As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Biblioteca Municipal e Ambiental de Serra do Navio

Em passagem por Serra do Navio (Outubro/2017) visitei a Biblioteca do Município e fiz alguns registros, que divulgo em caráter informal como apreciador desses locais de pesquisas.
Imagens do Google Maps
Está bem localizada (no prédio onde funcionou o restaurante dos funcionários da ICOMI) e foi inaugurada em 2005, através de uma parceria entre os governos do município e estado. Ora, Ora! Brincando com a informação, puxando para a área da leitura: um típico exemplo de que não só de pão viverá o homem... E não é?
Atende nos dois horários diurnos e tem média mensal de 40 visitantes, entre pesquisadores, turistas e a comunidade estudantil.
Não é preciso ser um grande observador para notar algumas carências, ressaltando-se a necessidade de reformas e enriquecimento do acervo de livros, rotineiramente procurado pela importância histórica da região.

Vou enviar essas publicações para os amigos de lá, assim que entrar em contato. Seria extremamente positivo se a biblioteca tivesse mais obras sobre a ICOMI e literatura amapaense. Há escassez nesse sentido. Alguns desses materiais são doações minha, de meu local de trabalho e do amigo Paulo Tarso.

Olha que legal! Encontrei esse cordel na biblioteca. Uma homenagem à Serra do Navio, por Jonas Cândido Sobral (VEJA AQUI).

Amigos da Biblioteca de Serra do Navio.
 “A leitura é para a mente o que o exercício é para o corpo.”
(Richard Steele)

CONHEÇA E VALORIZE NOSSAS BIBLIOTECAS!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Meu Brasil Adorado (Cordel de João Cândido Sobral)


"A poesia é para o gênero humano, nestes tempos de materialismo e angústias, um recado de Deus à humanidade, lembrando que o amor existe e a ternura é o violino sublime capaz de encher de melodia as cordas suaves do coração.
Ser poeta é retirar da vida as emoções que aperfeiçoam a alma. Jonas Sobral, alma que aprendeu na sua vida adoçar com seu canto de amor...
Tenho certeza que apresento a você um poeta cuja ternura e inspiração é capaz de trazer à alma os acordes melodiosos do verso, recitando sagradas e puras emoções...
Vai, amigo Jonas! Semear o chão do poema e
colher na ternura da amizade os mais bonitos sentimentos."
Ildegardo Alencar (Apresentação)

INFORMAÇÕES DA OBRA
Título: Meu Brasil Adorado - Cordel
Autor: João Cândido Sobral
Editora: Edição do autor
Páginas: 57
Ano: 1998 (?)



Encontrei essa obra na biblioteca de Serra do Navio. Um cordel com uma singela declaração de amor por aquela terra, nos versos de Jonas Cândido Sobral. Pernambucano que, como tantos migrantes, apaixonou-se pelo lugar, a quem homenageia falando das belezas naturais, amizades e peculiaridades, sem deixar de ter a percepção crítica nas transformações que nossa querida Serra do Navio (falo como filho da terra) vem sofrendo desde o fim da ICOMI na década de 1990.
O livro misturou-se à minha nostalgia de infância e reconheci muita coisa. Cerca da metade é dedicada à Serra do Navio e o restante é uma homenagem à outros estados por onde o autor passou também: Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Bahia e, logicamente, Pernambuco.
A melhor parte refere-se à Serra do Navio, pois as demais resumem-se a citação de lugares e cidades. Oche! Esse momento não curti.
Ah, mas na parte serrana o cordel é uma viagem legal e emotiva em seus versos simples.
Fiquei curioso em algo. O autor, entre suas amizades, cita um mecânico de nome Osvaldo que foi substituído na década de 1990. Epa! Pera lá! Isso casa certinho com informação sobre meu pai. Não dá para afirmar nada, mas cabe um: será? Ora, se não...
Vou te contar! Encontrei o cordel de curioso, fuçando as estantes da biblioteca e, diante do achado, tratei logo de providenciar a digitalização com os amigos. É uma obra antiga, que não encontramos mais em circulação.
Ah, minha Serra! Sua fama pela bela vila é coisa cada vez mais restrita às lembranças de quem viveu os áureos tempos da ICOMI, porque o cenário atual é de abandono e degradação constante e crescente de cortar o coração. Já não existe a praça como foi cantada no cordel, nem o velho MEC em sua imponência, entre outras coisas. Que pena! Da janela do automóvel, e nas andanças, vi tanta mudança, longe do que guardei em minha memória e longe do que canta o cordelista.
Algo que surpreendeu positivamente foi ver as montanhas ao longe cobertas de um verde bonito e bucólico cercando a cidade, onde eram só encostas nuas dominadas por tratores.
Gostei do Cordel! Valeu pela saudosa viagem ao passado.

"Passo um dia em Santana
Outro dia em Macapá
Logo me lembro da Serra
Dos meus amigos de lá
Distante dessa cidade
Eu não consigo ficar.
.....
Na região da Serra
Desta cidade preferida
Suas belezas naturais
Precisam ser conhecidas
Querida Serra do Navio
Jamais serás esquecida.
.....
Serra do Navio
De vila passou a cidade
O sonho do pessoal serrano
se transformou em realidade
Minha Serra do Navio
De ti levarei saudade."

Já que o momento  é  de belas lembranças de Serra do Navio,
veja aí duas imagens que justificam a melancolia no saudosismo.
Palco do MEC (Manganês Esporte Clube) em celebração do Dia das Mães no início da década de 1980. Em destaque, meu irmão Rogerson Castelo, aluno do primário, ao lado da Professora Regina (se não estiver enganado). Pensa numa professora querida e carismática junto da criançada! Tinha até quem chorasse quando descobria que não faria parte das turmas dela. Até os alunos mais bagunceiros gostavam de estudar. Ô tempo de bonitas recordações...
Palco do mesmo MEC, em registro que fiz em outubro de 2017. Nada mais a declarar...

O cordel de João Sobral está disponível para consultas na Biblioteca Municipal de Serra do Navio e Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bíblia do Centenário da Assembleia de Deus do Amapá (2017)

"Três gerações são passadas. Após 40 anos de ministério coloco-me na terceira geração de pastores da Assembleia de Deus no Brasil. Só pela divina graça do Senhor, aprouve a Deus reservar-me essa sublime graça de ser o pastor da Igreja Assembleia de Deus em Macapá - A Pioneira, no seu centenário.
O cajado que José de Mattos passou em 1917, gasto pelo tempo está, mas não na sua eficácia e poder. Flávio Monteiro o empunhou e passou a João Alves, este entregou a Deocleciano Cabralzinho de Assis. Deocleciano entregou o cajado a Vicente Rego Barros e este a Ananias Gomes da Silva. Ananias entregou a Otoniel Alves de Alencar, que passou o cajado a Oton Miranda de Alencar.
Após 100 anos, talvez não temos uma igreja que os pioneiros sonharam, mas uma igreja que pretendíamos sedimentar, sem nos descurar da evangelização e de fazer discípulos. No decorrer desse centenário, vimos muitas organizações multinacionais falirem. Empresas ditas sólidas desapareceram. Todavia, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus - A Pioneira rompeu os anos e completa um século de existência no Amapá, para a glória do Deus Altíssimo.
Que essa Bíblia seja guardada para os filhos e netos, como testemunha e lembrança dos 100 anos da Assembleia de Deus em Macapá."

PR. OTON MIRANDA DE ALENCAR
(Texto de Apresentação da Bíblia)

Na noite de 03/10/2017, em Macapá, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus - A Pioneira alcançou mais uma bênção na celebração de seu centenário. Com muita satisfação tivemos o lançamento da Bíblia comemorativa sobre a trajetória da igreja nestes cem anos.
O evento ocorreu no templo central e o encarte especial foi preparado por uma comissão de história, com texto sucinto, valorizando aspectos de destaque e fotos interessantes e inéditas para a comunidade conhecer.
Entre as históricas referências: 

- A evangelização por Clímaco Bueno Aza, realizada nesta terra com disposição heroica ante a perseguição que sofrera em 1916, onde arbitrariamente foi preso e teve as Bíblias e literatura que trazia confiscadas e queimadas;
- O relato do primeiro culto, ministrado pelo Pr José de Mattos Caravela, com o registro dos primeiros membros da igreja em Macapá;
- O batismo pentecostal de Raimunda Paula de Araújo, uma história inusitada e extraordinária pelo testemunho do judeu Leão Zagury
- Os primeiros pastores fixos, a partir da década de 1940;
- A relação dos presidentes e o pastorado de Otoniel e Oton Alencar, onde a igreja consolidou seus departamentos e se expandiu pelo Amapá há 53 anos. 
A data do lançamento foi também na data de aniversário do centenário do saudoso Pr Otoniel Alencar.
O que mais gostei foi do acervo fotográfico, especialmente da fotografia do primeiro barracão onde se instalou a congregação. Algo inédito e que, até então, despertava minha curiosidade, pois é um período de grande perseguição e perseverança na igreja, quando funcionava em condições muito humildes e sem pastores fixos, contando com a importante liderança local de Graciliano Picanço e Paulo Araujo.
Um gostinho para os irmãos, a página 23.
A edição é na versão João Ferreira de Almeida - Revista e Corrigida, que historicamente e tradicionalmente é a de maior uso na Assembleia de Deus.

Graças a Deus por toda bênção e conquista nestes cem anos! Gratidão pela oportunidade de viver o centenário! Parabéns aos irmãos que trabalharam para que se operasse essa providência divina.
A equipe da Comissão de História do Centenário foi composta por: Besaliel Rodrigues, Gedielson Oliveira, Aurea Tito, Leiliane Bruce, Kelly Rodrigues, Cláudio Roberto, Carlos Laerte, Mércia Vanessa e Anderson Oliveira, contando também com apoiadores em diferentes campos.

Um registro final. Hoje (31/10/2017) celebramos os 500 anos da Reforma Protestante. Graças também a essa disposição temos a oportunidade de ter uma Bíblia Sagrada, como essa, em mãos para abençoada leitura e estudo.

Deus seja louvado!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Barca das Letras (Cordel de Francisco Mendes, 2017)

O livro, é como um instrumento de iniciação, na formação e caráter de nossas crianças. Em muitas Comunidades Ribeirinhas, Aldeias e Quilombos o livro é raridade! Acredite. Mas é nesses lugares, que a Barca adora navegar, distribuindo, além dos livros, sorrisos, brincadeiras, alegria, amor e, principalmente, incentivo à Leitura e manutenção da nossa cultura local.
A paga. O sorriso e o olhar de felicidade de nossos curumins.
VANDINHO 
(Comandante do barco - nos rios de Cametá)


"Vem do riso dum palhaço
O gostar pela leitura
Que nunca mostra cansaço
Mostrando boa literatura.
O Palhaço Ribeirinho
Vem com muito carinho
Ensinar nossa cultura.
.....
Livros, gibis e cordel
Uns novos, outros lidos
Massinha, lápis, papel
Para serem consumidos.
Na brincadeira de ler
O ensinar é aprender
Sem serem oprimidos. 
.....
É desenho e história
Com cantiga e leitura
Momento de vitória
Pra nossa literatura.
Brincar de ler e saber
Aprender e conhecer
Bem mais nossa cultura.
.....
Então vem com a gente
Semear a educação
Seja forte e valente
Faça parte da missão.
Seja mais um barqueiro
De espírito inteiro
Na vida desta nação."

Que bela surpresa! Duas coisas que curto: cordel paidégua e um projeto de leitura bacana.
A obra foi escrita e publicada esse ano por Francisco Mendes, poeta de Cametá (Pará), como homenagem ao Barca das Letras: um projeto de incentivo à leitura e educação idealizado por Jonas Banhos, com apoio de Rita de Cácia, percorrendo vários cantos do país desde 2008. 
INFORMAÇÕES DA OBRA
Título: Barca das Letras - Cordel
Autor: Francisco Mendes
Editora: Edição do autor
Páginas: 20
Ano: 2017
Jonas Banhos é amapaense, reside em Brasília, desenvolvendo o Barca numa agenda planejada anualmente para visitação em comunidades carentes, regiões quilombolas, vilas ribeirinhas, áreas indígenas, entre outros locais. O foco é o incentivo à leitura, distribuindo-se livros e revistas com ações paralelas de educação ambiental e cultural, contando com a participação eventual de arte educadores.
Tive a oportunidade de acompanha-los em 2011 numa experiência sensacional em região ribeirinha (LINK).
No Dia das Crianças o projeto privilegia o Amapá, e visito sempre o local de partida desde quando conheci os educadores. Reencontrei essa turma e vieram também apoiadores de Belém para a ação. O cordel foi um presente amigo.
Esses aspectos foram inspiração para a obra. É disso que trata, em linguagem simples e entusiasta à descoberta do prazer da leitura para a galera jovem, incentivando a cultura e os bons princípios da educação ambiental.
Para essa galera empenhada em fazer diferença, incentivando a educação, eu tiro sempre meu chapéu! 


O Cordel pode ser lido na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

Conheça o Barca das Letras em