As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 11 (1964)

Edição de Novembro de 1964. Destaques para:
- Um hotel sobre rodas na mata: reportagem sobre o "Trem de Acampamento", uma unidade que alojava a equipe do 2º Distrito Ferroviário, composta de 40 homens encarregados de manter em boas condições de tráfego o trecho entre Porto Platon e Serra do Navio (cerca de 90 km).
- Embaixador Gordon no TFA: sobre a passagem do embaixador dos EUA, Professor Lincoln Gordon.
- Os segredos da manutenção - dia e noite em atividade para manter equipamento em forma: abordagem sobre o Departamento de Manutenção nos setores que compreendem o complexo industrial da ICOMI.
- Desenvolvimento do Amapá: sobre a criação do IRDA (Instituto Regional de Desenvolvimento do Amapá).
- ESG renova visita: sobre a visita de turma da Escola Superior de Guerra na ICOMI.
- Funcionários do mês: Antônio Gomes de Souza / Paulo da Costa Reis.
- O craque do mês: Jonathas Lopes Soeiro de Souza (jogador do MEC).


Imagens da revista:

O pessoal vai ao trabalho. Na foto à esquerda, a partida pela manhã para os diferentes trechos da Via Permanente, onde cada grupo tem sua tarefa a desempenhar. À direita, jantar no restaurante do "Trem do Acampamento". O Almoço era servido no local de trabalho.
Aproveitando parada normal, entra em ação a turma do abastecimento, lubrificação e manutenção no campo.
Desfile de vestidos de noiva no Aero Clube de Macapá em 1964. A partir da esquerda: Ivany Lima, Maria Zagalo, Graça Viana e Altair Coutinho.
Igreja Católica em Serra do Navio.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Coleção Sítio do Picapau Amarelo - Monteiro Lobato 5

Opa! Não é hoje o Dia Nacional do Livro Infantil? Sim, sim, em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato, quem começou a dar atenção especial a este segmento no nosso país. Vou deixar em registro algumas resenhas sobre a fabulosa coleção do Sítio do Picapau Amarelo. É uma lembrança, e apenas isso, sobre obras que precisam ser redescobertas pelas turminhas, seja no meu Amapá ou outro canto qualquer do Brasil.

O Picapau Amarelo (1939)
Sabe aquele filme do Shrek, em que seu pântano é invadido por personagens fabulosos a convite do Burro? É o que acontece neste livro, quando o Pequeno Polegar leva a mesma turma para morar no Sítio. Ah, pelo menos pediu autorização para Dona Benta, né! 
Aleatoriamente acabei acertando algo. O livro se passa depois do Poço do Visconde, minha última leitura da série, quando ficaram ricos com o petróleo e aproveitaram a bufunfa para comprar terras nas cercanias. E esse é o primeiro destaque, por conta da engenhosidade da Emília para comprar a terra dos vizinhos. Sagaz, a maluquinha! Só lendo para entender...
Daí em diante temos uma série de pequenas aventuras na interação da galerinha com personagens das Fábulas. Histórias curiosas, inusitadas e divertidas, abrangendo também famosos da Mitologia Grega e Literatura Universal.
Vale os registros do Dom Quixote e suas alucinações com o mago Fresnom; a narrativa de Belerofonte sobre o embate com a Quimera; a turma do Sítio enfrentando terríveis piratas liderados pelo Capitão Gancho; e a gula do Sancho Pança (pau a pau com a do Rabicó). Opa! E tem mais coisas ainda para diversão na leitura.
Lobato novamente valorizou as fábulas e mitologia em apresentação do tema para tenros leitores, naquela dinâmica de conhecer e brincar com as descobertas. Para o autor, não basta expor, é interessante também uma intimidade interativa. 
Tem coisa que não curti e vou registrar. No início da obra há uma abordagem sobre mitos e ficção, onde o autor subtende seu ateísmo. É só uma observação de minha parte, que ajuda a pontuar o que conheço sobre o Lobato. E vamos em frente que acabou não, moçada! Tem mais aventura ainda...
As histórias continuam em plano curioso de liberdades surreais. Entre elas:
- Capitão Gancho perde o Hiena do Mares para a turminha, que o reforma como o Beija-Flor das Ondas. Eita! O pirata tenta revidar com a ajuda de valentões que conhecera na venda do turco Elias, e vão por aí as maluquices...
- Tia Nastácia apaixonada! Ah, só não se explica pelo que, evidenciando-se a paixão como um sentimento de êxtase. O fato resultou de artimanha da Emília com flechas do Cupido.
- O casamento de Branca de Neve com o Príncipe Codadade, e nova visita de crianças, ávidas por conhecer a turminha.
Termina com um mistério, o desaparecimento de Tia Nastácia, mas isso é assunto para o próximo livro: O Minotauro.
É a essência da obra, passando a percepção de descobertas e interação curiosa com o mundo da leitura.

O Minotauro (1939) 
Conheci essa obra através da antológica série do Sítio do Picapau Amarelo versão anos 70. A percepção era de uma história de terror, assustadora para a garotada em cada aparição do monstro que, mesmo com uma figura super tosca, dava um medão por conta do suspense potencializado em perseguições no famoso labirinto, imagens obscuras e trilha sonora cabulosa, genial neste quesito. Curioso que na versão do segundo milênio, que também acompanhei, a história não teve o mesmo impacto.
Comparativamente ao livro há algumas diferenças e a principal é o foco. No seriado o Minotauro era o principal personagem no desenrolar da história, e no livro o destaque maior é a Grécia, em uma viagem de descobertas e curiosidades.
Os Picapaus (designação que Lobato dava para a turma do Sítio) embarcam no Beija-Flor das Ondas (o navio confiscado e reformado do Capitão Gancho) para resgatar Tia Nastácia, que fora raptada na festa de casamento do Príncipe Codadade com Branca de Neve, quando houve a invasão de monstros das fábulas em episódio descrito no livro anterior (O Picapau Amarelo).
Quem gosta dessa obra certamente manifesta algum interesse na visão da Grécia antiga, porque a maior parte (cerca de 90%) trata disso, em aspectos históricos e mitológicos.
A parte específica sobre o Minotauro, para quem tem a imagem construída pelo seriado, desaponta um pouco. Além de rápida, não enfatiza a questão do terror. É bem assim... Será que conto? Nããããão! Leia o livro. 
Particularmente, gostei mais da parte histórica, expressa no encontro da turma com personagens famosos, como Péricles, Fídias, Sócrates e Sófocles (respectivamente, destacados como estadista, escultor, filósofo e dramaturgo). Esse desenrolar tem o protagonismo de Dona Benta, que dá show em curiosidades para o leitor.
Há questões interessantes, tipo, a cultura grega ter influenciado o desenvolvimento da modernidade. Essa importância Lobato destacou para os tenros leitores.
Olha que sensacional! Em certo momento de diálogo com Péricles (famoso pela liderança e oratória), o estadista fala de liberdade como uma das coisas de maior valorização entre os gregos. O povo é livre para suas escolhas. A sagaz Dona Benta observou então que muito do conceito de liberdade expressa na vontade do povo resulta da capacidade de manipulação de seus líderes. O que seria a vontade do povo, muitas vezes é consequência daquilo a que está sugestionado, reproduzindo, no final das contas, o interesse dos líderes. Povo livre, manobrado para algo que subtende interesses escusos. Mas rapaz! É exatamente o que vemos hoje, onde está escancarada a tal democracia em nosso Congresso como um grupo fechado de corruptos manipulando as coisas a seu favor, fingindo que encarnam a vontade do povo. Não é o que esses mafiosos estão fazendo? E o que os interesses de certos líderes manobraram para que fosse deflagrado no mesmo ano de publicação desse livro?
A velhinha (falo com carinho) embala o conceito de liberdade, também, chamando a atenção para o sistema de escravidão que existia naquele povo, desmistificando o que eles atribuíam como sociedade perfeita.
E por aí vão os encontros, com direito a momentos um tanto hilários, na admiração dos gregos pelos milagres de nossa modernidade, como uma simples caixa de fósforos, quando existia uma lenda hiperdramática de como o fogo chegou aos homens.
Há reflexões sobre a profundidade do conhecimento, sobre a valorização das artes, sobre o progresso aflorar em aspectos miraculosos e em paralelo ocorrer a degeneração de certas coisas... No plano prático, se exemplifica numa conquista da Ciência e uso aterrador, para a maldade.
Enfim, gostei e me diverti bastante com essa parte. Ah, e tem certas curiosidades desconhecidas. Não sabia que Péricles tinha uma anomalia na cabeça, que fazia com que fosse alongada e por isso suas reproduções (pintura e escultura) o mostravam sempre com um elmo. Pesquisa aí no Google Imagens se duvidar.
A parte da mitologia é protagonizada pelo Pedrinho, em interação aventureira. O destaque desse momento vai para história de Hércules, mas Lobato dá só um gostinho no tema, pois isso será tratado em outra obra. Não gostei muito dessa parte e preferia que o protagonismo fosse encabeçado pela Emília em suas mirabolantes curiosidades e posicionamentos. Seria mais legal!
Estranhei o Lobato não ter dado destaque para Visconde, que quase não gastou seu conhecimento. Ficou na sombra de Dona Benta. Melhor assim, porque a velhinha é mais sagaz e o Visconde manobrável demais. Pergunta para a Emília se não... 
Essa é a obra. Olha o que Lobato contava para as crianças!
Devaneando um pouco, fugindo do contexto do livro, ainda fico imaginando como seria extraordinária uma viagem que o autor fizesse com os Picapaus pela Literatura Bíblica. Eita! Mas o homem tinha outra escolha de vida...
Gostei bastante da leitura e vou atrás da adaptação em quadrinhos.

