Aconteceu no dia 08/12/2011 o lançamento de mais um livro em Macapá: "Escravos em Macapá: africanos redesenhando a Vila de São José, 1840-1856" da professora Verônica Xavier Luna.
Verônica Xavier Luna cursou Licenciatura Plena em História na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). É especialista em História do Nordeste pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Concluiu Mestrado em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Criou o Núcleo de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (CEPAP/UNIFAP), como também o Núcleo de Memória Histórica do Amapá (NUMEHAP/UNIFAP). Atualmente leciona as disciplinas: História da América Latina, Teoria da História e História da Amazônia, na UNIFAP.
O evento ocorreu no Centro Franco-Amapaense e contou com a presença de professores, acadêmicos e estudiosos da área.
Finalizando como papagaio de pirata.
Nota de 13/01/2016 - Registro no SKOOB
A cultura negra é significativamente presente no Amapá nas mais
representativas manifestações (como o Marabaixo, Batuque e Festa de São
Tiago) e historicamente foi fundamental para o estabelecimento da
terra e identidade amapaense.
O livro traz uma abordagem histórica limitada pela autora entre os anos de 1840 a 1856, em exemplo dessa influência e representatividade. O período foi marcado por intensa migração de fugitivos da escravatura e desertores do recente movimento da Cabanagem no Grão-Pará (1835-1840); pelo estabelecimento de Macapá como cidade (em 1856) e pela abolição da escravatura na Guiana Francesa (em 1848). Condicionantes de muitas migrações para as terras do Contestado Franco-Brasileiro.
Outros aspectos determinantes na presença e influência afro foram também apresentados, como fatores influenciáveis ao recorte temporal apresentado na obra:
- A formação de Macapá como vila (1752): fato relevante por ser esta a quarta vila fundada no Grão-Pará (que tinha apenas Belém como cidade e as vilas de Cametá, Gurupá e Vigia).
- A construção da Fortaleza de São José de Macapá (1764-1782): realizou-se de maneira faraônica no contexto da vila, ocorrendo uma política arbitrária que requereu e consumiu trabalhadores e suprimentos de várias regiões. Mais de dois mil escravos foram utilizados, sendo o período marcado também por muitas fugas e estabelecimento de mocambos principalmente na região do Araguari.
- Formação da vila de Santana (1753): grande relevância no suprimento de Macapá.
- Formação da vila de Mazagão (1770): marco na política de povoamento das terras do Norte estabelecida pelo Marquês de Pombal, com parte da população vinda da Mazagão africana e um número grande de afrodescendentes, que assumiram a identidade da região posteriormente.
Nesse contexto, vemos histórias da população negra se estabelecendo, citando-se os jogos de interesses diversos entre mocambos, capitães do mato e autoridades governamentais.
O livro traz uma abordagem histórica limitada pela autora entre os anos de 1840 a 1856, em exemplo dessa influência e representatividade. O período foi marcado por intensa migração de fugitivos da escravatura e desertores do recente movimento da Cabanagem no Grão-Pará (1835-1840); pelo estabelecimento de Macapá como cidade (em 1856) e pela abolição da escravatura na Guiana Francesa (em 1848). Condicionantes de muitas migrações para as terras do Contestado Franco-Brasileiro.
Outros aspectos determinantes na presença e influência afro foram também apresentados, como fatores influenciáveis ao recorte temporal apresentado na obra:
- A formação de Macapá como vila (1752): fato relevante por ser esta a quarta vila fundada no Grão-Pará (que tinha apenas Belém como cidade e as vilas de Cametá, Gurupá e Vigia).
- A construção da Fortaleza de São José de Macapá (1764-1782): realizou-se de maneira faraônica no contexto da vila, ocorrendo uma política arbitrária que requereu e consumiu trabalhadores e suprimentos de várias regiões. Mais de dois mil escravos foram utilizados, sendo o período marcado também por muitas fugas e estabelecimento de mocambos principalmente na região do Araguari.
- Formação da vila de Santana (1753): grande relevância no suprimento de Macapá.
- Formação da vila de Mazagão (1770): marco na política de povoamento das terras do Norte estabelecida pelo Marquês de Pombal, com parte da população vinda da Mazagão africana e um número grande de afrodescendentes, que assumiram a identidade da região posteriormente.
Nesse contexto, vemos histórias da população negra se estabelecendo, citando-se os jogos de interesses diversos entre mocambos, capitães do mato e autoridades governamentais.
A obra que deu origem a esse livro tem um curioso subtítulo
"Entre o porteau e o volante", que faz referência ao movimento de
equilíbrio de malabarista. Algo presente na história da população afrodescendente em seu estabelecimento no Amapá.
É um livro revelador e valoroso de História do Amapá, resultante da pesquisa de mestrado da professora Verônica Xavier Luna, apresentada na UFPI em 2009.
É um livro revelador e valoroso de História do Amapá, resultante da pesquisa de mestrado da professora Verônica Xavier Luna, apresentada na UFPI em 2009.
Mais uma publicação importante sobre a História do Amapá. Gostei bastante e pode ser consultada nas principais bibliotecas em Macapá, como a Biblioteca Ambiental da SEMA e Biblioteca Pública Elcy Lacerda.