As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Depois de 244 anos, a famosa e cara Enciclopédia Britânica deixará de ser impressa

O PESO DO SABER

Foto: infoescola.com
Até pouco tempo atrás, ter os 32 volumes com lombada em couro da Enciclopédia Britânica enfileirados no escritório era a maior demonstração visual de cultura que alguém poderia se permitir. 
Era um objeto de culto intelectual caro e costumava ser paga em mensalidades. Especular sobre o que traria de diferente em sua nova edição anual alimentava conversas de gente inteligente. A maior e mais antiga obra de referência em língua inglesa, publicada pela primeira vez em Edimburgo (Escócia, em 1768), anunciou que deixará de ser impressa em papel. A última edição (2010) pesou 58 kg, o equivalente a um homem adulto magro. Agora, essa riqueza está disponível em formato digital.
1ª Edição (1768)
A fama da obra se deve à qualidade de seus colaboradores (hoje são 4 mil). O preço da edição impressa (R$ 2,5 mil) restringia as vendas, que caiu bastante, principalmente com a concorrência da wikipédia e outras enciclopédias virtuais. A enciclopédia está hoje disponibilizada na internet  para quem paga uma taxa anual. "Esse é um rito de passagem para uma nova era. Algumas pessoas ficarão tristes e saudosas. Mas temos uma ferramenta melhor agora. O site tem uma atualização permanente e é multimídia", disse Jorge Cauz (Presidente da Britannica Inc).

Fonte: Revista Aventuras na História (Edição 105 / Abril-2012, pág.08) 

São os novos rumos no acesso a informação. Curiosamente, a Enciclopédia Barsa está sólida em seu mercado, preservando a venda de 70 mil coleções ao ano - marca quase 9 vezes maior que a de sua irmã Britânica (que também tem os direitos da Enciclopédia Mirador, no mesmo destino). 
Na Biblioteca que trabalho, longe dos áureos tempos, estas obras estão hoje como mero luxo nas estantes. Restou só a Barsa, a Britânica e Mirador foram doadas para bibliotecas escolares no interior, onde são mais procuradas. Dou ainda referências dela, pois muita coisa é preciosa e bem exposta, valendo uma leitura, mas hoje o povo tem uma urgência de informação e prefere o Ctrl c Ctrl v. Poxa... Posso até dizer que muita gente, não é geral, acha desnecessário até a leitura diante das facilidades. É verdade!!! Onde será que vamos parar se isso viciar todas as gerações de agora?

Outras referências consultadas sobre este assunto:

terça-feira, 24 de abril de 2012

Índios do Oiapoque divulgam diversidade cultural em museu

Reportagem do Jornal dos Municípios do Amapá, de 28/10/2010, 
sobre o Museu Kuahí (no Oiapoque).

Povos da Floresta 
No Museu Kuahí o visitante conhece com riqueza de detalhes
toda a história indígena de Oiapoque.

Espaço reúne artes, ciência e tecnologia. Uma conquista dos povos indígenas que lutam pela manutenção de seus costumes.

Os povos indígenas do Oiapoque têm um lugar especial para a preservação de sua história e sabedoria. Trata-se do Museu Kuahí, que reúne artes, ciência e tecnologia, integrando os múltiplos saberes das etnias pelas óticas da cultura, do meio ambiente e das suas diversidades culturais.
O Museu Kuahí é um espaço que contribui para a fabricação, exposição e a comercialização das peças artesanais. Uma conquista dos indígenas na luta pela manutenção dos seus costumes e da independência financeira. Inaugurado em 19/04/2007 pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério da Cultura, a construção do Kuahí recebeu  investimentos na ordem de aproximadamente um milhão de reais, e R$ 615 mil em contratação de pessoal, aparelhamento, mobília e equipamentos de informática.
Fotografias revelam traços
da cultura e diversidade indígena
O centro de preservação da memória indígena já atraiu mais de 10 mil visitantes, incluindo turistas de todos os cantos, principalmente franceses, por causa da fronteira com a Guiana.
Múltiplas atividades são desenvolvidas no local, de modo a proporcionarem a comunicação permanente entre os indígenas e o "branco". Projetos, oficinas e cursos integram o intercâmbio com outros povos indígenas, com instituições acadêmicas, museus (nacionais e internacionais) e organizações sócio-ambientais.


