As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A Biblioteca da Escola de Artes Cândido Portinari, em Macapá

Cândido Portinari (1903-1962) foi um dos pintores brasileiros a alcançar maior projeção internacional. Suas pinturas se aproximam do cubismo, surrealismo e da arte muralista dos pintores mexicanos (como Diego Rivera), resultando em uma composição de características modernas, emotiva e de muita expressividade.  
Auto-Retrato (1957)


"O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim, a técnica 
é meramente um meio. Porém, um meio indispensável."
Candido Portinari

Foto: Cristina Granato
(Painéis Guerra e Paz)
Entre suas obras mais prestigiadas e famosas destaque aos painéis Guerra e Paz (na sede da ONU, em Nova Iorque).  Retratou também trabalhadores brasileiros (Lavadeiras, O Lavrador de café, etc), questões sociais (Os Retirantes, Criança morta..) e foi um grande ilustrador de cenas sacras e rotineiras.  Reconhecidamente, um dos maiores artistas de sua geração.  
Morreu envenenado pelas tintas que o consagraram.

Bem se vê porque é considerado um grande artista do século XX. Veja aí a combinação das cores, a redondeza e desproporcionalidade das formas, a serenidade transmitida nas imagens e a carga emotiva nos temas sociais. Tudo se combina numa obra de sensações agradáveis, de imagens familiares, parecendo figuras de livros infantis, contando uma outra história... a do povo brasileiro.
Respectivamente: O Lavrador de Café (1934) / Cana (1938) /  Paisagem de Brodowski (1940) / Café (1935) / Dom Quixote (1961) / Flautista (1934) / Criança Morta (1944) / O Mestiço (1934) / Retirantes (1944)
Mais obras de Portinari...
Futebol (1935) / Casamento na Roça (1947)

E mais outr... ah, veja neste link outros quadros. Cândido Portinari é inspiração aos jovens talentos. Certamente, um artista por excelência, merecedor de buscas para se conhecer sua obra e de justas homenagens... como a da Escola de Artes em Macapá, batizada com o nome do artista: 
Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari.
Aháá!!! Percebestes o gancho... Pois é! Tenho essa mania embromation de tentar ser metódico. Enfim, vou ver agora um pouco dessa escola e de sua biblioteca... Aí está a escola em seu atual endereço (três anos) na Av. Acelino de Leão, Bairro do Trem.
Mudou de endereço devido as más condições de seu prédio (esquina da Cândido Mendes com a Raimundo Alvares da Costa, no Bairro Central). Lamentável ver um patrimônio público em situação de abandono. Estudei nesta escola em 1989 e lembro que, na época, era uma edificação inovadora na cidade, apontando para um estilo modernista. Hoje aponta para o descaso da administração pública.  Veja mais informações AQUI.
Como disse, fui conhecer a escola recentemente, especificamente a biblioteca (é de meu interesse conhecê-las e divulgá-las). A escola foi fundada há 39 anos, sendo idealizada pelo artista plástico R. Peixe e mantida pelo governo estadual.
Oferece cursos de aperfeiçoamento artístico gratuito  nas artes plásticas (desenho, pintura e escultura) e também teatro (uma novidade não existente em minha época como aluno).
Exposição de Jorron (artista plástico e professor na escola)
Além dos artistas locais encontramos também, em seu patrimônio, obras de pintores renomados neste país e pelo mundo, como Lasar Segall e Cícero Dias
 
Essas são obras de Cícero Dias (1907-2003), artista pernambucano.
"As bibliotecas são jardins de livros regados a olhares."
(M. M. Soriano)
Na biblioteca um acervo voltado à educação artística.
Arte e Literatura devem caminhar juntas. Fui visitante frequente da biblioteca em 1989, quando o Professor Munhoz (uma referência de cultura no Amapá) lecionava História da Arte nesta escola. Fui também aluno.
“O livro é um pássaro com mais de cem asas para voar.” 
(Ramón Gómez de la Serna)
"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."
(Leonardo Da Vinci)
"A arte é a assinatura da civilização."
(Beverly Sills) 
Além da referência a artistas consagrados na história, encontramos também material sobre artistas locais e vários periódicos e HQs. Ferramentas de consultas. Engana-se quem acredita que basta saber desenhar bem... É preciso ter visão de mundo, da história, das sociedades, da evolução das artes... Oras, pergunte aos cartunistas, chargistas, roteiristas e escritores em geral se não precisam de embasamento como estes. Um dos maiores escritores da ficção, Júlio Verne, precisou investigar muitas coisas para dar asas a sua imaginação (criou até um romance ambientado na Amazônia, sem nunca ter posto os pés aqui... e sobre a lua então!!! Estou falando dos clássicos A jangada e Da terra à Lua. Iguais a estes escreveu também outros... no século XIX... patrimônios da literatura mundial). Receita do artista: criatividade + investigação.
 
          
"Os livros não mudam o mundo. 
Quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.” 
(Mário Quintana)
Biblioteca Da Escola de Artes Cândido Portinari 
é mais um centro de pesquisas em Macapá.
Sobre as Artes.

