As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Xapuri do Amazonas (Nazaré Pereira)


Nazaré Pereira é uma cantora natural de Xapuri, Acre, que canta os sons das regiões Norte e Nordeste. Uma de suas obras mais representativas é o LP “Amazônia”, gravado na França e lançado no Brasil em 1980. O disco tem capa premiada pela beleza e traz o sucesso “Xapuri do Amazonas”, de sua autoria, além de composições famosas de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. A música cita o rio Jari, também, porque na época cogitava-se a construção de uma usina nuclear na região. A canção mostra a vida simples do povo da Amazônia, exprimindo nostalgia e valorização da terra. 
Fonte: letras.com.br e forroemvinil.com


Dona Maria minha mãe morena,
cabocla linda lá do rio jarí
Fosse descendo pelo amazonas,
o sol brilhou pra mim no Xapuri

Lá no Xapurí, lá no Xapurí, lá no Xapurí, lá no Xapurí
Dona Maria, mãezinha morena
ainda sou tão pequena e sinto saudades.

Do balançar de rede, dos igarapés,
destas coisas lindas que não tem idade.
Dona Maria, mãezinha morena
ainda sou tão pequena e sinto saudades.

De me banhar nos rios, tomar tacacá,
beber açaí lá em Icoaracy.
Lá em Icoaracy, lá em Icoaracy,
lá em Icoaracy, lá em Icoaracy.

Terra cabocla, terra pequena, cheirando a flor,
cheirando açucena.
Igual teu cabelo, dona Maria,
minha mãe morena, ooi.

Lá do rio Jarí, lá do Xapurí,
lá de Icoaracy, lá do Xapurí.
Lá do rio Jarí, lá do Xapurí,
lá de Icoaracy, lá do Xapurí.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Revista ICOMI Notícias Nº 25 (1966)

Revista ICOMI Notícias Nº 25 - circulou em janeiro de 1966.

Reportagem em destaque:

"Uma beleza rebelde no céu do Amapá": sobre o cientista Augusto Ruschi (conhecido no mundo inteiro pelas contribuições no campo da zoologia, especialmente na ornitologia) e suas pesquisas sobre o raro beija-flor brilho-de-fogo (Topaza pella). Segundo o texto, os registros oficiais referentes ao avistamento da espécie eram de 1959, em lugares de difícil acesso na Venezuela. O cientista passou 25 dias em Serra do Navio, conseguindo coletar quatro casais e outros de espécies diferenciadas, realizou conferência ambiental com estudantes e organizou uma exposição em Vila Amazonas. Pontos importantes para a ornitologia no país.

Augusto Ruschi em encontro com estudantes.
A Sra. Oswaldo Pessoa descerrando a fita de inauguração de uma exposição de beija-flores em Vila Amazonas. Augusto Ruschi organizou essa mostra como núcleo de repovoamento para a região.
O raro e belo brilho-de-fogo (Topaza pella). Até as pesquisas de Ruschi, em Serra do Navio, o último avistamento oficial era de 1959, na Venezuela.

Em breve, mais edições!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

"A filha dos rios" - Ilko Minev

Romance ambientado na Amazônia, segunda metade do século XX, apresentando duas mulheres resolutas e fortes diante de adversidades rotineiras. Aborda pontos históricos, como o garimpo e seringais, despertando encanto e curiosidade nas descrições da natureza e sociedade, de forma idílica e em seus dramas peculiares.
A obra inicia com a história de Maria, em uma sucessão de eventos fortemente arraigados na cultura ribeirinha. É a parte que mais gostei, mostrando a protagonista da adolescência à maturidade forçada, como pilar em sua família. O ambiente é retratado de forma rústica, isolada e decadente em alguns momentos, principalmente em relação ao resgate seringalista, onde se desenrolam os episódios mais dramáticos na vida da bela cabocla de olhos verdes.
Na segunda parte o autor apresenta Sandra, que tem história ligada a antepassados judaicos e com muitas revelações quanto a trajetória pessoal e de seu povo. O autor fala de eventos ocorridos na Europa que são desconhecidos do grande público, como a organização Zwi Migdal, máfia que atuou no tráfico de mulheres e teve ação na Amazônia. Nessa parte os eventos giram em torno do garimpo e sua efervescência típica ligada a bordéis e pirataria. O garimpo enfatizado está relacionado as dragas de prospecção de ouro nos rios.


Ilustração na obra
A saga dessas mulheres se entrelaça na narrativa, encerrando de forma nostálgica, em uma revisitação dos cenários, deixando em paralelo histórias amazônidas, reais ou fictícias, como tantas que ocorreram ou se passam por aqui.
Bela obra! O que não gostei foi da segunda passagem de Maria, que perde um pouco do carisma de sua apresentação. O autor não dá fluidez ao desenrolar de alguns fatos.

"A Filha dos Rios" refere-se a cabocla Maria, mas também é uma homenagem a todas as moradoras da região. O segundo romance de Ilko Minev, publicado em 2015, com personagens ligados a "Onde estão as flores?", obra de 2013.
Ilko Minev nasceu em Sofia, na Bulgária, onde cursou Letras com especialização em Germanística. Foi dissidente político exilado na Bélgica, onde estudou Economia, antes de se fixar no Brasil. De São Paulo foi morar em Manaus, onde literalmente se apaixonou e criou raízes. Lá foi empresário e Cônsul Honorário dos Países Baixos por mais de 30 anos (Fonte: SKOOB)
Ficha do livro
Título: A filha dos rios 
Autor: Ilko Minev 
Editora: Virgiliae 
Ano: 2015 
Páginas: 208  
ISBN: 9-788564-68333-4  
Tema: Amazônia, Ficção Brasileira 
Sinopse: Maria é uma cabocla de olhos verdes, e muita determinação, que luta para criar seus filhos em meio à realidade amazônica da segunda metade do século passado. Em sua trajetória, ela conhece Sandra, uma misteriosa dona de bordel e Oleg, um jovem judeu búlgaro que tenta a sorte em uma draga de prospecção de ouro no Rio Madeira. Oleg é personagem do primeiro livro de MInev, Onde estão as flores?, assim como Licco e Davi, que também aparecem nesse novo romance. Fonte: books.google.com.br