Espaço é administrado por indígenas

O Museu  Kuahí conta com duas salas de exposições (uma permanente e outra temporária), auditório, sala de pesquisa bibliográfica e audiovisual, com um acervo bastante rico, sala de atividades pedagógicas, além da loja de artefatos. 
Os funcionários  são indígenas genuínos. Eles são responsáveis pela administração, pelo monitoramento das visitas, vigilância e serviços gerais.
"O museu indígena tem um significado muito forte de luta, de tradição, de cultura e de história. Começamos a imortalizar a nossa história a partir do Oiapoque. O museu é referência para os povos que habitam as áreas indígenas do Amapá e para a própria história do nosso Estado", diz orgulhoso o gerente Sérgio dos Santos, da etnia Galibi Marworno.

Museu abriga peças artesanais como vasos, 
canoas, cestos e outros materiais e utensílios.

Região abriga mais de seis mil índios

O Município de Oiapoque, distante 600 km da capital Macapá, abriga seis mil indígenas, distribuídos em 40 aldeias que ocupam uma área de 520 mil hectares.
A cultura dos Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e Galibi Kalinã, estão representadas no Kuahí. mas a história dos Aparaí, Tiriyó, Waiana, Txikuyana, Kaxuyana e wajãpi, moradores das regiões de Pedra Branca do Amaparí e do parque do Tumucumaque também são contadas e representadas no museu.

 Gravura chama a atenção pela criatividade na confecção.

Artesanato encanta pela diversidade de peças e objetos

Ao entrar no Museu Kuahí o visitante vai encontrar mastros e bancos do Turé (dança típica indígena), cuias e canoas, jóias em miçanga e penas, potes de barro e muitos outros artefatos que fazem parte do cotidiano e dos momentos de festas dos povos.
Entre as matérias primas, as principais são madeira, fibras, cerãmica, sementes, plumagem, raízes, dentes e ossos de animais, cores (muitas cores) extraídas diretamente da natureza, das cascas de árvores, das sementes do urucum, o mesmo material utilizado nas pinturas que embelezam os corpos nos atos de guerra e riruais.
O artesanato, enfim, se destaca como a principal fonte de renda e de orgulho dos indígenas.

Cada etnia trabalha seus materiais

Os karipuna, por exemplo, fabricam colares e pulseiras de ossos. Os wajãpis usam desenhos mitológicos para explicar suas origens. Os Apalai do Norte do Pará fazem desenhos geométricos com significados conhecidos apenas pela tribo.
O Kuahí é o centro que congrega as diversidades culturais dos indígenas. Um universo de pessoas dentro da Floresta Amazônica no Amapá, que tem seus direitos respeitados e garantidos pelo Governo estadual e que enaltecem a história da construção e do desenvolvimento da sociedade amapaense.

O Museu Indígena Kuahí está localizado na Av. Barão do Rio Branco, 160, no Município de Oiapoque. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Fonte: Jornal dos Municípios do Amapá (28/10/2010)

Uma boa referência a quem deseja estudar cultura indígena (especificamente das civilizações Maracá e Cunani) é o livro O Legado das Civilizações Maracá e Cunani - O Amapá revelando sua identidade / SEBRAE-AP 2006)

A obra está disponível para consultas no acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

Veja aqui  um texto publicado na Revista Galileu (Janeiro/2004), sobre a cultura dos Wajãpis, considerada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.   

segunda-feira, 23 de abril de 2012

LENDA: Cobra-Norato

Cobra-Norato é uma lenda popular na Amazônia. 
SUGESTÃO DE LEITURA
Esta lenda produziu uma obra-prima da Literatura Brasileira Modernista, Cobra Norato, de Raul Bopp. Poema de descrição mitológica da Amazônia, publicado em 1931. 

"...Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo..."

O texto a seguir é de Theobaldo Miranda Santos
no livro "Lendas e Mitos do Brasil"
A obra está disponível para consultas na Biblioteca SEMA em Macapá

LENDA DA COBRA-NORATO

Uma índia que vivia entre os rios Amazonas e Trombetas teve dois filhos gêmeos. Quando os viu, quase morreu de susto. Não tinham forma humana. Eram duas serpentes escuras. Assim mesmo, a índia batizou-as com os nomes de Honorato e Maria. E atirou-as no rio, porque elas não podiam viver na terra.
As duas serpentes criaram-se livremente nas águas dos rios e igarapés. O povo chamava-as de Cobra-Norato e Maria Caninana. Cobra-Norato era forte e bom. Nunca fazia mal a ninguém. Pelo contrário, não deixava que as pessoas morressem afogadas, salvava os barcos de naufrágios e matava os peixes grandes e ferozes.
De vez em quando, Cobra-Norato ia visitar sua mãe tapuia. Quando caía a noite e as estrelas brilhavam no céu, ele saía d'água arrastando seu corpo enorme. Deixava o couro da serpente à beira do rio e transformava-se num rapaz bonito e desempenado. Pela madrugada, ao cantar do galo, regressava ao rio, metia-se dentro da pele da serpente e voltava a ser Cobra-Norato.
SUGESTÃO DE LEITURA
Maria Caninana era geniosa e malvada. Atacava os pescadores, afundava os barcos, afogava as pessoas que caíam no rio. Nunca visitou sua velha mãe. Em òbidos, no Pará, havia uma serpente encantada, dormindo, dentro da terra, debaixo da igreja. Maria Caninana mordeu a serpente. Ela não acordou, mas se mexeu, fazendo a terra rachar desde o mercado até a igreja.
Por causa dessas maldades, Cobra-Norato foi obrigado a matar Maria Caninana. E ficou sozinho, nadando nos rios e igarapés. Quando havia festa nos povoados ribeirinhos, Cobra-Norato deixava a pele de serpente e ia dançar com as moças e conversar com os rapazes. E todos ficavam contentes.
Cobra-Norato sempre pedia aos conhecidos que o desencantassem. Bastava, para isso, bater com ferro virgem na cabeça da serpente e deitar três gotas de leite de mulher na sua boca. Muitos amigos de Cobra-Norato tentaram fazer isso. Mas, quando viam a serpente, escura e enorme, fugiam apavorados.
Um dia, Cobra-Norato fez amizade com um soldado de Cametá. Era um cabra rijo e destemido. Cobra-Norato pediu ao rapaz que o desencantasse. O soldado não teve medo. Arranjou um machado que não cortara pau e um vidrinho com leite de mulher. Quando encontrou a cobra dormindo, meteu o machado na cabeça da bicha e atirou três gotas de leite entre seus dentes enormes e aguçados.
A serpente estremeceu e caiu morta. Dela saiu Cobra-Norato, desencantado para sempre.

Se você se interessa por estes assuntos pode gostar também de (sugestões):
 
Lenda da Cobra Norato (Stella Leonardos) - Editora Villa Rica
 Livrinho de 16 páginas, indicado ao público infanto-juvenil
"Encantarias: A Lenda da Noite" - Quadrinhos com a arte do desenhista paraense Otoniel Oliveira (em 54 páginas, faz um passeio por  mitos da Amazônia. Entre eles, algumas páginas mostrando Norato e Caninana) 

 
Divagações:
Percy Harrison Fawcett foi um famoso explorador inglês que, no início do século passado, fez algumas expedições pelos interiores de um Brasil desconhecido e muito selvagem ainda (também em outros países americanos). Em seus relatos, o encontro com sucuris de até 20 metros (ou mais), capazes de tirar um homem para fora de uma canoa (descrição literal em registros). Foi o inspirador, a seu amigo e escritor Conan Doyle, da célebre obra O Mundo Perdido (1912). E, olha só, este explorador se tornou uma lenda também, pois sumiu em uma expedição na Serra do Roncador.

... Assim, percebemos uma das origens de tantas lendas amazônidas:
“A amazônia selvagem sempre teve o dom de impressionar a civilização distante”.
Euclides da Cunha (À margem da história)


Referências sobre esta lenda em:
portalsaofrancisco.com.br 
bethccruz.blogspot.com
colencionadora-de-historias.blogspot.com.br 

sábado, 21 de abril de 2012

Biblioteca da UNIFAP

A UNIFAP tem hoje 22 cursos e recebe anualmente, dos processos seletivos, mais de mil novos acadêmicos
A Biblioteca Central da UNIFAP destina-se a dar suporte bibliográfico a estes alunos ou profissionais da área e, longe de querer entrar na discussão sobre as dificuldades e carências atuais (endemia em todos os setores de nossas instituições públicas), eis aí mais um importante centro para pesquisas em Macapá.


A universidade foi instituída pelo Decreto Federal Nº 98997, de 02/02/1990, 
publicado no DOU de 05/03/1990. 
Fotos: www.unifap.br
Algumas imagens do campus (mais precisamente a parte inicial), avistando-se a passarela dos usuários e prédios da Reitoria. Sou de uma época em que, ao iniciar como acadêmico na instituição (fui das turmas pioneiras do Curso de Enfermagem - a terceira - em 1993) estas e outras estruturas não existiam, iniciando as construções, hoje presentes, a partir daquela data. Tempos de muito isolamento, escuridão, parada de ônibus dentro da instituição, arriscar-se à frente dos carros para atravessar a rodovia e extrema carência na biblioteca existente, que se alojava em duas salas de aula, com limitadíssimos recursos. Computador? Internet? Biblioteca Informatizada? Ih... reinavam os formulários em papel!! Naquele ano tivemos apenas o Primeiro Semestre no local, sendo remanejados no Segundo para a Escola Carmelita do Carmo. Foi um período de duplicação da Rodovia JK, construções e reformas na UNIFAP...
 ...entre elas, a construção do prédio onde hoje temos a Biblioteca.
Mais algumas imagens. Muita coisa avançou e outras obras estão em construção. Há também, deve ser registrado, uma insatisfação quanto as condições estruturais (são várias reivindicações em diferentes níveis) e a busca do corpo docente por melhores condições (veja aqui uma recente postagem do Café & Cia sobre isto).
A Biblioteca está localizada em um prédio com aproximadamente 1.700 m2 de área construída, contando com espaços específicos para: acesso à internet, sala de leituras (individual e em grupo), auditório e acervo (em visualização nos slides). 
As obras podem ser consultadas mediante solicitação (do assunto, autor ou título, conforme a disponibilidade), reservando-se o empréstimo apenas aos acadêmicos e funcionários da instituição.
Os horários de funcionamento são:
- Segunda a sexta-feira: 8h às 20h
- Sábados: 8h às 12h
Visualização da sala de leitura individual. Para os grupos de estudo reservam-se cabines separadas. Isso é uma novidade em relação à minha época acadêmica, lembro que vários grupos em um mesmo recinto produziam muito ruído para outros leitores no local.
Andando pelo campus registrei este grafite. Gosto de mostrar as diferentes expressões artísticas e, antes que o tempo apague (não viram o que fez àquele grande painel na parte detrás do Teatro das Bacabeiras)...
 ... taí uma janela às artes!!! 

Percebi com satisfação também a existência de espaços novos na biblioteca, como a sala voltada ao atendimento à pessoas com necessidades especiais. Como leitor curioso e interessado pelas bibliotecas em nossa cidade, gostaria de ter mostrado aqui alguma imagem do local ou o mínimo de informações. Vi por lá muitas obras e despertou-me a curiosidade em conhecê-las (São obras de cunho didático? Quais disciplinas? Tem algum romance? Quais obras da literatura? O que é mais procurado?  O que mais se necessita?). Centros como este são poucos em Macapá. Fica apenas o registro em palavras do local e, em nome do respeito, deixo a informação nos termos de que no dia da visita não deu para ter as impressões como queria. Quem sabe em outra oportunidade! Não duvido da boa disposição de todos por lá... Desejo mostrar, se não der de todas, o mínimo de cada biblioteca em nossa cidade. Ressalto que esta é apenas uma iniciativa de um cidadão em conhecer e divulgar estes centros, visto que a maior parte está na obscuridade... Não represento nada e nem ninguém.
Momento nostálgico, perdoem-me tanta individualidade (assim tenho também construído este blog), termino esta postagem com a imagem de meu último momento como acadêmico na instituição, no dia em que apresentei o TCC no auditório desta biblioteca (janeiro de 2000), onde era frequente e curioso leitor. Poxa, demorei para me formar né! É que descobri que a área de meu maior interesse não era a Enfermagem.
Agradeço a Diretora da Biblioteca, 
Srª Naucirene Corrêa Coutinho Figueredo (Bibliotecária) 
a oportunidade de fazer o registro de algumas imagens do local.

BIBLIOTECA DA UNIFAP. 
MAIS UM IMPORTANTE CENTRO DE PESQUISAS EM MACAPÁ.

Foi referência para esta postagem:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais" (2012)

I ECAAP (2012)
No ano de 2012 (no período de 27 à 30/03) realizou-se o I Encontro de Ciências Ambientais do Amapá. Evento ocorrido na UNIFAP reunindo professores, alunos e profissionais da área, para debater temas de relevante interesse para a Amazônia.  
Na programação, importantes temas foram discutidos, como: "Prática em Desenvolvimento Sustentável", "Novo Código Florestal: Implicações e Vantagens", "Economia Verde", "Saneamento Ambiental", "Impactos de Mudanças Climáticas na Amazônia", etc. Movimento em busca da geração e avanço do conhecimento e desenvolvimento socioambiental no Amapá, e pela consolidação dos profissionais na área de ciências ambientais.  
O evento terminou com o lançamento do "Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais", em 30/03/2012. 
Produção de cunho científico, com objetivo principal de mostrar o resultado de alguns trabalhos  acadêmicos desenvolvidos por alunos e professores em sala de aula. 
São 18 resumos, em 84 páginas, organizados pelo Colegiado de Ciências Ambientais da Unifap e apresentados no I ECAAP. 
Contribuição à sociedade de mais um recurso e ferramenta técnico-científica para a compreensão, elaboração e desenvolvimento de ações socioambientais no Amapá.


UNIFAP (Foto: Rogério Castelo - 30/03/2012)

Sumário

Avaliação da execução do projeto de reabilitação e ampliação do sistema coletor de esgoto de Macapá (AP): ênfase na alocação dos recursos e seus avanços físicos
André Alencar; Benilda Rego; Jacklinne Matta e Alan Cavalcanti da Cunha 

Levantamento de estudos relacionados a recursos biológicos na Área de Proteção Ambiental (APA) do Curiaú - AP
Anne Caroline Silva; Leiliane Silva; Cláudia Funi; Patrick Farias e Sávio Carmona 

Avaliação Comparativa da educação ambiental em duas instituições de ensino público e privado em Macapá-AP
Brenda Letícia Barbosa de Sousa; Carliane Maria Guimarães Alves; Elisete Jardim da Costa; Hyrla Herondina da Silva Pereira; Patrícia Pinheiro Lopes e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha 

Lançamento in natura de esgoto e seus impactos - estudo de caso sobre o Canal do Beirol-AP
Brunna S. Sangel de Oliveira; Cristian C. L. de Oliveira; Ronaldo Ribeiro Neto e Alan Cavalcanti da Cunha 

Implicações da precariedade do saneamento no bairro Igarapé da Fortaleza
Carliane Maria Guimarães Alves; Daiane de Souza Fonseca; Hyrla Herondina da Silva Pereira; Otávio de Oliveira Nascimento; Paula Patrícia Pinheiro Lopes; Ranielly Coutinho Barbosa; Taylane Araújo da Costa e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

A precariedade do sistema coletor de tratamento de esgoto sanitário no município de Macapá-AP e seus investimentos
David Miranda  dos Santos Júnior; Otavio Júnior e Alan Cavalcanti da Cunha 

Análise do aproveitamento de esgoto sanitário para uso na irrigação agrícola do Estado do Amapá
Débora C. Isacksson Lima; Keila P. Cambraia Santos e Priscila N. Freitas Brito

A negligência do sistema de saneamento e a proliferação de problemas: um olhar sobre o bairro do Igarapé da Fortaleza
Éwerton Wanderson G. dos Santos; Brenda Letícia B. dos Santos; Maely de Paula Costa; Marcus Furtado da Silva; Renan João M. Ribeiro; Yara P. Montenegro e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

Análise espacial do sistema de esgoto sanitário de Macapá
Gleise Marreiros de Carvalho; Laila Pinheiro de melo; Larissa Pinheiro de melo e Alan Cavalcanti da Cunha

Qualidade de vida urbana em Macapá: indicadores do Plano Diretor
Larissa Pinheiro de Melo; Laila Pinheiro de Melo; Simone Dias Ferreira e Daniel Gaio

Avaliação simplificada de impactos de obras de esgoto sanitário no bairro Central de Macapá
Leila Célia Braga de Araújo; Lorena Antunes Jimenez e Uanne Campos Marques

Desenvolvimento de malha numérica aplicada à modelagem de dispersão hidrocórica (carapa guianensis - andiroba) em várzea no Amapá
Leiliane P. Silva; Maricélia M. Santos; Argemiro M. Bastos; Marcelino C. Guedes e Alan Cavalcanti da Cunha

Inexistência de desinfecção de efluentes nas etes: o caso de Macapá 
Luan Patrick e Dênis Pantoja

Construção de rede de esgoto sanitário na cidade de Macapá: modalidade ligação residencial / rede central
Marilene do Socorro P. Sanches; Allan da Silva Santos; Natalia dos Santos de Oliveira e Alan Cavalcanti da Cunha 

Identificação dos impactos ambientais decorrentes das atividades das padarias na cidade de Macapá - Amapá
Natália dos Santos de Oliveira; Allan da Silva Santos; Moisés Albuquerque de Almeida e helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

Zoneamento Ecológico Econômico Urbano: a construção de um novo modelo de proteção ambiental
Natália dos Santos de Oliveira; Gleise Marreiros de carvalho; Walber Brito da Silva e Daniel Gaio

A importância dos modelos QUAL2kw na modelagem de poluentes orgânicos em corpos d'água superficiais no Estado do Amapá
Simone Dias Ferreira; Gabriel A. de Castro Dias; Paula Caroline Figueiredo da Conceição e Alan Cavalcanti da Cunha

Análise do despejo de águas residuárias no meio ambiente a partir de tanques de piscicultura em Macapá-AP
Wanderson Michel de Farias Pantoja e Lucas de Sousa Lopes 

 Auditório da Reitoria da UNIFAP -  I ECAAP (2012)
Foto: Rogério Castelo
 Lançamento do Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais
Foto: Rogério Castelo
"... Enfrentar todos estes problemas exige uma abordagem e tratamento multi ou interdisciplinar sem os quais muitos desses problemas correm o risco de não serem adequadamente enfrentados ou solucionados. Alguns desafios ambientais da sociedade pós-moderna exigem, portanto, um debate amplo e a formação de profissionais preparados para lidar com questões tão complexas."
Alan Cavalcanti da Cunha (Apresentação da obra)

O livro pode ser encontrado e consultado no acervo 
da Biblioteca da UNIFAP, em Macapá.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dia do Índio

O Amapá é o primeiro Estado brasileiro a possuir todas as terras indígenas demarcadas e homologadas. As duas grandes reservas existentes estão localizadas no município de Oiapoque e no município de Laranjal do Jarí (8,6% de todo o território estadual).

 Mapa: SEMA-AP

Cada um dos povos indígenas que vivem no Amapá, compõem um grupo étnico formado por descendentes dos históricos grupos de origens diversas, que chegaram em nossa região em diferentes épocas. 

As principais etnias existentes são:

Galibi do Oiapoque
Essa sociedade é proveniente da região do rio Maná, litoral da Guiana Francesa, sua principal característica é o instinto guerreiro. No século XVII lutaram muito contra os índios Palikur e os franceses. Migraram para o Brasil por volta de 1950, estabeleceram-se no baixo rio Oiapoque. De lá para cá mantém-se um núcleo no local, ao mesmo tempo em que muitos filhos cresceram e foram residir fora da aldeia, nas cidades do Oiapoque, Belém, Macapá e Brasília, sem no entanto deixar de visitar seus parentes em São José dos Galibi. Esta aldeia tem uma escola e um Posto Indígena da FUNAI.
Vivem da caça e da pesca, e como fonte de recurso comercializam produtos agrícolas e pequenas embarcações fabricadas na aldeia. 

Karipuna
O povo Karipuna também se formou a partir de várias populações migrantes de diversas regiões, em especial do região do Salgado Paraense. Estas famílias habitam o baixo Oiapoque, precisamente a margem do rio Curipi e são falantes de um idioma do tronco Tupi; utilizam também o dialeto patoá e o português.
Os Karipuna possuem vários pajés em intensa atividade, que realizam curas e dirigem os rituais do Turé, atualmente professam a religião católica em harmonia com as tradições mais antigas, a festa principal é a Festa do Divino.
Vivem da caça, da pesca, da produção de farinha, entre outros e comercializam entre si através do sistema de troca.

Palikur
O povo Palikur é proveniente da região entre o Cabo Norte e a foz do rio Amazonas, denominada em 1513 por Vicente Pizon como “Costa Palicuria”. O século XVII foi caracterizado pela guerra com os Galibi. 
Atualmente os Palikur estão localizados no Estado do Amapá e na Guiana Francesa, no Amapá habitam ao longo do rio Urukaua, situada na bacia do rio Uaçá. Na Guiana Francesa eles habitam em bairros nas cidades de Caiena e Saint Georges e as margens do rio Oiapoque.
Os Palikur são os únicos procedentes da própria região e também os únicos que mantiveram sua língua original.

Waiãpi
O povo Waiãpi origina-se dos Guaiapi que habitavam o baixo rio Xingu no século XVII, cruzaram o rio Amazonas e empreenderam sucessivas migrações em direção ao norte, estabelecendo-se na região delimitada pelos rios Oiapoque, Jarí e Araguari onde vivem atualmente.
Existem também Waiãpi na Guiana Francesa, cuja a língua apresenta diferenças por ter recebido influência de línguas karibe.
O povo Waiãpi mantêm muitas tradições marcadas por grandes ciclos de rituais, como a festa do milho (no inverno), a dança do mel e a dança dos peixes. Dançam mais em momentos de crise para agradar e aplacar “Ianejar” (nosso dono,herói criador),que sempre ameaça destruir a humanidade.

Galibi Marworno
A palavra Galibi designava os índios que viviam no litoral da Guiana Francesa. Este povo constitui-se a partir dos remanescentes de várias etnias indígenas, principalmente Maruane (oriundos da região do Oiapoque) e Aruã (oriundos da ilha do Marajó no Pará).
O povo Galibi Marworno habita as margens do rio Uaçá onde formam a aldeia Kumarumã, como  também os encontramos em duas pequenas aldeias no Km 83 e 92 da BR 156,onde funciona um posto de vigilância e uma outra às margens do igarapé Juminã.  
São grandes produtores de farinha de mandiocas e construtores de embarcações de alta qualidade, feitas sob encomenda.

Fonte:  Apresentação da SEMA-AP (PPT) sobre Povos Indígenas do Amapá (elaborada por Celisa Melo e Marta Brito) - Acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá


A Biblioteca Ambiental da SEMA apresenta também um acervo voltado para as questões indígenas...

...com mais informações e à disposição da comunidade para consultas.
Olha que legal também! 
A Biblioteca Pública de Macapá vai reabrir amanhã (20/04/2012) e lá tem uma sala de cultura afro-indígena  à disposição para nossa visitação e consultas!! 
É um bem público de todos, só ir lá e conhecer!!
Nota do dia 20/04/2012 - A inauguração da Biblioteca Pública foi cancelada hoje por conta do desastre aéreo pela manhã, em Macapá, que vitimou o Deputado Estadual Dalto.

"Brancos. Negros. Indígenas. Orientais. Mulatos. Somos todos iguais. Apesar disso, existem ainda milhares de pessoas que procuram sempre por diferenças entre nós. Talvez porque insistam em ver a todos somente com seus olhos, quando na verdade, deveriam procurar enxergar um pouco mais com o seu coração."
Jackson Trindade

Mais uns quadrinhos... 

Tirinha de Marcos Nicolau, criada em 1980 e publicada na Revista Maria e no jornal alternativo O Furo. Tem como personagem principal o gari “Garibaldo”, cuja temática era a sátira e a contestação do período final da ditadura na Brasil.
 (quadrinho e informação de insite.pro.br). E essa exploração do indígena continua... ih rapaz... tão começando a arregalar os olhos pras terras demarcadas.... só prestar atenção no que tá dizendo esse Novo Código Florestal Brasileiro que tá em votação. Presta atenção...Presta atenção...

"Antes de tudo, o índio precisa de terras. Índio é dono da terra. 
Então, o branco deve respeitar a terra do índio."
Mário Juruna
Quadrinho de Valdeci Carvalho em daviesuasdesventuras.blogspot.com.br
.... E o índio hoje tá High Tech sumano!!

Gripe, entre tantas outras doenças de branco, já estão no catálogo oficial dos chamados programas de índio. O vírus A (H1N1), carinhosamente apelidado "gripe suína", deu o mote para esta HQ que saiu este ano (2009) no "Jornal da Unesp". (Quadrinho e informação de jaogarcia.blog.uol.com.br) Ah... complementando, esta semana foi noticiado no Amapá a confirmação do primeiro caso desta gripe.

 
 
 

Mais uns desenhos de... tchanraaann!!! ... Isabelly Castelo, a desenhista da 
Família CasteLopes e colaboradora deste blog.


"Foram os índios que nos deram um continente para que o tornássemos uma Nação. Temos para com os índios uma dívida que não está sendo paga"
Orlando Villas Bôas


"O índio só pode sobreviver dentro de sua própria cultura"
Orlando Villas Bôas