Agradeço a Tarcila Perez (coordenação), Jorron (artista plástico/professor) e Ivanilde (atendimento na biblioteca) a oportunidade de acesso e registro de imagens no local.

Fontes de Consultas:

sexta-feira, 22 de junho de 2012

BAIRROS DE MACAPÁ: Pedrinhas (Parte 4 - Despejo de esgoto)

Reportagem da TV-AP (Abril de 2012) sobre o Canal das Pedrinhas e a dura realidade de convivência com a poluição. A matéria mostra o problema de despejo de esgoto, as implicações para a saúde pública e para o comércio da região. A reportagem é de EVANDRO LUIZ e as imagens de INIVAL SILVA.

Veja o vídeo NESTE LINK

No vídeo é mostrado:

- O cano de esgoto fica no meio do mato, às margens do Igarapé das Pedrinhas, bem visível na maré baixa.
- Segundo os moradores (Abril de 2012) fazem três meses que uma água escura é jogada dentro do rio.
- O mal cheiro exala por toda área, incomodando moradores e trabalhadores da região.
- Para os moradores que vivem próximo do igarapé a maior preocupação é com as crianças que costumam tomar banho de rio, nos últimos meses a maioria têm apresentado coceira no corpo.
- A situação piora quando chove, pois a água escura que sai do cano cai em maior volume no rio.
- Nas margens do canal há um grande polo comercial de madeira e segundo os comerciantes o problema do esgoto já começa a afetar o comércio da região. 
- Além de poluir e prejudicar a saúde dos moradores o problema tem comprometido as vendas, pois o fedor tem afastado os clientes.

Fotos de Rogério Castelo

Caminhões trafegam com frequência...
É o comércio madeireiro, dos principais na região...
O IMAP tem intensificado as fiscalizações...
Grande parte da extração madeireira na Amazônia está na irregularidade.
Muitas ruas estão em péssimas condições, se agravando na época de chuvas.
Despejo de lixo...
Prejuízo à saúde publica e ao meio ambiente.
Lá no fundo o encontro com o Rio Amazonas.
Este é o Canal das Pedrinhas, sua comunidade e alguns de seus problemas. 
Veja também:

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Macapá 254 anos (A Gazeta - 04/02/2012)

Em comemoração aos 254 anos da capital amapaense, o jornal A GAZETA produziu este caderno especial com reportagens sobre Macapá.
São destaques no folhetim:
- A guerra sem fim (Texto de Régis Sanches sobre a rivalidade política entre o Governo Estadual - GEA - e Prefeitura Municipal de Macapá - PMM - através de seus gestores, respectivamente, Camilo Capiberibe e Roberto Góes.
Ilustração: Da Gama
- Dos escravos à verticalização (Texto de Régis Sanches sobre o crescimento da cidade e o processo de verticalização).
- Setor Primário, produção fértil com boa colheita em 2011 (Texto de Jorge Cesar sobre a agricultura e seus entraves).
- Macapá, os filhos adotivos desta terra-mãe (Texto de Alexandra Flexa).
- Ícones arquitetônicos balizam a biografia de Macapá (Texto de Jorge Cesar).
- Seis décadas revelam uma mesma história (Texto de Stefanny Marques sobre o vídeo-documentário produzido por Mary Paes sobre fotografias antigas da cidade e os fotógrafos).
- Boemia macapaense (Texto de Stefanny Marques sobre Bar do Abreu e Xodó).
- Orla de Macapá (Texto de Alexandra Flexa enfocando o aspecto turístico)
- Guarda Civil: 13 anos de história e conquistas (Texto de Ailton Leite).

Fonte de Consultas:

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Herivelto Maciel (Artista Plástico - Parte 2)

Mais uma das telas de Herivelto encontradas em repartições públicas de Macapá. Esta revoada de guarás, tema recorrente em suas obras, é um quadro doado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-AP), com dimensões que ultrapassam 2m de largura e pintada em 2003.

Herivelto Brito Maciel é amapaense, nascido em 1952, com longa história na arte plástica do Amapá. Sua obra é caracterizada pela valorização do regionalismo e  inovação em técnicas de pintura com resinas extraídas do açaí. Um talentoso e consagrado artista na Amazônia.

Veja também:

terça-feira, 19 de junho de 2012

CENAS DE MACAPÁ

Meu amigo Gregor Samsa disponibilizou algumas imagens para o blog. Vamos dizer assim, que são janelas sobre Macapá.
Fortaleza de São José de Macapá (Bairro Central)
Praça Floriano Peixoto (Bairro Central)
Orla de Macapá (Bairro Santa Inês)
Praça da Conceição (Bairro do Trem)
 Praça Veiga Cabral (Bairro Central)
Foz do Canal das Pedrinhas (Bairro Pedrinhas)
Muro da Sede do Trem (Bairro do Trem)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Tem boto na rede do Tunico (Vídeo)

