Catorze contos amazônicos ambientados no Pará, publicados em 2013 pelo amapaense Ray Cunha. Há lirismo em O desabrochar das rosas e um sarcasmo em Memorial dos gatos. No geral, as histórias mostram uma busca existencial canalizada ao imediatismo dos prazeres.
O autor cita Ernest Hemingway em dois momentos, numa referência ao suicídio paralelo a intensidade de vida e melancolia. Pode ser que esses aspectos tenham dado alguma inspiração a essa obra, pois é o que vemos na maioria dos contos, principalmente no que deu nome ao livro.
Editora: Ler Editora
O autor cita Ernest Hemingway em dois momentos, numa referência ao suicídio paralelo a intensidade de vida e melancolia. Pode ser que esses aspectos tenham dado alguma inspiração a essa obra, pois é o que vemos na maioria dos contos, principalmente no que deu nome ao livro.
Título: Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia
como ela é
Autor: Ray CunhaEditora: Ler Editora
Ano: 2013
Páginas: 154
ISBN: 978-85-64898-45-5
Tema: Pará / Contos
Na boca do jacaré-açú, referência a desembocadura do Amazonas, tem como protagonista Agostinho, um arqueólogo paraense, bem estabelecido financeiramente, que aparenta ter frustração na vida. Começam aí os paralelos entre melancolia e ardor nos prazeres como via de escape.
O conto se desenrola com passagens pela Ilha de Marajó, que tem a natureza apresentada de maneira selvagem, do tamanho da vanglória do caçador, expressa em sucuri de 12 metros, no melhor estilo Titanoboa, puxando búfalo para o rio, cheio jacarés tipo Sarcosuchus, em matas onde as onças não transmitem outra coisa que não seja a imagem de uma besta fera. Enfim, é um cenário onde o personagem torna-se caçador, justiceiro, e tem buscas românticas, deixando em paralelo sua vida melancólica ante a exuberância amazônica. Percebemos dramas pessoais e familiares, onde a figura do pai tem também uma história traumática e impactante em sua vida. O arqueólogo tem essa disposição de conflitos internos, potencializados pelo vazio de Deus em sua mentalidade. A história avança até o mais trágico desfecho aos corações melancólicos. É o que parece sugerir, com sua disposição fatalista, de se entregar e se deixar tragar.
A leitura foi envolvente enquanto narrativa. Ressalte-se também que o conto faz parte de uma história abordada em outras obras como O lugar errado (de 1996).
O conto se desenrola com passagens pela Ilha de Marajó, que tem a natureza apresentada de maneira selvagem, do tamanho da vanglória do caçador, expressa em sucuri de 12 metros, no melhor estilo Titanoboa, puxando búfalo para o rio, cheio jacarés tipo Sarcosuchus, em matas onde as onças não transmitem outra coisa que não seja a imagem de uma besta fera. Enfim, é um cenário onde o personagem torna-se caçador, justiceiro, e tem buscas românticas, deixando em paralelo sua vida melancólica ante a exuberância amazônica. Percebemos dramas pessoais e familiares, onde a figura do pai tem também uma história traumática e impactante em sua vida. O arqueólogo tem essa disposição de conflitos internos, potencializados pelo vazio de Deus em sua mentalidade. A história avança até o mais trágico desfecho aos corações melancólicos. É o que parece sugerir, com sua disposição fatalista, de se entregar e se deixar tragar.
A leitura foi envolvente enquanto narrativa. Ressalte-se também que o conto faz parte de uma história abordada em outras obras como O lugar errado (de 1996).
Conheça, viaje, posicione-se, concorde, discorde, opine sobre as leituras...
Biblioteca Pública Elcy Lacerda.
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia
Macapá - Bairro Central
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia
Macapá - Bairro Central