As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.
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quinta-feira, 31 de maio de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ: Pedrinhas (Parte 3 - A Foz do Canal das Pedrinhas)

Imagens da foz do Canal das Pedrinhas (registradas em 03/03 e 19/05/2012). Observar este canal nos faz refletir e entender um pouco sobre o impacto do crescimento desorganizado das cidades. Vemos uma situação de falta de infraestrutura e degradação ambiental.

Vídeo editado por R. Castelo
(Disponível na Biblioteca SEMA)
 Imagens do dia 19/05/2012
 Essa é uma realidade bem próxima ao "meio do mundo".
Rapaz! Encontrei uma embarcação de familiares que faz linha para os interiores.
Macapá e suas particularidades.
A FOZ É ASSIM...
Fotos de Rogério Castelo & Gregor Samsa

Veja também os links:

sexta-feira, 18 de maio de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ: O Congós (Parte 1 - Fala Comunidade / 2012)

Vídeo exibido no "Programa Amazônia  TV", da TV-AP, entre os dias 07 a 10/03/2012. Material importante sobre a história dos bairros e da cidade de Macapá.
Fala Comunidade (TV-AP - Março/2012)
Reportagem: Marco Antônio Brito / Gilberto Pimentel
Imagens: Ozânio Lopes / Inival Silva
Veja o vídeo NESTE LINK
Os pontos marcantes no vídeo são:

Programa de 07/03/2012: Um pouco de história

- Está situado na Zona Sul da capital.

- O bairro foi criado na década de 1990, depois de ter parte da área invadida.

- Apesar de ser cercado por áreas de ressacas (ocupadas irregularmente), o bairro tem boa infraestrutura: com escolas, posto de saúde, arena poliesportiva, CIOSP (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública) e partes das avenidas asfaltadas.

- O Congós se confunde com o bairro Novo Buritizal, dada a proximidade, mas no mapa da cidade é na Av. Saúde Pimentel que começa o bairro, indo até a 24ª Avenida.

- Segundo dados do IBGE (Censo 2010) é o quinto bairro mais populoso de Macapá, com mais de 18 mil moradores.

- O nome "Congós" faz referência ao antigo dono do lugar, Benedito Lino do Carmo, conhecido popularmente como "Seu Congó".

- Descendente de escravos, Seu Congó morou por muito tempo no bairro, onde vivia da agricultura e criação de gado. Elísia Congó (neta legítima) revela um pouco desta história: "O nome do bairro era Araçás e fazia divisa com a Fazendinha, aquela área todinha era do vô Congó e ele cedia para as pessoas fazerem roça... e tinha a criação de gado".

- Quem também chegou no bairro para morar com a família foi Dona Marizete Santos. Ela lembra como eram as coisas, antes das mudanças feitas, e vem acompanhando há 29 anos: "Era só mato e só tinham duas casas. Aqui tinha a fazenda do Seu Alípio e a do Seu Moraes. Tinha muita roça de mandioca, mucajazeiro e o campo, somente isso. Foram tendo as invasões, criando caminhos e assim a direção das ruas."

- Nadison Siqueira há 15 anos reside no bairro e recorda das dificuldades de antes e apela para que os trabalhos de melhorias continuem: "Tinha muita dificuldade. Ônibus não entrava... Eram poucas avenidas com asfalto. Hoje o bairro mudou muito, a maioria das avenidas já está asfaltada e faltam ainda coisas para o Poder Público concluir no nosso bairro".

Mapa: SEMA 2004
Programa de 08/03/2012: Principais dificuldadess

- "Muita gente vive em área de ressaca e todos os dias precisa andar pelas frágeis passarelas de madeira, e esse não é o único problema do bairro, há também a violência, que atinge principalmente a população jovem." (Seles Nafes - Jornalista do Amazônia TV)
  
- Na sede da Associação do Bairro, os moradores se reúnem para falar dos problemas que são muitos, mesmo com as mudanças já ocorridas em parte da infraestrutura do bairro. Com a ocupação das áreas de ressacas existentes no bairro um dos maiores problemas enfrentados são as passarelas. A maioria está danificada e precisando de reformas. Caminhar pelas pontes se tornou perigo constante.
  
- Para retirar parte das pessoas que moram nesta áreas o Governo do Estado (GEA) em parceria com o Governo Federal está construindo um conjunto habitacional para atender 392 famílias. 
  
- "Já fiz um abaixo assinado... só fazem prometer e a situação aqui é muito precária... crianças já caíram pelos buracos" (Relato de Aristeu dos Santos, morador e cadeirante, sobre a obra não concluída e as passarelas quebradas). A dificuldade é um perigo constante para quem caminha pelas pontes.
   
- "... O Bairro do Congós é cercado por passarelas e quase 40% da população mora na área de ressaca e, como há muito tempo não houve reforma nestas passarelas, os moradores têm dificuldades de se deslocar para seus trabalhos, escola e tem dificuldades também para idosos e cadeirantes. Falta completar também o asfaltamento, o que tem gerado entulhos e dificultado o trânsito de bicicletas, carros e do próprio pedestre. A segurança pública é outra dificuldade... temos a base construída, mas a polícia não ocupa esta base" (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós) 
 
- Apesar das dificuldades o bairro abriga um importante trabalho social desenvolvido com jovens. "Eu não tinha dinheiro e resolvi fazer atrás da minha casa, daí começei a resgatar os garotos da rua e botar para treinar. Aí o negócio foi dando certo e até hoje taí o trabalho. Eu me sinto muito feliz porque trabalhando com essas crianças dou oportunidades que muita gente não dá. Aqui falamos de disciplina... eles têm que entrar no padrão de disciplina e treinamento também" (Relato de Nelson dos Anjos, que mantem uma academia de boxe para tirar jovens da situação de risco social). 
  
-  O Bairro Congós tem suas dificuldades, peculiaridades e sua história. Histórias de gente simples, humildes, trabalhadoras... alimentando a esperança de dias melhores.
 Passarelas em ressaca no Congós (Foto: SEMA)
 Problemática: Áreas de ressaca antropizadas (Foto: SEMA)
Problemática: Passarelas precárias.
Problemática: Parte das ruas sem asfaltamento e violência são realidades presentes.
O Clube de Boxe Nelson dos Anjos realiza um importante trabalho social no bairro. Foi idealizado por um ex-boxeador (tetra-campeão brasileiro), vigilante noturno e empenhado neste projeto durante o dia. O programa "Esporte Espetacular" da Rede Globo exibiu uma reportagem sobre este assunto em 2007.
 Chamada da reportagem.
"O projeto social Formando Campeões surgiu da idéia de um ex-boxeador tetra campeão brasileiro, interessado e preocupado com os aspectos sociais do Estado do Amapá, mais precisamente com o alto índice de violência envolvendo crianças e adolescentes que, por terem famílias desestruturadas, adotaram a rua como lar. O projeto visa dar uma nova oportunidade a esses meninos e meninas através do boxe, lá esses garotos aprendem disciplina, respeito mútuo e a importância dos estudos, fazendo refeições diárias. O boxe requer muita técnica, determinacão, disciplina e reflexão. Valores nescessários para todas as atitudes tomadas ao longo de nossas vidas."
Fotos e Informação do acadboxe.blogspot.com.br
Programa de 10/03/2012: Recapitulação

- "O programa mostrou a fragilidade com as péssimas condições das passarelas na região. Autoridades prometeram a doação de madeira e recuperação." (Tatiana Guedes - Jornalista apresentadora do Amazônia TV)

-  Durante dois dias foram apresentados as condições do bairro e os principais problemas. O Governo do Estado (GEA) e Prefeitura de Macapá (PMM), diante das câmeras, assumiram o compromisso de trabalhar para recuperar 16 km de passarelas. Assim se posicionaram Joel Banha (Secretário da Infraestrutura/AP) e Carlos Aragão (Secretário de Obras de Macapá).

- Frente a dificuldade para encontrar madeira legalizada para recuperação das pontes, o presidente do IMAP (Maurício Souza) garantiu a doação de madeira apreendida pelo orgão para a Secretaria de Infraestrutura (para que o serviço possa se realizar). 

- A solução definitiva para os moradores de áreas de ressaca está nos projetos habitacionais. O secretário Joel Banha informou que, apesar do atraso, o cronograma do Conjunto Habitacional do Congós não foi comprometido. "... No final do ano as primeiras unidades começam a ser entregues." (Relato de Joel Banha). 

- Os moradores, por meio de cartazes e faixas, também pediram:
     * Melhorias nas ruas e avenidas, que precisam ser asfaltadas;
     * Águas tratada;
     * Reforma da arena esportiva. 

- "...Depende do Poder Público Municipal e Estadual gerar os recursos que vão agilizar tudo aquilo que foi reivindicado." (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós)

Reivindicação dos moradores durante o encontro com 
as autoridades do Poder Público (GEA e PMM).
Conjunto habitacional em construção no bairro.

Este foi o Fala Comunidade, apresentando o Bairro do Congós, em Macapá.

Para mais informações sobre os bairros, visite nossas Bibliotecas em Macapá. Lá você encontra uma parte chamada HEMEROTECA, que se constitui numa coleção de recortes de jornais. Páginas que vão contando um pouco da história de nossa cidade e estado.

 Você pode encontrá-las na (Click nos Links):
Seja também um dos colaboradores da construção de arquivo histórico na cidade. Você pode encaminhar o fruto de suas pesquisas e trabalhos (escolares ou acadêmicos) ao acervo das bibliotecas... se quiser.
  
Até uma próxima!

sábado, 5 de maio de 2012

O Curiaú (Fala Comunidade - Dezembro de 2011)

Vídeo apresentado pela TV-AP, em dezembro de 2011, sobre o Curiaú. A reportagem fez parte da série Fala Comunidade, apresentada no programa Amazônia TV.

Apresentação do Amazônia TV: Seles Nafes
Reportagens: Worchielly Costa / Gilberto Pimentel
Imagens: Ozânio Lopes
Veja o vídeo NESTE LINK

São pontos abordados:

1º programa: Informações gerais
"O Curiaú é a cara de Macapá! Não tem como falar de Macapá sem lembrar da nossa comunidade mais famosa. Área de Proteção Ambiental (APA) em terras de tradições seculares, o lugar se transformou em um dos mais belos cartões postais do Estado. Os relatos de moradores mais antigos, as belezas e curiosidades do Curiaú no Fala Comunidade." (Sele Nafes)
A comunidade do Curiaú distancia-se 12 km do centro de Macapá, uma distância percorrida em poucos minutos até a rodovia AP-70, que serve de entrada para a vila.
Até a década de 1960 os moradores do Curiáu viviam sem energia elétrica. Quando essa realidade difícil foi vencida, foram construídos Posto de Saúde e a escola de ensino fundamental.
Foi a primeira comunidade do Estado a ser oficialmente reconhecida como área remanescente de quilombo em 1999.
A APA do Curiaú, criada para proteger e conservar os recursos naturais, foi formada por 04 comunidades: Curralinho (em processo de reconhecimento como área quilombola), Casa Grande, Curiaú de Dentro e Curiaú de Fora. Ao todo são mais de 1.600 habitantes.
O Curiaú é lembrado também pela devoção religiosa a São Joaquim, padroeiro da comunidade. Além de orações, tem uma festa movimentada com o marabaixo, ladainhas e folia.
A comunidade trabalha para conservar as tradições. O grupo Raízes do Bolão transmite às novas gerações os valores do marabaixo.

2º Programa:  Principais problemas
"A palavra tranquilidade, ao longo dos anos, vem sendo eliminada do dicionário dos moradores e vizitantes. As festas de aparelhagens tiram o sossego e provocam outro problema, acidentes de trânsito, influenciados pelo consumo de álcool na rodovia AP-70." (Seles Nafes)
O problema da poluição sonora no Curiaú começou há cerca de 16 anos quando casas noturnas do local iniciaram a realização de festas durante a semana. De lá pra cá, a Associação de Moradores começou uma briga com os donos de estabelecimentos, que foi parar na justiça. O problema afeta até quem mora mais afastado do barulho. Moradores afirmam estarem sendo afetados na saúde e na perda de noites de sono. Segundo a Associação de Moradores, como a área é remanescente de quilombo, a SEMA só deveria liberar a licença de funcionamento dos estabelecimentos depois de autorização da associação.
Os moradores também se preocupam com o alto índice de acidentes na rodovia AP-70, em 2011 foram 04 mortes, por causas de embriaguez ou abuso da velocidade, sem falar das colisões com animais na pista (no segundo semestre de 2011 foram quatro acidentes dessa natureza e uma morreu).
Os serviços de saúde são outro alvo de reclamação em função do aumento da população. O Posto de Saúde não estaria atendendo as necessidades dos moradores.
Há deficiência também no serviço de esgoto sanitário e água tratada, até hoje a população continua sem contar com esses serviços básicos, sendo comum a utilização de poços amazonas.
Apesar da pequena população, os moradores reclamam ainda dos altos índices de assaltos.
A última queixa é da invasão urbana que a vila vem sofrendo nos últimos anos.

3º Programa:  A comunidade e suas reivindicações no programa ao vivo
O Batalhão Ambiental foi informado e cobrado sobre os abusos da poluição sonora e fluxo de animais na rodovia (causa de acidentes).
Dona Esmeraldina fala do descarte de lixo na localidade, muitos têm transformado as margens da rodovia em lixeira. 
É reivindicada também a organização no sistema de transportes urbanos para a localidade (ocorre muita demora dos ônibus).

 O Curiaú oferece um amplo campo de pesquisas no âmbito histórico, ambiental, turístico e cultural. A Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá dispõe de material para pesquisas, principalmente, de cunho ambiental (a APA do Curiaú constitui-se em uma das 05 unidades de conservação de jurisdição estadual, pela SEMA-AP). 
Alguns dos materiais disponíveis para consultas são:

"APA do Rio Curiaú: Plano de Manejo"
Publicação da SEMA-AP com um estudo sócio-econômico-ambiental da região. Constitui-se em um instrumento de gestão de unidades de conservação que serve de suporte para tomada de decisão da comunidade e do poder público sobre a ocupação e uso da área e dos recursos naturais. Foi elaborado com a participação de técnicos, pesquisadores e moradores das comunidades locais. Apresenta 220 páginas e foi publicado em 2010.


"Apa do Rio Curiaú: Planejamento e Zoneamento"
Este livro complementa o Plano de Manejo mencionado e visa contribuir no ordenamento territorial da unidade de conservação, definindo as ações que orientem ou direcionem o desenvolvimento e a proteção de certas áreas - propostas que sejam condizentes com as diretrizes de sustentabiblidade ambiental. Foi publicado em 2010 e tem 80 páginas.



"Curiaú: a resistência de um povo"
Livro de Sebastião Menezes da Silva que tem por objetivo resgatar a história do povo do Curiaú, desde a sua formação até os dias atuais. O autor procura, de uma forma bem simples, resgatar fatos verídicos da comunidade e fazer uma viagem através do tempo, descrevendo a vida de um povo que vem resistindo e conservando a sua cultura. Encontramos informações diversas como: festas, costumes, conflitos, fatos engraçados, etc. Tem 98 páginas e foi lançado em 2004.


"Histórias do meu povo"
Publicação de Esmeraldina dos Santos sobre seus antepassados. Trata-se de um trabalho pequeno, feito com naturalidade, talento e profundo amor da autora pelas pessoas e lugares que descreve. São memórias de resgate da história de um povo. Entre os fatos interessantes, a origem do nome Curiaú. Segundo a autora, os primeiros moradores consideravam o lugar bom para se "criar" boi, chamados de "u" (alusão ao mugido). O Criaú evoluiu então para a forma atual de Curiaú. Histórias na obra, que tem 40 páginas e foi publicada em 2002.

OBS: Esmeraldina dos Santos é autora também de livro infantil, baseado em suas lembranças (Veja aqui).
Estas obras estão no acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá, que não se limita a estes materiais sobre o Curiaú.
No Amapá é notório que, anualmente, muita coisa de cunho científico é produzida, não sendo, porém, conhecida pela sociedade. Fica aqui um informal convite aos estudiosos, acadêmicos e pesquisadores em geral nestas terras amapaenses, se quiserem, o encaminhamento de material de pesquisas ao acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá será muito bem-vindo. Uma forma de enriquecer o acervo de nossa Biblioteca Ambiental, divulgar o trabalho e contribuir para a formação de uma memória científica mais abrangente.

 "O mundo é um belo livro, mas com pouca utilidade 
para quem não sabe ler." 
(Carlo Goldoni)
    
VISITE E CONHEÇA NOSSAS BIBLIOTECAS EM MACAPÁ.

quinta-feira, 15 de março de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ: Pedrinhas (Parte 2 - O Canal das Pedrinhas)

O Canal do Beirol é responsável pela drenagem de uma área urbana, em Macapá, que passa pelos bairros: Centro, Trem, Jardim Equatorial, Muca, Beirol, Buritizal e Santa Rita.
Mapa: GEA
Tem início na Av. Ataíde Teive (entre as Ruas Hildemar Maia e a Rua Professor Tostes) e se prolonga até a Rodovia JK, onde forma uma bacia de acumulação. Ao todo tem pouco mais de 4 km (somando-se o trecho Beirol-Pedrinhas).

Bacia de acumulação nas proximidades da Rodovia JK. 
O local está ocupado por vegetação aquática (aguapés e aningas), com entorno urbanizado e mureta de proteção ao redor da bacia (destruída em vários pontos).
Praça entre a bacia de acumulação e Rodovia JK.
 Certamente, é evidente que precisa de reparos.
Alguns moradores acreditam que a retirada de toda esta vegetação ou aterramento da área são as melhores soluções em relação a bacia. Muitos queixam-se de ser refúgio para a bandidagem. Entretanto, entre as  importâncias das bacias, está a de receberem as águas da chuva e as direcionarem para os canais, lançando-as no rio Amazonas. Sua destruição implicará em enchentes na temporada chuvosa, por serem os escoadouros naturais destas águas. A queixa dos moradores não se resolve no plano ambiental e sim na esfera da administração e segurança pública. 
O canal precisa de limpeza periódica
para facilitar o fluxo das águas e evitar acúmulo de resíduos.
Sem a colaboração da comunidade e ação presente da governança, 
as coisas não mudarão.
"Recado das crianças" - Desenho da Educadora Ambiental
 e grande artista, colaboradora do blog, Isabelly

As vegetações ciliares protegem o solo 
do impacto da chuva, da erosão e, consequentemente, 
do assoreamento dos corpos hídricos.
Deste ponto em diante, pós Rodovia JK, o canal torna-se navegável (na maré alta) e passa a ser denominado Canal ou Igarapé das Pedrinhas.
Canal das Pedrinhas (Google Maps)
No dia 03/03/2012 percorri o canal, junto com meu amigo Dimas (historiador), da Rodovia JK até a foz, pelo lado direito. As imagens e impressões que tive estão aqui postadas.
Acredito que o termo "igarapé" já não se adequa à esta realidade, caracterizada por margens densamente ocupadas por moradias (em sua maioria em condições precárias), com retirada da vegetação ciliar e condições de saneamento básico ausentes.
"Uma imagem vale mais que mil palavras"
As madeireiras ocupam as margens...
...numa competição constante, ...
...vendendo as "florestas de outrora", ...
...provenientes das ilhas do Pará e interiores do Amapá, sendo a grande parte de origem clandestina e irregular.
 A intensificação na fiscalização ambiental pelos orgãos competentes tem feito (segundo relatos) muitos procurarem outros rumos em negócios, porém, é só uma ponta do iceberg. O problema maior está na origem da extração de toda essa madeira (angelim, cedro, macacaúba...). Ambientalmente falando, as coisas ficarão ainda piores, para benefícios dos desmatadores,  com a aprovação do Novo Código Ambiental Brasileiro, que vai permitir a redução e consequente exploração do que é hoje parte integrante das áreas protegidas (se hoje clandestina, amanhã escancarada sem freios)Será que foram os madeireiros os redatores desta lei? O Amapá é o estado brasileiro que mais vai ser penalizado devido ser o que tem o maior percentual de áreas protegidas. Olha gente, poderão ser reduzidas pela metade!!!!
É meu Amapá... cresceram os olhos para cima de tuas riquezas 
e a tudo que até aqui se preservou.
Desenvolvimento Sustentável deveria ser a palavra de ordem mundial neste novo século. Com a hegemonia de uma nova potência mundial - China - parece que o desenvolvimento está se abrigando debaixo das asas de um novo modelo de exploração, o do engrandecimento a todo custo.
Aqui os ambientalistas não estão nada satisfeitos com estas decisões sobre os rumos de cá.
Veja AQUI
Reportagem da TV-AP no Programa "Amazônia TV", em 07/03/2012, mostrando um ato público no Monumento Marco Zero, organizado por orgãos e ongs ambientais. A reportagem é de Evandro Luiz e as imagens de Rômulo Castanheo.
Nota: Em 25/05/2012 a presidente Dilma vetou partes deste código. Foram 12 artigos vetados e 32 alterações. Vamos acompanhar o desenrolar da situação e se informar nos noticiários pessoal. São rumos importantes e decisivos para o meio ambiente deste país.
Mais imagens do Canal das Pedrinhas
Boa parte das casas são assim, moradias na parte superior e madeireiras no térreo.
 
Dos anos 90 para cá que o crescimento populacional começou a se evidenciar no local. Houve muita migração. Foram buscas de oportunidades (em um estado recém formado), motivadas também por histórias que se divulgavam, como a da formação de uma nova zona franca. Nas Pedrinhas formou-se um comércio de pessoas que viram na exploração madeireira uma oportunidade de desenvolvimento econômico. Muita gente vinda do interior enveredou por isso.
 
Encontramos muitos cães de rua. Caçadores, para sua sobrevivência... Esse aí pegou um pequeno camaleão, se arriscando na frente de carros. Outro veio e roubou... e eu só pensando: aqui muita coisa parece ser sem dono, tem bicho assim, muito lixo também... lugar onde muita gente acredita que pode fazer de tudo e a governança nada.
 
 
Da metade do canal para frente é que vemos algum local com vegetação ciliar, que também são usados para despejo de lixo.
 Antes da ponte das Pedrinhas só navegam pequenas embarcações, na maré alta.
  
Muita gente acredita que com a maré alta "não tem problemas tomar banho nas águas do canal, pois as águas vem do rio Amazonas" (palavras de um morador). As águas são muito poluídas, lá no trecho do Beirol dá para encontrar até fossas sendo despejadas no canal.
 Por onde se anda é aquela barulheira característica de madeireiras. 
Vrrrrrrrrreeeeeiimmm....eieeiim....eeeiiiimmmmmm!!!
 
 
 Tá precisando de um carro novo?
Ninguém quer saber deste... Nem do lixo gerado.
Aonde não tem madeireira é que a rua está um pouco melhor... Também, com o trânsito diário e contínuo de caminhões não dá para permanecer muita coisa em boas condições né...
 
E o mato começou a cresceeeer, a cresceeer, a cresceeeer!
E o mato começou a crescer, a cres-cer!
Açaí R$ 6,00
 
 Sem a maré alta tá tudo encalhado, 
que nem as benfeitorias públicas.
 
 
 Mais madeireiras! É uma do lado da outra.
 
 O lixo é de todo mundo e também de ninguém!
Exemplo de despejo de dejetos no canal. 
Cuidado! Tá arriscado varar aí com as coisas e tudo.
 
Ah! A Ponte das Pedrinhas. Esse local não corta apenas o canal. Ela marca também o rumo de negócios. Antes dela as madeireiras ocupam totalmente as margens direita e esquerda e, como disse, vemos pouca vegetação. Depois dela já não tem muita madeireira, só algumas pelo lado esquerdo de quem se desloca rumo a foz. Desse ponto em diante vemos as embarcações maiores que fazem linha para os interiores (como Portel e Breves). Encontramos oficinas de barcos (sei lá o nome que se dá!!!...também não é estaleiro....) pela margem direita rumo a foz. Vi carpinteiros navais consertando o casco de suas embarcações e outros construindo.
Essa via que passa pela ponte é a Avenida Equatorial. Ela é também cortada (longitudinalmente) pela linha do Equador. Olha lá o Monumento Marco Zero alinhado no fundo! Os turistas estão lá e o descaso nos lados de cá! Era para ser (e há projetos) uma via turística. Mas não nestas condições. O bairro precisa de melhor infraestrutura.
Avenida Equatorial em visão de cima do Monumento Marco Zero.
Essa imagem tem um quê de carga sendo transmitida 
que não consegui transformar em palavras no momento. 
O Gregor Samsa, autor desta e das outras, me disse que tirou a foto de cima da ponte.
A vegetação, pós-ponte, também começa a aparecer de forma mais viçosa. As árvores já tem algum espaço nas margens.
 Isso tudo aqui já foi um bonito curso d'água.
OOOlha a farinha! Quem vai quereeeer? Farinha torradinha do interioooor!!
Como disse, os barcos que fazem linha para os interiores estão depois da ponte.
 
 ...E de novo o lixo de todo mundo e de ninguém!
 
 Não notas mais vegetação?
 Sim... Sim...
De fato vejo! Depois da ponte as árvores aparecem com mais frequência.
 
 E os barcos ocupam mais espaço. Esta é uma das tais oficinas de reparo.
As casas também já não são encontradas, em sua maioria, como aquelas na porção inicial do canal (que são como palafitas na margem)
 
Toda vegetação ciliar deveria ser preservada.
Rapaz!!! E os ilustríssimos deputados que votaram pelo novo código ambiental queriam reduzir a importância prática destas áreas.
 
 
 Verde, que te quero ver!!!
 
Brota aninga!!! Tudo isso aqui já foi domínio teu.
 Mais uma oficina de reparo de barcos.
 Esse batelão tá sendo construído.
Ah! Não lembro o motivo de fotografar essa madeira... Queria dizer alguma besteira, mas já não lembro. Ela está sendo usada na construção de barco.
 Isso aqui já é quase o final da rua (rumo à foz) pela margem direita.
 .... Também é cemitério de embarcações.
 Comandante Samsa para a tripulação... Barco saindo rumo à insanidade.
 
Esse já foi um posto de fiscalização de embarcações. Ainda tem vigilante... para não deixar que roubem o resto da estrutura.
 Olha Caroline! Tem um barco com teu nome!
 
Agora me diz se a mata ciliar não faz uma diferença nos rios...
Então vamos preservar!!!
 Deveriam mudar também os péssimos hábitos de muitos em jogar o lixo em qualquer canto. O canal vem recebendo lixo desde onde inicia.
Olha um exemplo a seguir:

 
Essa 03 fotos acima são do Canal do Beirol. Sou ruim de cálculos, mas vou dizer que o trecho mostrado está - mais ou menos - 1,5 km antes do ponto da foto a seguir,  no Canal das Pedrinhas (sei lá!!! se quiser vá lá e faça sua pesquisa, que isto são só observações). A água estava negra e fétida. Não é por causa da sombra e sim por mostrar despejo de fossa no canal.
 "Não quero luxo nem lixo Quero saúde pra gozar no final"
(Rita Lee)
Vejo terrenos e casas em melhores condições. 
 
 
 E já vou remando pra foz... 
Rapaz, essa foi uma caminhada em um sábado de tarde.
Fui eu e o Dimas, um historiador que vai lançar uma revista sobre o Amapá.
Será uma preguiça trepada na árvore? Ei tonto desce daí!!!! 
E no é que é o Gregor Samsa!!!
Buscava um ângulo melhor para fotografar a foz.
 
 
 Olha, perto daqui tem uma bacia de coleta de esgoto de Macapá.
 
 ... A foz, em visão pela margem direita.
Não dá para ter acesso caminhando, só pelo rio ou... se tiver seco... metendo o pé na lama da margem. Isso não é aconselhável. As águas estão muito poluídas!
 Vejo alguém vindo.
 Sim... Duas moças.
 Oh mocinhas, não entrem aí!!!
 Essa é uma realidade cotidiana.
"A ignorância protege de algumas verdades, a alienação poupa por um tempo e as defesas apenas adiam as dores. Só a verdade revela, esclarece, cura e salva."
(Aurélia Vasconcelos)
 
Tem lixo de moradores... mas e esse maquinário? quem foi o responsável pelo descarte?
 Isso não é lixo de morador qualquer.
Ah! Encontrei uma sede de retiro evangélico! Parece que teve origens em uma missão internacional relacionada com o trabalho de médicos, foi isso que falaram. Vieram já uns médicos que muito impressionaram (isso é relato de moradores) pela forma como atuaram com os doentes. Muitos alcançaram êxito em moléstias de anos. Mas eu não sei muito mais que isso, o Dimas é que ficou por lá entrevistando e sabe mais. Talvez saia em umas de suas revistas uma reportagem. Deste ponto em diante nos separamos. Ele ficou lá e eu segui fotografando.
 Aqui já estou retornando (margem direita)
 Entra aí pra te ver....
São imagens pela margem esquerda, inverti o trajeto na ponte. As mesmas observações feitas anteriormente se aplicam aqui também. Da rodovia até a ponte são a mesma coisa (Cheias de madeireiras, com pouca vegetação e com a presença de palafitas). Na ponte é que muda alguma coisa. Tem algumas madeireiras pelo lado esquerdo, menos vegetação e menos oficinas de reparo de barcos. O lado direito é o inverso disso (isso considerando-se o sentido rumo a foz).
Imagens do lado esquerdo rumo a foz.
 
 
 
 
 
 
Fim... Saída. Faltou registrar melhor a foz e o canal na maré alta. 
Mas isso é para outro dia...
 
Canal das Pedrinhas em Macapá. 
Senhores governantes, se não der para ir lá, enviem as melhorias a esse povo carente de suas intervenções. O município tem agora mais vereadores, que lutaram para aumentar (e conseguiram... neste ano de eleição) de 16 para 23 o número. Lutem pelas causas daqui também (asfalto, saneamento, segurança, escola, etc... enfim, melhorias na infraestrutura).
Essa é uma Macapá que pode e deve ser melhorada.
Veja também o link: