"O preconceito é um problema racional que se perpetua pelo lado
emocional do ser humano. Superar os preconceitos é a tarefa da
humanidade que Deus deve ter deixado para que os homens vivam bem.
Desconstruir preconceitos e superá-los é o lado concreto do amai-vos uns
aos outros e ainda os grandes das nações vos dominam, mas entre vós não
deve ser assim, ambos ensinamentos de Jesus, o Cristo. Assumir uma
perspectiva ideológica que seja inclusiva e saiba ler a Bíblia (Antigo e
Novo Testamento) a favor dos jovens é a tarefa que se propõe esse
livro. Numa perspectiva cristã e engajada, assumem-se os jovens e sua
causa para que possamos sair do lamaçal das discussões que muitos
adultos se colocam ao falar do tema. Engajado e intelectualmente
sincero, o livro tem várias perspectivas, incluindo testemunhos de
jovens sobre o tema."
PAULO F. DALLA-DÉA (Organizador do livro)
Título: Preconceitos com a Juventude
Autor: Paulo F. Dalla-Déa (organizador), Laísa Silva, Guilherme Gutierrez, Marcos Vinícius, Bruno Rafael, José Possato Júnior e Onivaldo Dyna
Editora: Prismas
Páginas: 132
Ano: 2016
Sumário:
- Ensaio sobre o preconceito contra a juventude (Paulo F. Dalla Déa)
- Juventudes sob controle (José Luiz Possato Jr)
- A gangue dos invisíveis: a “invisibilidade” da PJ na Igreja Católica (Onivaldo Dyna)
- Preconceito Religioso no Amapá (Marcos Vinicius de Freitas Reis e Bruno Rafael
Machado Nascimento)
A obra foi escrita por pesquisadores ligados ao movimento
de Renovação Carismática Católica. Tem quatro artigos, com considerações
sobre a participação da juventude na sociedade, estimulando protagonismo e, ao mesmo tempo, analisando fatores que
se interpõem a isso, no que é chamado de adultocentrismo e
invisibilidade dos jovens (preconceitos).
Os primeiros artigos são parecidos, com reflexões em um papel
secundário cotidianamente atribuído aos jovens, essencialmente por
conservadorismo, limitando o potencial que os autores reconhecem e procuram
incentivar na juventude. Há descrições de aplicação prática e reflexão no
texto bíblico sobre a questão.
Sendo um livro de estímulo
ao debate, fico a vontade para expressar que partilho da visão
incentivada para a juventude, mas discordo do que foi
abordado no direcionamento bíblico (no que ficou explícito ao meu entendimento). O primeiro texto coloca o Antigo
Testamento como algo arcaico, o que não vejo se expressar em sua
realidade e contexto geral, em exemplos e mensagens à juventude; e o segundo define as
Sagradas Escrituras como algo falho, de parecer humano, limitante ao
potencial da juventude em certas passagens. Há um contexto em cada coisa que não foi
observado. Essa conclusão bíblica não concordo como se faz perceber na leitura. Prefiro o que foi enunciado em passagens como o Salmo 119:105
do que o desapego ou descaracterização disso.
O terceiro artigo foi o que mais gostei, dissertativo sobre a
invisibilidade do próximo que muitas vezes atribuímos na prática. É uma edificante reflexão humanista.
E o quarto, que despertou a busca ao livro (por conhecer um dos
autores e admirar seu trabalho como educador na rede de ensino público),
em minha percepção, tem seu valor principalmente pelo breve histórico do movimento
católico carismático no Amapá. Contexto que auxilia as buscas nesse estudo.
O livro tem mensagem ao protagonismo da juventude e foi
organizado pelo padre e educador Paulo F. Dalla-Déa. Em linhas gerais, muito interessante para a discussão e incentivo ao potencial dos
jovens.
Busque o livro, leia, assimile boas coisas com ele, concorde ou discorde e, assim, tenha seu parecer. Isso é incentivado pelos autores e, acima de tudo, pelo que Jesus Cristo direcionou a todos nós em João 5:39 na busca de aprendizagens. Nessa prática viviam seus discípulos (como em Atos 17:11), passos importantes para transformações.