 1.500 volts.
Este é o poraquê.......e aí vai encarar???