As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sábado, 11 de agosto de 2012

Município de Serra do Navio (Parte 1 - Informações Gerais)

Reportagem de 2010 exibida na TV-AP sobre o Município de Serra do Navio. O vídeo fez parte das comemorações dos 35 anos da emissora no Amapá (filiada à Rede Globo).
Reportagem de Simone Guimarães e Imagens de Albenir Sousa.
Vídeo de Janeiro de 2010 apresentado no Amazônia TV, por Seles Nafes
Os principais pontos abordados foram:

- "Serra do Navio participou efetivamente da construção do Amapá que conhecemos hoje. O motivo foi a exploração de mais de 40 anos do manganês, que resultou em desenvolvimento e heranças negativas até hoje sentidas. Os recantos naturais do município onde vive o beija-flor Brilho-de-fogo são uma atração à parte em Serra do Navio..." (Seles Nafes - Apresentação do telejornal Amazônia TV).
Foto do verdadessurbanas.blogspot.com.br
- O nome do município causa curiosidade, por que Serra do Navio? Segundo historiadores, a montanha onde fica a cidade tem um formato de embarcação.

1) Local de construção da vila / 2) Foto aérea / 3) Mapa em visão aérea
Imagens do livro "Vila Serra do Navio" (Ribeiro & Bratke - 1992)
Disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da Sema em Macapá
Planta geral da Vila Serra do Navio, Amapá (Fonte: Novos Cadernos NAEA - V.06 - 2003)
- O município segundo o IBGE tem pouco mais de 4 mil habiantes (IBGE 2010).

- A cidade projetada por americanos se destaca pela arquitetura, calçamento, arruamento, paisagismo e urbanismo. Toda essa estrutura foi construída no meio da floresta e até hoje se mantem preservada (em partes, realmente em partes...)
Serra do Navio
Exemplos da arquitetura da vila:
1) Escola / 2) Vila Primária / 3) Desenho da igreja / 4) Hospital
Imagens do livro "Vila Serra do Navio" (Ribeiro & Bratke - 1992)

- Serra do Navio foi criada para abrigar funcionários da ICOMI (a Indústria e Comércio de Minérios), que tinha um contrato com o governo federal de exploração de manganês durante 50 anos.
1) Explosão na mina, comum na época da ICOMI, ressoando em toda a vila (imagem extraída do vídeo). Lembro claramente disso, quando morei na BC-2, BC-10 e BC-8 na vila primária.
2) Minério sendo colocado nos vagões (foto do livro "Vila Serra do Navio", de Ribeiro & Bratke - 1992)
Meu pai é o segundo da esquerda para direita (Osvaldo, o Cara-de-macaco)
- A vila era um modelo de administração: assistência à saúde e água tratada estavam entre os serviços oferecidos.
Fachada do Hospital da Divisão de Saúde da ICOMI em Serra do Navio 
(Foto: biblioteca.ibge.gov.br)
Muita coisa na vila hoje está em ruínas e em alterações urbanísticas ou arquitetônicas. Veja os exemplos:
Alojamentos em depredação. Me parecem aqueles que ficavam próximo ao antigo restaurante da companhia, destinados  a trabalhadores solteiros (Fotos extraídas da apresentação PPT elaborada pela Professora Lyvia Cristina, filha de Serra do Navio). Será que fui seu contemporâneo quando estudava lá... alvará leia isso!!! Estudei na Serra até a 3ª série em 1982.
Esta foto mostra alterações urbanísticas... e um exercício para a imaginação. Bem no centro vemos a praça, subindo (pós aquelas duas árvores menos vistosas) localizamos o velho Manganês Clube... seguindo-se um aglomerado de construções. Pois bem, este conglomerado (quartos para aluguel, pequenas lojas, mercearias...) entre o Manganês e o antigo cinema, não existia na época da ICOMI, pelo menos quando morei lá. O lugar era domínio de umas árvores que produziam umas sementes vermelhas que chamavam de tento ou tenten... sei lá o nome das árvores. Sou capaz de identificar outras alterações, mas fica apenas essa como ilustração. Entendeu ou quer que desenhe?! Se bem que tudo que escrevi é uma pataquada sem pé nem cabeça. (Infelizmente não tenho o registro do autor da foto e respectivo ano, mas chegaram a mim por boas mãos). 
- A mineradora construiu uma estrada de ferro e um porto em Santana para levar os produtos do estado. 
A ferrovia foi inaugurada (1956/57?) para transportar o manganês extraído até o terminal portuário de Santana. Foi, durante muitos anos, o principal meio de acesso à vila. Está ainda na ativa, apesar de muito sucateada, sendo usada por várias comunidades em uma viagem, até a Serra do Navio, que pode durar 7 horas ou mais. A foto é da época que era administrada pela ICOMI (Folder: Vila Serra do Navio, uma cidade modernista na Amazônia).
Estocagem de minério de manganês no Porto de Santana, 1957 
(Foto do livro "Mineração no Brasil" - Leo Christiano - 2006)
Vista aérea parcial do Porto de Santana, mostrando o embarque do manganês, 
nos tempos da ICOMI. (Foto: biblioteca.ibge.gov.br)
- Um grande rasto de devastação ficou para trás, com crateras gigantescas e toneladas de montanhas de rejeitos de manganês (que estariam contaminados por arsênio).
Vista aérea parcial da área industrial e da vila de Serra do Navio, nos tempos da ICOMI
 (Foto: biblioteca.ibge.gov.br)
- Exames já comprovaram que a água da chuva levou o arsênio de rejeito de manganês para dentro do igarapé e rio que passam em frente à Vila do Elesbão em Santana (notícia da emissora em junho de 2001).
                               1                                              2                                                3

Alguns estudos sobre a contaminação são:

1)  Arsênio do minério de manganês de Serra do Navio (Artigo de Wilson Scarpelli). Veja AQUI.

2) Resultados do Estudo de Saúde Humana Realizado na Comunidade do Elesbão, Santana – Amapá (Apresentação do IEC - 2002). Disponível AQUI.

3) Exposição ao mercúrio e ao arsênio em Estados da Amazônia: síntese dos estudos do Instituto Evandro Chagas/FUNASA (Artigo publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia Vol. 6, Nº 2, 2003). Disponível AQUI.


A Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá disponibiliza a consulta em alguns textos de jornais sobre a repercussão do caso.

- A TV-AP acompanhou o desenrolar desta história, mas sempre se preocupou em mostrar também as belezas de uma região única.
Lagoa Azul, em Serra do Navio (AP). Destaca-se pela coloração de suas águas azuis em aprofundamento em antiga cratera de extração de manganês.  É formada pelo represamento da água, tem leito em espiral e distancia-se da vila  uns 4 km. (Foto e informação: skyscrapercity.com)
Segundo me informaram, ainda não se tem um parecer definitivo sobre a qualidade da água, se é apropriada para o banho. Muitas pessoas, indiferentemente, frequentam o local e nadam nestas águas. (A imagem foi retirada do vídeo: Viagens pela Amazônia: Serra do Navio / exibido no Amazon Sat - 2011)
- O vermelho vibrante do misterioso Brilho-de-fogo (Topaza pela) chamou a atenção do Brasil. A ave foi mostrada numa edição do Globo Repórter, em 1995.
É o maior e um dos mais bonitos beija-flores do Brasil, estando presente em Roraima, Pará, Amapá e Maranhão. O macho possui 20 cm de comprimento (mais da metade correspondente a calda) e a fêmea, menor, possui 12 cm. (Imagem: wikipedia.org)


Veja o trecho do vídeo  exibido no Globo Repórter (1995) mostrando o beija-flor Brilho-de-Fogo. Um dos melhores programas exibidos, enfocando aves e os artistas principais daquela noite: os beija-flores.


"O que é a Icomi? A Icomi é um milagre dentro da região amazônica. Duas pequenas cidades que parecem o sonho de um urbanista lírico. Duzentos quilômetros de estrada de ferro. Um porto onde encostam transatlânticos. Nas cidades há escolas, hospital moderno, supermercado, clube, piscina e cinema."

(Raquel de Queiroz, na revista semanal "O Cruzeiro", de 08/05/1965, após visitar o Território Federal do Amapá a convite da diretoria da ICOMI). O artigo você pode ler no memorial-stn.blogspot.com.br)


Veja também:
A exploração do manganês de Serra do Navio

Fontes de Consultas:
simoneguimaraes2.blogspot.com.br

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Lançamento da Revista Mixtureba Comix (HQ)

Capa da revista 
Falando ainda de quadrinhos, em julho foi lançada a revista Mixtureba Comix, em Macapá (produção do Grupo Coletivo AP Quadrinhos). Pouca coisa por aqui foi produzida neste segmento, sendo a maioria no contexto educacional ou promocional (são exemplos os folhetos Declare seu amor por Macapá e As Aventuras de Zé Fortuna). De circulação periódica tivemos o pioneirismo da extinta revista Os Cabuçus e o humor crítico das charges e tiras nos jornais (como as do trabalho de Da Gama), além de alguns fanzines. O grupo pretende lançar novas edições e busca a valorização dos talentos. Nesta publicação participaram Raoni Hollanda, Ronaldo Rony, Jó, Railson Rodrigues, Otton Souza, Willian Costa, entre outros...

 ...em uma mistura de diferentes estilos.

O evento ocorreu no auditório do Museu da Imagem e do Som do Amapá (MIS/AP), em 28/07/2012, com exibições de animações, exposição de desenhos e a participação de conceituados quadrinhistas (Gian Danton e Otoniel Oliveira), além da turma do Coletivo AP Quadrinhos. 



A TV-AP exibiu uma reportagem sobre o evento (Julho/2012)
Veja o vídeo NESTE LINK 

Alguns pontos abordados:
- Quadrinhos é uma forma de arte, que conjuga textos e imagens, com objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos.
- São em geral publicados em formato de revistas, livros ou em tiras publicadas em jornais.
- A arte dos quadrinhos vem crescendo cada vez mais em Macapá, com isso surgiu o Grupo Coletivo Amapá Quadrinhos, que reúne cartunistas, desenhistas, quadrinhistas e roteiristas de diferentes estilos e mistura de gêneros.
- Uma exposição de desenhos no MIS/AP revelou revelou a criatividade destes artistas e serviu também para lançamento da revista em quadrinhos Mixtureba Comix. 
- As histórias passam pelo humor sarcástico, ficção científica, suspense e estilo mangá.


Fontes de Consultas:
museudaimagemedosom.blogspot.com.br

Veja também:
HQ - Declare seu amor por Macapá  (Prefeitura Municipal de Macapá)
HQ - Os Cabuçus Nº 06
HQ - As aventuras de Zé Fortuna
HQ - Turismo e Meio Ambiente (IESAP 2003)
HQ - O Ministério Público e o Meio Ambiente
HQ - Os Cabuçus Nº 03
HQ - Os Cabuçus combatendo o mosquito da dengue
Tirinhas dos Cabuçus (Diário do Amapá - 18/09/1998)
Tirinhas dos Cabuçus (Diário do Amapá - 10/08/2006) 
Tirinhas sobre o Museu Sacaca (A Gazeta - 05 e 06/02/2012)
HQ - Jesus, Ele viveu entre nós
Dia mundial do desenhista

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Turismo e Meio Ambiente (HQ Turma de Turismo - 2003/IESAP)

Os quadrinhos podem representar uma rica e importante ferramenta educacional.  Com este propósito, no ano de 2003, foi produzida esta HQ por acadêmicos do Curso de Turismo do IESAP, com a finalidade de difundir a Educação Ambiental e mostrar a importância do Curso de Turismo. O material foi elaborado por Andra Lúcia Ataíde, Creusa Mara Oliveira, Idáira Milena Couto e Suellen Cumarú, com a orientação da Professora Irani Gemaque e a arte de Honorato Júnior
O material está presente no acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá, tem cunho educativo e aqui está resgatado em uma valorização ao trabalho e autores.
"Elaborado para difundir conhecimentos e contribuir para o desenvolvimento econômico, social, ambiental e político do Turismo, proporcionando coerência entre a educação recebida e a situação profissional real, para que os acadêmicos possam ser preparados não para um simples trabalho e sim para uma real profissão" (Texto do início da HQ)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 "Se a educação sozinha não pode tranformar a sociedade,
tampouco sem ela a sociedade muda."
Paulo Freire