As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 20 de março de 2018

Preconceitos com a Juventude (Org. Paulo F. Dalla-Déa, 2016)

"O preconceito é um problema racional que se perpetua pelo lado emocional do ser humano. Superar os preconceitos é a tarefa da humanidade que Deus deve ter deixado para que os homens vivam bem. Desconstruir preconceitos e superá-los é o lado concreto do amai-vos uns aos outros e ainda os grandes das nações vos dominam, mas entre vós não deve ser assim, ambos ensinamentos de Jesus, o Cristo. Assumir uma perspectiva ideológica que seja inclusiva e saiba ler a Bíblia (Antigo e Novo Testamento) a favor dos jovens é a tarefa que se propõe esse livro. Numa perspectiva cristã e engajada, assumem-se os jovens e sua causa para que possamos sair do lamaçal das discussões que muitos adultos se colocam ao falar do tema. Engajado e intelectualmente sincero, o livro tem várias perspectivas, incluindo testemunhos de jovens sobre o tema."  
PAULO F. DALLA-DÉA (Organizador do livro)

Título:  Preconceitos com a Juventude
Autor: Paulo F. Dalla-Déa (organizador), Laísa Silva, Guilherme Gutierrez, Marcos Vinícius,  Bruno Rafael, José Possato Júnior e Onivaldo Dyna
Editora: Prismas
Páginas: 132
Ano: 2016

Sumário:  
- Ensaio sobre o preconceito contra a juventude (Paulo F. Dalla Déa)
- Juventudes sob controle (José Luiz Possato Jr)
- A gangue dos invisíveis: a “invisibilidade” da PJ na Igreja Católica (Onivaldo Dyna) 
- Preconceito Religioso no Amapá (Marcos Vinicius de Freitas Reis e Bruno Rafael
Machado Nascimento)

A obra foi escrita por pesquisadores ligados ao movimento de Renovação Carismática Católica. Tem quatro artigos, com considerações sobre a participação da juventude na sociedade, estimulando protagonismo e, ao mesmo tempo, analisando fatores que se interpõem a isso, no que é chamado de adultocentrismo e invisibilidade dos jovens (preconceitos).
Os primeiros artigos são parecidos, com reflexões em um papel secundário cotidianamente atribuído aos jovens, essencialmente por conservadorismo, limitando o potencial que os autores reconhecem e procuram incentivar na juventude. Há descrições de aplicação prática e reflexão no texto bíblico sobre a questão. 

Sendo um livro de estímulo ao debate, fico a vontade para expressar que partilho da visão incentivada para a juventude, mas discordo do que foi abordado no direcionamento bíblico (no que ficou explícito ao meu entendimento). O primeiro texto coloca o Antigo Testamento como algo arcaico, o que não vejo se expressar em sua realidade e contexto geral, em exemplos e mensagens à juventude; e o segundo define as Sagradas Escrituras como algo falho, de parecer humano, limitante ao potencial da juventude em certas passagens. Há um contexto em cada coisa que não foi observado. Essa conclusão bíblica não concordo como se faz perceber na leitura. Prefiro o que foi enunciado em passagens como o Salmo 119:105 do que o desapego ou descaracterização disso.
O terceiro artigo foi o que mais gostei, dissertativo sobre a invisibilidade do próximo que muitas vezes atribuímos na prática. É uma edificante reflexão humanista.
E o quarto, que despertou a busca ao livro (por conhecer um dos autores e admirar seu trabalho como educador na rede de ensino público), em minha percepção, tem seu valor principalmente pelo breve histórico do movimento católico carismático no Amapá. Contexto que auxilia as buscas nesse estudo.
O livro tem mensagem ao protagonismo da juventude e foi organizado pelo padre e educador Paulo F. Dalla-Déa. Em linhas gerais, muito interessante para a discussão e incentivo ao potencial dos jovens. 

Busque o livro, leia, assimile boas coisas com ele, concorde ou discorde e, assim, tenha seu parecer. Isso é incentivado pelos autores e, acima de tudo, pelo que Jesus Cristo direcionou a todos nós em João 5:39 na busca de aprendizagens. Nessa prática viviam seus discípulos (como em Atos 17:11), passos importantes para transformações.