As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bíblia do Centenário da Assembleia de Deus do Amapá (2017)

"Três gerações são passadas. Após 40 anos de ministério coloco-me na terceira geração de pastores da Assembleia de Deus no Brasil. Só pela divina graça do Senhor, aprouve a Deus reservar-me essa sublime graça de ser o pastor da Igreja Assembleia de Deus em Macapá - A Pioneira, no seu centenário.
O cajado que José de Mattos passou em 1917, gasto pelo tempo está, mas não na sua eficácia e poder. Flávio Monteiro o empunhou e passou a João Alves, este entregou a Deocleciano Cabralzinho de Assis. Deocleciano entregou o cajado a Vicente Rego Barros e este a Ananias Gomes da Silva. Ananias entregou a Otoniel Alves de Alencar, que passou o cajado a Oton Miranda de Alencar.
Após 100 anos, talvez não temos uma igreja que os pioneiros sonharam, mas uma igreja que pretendíamos sedimentar, sem nos descurar da evangelização e de fazer discípulos. No decorrer desse centenário, vimos muitas organizações multinacionais falirem. Empresas ditas sólidas desapareceram. Todavia, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus - A Pioneira rompeu os anos e completa um século de existência no Amapá, para a glória do Deus Altíssimo.
Que essa Bíblia seja guardada para os filhos e netos, como testemunha e lembrança dos 100 anos da Assembleia de Deus em Macapá."

PR. OTON MIRANDA DE ALENCAR
(Texto de Apresentação da Bíblia)

Na noite de 03/10/2017, em Macapá, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus - A Pioneira alcançou mais uma bênção na celebração de seu centenário. Com muita satisfação tivemos o lançamento da Bíblia comemorativa sobre a trajetória da igreja nestes cem anos.
O evento ocorreu no templo central e o encarte especial foi preparado por uma comissão de história, com texto sucinto, valorizando aspectos de destaque e fotos interessantes e inéditas para a comunidade conhecer.
Entre as históricas referências: 

- A evangelização por Clímaco Bueno Aza, realizada nesta terra com disposição heroica ante a perseguição que sofrera em 1916, onde arbitrariamente foi preso e teve as Bíblias e literatura que trazia confiscadas e queimadas;
- O relato do primeiro culto, ministrado pelo Pr José de Mattos Caravela, com o registro dos primeiros membros da igreja em Macapá;
- O batismo pentecostal de Raimunda Paula de Araújo, uma história inusitada e extraordinária pelo testemunho do judeu Leão Zagury
- Os primeiros pastores fixos, a partir da década de 1940;
- A relação dos presidentes e o pastorado de Otoniel e Oton Alencar, onde a igreja consolidou seus departamentos e se expandiu pelo Amapá há 53 anos. 
A data do lançamento foi também na data de aniversário do centenário do saudoso Pr Otoniel Alencar.
O que mais gostei foi do acervo fotográfico, especialmente da fotografia do primeiro barracão onde se instalou a congregação. Algo inédito e que, até então, despertava minha curiosidade, pois é um período de grande perseguição e perseverança na igreja, quando funcionava em condições muito humildes e sem pastores fixos, contando com a importante liderança local de Graciliano Picanço e Paulo Araujo.
Um gostinho para os irmãos, a página 23.
A edição é na versão João Ferreira de Almeida - Revista e Corrigida, que historicamente e tradicionalmente é a de maior uso na Assembleia de Deus.

Graças a Deus por toda bênção e conquista nestes cem anos! Gratidão pela oportunidade de viver o centenário! Parabéns aos irmãos que trabalharam para que se operasse essa providência divina.
A equipe da Comissão de História do Centenário foi composta por: Besaliel Rodrigues, Gedielson Oliveira, Aurea Tito, Leiliane Bruce, Kelly Rodrigues, Cláudio Roberto, Carlos Laerte, Mércia Vanessa e Anderson Oliveira, contando também com apoiadores em diferentes campos.

Um registro final. Hoje (31/10/2017) celebramos os 500 anos da Reforma Protestante. Graças também a essa disposição temos a oportunidade de ter uma Bíblia Sagrada, como essa, em mãos para abençoada leitura e estudo.

Deus seja louvado!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Barca das Letras (Cordel de Francisco Mendes, 2017)

O livro, é como um instrumento de iniciação, na formação e caráter de nossas crianças. Em muitas Comunidades Ribeirinhas, Aldeias e Quilombos o livro é raridade! Acredite. Mas é nesses lugares, que a Barca adora navegar, distribuindo, além dos livros, sorrisos, brincadeiras, alegria, amor e, principalmente, incentivo à Leitura e manutenção da nossa cultura local.
A paga. O sorriso e o olhar de felicidade de nossos curumins.
VANDINHO 
(Comandante do barco - nos rios de Cametá)


"Vem do riso dum palhaço
O gostar pela leitura
Que nunca mostra cansaço
Mostrando boa literatura.
O Palhaço Ribeirinho
Vem com muito carinho
Ensinar nossa cultura.
.....
Livros, gibis e cordel
Uns novos, outros lidos
Massinha, lápis, papel
Para serem consumidos.
Na brincadeira de ler
O ensinar é aprender
Sem serem oprimidos. 
.....
É desenho e história
Com cantiga e leitura
Momento de vitória
Pra nossa literatura.
Brincar de ler e saber
Aprender e conhecer
Bem mais nossa cultura.
.....
Então vem com a gente
Semear a educação
Seja forte e valente
Faça parte da missão.
Seja mais um barqueiro
De espírito inteiro
Na vida desta nação."

Que bela surpresa! Duas coisas que curto: cordel paidégua e um projeto de leitura bacana.
A obra foi escrita e publicada esse ano por Francisco Mendes, poeta de Cametá (Pará), como homenagem ao Barca das Letras: um projeto de incentivo à leitura e educação idealizado por Jonas Banhos, com apoio de Rita de Cácia, percorrendo vários cantos do país desde 2008. 
INFORMAÇÕES DA OBRA
Título: Barca das Letras - Cordel
Autor: Francisco Mendes
Editora: Edição do autor
Páginas: 20
Ano: 2017
Jonas Banhos é amapaense, reside em Brasília, desenvolvendo o Barca numa agenda planejada anualmente para visitação em comunidades carentes, regiões quilombolas, vilas ribeirinhas, áreas indígenas, entre outros locais. O foco é o incentivo à leitura, distribuindo-se livros e revistas com ações paralelas de educação ambiental e cultural, contando com a participação eventual de arte educadores.
Tive a oportunidade de acompanha-los em 2011 numa experiência sensacional em região ribeirinha (LINK).
No Dia das Crianças o projeto privilegia o Amapá, e visito sempre o local de partida desde quando conheci os educadores. Reencontrei essa turma e vieram também apoiadores de Belém para a ação. O cordel foi um presente amigo.
Esses aspectos foram inspiração para a obra. É disso que trata, em linguagem simples e entusiasta à descoberta do prazer da leitura para a galera jovem, incentivando a cultura e os bons princípios da educação ambiental.
Para essa galera empenhada em fazer diferença, incentivando a educação, eu tiro sempre meu chapéu! 


O Cordel pode ser lido na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

Conheça o Barca das Letras em

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Pregador Luo (Único Incomparável)


Pregador Luo (Único Incomparável)

Cante isso para Deus
Cante para pessoa que você ama
Ou melhor ainda
Cante para ambos

Sem você meu mundo é triste
Sem você minha alma desiste
Sem você eu me sinto perdido no mundo de solidão
Onde os rostos são estranhos e me dizem não
A vida muda de peso e eu me sinto um indefeso
Igual um afogado que não soube nadar
Apenas dois pulmões sofrendo com falta de ar
E onde quer que eu passa sua voz não escapa
Fica estreito pra mim difícil pode é suportar
Sua ausência neste mundo seria um horror
Mas porque tu tá aqui eu acredito no amor

Pra mim você é único incomparável
É porque você existe que eu não me acabo
A sua companhia é boa e agradável
Sem você a minha vida seria insuportável

Pra mim você é único incomparável
Único, único incomparável
Único, único incomparável

Sempre que eu penso que você também me ama
Minha alma desencana e toda culpa vai embora
É por isso que meu simples coração te adora
Sempre cuidou das minhas feridas
Sempre cuidou de toda minha vida
Sempre me cercou nunca parou de me guardar
E toda vez que eu erro consegue me perdoar
Eu nunca conheci ninguém que fosse assim
Tão bom e tão gentil como você é pra mim
Nosso amor teve começo mas nunca vai ter fim

Pra mim você é único incomparável
É porque você existe que eu não me acabo
A sua companhia é boa e agradável
Sem você a minha vida seria insuportável

Pra mim você é único incomparável
Único, único incomparável
Único, único incomparável

Incomparável és pra mim
Minha história de amor com você não tem fim
Se estou triste, doente ou cansado
Sua mão toca meu rosto e eu fico curado
Amor da minha vida meu bem inigualável
Você pra mim é tudo único incomparável

Por sua causa eu atravessei atmosfera
Por sua causa eu desci até o centro da terra
Peguei de volta a chave da vida e te devolvi
E ninguém vai apagar a chama que eu próprio acendi
Por amor, foi por amor somente por amor

Pra mim você é único incomparável
É porque você existe que eu não me acabo
A sua companhia é boa e agradável
Sem você a minha vida seria insuportável

Pra mim você é único incomparável
Único, único incomparável
Único, único incomparável

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Bíblia do Centenário da Assembleia de Deus de Capanema - PA (2016)

Vi essa Bíblia Comemorativa com um amigo na Escola Bíblica Dominical (EBD), sobre o Centenário da Assembleia de Deus de Capanema, e imediatamente fiquei com vontade de conhecer a história. É uma edição bonita, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, com o diferencial de um encarte especial totalizando 28 páginas com informações históricas.  
Capanema é um município paraense, com população próxima de 70 mil habitantes, onde a Igreja Assembleia de Deus foi fundada em 03 de Março de 1916
A leitura foi realizada em paralelo com a história do assembleianismo no Amapá, que teve sua primeira congregação em 1917, tendo em comum alguns evangelistas e pastores.