A Amazônia e seus cenários,
sempre com muitas lendas conhecidas.
1) São Tomé do Macacoari (Itaubal do Piriri-AP )/ 2) Mangal das Garças (Belém-PA)
3) Rio Araguari (Ferreira Gomes-AP) / 4) Igarapé da Fortaleza (Macapá-AP) 
5) Cachoeira Grande (Calçoene-AP) / 6) Maracá (Mazagão-AP)  
7) Foz do Macacoari (Itaubal do Piriri-AP)
Fotos "batidas" por Gregor Samsa
Como admirador destas estórias, prestigio aqui este curta-metragem amador filmado em Ponta das Pedras (Marajó/Pará). Conta-nos a história de uma jovem chamada Raimunda (Mundica) que morou um tempo em Belém e, retornando à sua casa no interior paraense, mostra-se cheia de manias, vindo acompanhada de um namorado nada acostumado com a vida ribeirinha. Mesmo querendo ostentar uma imagem diferente de si mesma não mudam suas raízes, desta forma, diz ser encantada pelo boto em uma noite, uma referência lendária na Amazônia à supostas traições.  É uma história divertida mostrando personagens comuns: o caboclo, seus costumes e gaiatices, a rezadeira e a vida simples do ribeirinho. O vídeo tem mais de 33 mil acessos no youtube, é de produção simples e divertido,  valendo uma boa conferida. Essa é a Amazônia, alguns de seus moradores e um causo sobre uma de suas lendas.


Criação: Associação Cultural Dalcídio Jurandir
Elenco: Alice Felix (Mundica) / Jorge Castro (Armando) / Bruno Mendes (Tunico) / Iza Teixeira (Dona Joana) / Lulu do Trombonhe (Abelardo) / Letícia Morais (Anastácia) / Rayssa (Augusta) /  Pedro Jr (Antônio) / Marialba Ribeiro (Dona Dinha) / Adelino Sarges (Boto)
Direção: Pedro Harlei / David Oliveira / Erivelton Lalor
Edição: Anderson Tavares / Erivelton Lalor
Operador de Câmera: Erivelton Lalor / Anderson Tavares

domingo, 17 de junho de 2012

Exposição de Frank Asley (Biblioteca Pública Elcy Lacerda - 2012)

A Biblioteca Pública Elcy Lacerda é um dos principais centros culturais em Macapá. Atualmente, além do acervo literário, os visitantes estão tendo a oportunidade de conhecer também estas obras em exposição no hall de entrada. São telas do artista plástico amapaense FRANK ASLEY. Expressão em formas e cores fortes, com influências do cubismo e surrealismo, da alma humana à margem social. Nota-se também, em uma das telas a busca por algo melhor, um sonho possível? Se a arte é uma impressão ou impacto aos sentidos e sentimentos, certo ou errado, foi o que percebi.

01) Imcompreensão do Incompreensível (Óleo sobre tela - 80x120)
02) Indiferença (Óleo sobre tela - 80x120)
03)  Sublime (Óleo sobre tela - 80x120)

04) O Carapirá - O Catador de Lixo (Óleo sobre tela - 80x120)
05) Opressão e Submissão (Óleo sobre tela - 80x120)  

"Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma."
George Bernard Shaw
Valorize e conheça nossas bibliotecas.
Bem-vindos à Biblioteca Pública Elcy Lacerda!

sábado, 16 de junho de 2012

"DICIONÁRIO DE AMAPÊS: A língua falada no Estado do Amapá" (Cléo Araújo & Maria Zenaide Araújo)

ÉÉÉÉgua! Tu já viu esse livro matriculado que relançaram no Centro Franco-Amapaense no dia 06 de junho. Tufuste lá? É o DICIONÁRIO DE AMAPÊS, uma obra pai-d'égua que abarca uma trancada de palavras de uso regional. Abafu suprimo! Tá até o toco de verbetes (mais de 2500), com as devidas explicações, mostrando dados históricos, nomes científicos, explicações de frases e também termos de origem de tribos indígenas amapaenses. A obra está na segunda edição e foi escrita por CLÉO FARIAS DE ARAÚJO e MARIA ZENAIDE FARIAS DE ARAÚJO, dois irmãos que ficaram cuíra de entender esses termos regionais, desde bruguelos, e antão publicaram esta obra no maior caquiado, depois de cortar um dobrado (Ih... Deus defenda!). Cumé? Sabe adonde tem? Má rapaz...! Inda sabe não! Ah... Brincadeira! Chega de palmo em cima nas bancas de revista e livrarias de Macapá que logo avéra de tá lá à venda. Se não tiver... Puta merda!... Ulha disque já!! Tá, jabá! Num vem me iscrotiar!!! Pira paz...! Uh, minha mana! A valença que eu não sou rubilota, a módi que, já garanti o meu. 

OBS: Obviamente, todos os termos negritados são ilustrações presentes no dicionário. 
 O Livro é:
Título: Dicionário de Amapês - A língua falada no Estado do Amapá
Autores: Cléo Farias de Araújo / Maria Zenaide Farias de Araújo
Editora: CLÉOZEN
Páginas: 132
Ano: 2012
Temas: Dicionário Regional

No vídeo, a apresentação dos autores.

Imagens do evento (Edição: R. Castelo)


Fonte de consultas: