Em um cantinho especial do Brasil, este lugar bonito e rico em cultura! Agradeço a Deus por tudo que vivo aqui e peço que ilumine e abençoe sempre essa terra. O meu lugar, minha terra, meu lar!
As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.
Edição 21, publicada em Setembro de 1965. Destaques para:
- Terra fértil, a agricultura no Amapá é caminho para o progresso: enfatiza que as terras amapaenses suportariam grandes empreendimentos, a serem desenvolvidos pela COPRAM e BRUMASA.
- Operação Rio Amapari: sobre parceria da empresa com ribeirinhos, em exemplo de dinamização de setores econômicos em região não desenvolvida.
- Leandro Tocantins encontra a casa ecológica no Amapá: texto apresentado em conferência sobre a Amazônia (realizada em Belém e Manaus), registrado na obra 'Região, Vida e Expressão', do professor e pesquisador Leandro Tocantins.
- Amapá sempre alerta: relato da viagem de grupo de escoteiros amapaenses ao Rio de Janeiro, para participar do I Jamboree Pan-Americano.
- Madeira, riqueza nova para o país: enfatiza a riqueza florestal amapaense e a importância da instalação da BRUMASA para promover desenvolvimento. Como se observa, edição meticulosa na propaganda institucional.
Neste dia bonito, de festejos
merecidos, que o Senhor receba nossa gratidão e abençoe cada mãe com muitas
felicidades, realizações e fortalecimento. Abençoe também todo filho, para que
tenhamos a sábia e feliz percepção de transformar esse dia em um contínuo
festejo de honra, amor, respeito e cuidados a nossas mãezinhas. Certamente o
presente mais valoroso.
Abençoado quem tem a oportunidade do convívio, pois um dia só será
possível através das lembranças. Graças a Deus tenho minha mãe bem presente, com
lembranças e histórias felizes. Essa é uma homenagem a ela e a todas as mães,
em breves recordações dos áureos tempos de infância, vivenciados em certa vila
cravada no meio da floresta, e no coração de muitos, a querida Serra do
Navio. Viajemos até ela, no embalo de boas recordações do ano de 1982...
Serra do Navio (Foto: Kid Reis/UFPA)
Amanheceu! A neblina logo dissipou, o canto
dos pássaros se revela e a família levanta com uma motivação extra neste
domingo. Hoje vai ter uma festa em casa, na BC-8: é o Dia das Mães!
Neblina em Serra do Navio (Foto: Waldir Lima/Facebook)
Em
anos anteriores fomos para outras casas, escolhidas pelos amigos como ponto de
encontro. Agora chegou nossa vez de recebermos vizinhos e amigos.
Comemoração do Dia das Mães no Manganês (turma do meu irmão).
Em Serra do Navio, mãe não era para festejo de um dia. Nada disso. Antes do feliz
domingo tinha a semana de celebrações na escola. Ih! Como muitos colegas,
participei de ensaios para apresentação de músicas, jograis e coreografias, em festa na escola ou no Manganês.
Eu, minha irmã mais velha e meu irmão.
As professoras ensinavam
a fazer lembrancinhas para serem entregues - desenhos, diplomas de mães
maravilhosas yotras cositas más! Certa vez dei um sabonete enfeitado (um
sachê), em outra, um cabide (mas não um qualquer, era todo emperiquitado de
laços). Logicamente, sempre havia oportunidade também de entregar flores que,
na simplicidade rotineira, eram as mais bonitas do mundo no amor de cada filho. Ô festão legal! Ô festão bonito!
Canecas serranas de chopp (Foto: Mauro Silva Jorge/Facebook)
Voltando a BC-8, o acordo era cada família levar um prato
especial. A macharada se revezava no churrasco, ostentando suas canecas
estilosas de chopp -
invocadas e até personalizadas, colecionáveis entre eles.
A foto não é do dia, mas ilustra a garotada que se fazia presente. Essa imagem é de aniversário em casa. Todos são vizinhos.