Nos textos iniciais, pontos rotineiros no estudo de todas as congregações assembleianas:
- A visão sobre o avivamento pentecostal norte-americano no início do século XX (sob a liderança do pastor Charles Fox, em Topeka - kansas);  
- O movimento pentecostal em Los Angeles na rua Azusa (com o pastor Willian Seymour); 
- A história dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg na jornada peculiar e extraordinária à Belém do Pará em 1910 (que resultou na fundação da Assembleia de Deus no ano seguinte, como denominação evangélica).  
As particularidades da AD Capanema iniciaram na década de 1910, quando foi visitada por colportores como Daniel Berg e Clímaco Bueno Aza no trabalho evangelístico que faziam nas comunidades de entorno da estrada de ferro Belém-Bragança. O texto cita o ano de 1912 como uma das datas de passagem evangelística, mas a fundação da congregação em Capanema foi oficializada com o estabelecimento do primeiro pastor, Isidoro Saldanha, em 1916.
Esses pontos são parecidos ao caminhar assembleiano no Amapá, que teve a visitação evangelística de Clímaco Bueno Aza em 1916 e a fundação congregacional em 1917 com a oficialização do primeiro culto e batismos.  
A consolidação, porém, da AD em Capanema foi mais rápida e dinâmica que em Macapá, pois os pastores residiam no lugar e o primeiro templo foi inaugurado em 1921, facilitando a organização de ministérios como o Coral e Círculo de Oração. 
Em minha cidade, Macapá, por uma série de fatores, como o isolamento e dificuldade de acesso, a organização foi a passos mais lentos. Os primeiros pastores fixos se estabeleceram na década de 1940, o primeiro templo de alvenaria foi inaugurado em 1958 e a maioria dos departamentos na igreja foram organizados a partir de 1962, com a chegada do pastor Otoniel Alencar.  
O encarte traz também fotos de várias congregações de Capanema e a lista em ordem sequencial de todos os pastores da igreja pioneira, com breve histórico. 
Além do Evangelista Clímaco Bueno Aza (colportor) e Daniel Berg (que realizou visitas e batismos em minha cidade), outro missionário que tivemos em comum foi o pastor Deocleociano Cabralzinho de Assis, que presidiu a AD em Capanema em dois momentos (o intervalo foi o estabelecimento em Macapá, onde lançou a pedra fundamental para a construção do primeiro templo de alvenaria em 1948).
Gosto de estudar essas histórias especialmente quando se desenrolam no nível de curiosidades e esse foi o ponto que senti falta no encarte. Em nossa congregação, por exemplo, temos o registro dos primeiros novos convertidos, data e peculiaridades dos primeiros batismos nas águas e no Espírito Santo, e histórias atípicas edificantes para serem conhecidas pelas novas gerações (como a jornada do evangelista Clímaco Bueno Aza para aportar nessas bandas, a prisão que lhe impuseram, a reação do padre local mandando destruir as Bíblias e literatura evangelística, e o testemunho de um judeu ao ver o batismo de uma irmã no Espírito Santo em 1917). Gostaria de ver temperos como esses, de valorização à informalidades históricas no encarte. Acredito que a congregação em Capanema deva ter relatos extraordinários também.
Obviamente, conferi somente o encarte. Esse ano estou fazendo a leitura bíblica na edição com a Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Não sei se a Bíblia Comemorativa de Capanema foi nas versões Corrigida e Atualizada de João Ferreira de Almeida. Essa que chegou em minhas mãos é na caracterização Atualizada em letra gigante (minha preferida também).
 
Ah, estou na expectativa do lançamento da Bíblia Comemorativa do Centenário da Assembleia de Deus no Amapá. Está quase saindo, e eu na vontade crescente de dar aquela saboreada...  

Parabéns aos irmãos de Capanema pelo abençoado Centenário! E todos nós, aproveitemos a boa oportunidade e bem-aventurança de ler, conhecer, aprender e viver a Palavra do Senhor através das Sagradas Escrituras. 
Graças a Deus por tudo!

  

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Projeto Jari - A Invasão Americana (Jaime Sautchuk, Horácio Carvalho e Sérgio Gusmão - 1979)

Os autores desse livro estudam e documentam uma das mais típicas manifestações da economia política da ditadura militar instalada no Brasil desde 1964. Sob vários aspectos, os dados e as análises apresentados aqui mostram como o estado foi levado a atuar em contradição com os interesses da maioria da população do país.
O Projeto Jari é bem uma expressão dessas iniciativas. Mostra, de forma bastante clara, vários aspectos muito importantes do modo pelo qual a ditadura foi levada a interferir na vida econômica e política do país, prejudicando interesses presentes e futuros da sociedade.
OCTÁVIO IANNI 
(Trecho da apresentação do livro)

INFORMAÇÕES DO LIVRO
Título: Projeto Jari: A Invasão Americana - As Multinacionais estão saqueando a Amazônia
Autores: Jaime Sautchuk, Horácio Martins de Carvalho e Sérgio Buarque de Gusmão / Apresentação de Octávio Ianni
Editora: Brasil Debates
Páginas: 110
Ano: 1979

A obra foi publicada no período da ditadura militar, em 1979, voltando a atenção para o Projeto Jari em exemplificação à uma crítica alarmante e de denúncia à ação de grandes empreendimentos estrangeiros na Amazônia. A visão é nacionalista, justificando-se em autores militantes da causa, com uma abordagem que em certos momentos radicaliza, instigando percepção de vilania e exploração indiscriminada de nosso patrimônio, como se tudo se resumisse a isso.
Interessante que a publicação coincide com o momento em que o empreendimento da Jari tomava novo fôlego em seus projetos, devido a recente instalação da fábrica de celulose no final da década de 1970. A vinda desta se deu em uma jornada épica e lendária, despertando entusiasmo ao progresso pelos vários desdobramentos associados. Coisa ainda não experimentada em uma região secularmente marcada por riquezas naturais em paralelo à exploração da natureza e do homem.
Os autores situam a questão do beneficiamento se direcionar, sobretudo, aos mega empreendimentos estrangeiros, representantes do imperialismo americano. Essa compreensão, em linhas gerais, está nos incentivos fiscais que recebiam do governo. Financiamentos que minimizam os custos, potencializando maior lucro na exploração das riquezas e da mão de obra local - o que restava para a sociedade brasileira. A caracterização é de entreguismo e uma maquiada exploração, como fora em outros tempos, nas fases do coronel José Júlio de Andrade e dos portugueses.

Daniel Keith Ludwig
Um pouco mais novo, gordo e alegre (pág. 18)
Há radicalização nesse contexto, a começar na primeira parte, em que o empresário Daniel Keith Ludwig é apresentado em uma biografia excêntrica, tendenciosa à percepção de riqueza associada à exploração de países subdesenvolvidos, contando com aliados corruptos (citando-se gângsteres e ditadores) em governos subservientes ao imperialismo americano, dispostos à arranjos favoráveis. Na política de entreguismo do governo ditador, foi citado um projeto de formação de grandes lagos, que inundariam boa parte das comunidades ribeirinhas para facilitar a entrada de mega navios no escoamento das riquezas. 

Um hotel no estilo dos conquistadores da África, em Monte Dourado. Uma fábrica que pode ser levada de volta quando acabar a matéria-prima (Pág. 47)
A abordagem dos trabalhadores e cotidiano na Jari é o segundo aspecto tratado, em prol do entendimento da visão exploratória. Citam-se privilégios aos cargos mais elevados, como exclusividade para comprar bebidas e frequentar o mais famoso clube - a Jariloca. A condição de vários trabalhadores é apresentada, destacando-se a exploração e suporte precário em alguns cotidianos (como o fornecimento de alimento aos trabalhadores da mina de caulim). A realidade do Beiradão também é mostrada em seu desenvolvimento, associado à exploração comercial e sexual. Os autores registraram até o preço do programa com as prostitutas. Muita coisa parece generalizada e fatos isolados supervalorizados para ressaltar o cenário de exploração do homem.
Área do Projeto Jari (Pág. 60)
A obra finaliza instigando a percepção dos empreendimentos estrangeiros na caracterização de proteção pelo governo, com mão de obra explorada, instalação em grandes latifúndios sem o devido reconhecimento do tamanho real (para a fuga dos impostos), tendo política contra a reforma agrária, degradação ambiental, prejuízo aos povos da floresta e recebimento de financiamentos governamentais que nem sempre resultavam em beneficiamentos à região. Nesse último aspecto o livro cita a história de um empresário estrangeiro no Pará, que recebia incentivos da SUDAM, usou técnicas de guerra para desocupar a região para a posse e nela desenvolveu apenas atividade madeireira, não planejada no incentivo governamental que recebia. 
Essa é a Amazônia vista na abordagem do livro sob ação estrangeira. É muito coerente e de importantes reflexões, mas também rolou exagero sensacionalista. O Projeto Jari teve uma sucessão de fracassos que não foram abordados e que estavam em andamento. Não se resume a isso, mas foi o que entendi. 
O dinheiro do Imposto de Renda, manipulado pela SUDAM,
 também engorda as finanças da Jari (Pág. 76).
O povo do Jari é pobre. As casas do Beiradão são construídas
 sobre o rio ou terrenos alagadiços (Pág. 28).

É mais uma importante obra que pode ser consultada na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.