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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quadro Geral das Áreas Protegidas no Amapá

O Amapá tem um território formado por um conjunto de ecossistemas que vão das formações de mangue à floresta tropical densa, passando por campos inundáveis e cerrados.
Mapa da delimitação dos 16 municípios amapaenses.  
(Fonte: Atlas das UC's no Amapá - SEMA/IBAMA 2008) 

- O estado destaca-se pelo percentual de áreas legalmente protegidas: 10 milhões de hectares, entre unidades de conservação e terras indígenas.
- A população, apesar de ainda ser a segunda menor entre todos os estados brasileiros (2007), vem crescendo de forma rápida. Muitos vem iludidos para cá em busca de oportunidades, que na maioria das vezes não encontram.
- É também o que mais vem crescendo em concentração urbana na Amazônia Legal, atingindo em 2007 uma taxa de 90%.

Mapa das Áreas Protegidas do Amapá: 
Unidades de Conservação e Terras Indígenas
(Fonte: SEMA-AP 2007)

- O clima é caracteristicamente tropical (equatorial), com dois períodos climáticos:  temporada das chuvas e temporada seca.
- Dos estados litorâneos brasileiros, é o mais setentrional. 
- Faz fronteira com a Guiana Francesa (com a inauguração da ponte binacional no Oiapoque acredita-se em um estreitamento comercial que vá promover desenvolvimento para a região). 

O quadro geral das ÁREAS PROTEGIDAS  é o seguinte: 
As Unidades de Conservação do Amapá:

UNIDADES FEDERAIS:
- Parque Nacional do Cabo Orange
- Reserva Biológica do Lago Piratuba
- Estação Ecológica Maracá-Jipioca
- Estação Ecológica do Jari
- Floresta Nacional do Amapá
- Reserva Extrativista do Rio Cajari
- Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque 
- RPPN Retiro Paraíso
- RPPN REVECOM
- RPPN Seringal Triunfo
- RPPN Retiro Boa Esperança
- RPPN Aldeia Ekinox
UNIDADES ESTADUAIS:
- APA da Fazendinha
- APA do Rio Curiaú
- Floresta Estadual do Amapá 
- RDS do Rio Iratapuru
- REBIO do Parazinho
UNIDADES MUNICIPAIS:
- Parque Natural Municipal do Cancão
- Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo

As Terras Indígenas do Amapá:
- Uaçá
- Juminã
- Galibi
- Waiãpi
- Tumucumaque

- Você sabia que o Amapá é o primeiro estado brasileiro a ter todas as terras indígenas demarcadas.
 
- Em um país em que se vê muitos conflitos indígenas por causa da terra e onde já até "queimaram índio" (lembram do caso Galdino), o reconhecimento e homologação das Terras Indígenas é um exemplo a ser seguido.

- Há quem pense que aqui só tem índio, pura ignorância! O reflexo da alienação e preconceito ao povo nortista.


Mapas das Terras Indígenas do Amapá
(Fonte: SEMA-AP / 2004)



Para estudo das UC's do Amapá a principal obra de referência é o Atlas das Unidades de Conservação do Estado do Amapá, publicação conjunta da SEMA e IBAMA.

 Capas das versões, respectivamente, de 2008 e 2011.

O livro pode ser encontrado na maioria das bibliotecas de Macapá, principalmente na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP, que disponibiliza a consulta em ambos os livros.

A versão 2008 está disponível para download  no site da SEMA-Amapá (Veja AQUI) e on-line no site do Ministério Público do Amapá (Veja AQUI).

Mapa das Unidades de Conservação do Amapá
(Fonte: IEPA)

Para mais informações sobre o Meio Ambiente Amapá
consulte o acervo da  

Veja também:

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)

As ressacas no Amapá oferecem amplo campo para pesquisa e discursões sobre as melhores formas de preservação. 
A educação ambiental é pedra fundamental para esclarecer essas questões. 

Nesta  publicação, elaborada pelo núcleo de educação ambiental da SEMA-AP, no ano 2000, encontramos aspectos importantes que devem ser tratados e compreendidos por todos para a preservação desse patrimônio natural. 



Apresenta os seguintes aspectos:
- O que é Ressaca?
- Por que proteger as Ressacas?
- A ocupação da Ressacas e os problemas socioambientais que causam
- Quais os problemas socioambientais que ocorrem?
- A Lei Estadual de proteção das Ressacas
- O melhor uso para as Ressacas
- Ação coletiva em defesa das Ressacas

Se você se interessou por esta obra, pode também ser uma boa fonte de consultas o folheto "Ressacas, por que protegê-las?", que é uma edição revisada e ampliada do folheto, elaborada por técnicos da SEMA-AP, com 24 páginas e publicada em 2006. Está disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP em Macapá.

O Sumário mostra:

1) O que são Áreas de Ressaca?
2) Bacia Hidrográficas
3) Bacia Hidrográficado Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú:
4) Funções ecológicas das Áreas de Ressaca:  Habitat para reprodução de espécies aquáticas / Equilíbrio térmico das cidades / Cenário natural paisagístico
5) Ocupação das Ressacas: Consequências
6) A Legislaçãos sobre Ressacas
7) Aproveitamento sustentável
8) Como proteger as Áreas de Ressaca
9) Ciclo Hidrológico

Para mais informações consulte o acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. Esta e outras obras estão disponíveis para consultas.


Veja também:
- Macapá e suas Ressacas
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Macapá e suas Ressacas

Uma cidade cercada de lagos, assim era Macapá de outros tempos. Essa terra tucuju que, em suas características mais marcantes, tem as ressacas como ambiente natural em sua paisagem.  Outrora locais bonitos e preservados, hoje um número reduzido e ainda vítimas da destruição de uma cidade em crescimento. 

Veja uma nota do Dr. Carauta sobre visita que fez ao lago do Pacoval em 1960. O texto foi exctraído do livro "Ressaca: Ecossistema Úmido Costeiro do Amapá" da Bióloga Norma Crud Maciel e nele observamos a riqueza encontrada pelo pesquisador.....em  uma Macapá de outros tempos.
"Revendo o caderno de excursões, encontrei referências a duas idas ao Pacoval de Macapá - uma em 4 II 1960 e outra em 7 II 1960.
A Lagoa do Pacoval era magnífica, com muitos buritis e presença de maracanãs e patos (que são vendidos nos arredores, vivos e mortos). A água estava quase coberta de "LINHEIRA", parecida com arroz, assim como EILITHORNIA, HELICONIA, GRAMÍNEAS  e outras plantas aquáticas. Quando fui sozinho me alertaram para tomar cuidado com as sucuris. Na mata de várzea vi URUCU, AÇAÍ, ANINGA, BACABEIRA (palmeira), IPOMOEA, CECROPIA e várias leguminosas. Era um verdadeiro paraíso ouvindo-se a sinfonia da fauna aérea, aquática e terrestre. Herborizei algumas plantas que foram posteriormente depositadas no Museu, digo, no Herbário do Museu Nacional. Tirei algumas fotos e, no dia 9, retornei ao mesmo local, para admirar a mais bela paisagem que vi na Amazônia até hoje. Não fossem os ataques de carapanã, o paraíso seria perfeito, mas afinal eles precisavam de sangue. Às margens da lagoa vi também muitos AMARANTHACEAE, COMPOSITAE, CYPERACEAE, NYMPHARACEAE. Chamava a atenção a SOROROCA de inflorescências alanranjadas (MUSACEAE) com formigas vermelhas."

Nota do DR. Carauta em 16/08/1960
Foto: Ressaca Anos 60 (provavelmente no Pacoval)

Essas áreas alagadas são chamadas aqui de ressacas e grande parte delas sofreu processo de ocupação e destruição. A população que ocupa essas áreas não o faz porque quer, mas por falta de alternativas.  Segundo a pesquisadora Ivone Portilho,  doutora em geografia pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), a ocupação é resultado de processo de intensa migração, aliado a falta de oportunidades de moradia e de trabalho.
FOTO: Ocupação desordenada de ressaca (Arquivo da SEMA/AP)
 
Fotos de Sara Neri (Ocupação de ressacas)
Triste realidade para quem vive nestas áreas, expostos a sérios agravos a saúde, em condições precárias de vida e, se já não bastasse...convivendo com a violência.
Triste ambiente, que perde suas características de importante ecossistema, deixando de ser refúgio e criadouro da vida silvestre,  para tornar-se um grande esgoto e foco de doenças.
Triste da sociedade que, desesperançosa de mudanças, atira-se as mais ínfimas oportunidades em busca do que chamamos sobrevivência.
As cidades de Macapá e Santana (principais e maiores centros urbanos do Estado) estão permeadas por ressacas que formam as bacias hidrográficas do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiáu. O crescimento das cidades tem gerado a destruição de boa parte desse ecossistema.

FONTE: SEMA-AP (2007)
Entender a importância e consequências das ressacas 
é fundamental então para a preservação. 
      Fotos de Sara Neri (Ressacas)
Vemos seu valor e o quanto precisam ser presevadas nas seguintes funções:
  • refúgio e criadouro natural de várias espécies (fauna e flora), que se reproduzem nas ressacas;
  • escoadouro natural das águas das chuvas (formam uma rede de canais que coletam e direcionam as águas das chuvas para os rios);
  • contribuem para o equilíbrio térmico nas cidades (formam corredores naturais de ventilação, amenizando o clima equatorial de nossa região);
  • tem um grande potencial econômico, que pode ser explorado pelo turismo.
 
 Fotos de Sara Neri (Ressacas)

A seguir alguns materiais de educação ambiental da SEMA-AP.
Cartaz da SEMA-AP
Folder da SEMA-AP
Mais informações sobre as RESSACAS podem ser encontradas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP, que apresenta amplo acervo sobre o assunto.

A biblioteca está localizada no prédio da SEMA, na AV. Mendonça Furtado - Nº 53 / Bairro Central, atrás da Igreja de São José.

Conheça nossas bibliotecas!
Preserve as ressacas!

Veja também:
- Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Curiaú, o quilombo da liberdade (Vídeo TV-AP /1998)

O documentário aborda a origem do Curiaú como comunidade quilombola, sua localização, as características da vila, a divisão da comunidade e as manifestações populares do MARABAIXO e BATUQUE.

(Produção da TV Amapá - 1998)
Veja AQUI
Descrições no vídeo:

- A Fortaleza de São José, em frente à cidade de Macapá, não representa apenas a história da resistência contra a invasão de corsários ingleses, franceses e holandeses, que desejavam invadir o Amapá na época em que o Brasil era colônia de Portugal. O forte representa também a origem de um povo.
- Na época de sua construção, para se livrar dos maus tratos a que eram submetidos, negros escravos (trazidos para erguer a Fortaleza) fugiam do trabalho e foram abrindo os caminhos impenetráveis rumo ao norte de Macapá. Os escravos formaram o quilombo onde passaram a ficar protegidos. Assim nasceu o Curiaú.
- Localizado a 12 km de Macapá, o Curiaú ainda guarda bem vivo a história de seus antepassados. São histórias contadas de geração pra geração, herança de pai pra filho que permanece viva na memória dos mais antigos moradores de hoje, como é o caso do Sr. Joaquim Tibúcio (76 anos). O bisavô dele foi um dos escravos que formaram a primeira geração do Curiaú.
- O quilombo de ontem se transformou na vila de hoje, mas a localidade ainda guarda vários aspectos da vida de seus antepassados: o estilo rústico da construção das moradias, a prevalência da cor negra de seus moradores (que não permitem a entrada de estranhos), a sobrevivência baseada na cultura de subsistência (como a plantação de mandioca e feijão e a criação de animais, que servem de base alimentar, como suínos e aves).
- A mais forte tradição preservada no Curiaú vem do profundo sentimento religioso da comunidade, dividida em dois locais: Curiaú de Fora e Curiaú de Dentro. Uma divisão que existe apenas no espaço geográfico de 1 km. As duas comunidades se unem também na veneração à santos da Igreja Católica, festejados em manifestações folclóricas como a dança do Marabaixo e o Batuque. São Sebastião é homenageado em janeiro e São Joaquim em agosto.
OBS: Atualmente o Curiaú está dividido em 8 comunidades.
- As crianças do Curiaú não tem hora para entrar na pequena capela que guarda as imagens dos santos, elas também aprendem a respeitar o sentimento religioso que vem dos antepassados e vão se encarregar de preservar e passar as festas religiosas às futuras gerações. Junto com os santos, os instrumentos musicais usados para os cântigos e ladainhas, também ficam guardados na capela. Os moradores do Curiaú sentem orgulho e emoção quando são perguntados de suas manifestações religiosas.
- A estrada de chão batido, que separa  o Curiaú de Fora do Curiaú de Dentro ainda é um longo caminho, mas o progresso já chegou aqui. A estrada asfaltada, que corta uma das vilas, veio facilitar o acesso. A energia elétrica é outro sinal de que a vila, mesmo se mantendo como uma sociedade fechada, precisa dos benefícios elementares da cidade.
- Quem vai a vila do Curiaú não se surpreende somente com a história e os aspectos de vida da localidade. O Curiaú preseva também belezas naturais que impressionam quem chega ali pela primeira vez. Os campos que se perdem na extensão servem de pastagem natural para os rebanhos de búfalos. As variedades de aves (como a garça, marreca e tu-iu-iú) compoem um dos cenários mais belos do local. As aves reunidas em bando são geralmente um espetáculo à parte.
- A paisagem do Curiaú costuma modificar conforme as estações do ano. No verão os imensos lagos naturais ficam secos e no inverno voltam a encher. No período intermediário, entre a seca e a chuva, os moradores aproveitam para pescar com mais intensidade. O lago raso significa tempo fértil para a pesca. Com uma zagaia na mão, o pescador do Curiaú mostra muita habilidade.
- E assim, o Curiaú segue preservando o misticismo, as tradições e as belezas naturais. Do quilombo  de ontem para a vila de hoje se mantem a história viva da cultura de um povo, que nem o tempo (em mais de 200 anos) e o progresso (que chega inevitável) conseguiu apagar.
 
Para mais informações consulte o acervo da
   BIBLIOTECA AMBIENTAL DA SEMA EM MACAPÁ.

Veja também:
O Curiaú (Fala Comunidade - Dezembro de 2011)  
Reinauguração do CENTRO CULTURAL DO CURIAÚ (26/08/2011)    
Presença e abate de grandes felinos na APA do Curiaú