As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Niranaê (Maycon Tosh)

NIRANAÊ é um romance de Edgar Rodrigues, publicado em Macapá pela Editora O Dia, em 1997. O livro foi disponibilizado pelo autor em niranae.blogspot.com e serviu de inspiração para o músico amapaense Maycon Tosh nessa bela canção, em que está acompanhado de Toninho Brandão no violão. Curta aí!



ÍNDIA NIRANAÊ
(Maycon Tosh)

TEUS OLHOS BRILHAM COMO O SOL DA MANHÃ
MEU PARAÍSO NA BEIRA DO RIO
MINHA NATUREZA

CORRENDO SOLTO, CORRENDO LOUCO
PRA TE ENCONTRAR
EU JÁ SABIA QUE VOCÊ EXISTIA
LINDA CABOCLA MENINA. MINHA SEREIA
VEM ME AJUDAR,
NIRANAÊ

 EU PRECISO DE VOCÊ
EU SÓ PENSO EM VOCÊ
ME DESESPERO
COMO EU TE QUERO,
ÍNDIA NIRANAÊ

CORRENDO SOLTO, CORRENDO LOUCO
PRA TE ENCONTRAR
EU JÁ SABIA QUE VOCÊ EXISTIA
MINHA PEQUENA SEREIA
OH ÍNDIA NIRANAÊ

EU PRECISO DE VOCÊ, EU SÓ PENSO EM VOCÊ
ME DESESPERO, COMO EU TEQUERO
ÍNDIA NIRANAÊ

segunda-feira, 18 de junho de 2018

HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

Mais um ano se completa na história da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, iniciada em 18 de Junho de 1911, em Belém do Pará. Não sou defensor de placas, pois a mensagem evangelizadora de Cristo é a origem de tudo, para todos que o anunciem. Portanto, no caminho que trilhamos, cuidemos que expresse seu ensino (alicerçado na Bíblia Sagrada), seu amor e sua presença. Esta é sua igreja, que pode ser chamada de diferentes nomes, mas é apenas uma em Jesus Cristo.
Voltando a atenção para parte de seu rebanho, que se chama por Assembleia de Deus, esse vídeo conta um pouco da história que completa hoje 107 anos. História com percalços difíceis, abnegação e lutas dramáticas e heroicas para cumprimento do IDE de Jesus. Sei que há bons e maus testemunhos, coisa do homem em suas escolhas pessoais. O que nunca muda é o Senhor em seu desejo de comunhão com todos.
Graças por ser possível viver nessa benção! Graças pelo Evangelho que se anuncia! Graças pela oportunidade nessas coisas na Assembleia de Deus! Graças por sua história! Parabéns aos irmãos assembleianos nesse dia de recordações!


O vídeo foi elaborado pelo Pastor Luciano Alexandre, publicado em sua página no YouTube, contando a história da Assembleia de Deus no Brasil em seus primeiros anos.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Revista ICOMI Notícias Nº 22 (1965)

Edição de Outubro de 1965, com destaques para:
- O trabalhador amapaense se adapta ao uso das máquinas pesadas: modernização para o desenvolvimento do Amapá, mão de obra pronta para o trabalho na indústria.
-  Rio abaixo, rio acima: sobre ubás e montarias, o meio de transporte comum numa região cortada por rios. O texto aborda a produção artesanal e a recente modernização com acréscimo de motor de popa.
- Amapá na VIII Bienal de São Paulo: Destaque para os projetos de Oswaldo Bratke, em especial, a "Casa Ecológica da Amazônia".
IMAGENS DA REVISTA
Grupo de teatro em Vila Amazonas apresentando a peça "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado. Um clássico conhecido entre os estudantes de Serra do Navio e Vila Amazonas.
Chegou a hora das máquinas! Escavadeiras começam a rasgar o chão do Amapá na exploração das riquezas.
Rio abaixo, rio acima, a modernização chega também para as tradicionais montarias dos ribeirinhos.
Casa Ecológica da Amazônia, idealizada por Bratke, enaltecida em Feira de Arquitetura em São Paulo como um fato, não apenas um projeto.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

História de Marabá (Maria Virgínia Bastos de Mattos, 2013)

Este livro é um trabalho feito com a determinação de quem pretende socializar o conhecimento do que ocorreu e ocorre na região de Marabá, desde os primórdios de sua ocupação até os dias atuais. E começa bem: pela história dos remanescentes indígenas que ainda resistem neste mesmo espaço. Depois vem o 'branco', e a mistura de povos e atividades como a extração do látex do caucho e da castanha-do-brasil, o garimpo de diamantes, de cristal de rocha, de ouro, de ferro, de cobre. Interesses e fatos vários se dilaceram na Guerrilha do Araguaia, na abertura de estradas, no fortalecimento da pecuária e extração de madeira. Grandes e pequenos disputam e se digladiam por terra e lugar ao sol. (Gutemberg Guerra)

 
Literatura Paraense
Título: História de Marabá
Autora: Maria Virgínia Bastos de Mattos
Editora: Fundação Casa da Cultura de Marabá - FCCM
Páginas: 190
Ano: 2013 (2ª edição, revisada e aumentada)

Sumário
01) Primeiros habitantes
02) A ocupação pelo homem 'civilizado'
03) O Burgo do Itacaúnas e a descoberta do caucho
04) Marabá, primeiros tempos: da origem a 1920
05) Marabá, de 1923 a 1940
06) O ciclo da castanha-do-pará
07) Garimpos de diamantes e de cristal
08) Os anos de 1940 e 1950, os 'Soldados da Borracha': nova fase de exploração do caucho
09) A posse da terra e o incremento da pecuária
10) Chegam as estradas... e tudo começa a mudar
11) A Guerrilha do Araguaia
12) Serras dos Carajás
13) Conflitos fundiários: posseiros, grileiros e fazendeiros
14) Crescimento urbano de Marabá até 1960
15) As enchentes
16) Serra Pelada: muito ouro, poucos ricos
17) A década de 1980
18) Conflitos e organização no campo
19) Alguns acontecimentos da década de 1990
20) A indústria siderúrgica
21) Outras indústrias metalúrgicas
22) Os anos 220 a 2013
23) Violência e impunidade, os desafios do século XXI
24) Riquezas naturais
25) Datas importantes da História de Marabá
26) Marabá: o hino, a bandeira e o escudo

Não conheço Marabá, município paraense, mas me interesso pela leitura sobre as cidades na Amazônia, em suas histórias e peculiaridades. Dá para estabelecer contrastes e paralelos, que apontam aspectos comuns na ocupação da região em políticas no trato com o ambiente, população e exploração dos recursos naturais.
Encontrei esse livro por acaso em uma sala de leitura e logo me entusiasmei pelo passeio em suas páginas.
A impressão que tinha se confirmou em relação à obra, que mostra em primeiro momento os povos indígenas, descrevendo em seguida a chegada dos colonizadores, conflitos, estabelecimento de cultura extrativista, exploração em larga escala de recursos naturais e impacto ambiental.
A questão indígena é bastante conflituosa e a autora traz relatos de embates que praticamente dizimaram algumas populações. Alguns desses relatos são apresentados como barbárie e tornaram-se mais evidentes a partir da década de 1920, quando iniciou a construção da Estrada de Ferro Tocantins.
No extrativismo, o destaque foi para a extração do látex do caucho e exploração da castanha-do-brasil (prefiro esse nome). Os grandes empreendimentos se estabeleceram na exploração mineradora de diamante e ferro, destacando-se o empreendimento em Carajás. Repete-se o cenário comum na Amazônia de empreendimentos em grandes latifúndios, conflitos no campo, exploração da mão de obra com salários mal remunerados, pressão sobre o meio ambiental e reversão de poucas benfeitorias locais em relação à riqueza explorada.
Nas peculiaridades da região, a fundação de Marabá foi em 1898, quando houve o estabelecimento de um barracão comercial no ponto de encontro entre os rios Itacaiúnas e Tocantins. O barracão tinha por nome Marabá, como uma homenagem ao poema de Gonçalves Dias. Esse aspecto geográfico é representado na bandeira municipal. Em 1913 o município foi oficializado.
A história mostra conflitos que tiveram repercussão mundial, como o massacre de trabalhadores sem terra em Eldorado em 1996. A autora ressaltou que os dados mais recentes do IBGE, na época de lançamento do livro (2013 - 2ª edição), apontam o município como um dos mais violentos do país (4º), principalmente em relação ao campo e à delinquência juvenil. A origem estaria nas impunidades na esfera da justiça, fiscalizações precárias e policiamento deficiente.
Segundo a abordagem, é uma região com muito potencial de riquezas naturais, mas também com muitos conflitos, exploração pouco sustentável e desenvolvimento desigual para a região em relação à riqueza explorada.
Aspectos que a leitura faz perceber, evidenciados pela autora (também estudiosa de História e bibliotecária).
Penso que faltou referências para a parte cultural da região. Certamente tem coisas sensacionais para descoberta e leitura.
Um registro final, o livro é uma segunda edição, atualizada pela autora em celebração ao centenário do município em 2013.
Valeu a leitura! Gostaria de descobrir mais coisas e quem sabe um dia visitar a região.

Marabá (Pará). Vista frontal da cidade e sua orla no encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantis. (Foto: Ricardo Teles, estraída de portalcanaa.com)

Em Macapá, a obra pode ser consultada 
na Biblioteca Ambiental da SEMA 
e na sala de pesquisas 
do Museu de Arqueologia e Etnologia do IEPA.