A garotada se
divertia em brincadeiras diversas no gramado das casas, na rua, e as homenageadas,
entre conversas diversas, aguardava com expectativas o momento de entrega dos presentes,
geralmente feito numa divertida brincadeira de adivinhação.
Olha
aí parte da turma em casa! Não sei o nome de todos, mas posso
registrar o Flecha e meu pai Osvaldo (que
chamavam Macaco), ambos em pé; agachados, o Chicão,
o Careca, o Seu Rosa
e outros que não soube identificar. Os meninos são meu irmão Rogerson e o Emerson
(filho do Chicão).
No mesmo dia, o Chicão, Osvaldo (meu pai) e o Flecha.
Essa foto não é do dia, mas acreditei ser interessante inserir
porque eram vizinhos e amigos muito chegados do meu pai (Flecha, meu pai Osvaldo e o
Carlos).
Quem se dava bem era o Valente, loja da vila com artigos diversos para as casas.
Na verdade, o nome era Paraibana, mas
todo mundo chamava de Valente. Fiz
esse registro em 2017.
Imagem ilustrativa da internet.
Sabe o que essa galera ouvia? Ah, primeiro temos que falar das antigas
vitrolas. Em casa tinha uma verdadeira nave espacial! Pelos menos para mim,
vendo aquele negócio invocado, cheio de portas onde se puxava um toca-discos ou
um rádio com botões e luzes maneiras. Era minha espaçonave, né! Mas apenas quando meus
pais não me viam operando maravilhado nela (leia-se mexendo). Tinha local também
para guardar coleção de discos, onde se destacavam Roberto Carlos, Agnaldo
Timóteo, Gilliard, Márcio Greick, etc e tal.
Dominando o Hit Parade, meu pai tinha um disco que quando tocava, aí mermão, a galera dançava até suar, e isso estou dizendo de ficar vendo. Quer
saber? Lambadas Internacionais - Volume 2. Sucesso também nas paradas os discos do The Fevers,
Pholhas, Fernando Mendes e um que também muita gente gostava, Discotheque
Aquarius. Naquele 1982. Dia das Mães, rolou tudo isso e outras coisas...
A hora dos presentes foi no final da tarde. As mamães gostavam, e era escolha fácil para presentear, daqueles conjuntos de louças inox. Até hoje tem
em casa o que minha mãe ganhou nesse dia.
Só tenho duas fotos do momento. Também não sei identificar todas as senhoras. Além de minha mãe (de vermelho), no lado esquerdo vemos Dona Maria (esposa do Seu Flecha). Seja como for, rendo homenagens a estas e a todas as mães de nosso querido Amapá, sejam anônimas ou amplamente conhecidas. Guerreiras, valorosas, importantes e essenciais em nossas vidas.
Uma homenagem extra para minha mãe ALZIRA!
Mãe, irmã e pai.
Eu, mãe, irmão e irmã.
Para minha avó Ana e minhas irmãs!
E para tias valorosas, como Maria José eOscarina (em
foto junto com minha mãe). Não reparem naquele garoto enxerido lá atrás
soltando uma água do joelho! Rsrsrs. Este que vos escreve.
- Mais minério, mais divisas - exportar minério é enriquecer o Brasil: a reportagem fala da exportação do minério de Serra do Navio (estimada em 800 mil toneladas anuais), dando ênfase aos "royalties", impostos e salários vultuosos que seriam revertidos para o Território Federal do Amapá.
- A hora antes do amanhecer: continua a série sobre os municípios do TFA apresentando Mazagão, em breves aspectos históricos e econômicos. Nada falaram sobre a Festa de São Tiago, o que acredito ser um lapso grande.
- O Mistério da Amazônia Misteriosa - um simples problema de confiança: texto enfático a necessidade e importância de exploração da Amazônia. O autor inicia a abordagem citando o romance de Gastão Cruls (A Amazônia Misteriosa), que é uma ficção científica publicada em 1925, insinuante a segredos e experimentações esdrúxulas na região. O que se desejava, na revista, era mostrar que os segredos amazônicos são suas potencialidades e os investimentos propostos só promoveriam o desenvolvimento, numa forma de desmistificar qualquer visão negativa. Lembro aos amigos que me limito em descrever o que a revista apresentou.
Divulgando mais obras do acervo de nossa Biblioteca SEMA-AP, em Macapá. Essa é do escritor Fernando Canto, com um breve estudo sobre o Marabaixo. No lançamento, em 2017, foi apresentada com o seguinte parecer:
Nos 259 anos de existência de Macapá, um dos mais conceituados
escritores e sociólogos da Amazônia, Fernando Canto, presenteou a cidade
e seus moradores com o lançamento de nova obra literária: O
Marabaixo através da História. O livro, nascido de uma palestra feita
no Marco Zero do Equador por ocasião de um evento turístico, propõe uma
explanação didática sobre o Marabaixo no Amapá, seus rituais e sua
importância enquanto elemento cultural característico do estado, mas,
sobretudo, do município de Macapá. Trata-se também de uma colagem de
textos escritos ao longo do tempo e publicados em jornais da capital e
em livros de Fernando Canto.Vemos vários rituais que compõem essa
manifestação e personagens que dão vida à tradição – tocadores de
caixas (tambores), cantadores e dançadeiras – que, em sua maioria, são
descendentes de negros que habitavam as localidades de Mazagão Velho,
Maruanum, Curiaú e os bairros Laguinho e Santa Rita, antiga Favela.
(RITA TORRINHA)
Título: O Marabaixo através da História
Autor: Fernando Canto
Editora: PRINTGRAF
Ano: 2017
Páginas: 50
Sumário:
- O Marabaixo no século XIX
- As perseguições
- A Festa do Divino Espírito Santo em Mazagão Velho / Conjecturas
- O Encontro dos Tambores
- Marabaixo em agonia: o surgimento da Marabaixeta
- Banzeiro do Brilho de Fogo / Origens
- As rupturas
- O "Ladrão de Marabaixo"
- A chegada do primeiro avião
- A caixa do Marabaixo
- Considerações finais
Fragmento da tela "Marabaixo" de Ivam Amanajás.
Fernando Canto é um dos principais pesquisadores e protagonistas na
cultura amapaense, com várias obras nos segmentos da música, poesia,
contos, crônicas e estudos de conotação histórica e sociológica.Essa obra enriquece a bibliografia sobre o Marabaixo, principal
manifestação popular no Amapá, tema também de outras obras do autor. Foi lançada em 2017 e o que caracteriza sua identidade é a
apresentação sucinta do tema, valorizando a origem, aspectos históricos,
peculiaridades e perspectiva almejada pelo autor na preservação
cultural. Certamente, ferramenta preciosa como fonte de pesquisas para a comunidade estudantil. Entre os destaques, o resgate de jornal amapaense do século XIX sobre o
festejo (texto ácido e preconceituoso no olhar de outros tempos), breve
relato dos conflitos entre a cultura popular e a religião instituída, e a
investigação histórica da origem de algumas particularidades: o Ladrão
de Marabaixo, a Festa do Divino Espírito Santo, o Encontro de Tambores
na UNA e o uso das caixas de Marabaixo na percussão. De tudo, gostei principalmente do relato da chegada do primeiro avião no
Amapá (em ilustração de fatos instigantes aos "ladrões de Marabaixo") e
a investigação da origem do nome do festejo. É clássico, desde o livro
de Nunes Pereira (O sahiré e o marabaixo, publicado na década de 1950) a associação com a vinda de povos
afro, na travessia e andanças MAR ABAIXO, mas nunca tinha visto a
associação do nome em outro sentido, relacionado à cultura malê, que
Fernando Canto resgata do estudo do escritor Távora Buarque (leia o
livro se quiser saber, pois esse spoiler não vou registrar). É uma obra dinâmica na apresentação dos fatos, de leitura fácil e
rápida. O único aspecto que não curti foi a ausência de fotografias, algo que agregaria olhar mais detalhado na importante manifestação cultural.