Título: Índios e Explorações Geográficas
Autor Boanerges Lopes de Sousa (Marechal)
Editora: Ministério da Agricultura - Conselho Nacional de Proteção aos Índios
Ano: 1955 (1ª edição)
Páginas: 178
"...Chegada a Macapá... O navio ficou à distância. O porto é pior que o de 'Chaves'. A praia é extensa e rasa, de leito coberto de lama endurecida. Para o desembarque, recorre-se ao serviço de carroças, puxadas por muares; estas se adentram pelo mar, ao encontro das canoas, para receber os passageiros e as bagagens.
"... O 'Cassiporé' lançou ferros no porto da Vila Oiapoque, também conhecida por 'Demonti' ou 'Ponta dos Índios', seu primitivo nome. É o primeiro povoado brasileiro da fronteira e nele o Governo instalou um Posto Fiscal e o Estado do Pará, uma Coletoria...
Autor Boanerges Lopes de Sousa (Marechal)
Editora: Ministério da Agricultura - Conselho Nacional de Proteção aos Índios
Ano: 1955 (1ª edição)
Páginas: 178
O livro tem relatórios de viagens realizadas pelo Marechal Boanerges Lopes de Sousa, colaborador de Rondon, com estudos geográficos na década de 1920.
Está dividido em 4 partes:
1ª Parte - "Explorações Geográficas na Região do Alto Rio Negro" - contribuição para o 9º Congresso de Geografia, realizado em 1942.
2ª Parte - "Uma viagem ao Oiapoque" - tema de uma conferência em que Boanerges conduz o leitor do porto de Belém (Pará) até o de Clevelândia, no Rio Oiapoque, proporcionando-nos excelentes informações do contexto de época.
3ª Parte - Constituída por palestras e conferências em que o autor aborda aspectos concernentes à proteção e assistência a povos indígenas.
4ª Parte - Exposição sucinta de trabalhos da Comissão Rondon no Sul de Mato Grosso, na construção de linhas telegráficas. E uma homenagem ao Marechal Rondon pela Sociedade Brasileira de Telecomunicações, em 1954.
Veja AQUI o Sumário completo da obra.
Na parte referente ao Amapá (página 78 à 120), apresentada em Conferência realizada em 23/11/1942 pelo Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, extraí algumas imagens e texto interessantes.
Veja AQUI o Sumário completo da obra.
Na parte referente ao Amapá (página 78 à 120), apresentada em Conferência realizada em 23/11/1942 pelo Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, extraí algumas imagens e texto interessantes.
No desembarque em Macapá, as carroças cooperam no transporte dos passageiros. |
É um espetáculo interessante e um tanto cômico esta baldeação das canoas para as carroças e o acesso ao ponto de desembarque. Poder-se-ia evita-la construindo um trapiche para atracação dos vapores, mas isso demanda estudos especiais, porque são fortes os ventos que sopram do norte e a ação demolidora do mar, acossado pelo vento, faz a costa recuar, dia a dia, o que é agravado pelo fluxo e refluxo das marés. A cidade bicentenária já perdeu algumas ruas, recuando cerca de quatrocentos metros para o interior. Entre os edifícios que desapareceram com o efeito da erosão, cita-se o Hospital Militar da antiga guarnição."
"Uma testemunha da costa de outrora é a 'Pedra do Guindaste', um bloco de argila tão endurecido que ali permanece cerca de 500 metros afastado do cais de proteção contra a ação hidro eólica. Contam que foi ali que os portugueses desembarcaram para construir a Fortaleza."
Pedra do Guindaste. |
O 'Cassiporé' atracado no pátio de Santo Antônio ou Vila Oiapoque...
Na outra margem, a Vila 'Saint George'.
|
... Em frente à povoação, está situada a Vila Saint George, de aspecto bizarro, com algumas casas em estilo chinês, cobertas de zinco umas, de palha outras e onde se agita uma população de cerca de 600 almas, de crioulos e de mestiços de franceses... O comércio é ativo e muito procurado pelos viajantes brasileiros. Saint George é servido por dois vapores que fazem viagens quinzenais diretas para Caiena, no Atlântico."
"Afinal, Clevelândia à vista!
... Cleveland ou Clevelândia foi fundada em 1922, no governo de Epitácio Pessoa, com o objetivo de fixar as populações do baixo Oiapoque, criando e incrementando naquela região privilegiada para agricultura os produtos da lavoura e mesmo da pecuária. Destinava-se a abastecer a região e a prover o Destacamento Militar da Fronteira...
"Clevelândia... Dispunha de uma estação de rádio, de excelentes casas para a administração e escritórios, de uma escola e de várias casas para seus funcionários. Possui ainda um ótimo hospital, que, no momento, não agasalhava um só doente, e de uma hospedaria para imigrantes...
...Tudo havia sido previsto para o desenvolvimento da Colônia... As terras foram loteadas e teriam produzido e fomentado a riqueza desejada se a fatalidade não houvesse conspirado contra os seus destinos e a falta de firmeza e de tenacidade da administração pública não lhe tivesse paralisado a vida."
Boanerges Lopes de Sousa foi um dos eficientes colaboradores de Rondon, servindo na Comissão de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas (Comissão Rondon) no período de 1910 a 1922; foi chefe de Estado Maior do Marechal Rondon na Inspeção de Fronteiras (Comissão organizada no governo do Presidente Washington Luiz); e entre outras atribuições, também foi Presidente do Conselho Supremo de Justiça Militar e integrou o Conselho Nacional de Proteção aos Índios, do qual, durante 9 anos, foi um dos mais estudiosos e dedicados membros. Os trabalhos que apresentou no decorrer do longo período que serviu sob a chefia de Rondon estão consubstanciados em minuciosos relatórios contendo valiosa documentação ilustrada com mapas, fotografias e dados estatísticos, os quais merecem ser divulgados.
SUGESTÃO
BIBLIOTECA AMBIENTAL DA SEMA EM MACAPÁ