A Área de Proteção Ambiental do Curiaú, região próxima a Macapá, possui uma área maior que 2o mil hectares, preservada e protegida como patrimônio cultural e ecológico. Os rios, lagos, floresta e a várzea do local mostram um belo cenário natural, fazendo a alegria das garças, marrecos, jaçanãs, mergulhões e outros pássaros. A área é povoada em sua maioria por comunidade de negros e a tradição do Marabaixo é difundida e transmitida através das gerações.
(Texto: overmundo.com.br)
(Texto: overmundo.com.br)
Pontos abordados:
- Em muitos lugares, neste exato momento, a natureza está sendo exterminada, restando a ela apenas gritar por socorro... gritos manifestados por diversos fenômenos. O homem vem degradadando o meio ambiente para dar lugar ao capitalismo e com ele vem a poluição, a fome e o desperdício dos recursos naturais.
- A humanidade vem sustentando uma guerra a qual ela jamais vencerá, pois esta guerra é contra nós mesmos, porém, as cicatrizes desta batalha vão ficando: aquecimento global, o efeito estufa, as chuvas ácidas... problemas ambientais que, se não conseguirmos obter uma consciência coletiva, os pagadores deste preço serão nossas futuras gerações. É isso que você deixará para seus filhos e netos? O que fazer para viver em harmonia com a natureza? Quais as alternativas existentes? Como preservar e conservar o nosso meio ambiente? O que podemos tomar como modelo?
- No Estado do Amapá, ao norte do Brasil, está localizado um patrimônio cobiçado por sua variedade biológica, que possui ainda uma biodiversidade rica e reconhecida internacionalmente por seus potenciais.
- O Amapá ganha destaque por ser o estado brasileiro com menor índice de devastação de florestas, possuindo mais de 50% de suas áreas protegidas, que inclui as ÁREAS INDÍGENAS e QUILOMBOLAS.
-Na década de 90 o Amapá ganhou a primeira APA do estado, classificando-se inicialmente como Área de Relevante Interesse Étnico e Cultural (ARIEC), porém, seu estatuto não resolveria a ameaça à cultura da população local, sendo substituída em 1992 pela Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Curiáu, que em setembro de 1998 passou a ser protegida pela Lei 0431 sancionada pelo então governador João Capiberibe com o objetivo de conservar e preservar a região.
- "A APA tem uma importância tão grande quanto uma área de proteção integral porque ela vem harmonizar e ordenar uma relação do meio ambiente com o homem. O homem está dentro do meio ambiente, mas quando não há esse ordenamento, não há também a necessidade de se fazer uma preservação de alguns patrimônios ambientais que existem dentro daquela determinada região... Quando você cria uma APA, você começa a harmonizar essa relação... Você consegue dar as condições de sobrevivência do homem naquele local, dando a possibilidade de exploração dos recursos naturais e também reserva determinada região ali, a partir de um zoneamento na APA, para que tenha garantia da preservação e da perpetuação daqueles bens ambientais." (Marcelo Creão - Secretário da SEMA-AP, em 2007).
- A APA é destinada a coibir a degradação ambiental, além de provar que o homem é capaz de viver lado a lado com a natureza, idéias que fazem parte do desenvolvimento sustentável.
- A APA do Rio Curiaú, ao norte de Macapá, abrange uma área com aproximadamente 22 mil hectares. Seus moradores são na maioria negros remanescentes de antigos quilombos que chegarão na época da Fortaleza de São José de Macapá, no século XVIII, e que formam hoje as comunidades de: CURIAÚ DE DENTRO, CURIAÚ DE FORA, CURRALINHO, CASA GRANDE e MOCAMBO.
- A vegetação é formada por campos inundáveis, matas de galerias, cerrado, ilhas de matas e ainda rios e lagos.
- Já a fauna, embora mais escassa em algumas áreas, em outras ainda é capaz de surpreender.
- Vamos começar uma viagem fascinante pela APA do Rio Curiaú, situada dentro da capital amapaense, Macapá.
- Iremos agora ao Mocambo, comunidade mais próxima da zona urbana de Macapá, dividido apenas pela Av. Raimundo Neri de Matos, que faz fronteira entre a APA e o Bairro Novo Horizonte. A estrada até as margens do Rio Curiaú é de terra e com as chuvas dificulta a chegada até o local. As placas, além de confirmar a chegada, relembram aos visitantes a importância de se preservar o lugar. Mocambo é o nome designado pelos moradores como uma região de refúgio dos antigos escravos. Nela encontramos grandes áreas de mata fechada e quem penetrar por ela pode encontrar muita aventura. Seus moradores, nem sempre negros quilombolas, são na maioria pessoas que chegaram antes da criação da APA, que ainda lembram fatos marcantes e históricos. Nesta parte da APA a convivência com a natureza é direta e deparar-se com um animal silvestre ainda é comum para seus moradores, mas que nunca deixará de ser emocionante. A cultura é predominante nesta exuberante comunidade e apresentar uma de suas lendas exigiu horas de encorajamento, da equipe ao nosso guia (referência a lenda de um suposto protetor da mata).
- Iremos agora ao Mocambo, comunidade mais próxima da zona urbana de Macapá, dividido apenas pela Av. Raimundo Neri de Matos, que faz fronteira entre a APA e o Bairro Novo Horizonte. A estrada até as margens do Rio Curiaú é de terra e com as chuvas dificulta a chegada até o local. As placas, além de confirmar a chegada, relembram aos visitantes a importância de se preservar o lugar. Mocambo é o nome designado pelos moradores como uma região de refúgio dos antigos escravos. Nela encontramos grandes áreas de mata fechada e quem penetrar por ela pode encontrar muita aventura. Seus moradores, nem sempre negros quilombolas, são na maioria pessoas que chegaram antes da criação da APA, que ainda lembram fatos marcantes e históricos. Nesta parte da APA a convivência com a natureza é direta e deparar-se com um animal silvestre ainda é comum para seus moradores, mas que nunca deixará de ser emocionante. A cultura é predominante nesta exuberante comunidade e apresentar uma de suas lendas exigiu horas de encorajamento, da equipe ao nosso guia (referência a lenda de um suposto protetor da mata).
- Mais à frente está a comunidade de Curiaú, que está dividida em Curiaú de Dentro e Curiaú de Fora, nomes usados para diferenciar o local da entrada do povoado como local mais próximo do lago. Estão no centro sul da APA e concentra o maior número de habitantes. A Vila do Curiaú destaca-se por ser também a mais desenvolvida no campo da economia, turismo, educação e saúde. No mês de julho, quando o lago está cheio, a visita de banhistas é intensa, principalmente no deck às margens da Rodovia AP-70. Este infelizmente não está apresentando as melhores condições e seu verdadeiro fim de satisfação aos visitantes não vem sendo alcançado. A memória dos antepassados aqui também é bastante lembrada. "... Na Ilha do Cipó é onde ficam enterrados nossos antepassados e fica um pouco longe da comunidade pelo fato que acreditavam que as almas pudessem chegar na vila, então o cemitério ficava numa ilha para eles não atravessarem até a vila... está desativado fazem dois anos porque agora o cemitério localiza-se atrás da Igreja de São Joaquim, no Curiaú de Fora" (Relato de Willy Miranda - Agente Comunitário). Aqui os costumes e a sabedoria seguem gerações.
- Partimos para a comunidade de Curralinho, na chegada já se pode observar o que seria uma guarita de fiscalização destas áreas, mas que por falta de continuidade de políticas direcionadas a preservação do meio ambiente não conseguiram fluir. Nesta localidade empresários e políticos conseguiram apossar-se de uma extensa área que traz preocupações quanto ao futuro social, ambiental e cultural deste povo. A economia das família do Curralinho gira em torno do plantio da mandioca, do qual é feita a farinha e o tucupi. A vida no curralinho é bastante rústica, mas seus habitantes têm consciência da importância que tem este lugar e tentam dentro do possível viver em parceria com a natureza. "... As pessoas vivem mais do peixe, esse negócio de caça não... As pessoas de fora estão invadindo o rio e está ficando muito difícil de pescar..." (Relato de Dulcinea Ramos Lobo - Agricultora local)".
- Nossa viagem pela APA termina na comunidade de Casa Grande. Um pequeno número de moradores do local imitam a vila às margens da Rodovia AP-70. "... Aqui na casa Grande tinha muita coisa, hoje não tem nada, querem acabar com o que a natureza deixou..." (Bernardo Chagas - Morador local). Esta mudança deve-se aos impactos sofridos com a ação do homem, logo os impactos originam traumas ecológicos que podem ser sentidos pelos seres vivos.
- A APA do Curiaú também é alvo de danos que vão do lixo deixado pelos visitantes à criação de búfalos no local.
- Apesar dos problemas ambientais existentes na APA eles ainda são toleráveis e acredita-se que a consciência coletiva vem alastrando-se pelos verdadeiros herdeiros destas terras: os amapaenses.
- A APA do Rio Curiaú surge como um exemplo a ser seguido pela humanidade, em que usar os recursos naturais é permitido, desde que a perpetuação das espécies seja garantida para uso das futuras gerações.
- O Amapá possui riquezas incalculáveis, mas a valorização deve partir primeiramente de todos os amapaenses. A consciência não seja apenas na preservação da fauna e flora, mas também na conservação de sua história, cultura e identidade. É o que nos leva a pensar na importância de uma reflexão feita por Mahatma Gandhi:
"Cada dia a natureza produz o o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome."
Uma excelente fonte de pesquisa para a comunidade estudantil,
pesquisadores e população em geral.
O documentário pode ser encontrado na Videoteca da
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