Legal que podemos encontrar essas obras na maioria das bibliotecas públicas. Assim acontece em Macapá com a nossa Biblioteca Elcy Lacerda.  Visite e descubra as fabulosas criações de Monteiro Lobato.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 09 (1964)

A edição foi publicada em Setembro de 1964. Destaques para:
- Amapá - 21 anos: artigo de J. S. Marinho Nunes.
- Entusiasmo "Bandeirante": o ingresso da juventude.
- Clubes são ponto alto: Santana e Manganês são centros onde floresce vida social.
- Porto em destaque: operação inédita e recordes no TFA.
- Personalidade mundial em saúde pública propõe intercâmbio: Prof. Timothy D. Baker, da Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade de Johns Hopkins (Baltimore - EUA), universalmente reputada no campo de Medicina.
- Funcionários do mês: Benedito Arcângelo dos Santos - "Prezado" / Nadir Leite da Fonseca
- A craque do mês: Maria Galiléia da Silva Lino (jogadora de voleibol).

Imagens da revista

Bandeirantes de Serra do Navio visitando o Porto de Santana, em uma de suas excursões ao outro extremo de nossas instalações industriais. A confraternização entre as jovens é um dos aspectos mais salientes da benéfica prática do bandeirantismo, o que se verifica no Amapá com elogiável intensidade.
Numerosos clubes internos disputam campeonatos organizados pelo SEC e MEC, em campos como o que vemos na foto, dotados de todas as condições para a prática do futebol, incluindo iluminação para pelejas noturnas.
Chegada do Papai Noel em Serra do Navio.
Cartazes usados em campanha de promoção da saúde em Serra do Navio e Vila Amazonas. A campanha era coordenada pela Divisão da Saúde e usava a figura do Zé Latadelixo com slogans educativos, ilustrados pelo artista José Luiz da Silva Pereira.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Imagens de Serra do Navio nos tempos da ICOMI no TFA (Vídeo de Harife Viégas, 2018)




Olha que legal! Um vídeo com fotos antigas de Serra do Navio, elaborado por Harife Viégascom bela trilha sonora e as seguintes informações:

- A Vila de Serra do Navio foi construída como uma company town (cidade da empresa) pela ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios) no antigo Território Federal do Amapá (T.F.A.) entre os anos de 1956 e 1961.
- Projetada por Oswaldo Arthur Bratke, o traçado das vias respeitou a topografia do terreno e as construções adaptaram a arquitetura moderna brasileira às condições climáticas da floresta amazônica.
- Em 1988 o Amapá foi elevado à categoria de Estado, Serra do Navio tornou-se município em 1992 e a ICOMI encerrou suas operações de mineração no Amapá em 1997.

Oche! Lembrar da querida Serra do Navio, em seus áureos tempos, embalando a nostalgia em cenas do cotidiano com essa música (Percy Faith - Theme from A Summer Place)... Não, me mata logo do coração!