Mais um da literatura infantojuvenil. Não duvide que esse meio tem muita coisa legal e instigante. Espia só! "Macapacarana", de Giselda Laporta Nicolelis, já foi tema de estudo acadêmico e traz um olhar sobre Macapá de trinta anos atrás.
Romário Duarte Sanches assim o descreveu em sua pesquisa para a UNIFAP:
Romário Duarte Sanches assim o descreveu em sua pesquisa para a UNIFAP:
"O livro paradidático Macapacarana da autora Giselda Laporta Nicolelis, é dividido em 24 capítulos e conta a história do menino Gerson Luiz de 16 anos, que nasce no Paraná, mora em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Macapá. Nesse vai e vem de sua vida Gerson se depara com várias culturas em que algumas chegaram a lhe inferir o choque cultural.
Desta forma, Macapacarana torna-se uma proposta didática a difusão cultural, pois nele encontramos as culturas, que são mais do que simples relatos de um menino ou uma história fictícia, mas sim podendo retratar as identidades de um povo, provocando ao leitor olhares diferenciado a partir do seu lugar social, levando-o a várias formas de pensar e ver a realidade nos fazendo mudar nossa maneira de ver as outras culturas, e enfim chegar a um processo de relativização, compreendendo e respeitando as culturas que nos rodeiam." (Trecho do artigo acadêmico que pode ser conferido NESTE LINK)
Giselda Laporta Nicolelis nasceu em São Paulo (1938), teve sua primeira história publicada em 1972 e o primeiro livro em 1974, destacando-se na literatura infantil e infantojuvenil. Sua obra abrange mais de 100 publicações, com centenas de edições e exemplares vendidos. Entre suas premiações está o APCA/1981 (da Associação de Críticos de Arte, do Estado de São Paulo, de Literatura Juvenil) e o Prêmio Jabuti/1985 (da Câmara Brasileira do Livro). Muitas de suas obras abordam temas que ajudam a combater o preconceito. O que descobrimos nesse livro (Fonte: SKOOB)
Título: Macapacarana
Autor: Giselda Laporta Nicolelis
Editora: Atual
Ano: 1982 (1ª Edição) / 1988 (25ª Edição)
Páginas: 148 (25ª Edição)
Tema: Literatura Infantojuvenil
ISBN: 85-7056-030-3
Registro no SKOOB
A obra despertou minha atenção por ter sido publicada na década de oitenta por uma escritora paulista. Não se propõem a ser um livro histórico, é uma literatura infantojuvenil, mas em muitos aspectos retrata a Macapá dos tempos do Território Federal do Amapá.
Há alguns exageros, impressões de quem visita a terra pela primeira vez, e de certas particularidades não gostei (como o Curiaú sendo lugar de miséria e tristeza, e uma tal hora da sesta, em que todo mundo larga tudo para dormir e a cidade assim para).
Faltou mesmo, indispensável, citar a linha do Equador e o nosso açaí, tão presentes na identidade amapaense.
Na obra vemos o choque cultural de um garoto, migrante do sul, com seu processo de descobertas e familiarização, acostumado com outra rotina e com uma visão estereotipada do Norte. A mudança para Macapá ocorreu para acompanhar os pais, que eram donos de um garimpo, e a história, narrada em primeira pessoa, é recheada de observações e contrastes, fazendo com que o garoto descubra e valorize coisas que até então sequer imaginava.
A realidade do garimpo, a busca por riqueza a todo custo, a devastação do ambiente e a desvalorização do indígena enquanto cidadão e dono da terra são pontos apresentados, em descrições e em conversas com personagens que encontra.
Referindo-se ao título, "Macapacarana" é uma mistura de Macapá com Pacarana (roedor parecido com a paca, porém, mais robusto e com cauda). Uma alusão a uma localidade fortemente marcada pela presença da natureza em suas impressões.
Um bom livro, que proporciona uma interessante e agradável leitura. Assim foi a minha.
Há alguns exageros, impressões de quem visita a terra pela primeira vez, e de certas particularidades não gostei (como o Curiaú sendo lugar de miséria e tristeza, e uma tal hora da sesta, em que todo mundo larga tudo para dormir e a cidade assim para).
Faltou mesmo, indispensável, citar a linha do Equador e o nosso açaí, tão presentes na identidade amapaense.
Na obra vemos o choque cultural de um garoto, migrante do sul, com seu processo de descobertas e familiarização, acostumado com outra rotina e com uma visão estereotipada do Norte. A mudança para Macapá ocorreu para acompanhar os pais, que eram donos de um garimpo, e a história, narrada em primeira pessoa, é recheada de observações e contrastes, fazendo com que o garoto descubra e valorize coisas que até então sequer imaginava.
A realidade do garimpo, a busca por riqueza a todo custo, a devastação do ambiente e a desvalorização do indígena enquanto cidadão e dono da terra são pontos apresentados, em descrições e em conversas com personagens que encontra.
Referindo-se ao título, "Macapacarana" é uma mistura de Macapá com Pacarana (roedor parecido com a paca, porém, mais robusto e com cauda). Uma alusão a uma localidade fortemente marcada pela presença da natureza em suas impressões.
Um bom livro, que proporciona uma interessante e agradável leitura. Assim foi a minha.
E é mais um do acervo da Biblioteca Pública Elcy Lacerda,
que a galera de Macapá encontra na
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia.