As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Imagens de Laranjal do Jari

Algumas imagens do município de Laranjal do Jari, cedidas por Rosa Dalva. 
Relato e impressões de uma rápida viagem
(Mano! Bora rapidola no Jari!?) 
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
A BR-156 é uma rodovia federal caracterizada como a espinha dorsal no Amapá, perpassando por 11 dos 16 municípios, de Laranjal do Jari ao Oiapoque. 
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
Tem grande importância para a expansão econômica e mobilização populacional, porém, numa dicotomia duradoura desde os anos de 1940 - início de sua construção - permanece com trechos sem pavimentação e com as mesmas dificuldades hoje sexagenárias.
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
O trecho sul (Macapá-Laranjal do Jari) tem pouco mais de 250 km e, nas melhores condições, pode ser percorrido de 4 a 5 horas - 10 ou mais em condições não favoráveis, diga-se período de chuvas. Recentemente recebeu melhorias para a condição de tráfego (nivelamento, aterramento, eliminação de curvas e ampliação na área de floresta), havendo compromisso assumido para o asfaltamento. Amém!? O tempo dirá...
(Fonte: jarinews.wordpress.com)
Ainda não experimentei de fato a rodovia, essas informações foram baseadas na mídia e em relatos de amigos. Nessa viagem estou de carona nas lentes da estimada Rosa Dalva.
 
 
...Passando por formações de cerrado (não sou botânico, releve eventuais enganos). No Amapá esse ecossistema abrange 6,5% do espaço e, complementando a paisagem, destacam-se as matas de galerias que acompanham os cursos d'água, as ilhas de matas e as veredas de buritis ao longo dos corredores hidromorfizados (úh sumano, significa com presença de água!). Fonte: SEMA.
 
...Passando pela área de Floresta na RESEX do Cajari. Nas imagens não dá para ver, mas é uma região de castanhais. Um entrave referenciado sempre nas esferas governamentais para a morosidade em melhorias na rodovia é que representa  uma via de acesso dentro de uma unidade de conservação cujo formato e dimensões são definidos pelos aspectos históricos, culturais e naturais a serem protegidos (...burocracia). Agora ampliaram um pouco mais a via, preservando-se ao máximo as castanheiras. Haviam trechos em que passava apenas um carro por vez. Reconhecidamente houve melhorias nas condições da estrada, não o ideal - em que é necessário a pavimentação e sinalização. Entretanto...
...tem sido o suficiente para acirrar a imprudência e afobação de motoristas mais descuidados, amantes da velocidade nessa rodovia que inspira sempre muitos cuidados. Tem coisa que deve ser assumida por todos que trafegam, quando falamos de segurança, e outras tantas por todos que são ou deveriam ser responsáveis pelas boas condições na estrada. 
...Passando agora por alguns rios no trajeto da BR-156 trecho-sul.
Rio Cajari
Rio Maracá
Rio Maracá
Rio Preto
 
A baixa densidade populacional no Amapá (com crescimento acentuado nos últimos 10 anos) tem permitido que os rios se apresentem pouco pressionados, sendo ainda inexpressivos os conflitos pelo uso da água. Entretanto...
Rio Preto
 
 Rio Preto
... a maioria absoluta das cidades amapaenses localiza-se próxima a um curso d'água e passa a ser grande fonte de degradação ambiental com o lançamento de esgoto doméstico. (Fonte: Relatório da Qualidade Ambiental dos Recursos Hídricos da Região Sul do Amapá, SEMA - 2001).
Olha! Chegamos em Laranjal do Jari!
 
 
Rua Tancredo Neves em Laranjal do Jari, provavelmente a principal da cidade.
Av Rio Jari
Av Rio Jari
O município tem experimentado um crescimento aumentado nos últimos anos, com perspectivas maiores com a construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, mas carece ainda de maior investimento na infra-estrutura, como, invariavelmente, acontece com todas as sedes municipais no Amapá.
Essa foi uma viagem muito breve! Só deu mesmo para visitar a Biblioteca Ambiental e...Opa! Espera lá!!! 
Essa biblioteca foi implantada em janeiro de 2010, em uma parceria PMLJ-GEA (através da SEMA - VEJA AQUI), representando um importante centro para a pesquisa.  Além da literatura disponibilizada, principalmente na temática ambiental, recebeu também material audiovisual com vários documentários em DVD.
Triste ver a biblioteca fechada, muitas vezes como resultado do desinteresse na sua manutenção. Há um esforço coletivo e muita solicitação  para a implantação, porém, realidade que acaba ocorrendo, vemos a divulgação e massificação como propaganda em seu início, para depois haver uma perda gradual de interesse. Acredito sempre que esse quadro mudará e a biblioteca novamente estará disponibilizando o acesso à pesquisa e informação a toda a comunidade. Tão somente se faz necessário a atenção e mobilização governamental.

"A leitura nutre a inteligência."
Sêneca

Agradecimentos a Rosa Dalva (Gerente da Biblioteca SEMA-AP), que gentilmente registrou e cedeu as imagens para este blog.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Reabertura da Biblioteca Ambiental da SEMA na APA da Fazendinha

Igarapé da Fortaleza, um dos mais importantes no Amapá!
Divisor entre os municípios de Macapá e Santana...
Encontrei esta foto no acervo da Biblioteca SEMA. O autor, infelizmente, não está identificado.
  
...Importante para o escoamento de mercadorias diversas...
...para a produção ribeirinha...


...e para o transporte fluvial.
Foto de Kely Cristina A. Figueiredo, encontrada no acervo da Biblioteca SEMA.
Esse local tem muita coisa para ser conhecida e descoberta!
 Pode crer! Conheces algo sobre isso?
Tá vendo, por exemplo, essa ilha defronte da foz... É a Ilha de Santana! Pois é mano, Santana teve início a partir de agrupamento populacional nessa ilha (1753) e importantes fatos históricos continuam se desenrolando aí, como a construção de um porto para escoamento de grãos de soja vindos da região Centro-Oeste. Já andei de curioso nessa ilha, se quiser, veja minhas impressões a partir DESTE LINK.
 ... E no lado de cá, nas próximidades do Igarapé da Fortaleza, mais história para conhecer! O IPHAN recentemente encontrou os resquícios de um antigo forte, que é chamado pela população de Cumaú, mas representa o remanescente do Forte de Santo Antônio de Macapá (1688). As fotos acima foram retiradas do jornal Tribuna Amapaense e mostram: o desenho do forte, a localização e as recentes escavações. Veja o artigo com essas imagens em tribunaamapaense.blogspot.com.br

Maquete representando o forte que se localizava na foz do Igarapé da Fortaleza (imagens cedidas pelo arqueólogo Manuel Calado). Igarapé...forte...fortaleza...associou aí?
Mas o que gosto de estudar e conhecer mesmo é a natureza no local! Rica e atrativa para observações e descobertas... afinal, o Igarapé da Fortaleza apresenta em sua parte inicial uma unidade de conservação estadual, a APA da Fazendinha,  criada em 2004 pela Lei 0873 (AP), depois de ter sido um Parque Florestal (criado em 1974) e Reserva Biológica (criada em 1984).
Ponte sobre o Igarapé da Fortaleza (elo Macapá-Santana)
 
 Imagens antes da ponte...
 Imagens depois da ponte, em direção a foz: 
o Rio Amazonas.

 
 4 Fotos: Paulo Uchoa 
Meu interesse pelas descobertas já me levou a percorrer esse igarapé de canoa em toda a sua extensão. 
Açaizal no Igarapé da Fortaleza
Há uma diversidade de coisas no seu trajeto, com cerca de 12 km,  passando pelos perímetros de Macapá e Santana.
Foto: Paulo Uchoa
A importância ecológica é acentuada, formando uma rede hidrográfica interligada com várias ressacas (Lagoa dos Índios, Congós, Chico Dias, Beirol, Tacacá, Provedor, Paraíso, Vagalume e Fonte Nova) e outros igarapés afluentes (Cajueiro, Baisca Grande, Biscuga, Zacarinho, Seringueira, Zacaria, Funil, Tabatinga, Arco, Limão, Davi, Mucajá, Provedor, Abacate, Tracuá, Castaninho, Braço Grande, Urubu, Igarapé da Volta, Almeirim, Juçara, Sororoca, Taboca, Bati Bota, Cacau, Gafanhoto, Pau-mulato e Aracu). Quanta coisa meu Deus!!!! Mas nem tudo são flores...
Essa é a parte do igarapé nas proximidades do Bairro Zerão, em Macapá, que é popularmente conhecida como "Gruta". Daí até a foz (registro nas primeiras imagens deste post... também mais de 10 km antes dessa foto) nos deparamos com uma natureza bonita, mas extremamente vulnerável à ação humana depredatória. Naveguei por todos esses cantos em canoa, encontrei o bonito e o feio.  
O belo nas muitas espécies que vi, seja vegetal ou animal (já vi boto, sucuri, guariba, cuiú-cuiú, mucura, carão, matupiri, uéua, ariramba, camaleão e até, em uma imprudência minha de entrar em um aningal caminhando displicentemente, um poraqué com quase dois metros do qual escapei mas atingiu alguém que vinha em minhas pegadas alguns segundos depois). Refazendo alguns desses trajetos já não encontro tanta coisa como foi comum há tempos atrás e sim a presença humana cada vez mais frequente, com seu invariável descuido e depredação do ambiente... esse é o feio.
Caraca!!! Dá para acreditar que tem maluco que leva isopor para o banho só para ficar espalhando na água; que tem sujeitos que já mataram boto por aí; que tem gente "que só ver um bicho" vai atrás para matar e comer tal qual um ogro que devora tudo; que já vi moradores em terrenos derrubarem uma mata ciliar em frente às suas casas só para que tenham mais ventilação e também pelo receio de que ali se escondesse algum mal elemento; que tem gente que acha que os aningais não servem para nada e passam o terçado até o talo; caçadores com idades variadas carregando baladeiras; que há pesca com malhadeiras estendidas em grandes extensões no rio...

Em fatos pequenos vemos um exemplo da ação de algumas pessoas no Igarapé da Fortaleza. Eis aí...
Era uma vez uma árvore... derrubada pela insensibilidade e irresponsabilidade humana.
Encontrei esta foto no acervo da Biblioteca SEMA. O autor, infelizmente, não está identificado.


Essa derrubada de mata ciliar flagrei no início de 2011, quedaram muita coisa valorosa por motivo banal... quem fez isso já nem mora na localidade... mas deixou uma clareira aberta com a morte de várias árvores... por conta da ignorância.
Esse é o mesmo trecho desmatado nas fotos anteriores (dois anos depois), em registro que fiz há duas semanas. A natureza só não recupera rapidamente as árvores de grande porte  que foram derrubadas, sem necessidade... se a mata ciliar for retirada, o igarapé pode ser prejudicado no trecho... brecha para muitos outros fatores secundários.

Tem quem vá aí levando muita coisa e não trazendo nada, ficando para trás muito lixo ao léu; pessoa que já derrubou árvore porque se aborreceu com o churrasco dos visitantes rotineiros no igarapé e que por ali se assentavam... ah! isso é só um pouco... existe a extração em olarias, queimadas em terrenos, crescimento populacional no igarapé e cada vez mais poluição e menos paisagem como de alguns anos... sem falar em uma juventude fortemente mentalizada em todas essas ações descritas... e muitas mais. Isso pode e deve mudar... ou ser minimizado... sendo a educação ambiental um elemento essencial.
Apresentando também essa missão e disponibilidade... com um pouco de idealismo de minha parte... estou sendo pragmático... foi implantada na APA da Fazendinha a base da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA).

Encontrei esta foto no acervo da Biblioteca SEMA. 
O autor, infelizmente, não está identificado (Paulo Uchoa?).
A SEMA tem essa área em sua jurisdição desde 1991, quando foi criada como Coordenadoria Estadual de Meio Ambiente (CEMA), e objetiva a conservação natural associada a manutenção das atividades produtivas no local, coibindo a depredação e degração dos recursos naturais. 
Mapa: SEMA-AP/2012

A APA da Fazendinha é limitada:
  • a leste - pelo Igarapé Paxicu; 
  • a oeste - pelo Igarapé da Fortaleza; 
  • ao norte - pela rodovia JK (Macapá-Santana) 
  • ao sul - pelo Rio Amazonas. 
 
 
 Trecho urbanizado na APA da Fazendinha às margens do Igarapé da Fortaleza.
 Trecho urbanizado na APA da Fazendinha, no interior da unidade de conservação.
Moradia às margens do Igarapé Paxicu, no interior da APA, e sinais de assoreamento.
(Foto extraída do Relatótio REBIO Fazendinha, produzido pela SEMA em 1995)

Urbanização no Igarapé da Fortaleza.
Encontrei esta foto no acervo da Biblioteca SEMA. 
O autor, infelizmente, não está identificado (Paulo Uchoa?).
Eita parente! Como tem histórias e importância esse local!!!!
Olha lá a base da SEMA na APA! Vou ver de perto...
Tem uma sala para estudos...
(vamos chegando meu povo!!!!)
...para incentivar a pesquisa científica e fomentar a Educação Ambiental.
(não repare um entusiasmo exacerbado... sou eu com meus sonhos)
Bem-vindos à Biblioteca Ambiental da SEMA na APA da Fazendinha!! 


Biblioteca recém-inaugurada em 2009.
A biblioteca teve seu início em dezembro de 2009, implantada na gestão do então secretário da SEMA Paulo Figueira. A sala recebeu mais de mil obras entre livros e folhetos, com ênfase aos temas ambientais (ecologia, meio ambiente, educação ambiental, queimadas, unidades de conservação e legislação ambiental). Recursos audiovisuais também foram disponibilizados com uma videoteca, além de 5 computadores para as pesquisas on-line.


Conheça um pouco mais da implantação da biblioteca NESTE LINK.


O solo é típico de várzea, estendendo-se de forma argilosa pelas bordas do igarapé, com seu ecossistema típico e adaptado à ação fluvial.  
Trecho do igarapé na frente da base SEMA.
Em 2012 houve a necessidade de reformas no prédio da SEMA e o acervo da biblioteca foi recolhido e guardado provisoriamente.
“Convento sem biblioteca é como fortaleza sem arsenal.”
 (Júlio Comba)
16/08/2013 - Técnicos da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá (idealizadora desse projeto) reorganizando a biblioteca.

 
 
 
19/08/2013 - Reorganizando o acervo nas estantes.
 
 
 
 
 
Equipe da Biblioteca SEMA: Denilson, ?, Manoel, Rosa Dalva (Gerente da Biblioteca SEMA), Marcilene (Bibliotecária) e Nelsiana.

20/08/2013 - Mais trabalho na organização, que não se resume a uma simples arrumação de livros.
 
 
Equipe da Biblioteca SEMA: Manoel, , Marcilene, Denilson e Nelsiana.
A Biblioteca Ambiental da APA da Fazendinha estará novamente ativa, em breve...
... para as pesquisas estudantis...
(Foto do acervo da Biblioteca SEMA)
...e para a valorização e preservação ambiental.
 Um importante centro para a comunidade 
no Igarapé da Fortaleza!

"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina." 
Cora Coralina 
Graças a Deus por tudo!

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Nota de 2016 
Em 06/01/2016 a Biblioteca da APA da Fazendinha infelizmente sofreu um incêndio, tendo perda total do prédio e material (computadores, mobiliário, videoteca e acervo de livros). Além de biblioteca ambiental, o local também era usado na formação de cursos e reunião de moradores, aos cuidados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA). Estava fechado para reformas e, segundo as informações, o incêndio foi decorrente de curto-circuito provocado pelas constantes quedas de energia na comunidade.