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segunda-feira, 8 de julho de 2019

Baluarte da luta contra os piratas e saqueadores (Revista O Cruzeiro - 04/11/1950)

Fortaleza de São José de Macapá em reportagem publicada na revista O Cruzeiro, de 04 de Novembro de 1950. O texto é de Jorge Ferreira e as fotos de Roberto Maia.

O FORTE DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ, imponente obra de Portugal na Amazônia, foi inaugurado em 04/02/1782, dezoito anos depois de iniciada a sua construção, que obedeceu ao sistema do famoso marechal francês Vauban. Notem o quadrilátero central com os baluartes se projetando agressivamente nas quinas.
A largura da muralha é fabulosa: 7 homens de braços abertos.
Portão de entrada.
Do lado de dentro, a guarnição portuguesa defendia o local.
Naquele tempo, fazia-se diariamente a ronda extramuros, para evitar surpresas funestas.
O soldado colonial usava farda semelhante a esta, que envergou também 
a Guarda Territorial do Amapá, nos dias de festa no forte.
Portões de ferro como esse eram usados na defesa interna, isolando os baluartes.
A bandeira colonial subia aos céus na ponta 
do baluarte que dominava sobranceiro o rio Amazonas.
Sentinelas postadas nas guaritas dos baluartes velavam pela segurança 
da fortaleza real de Macapá.
O canhão pronto para abrir fogo, os artilheiros se punham a postos,
 cada um a cargo de uma operação.
Munição para os canhões do Forte de São José: petardos redondos de ferro. 
O municiador trazia a bala, amontoada com outras por detrás dos canhões, 
e colocava-a no cano.
O socador, manejado com habilidade e precisão por um dos homens, 
empurrava carga e bala cano abaixo.
O estopim aceso era levado à mecha da espoleta que ia deflagrar a carga,
lançando o projétil.
 Afastavam-se então os artilheiros para evitar 
o choque do recuo do canhão no momento da explosão.
O atirador, porém, permanecia em seu posto.
A carga se incendiava em meio a grande fumaceira.
Por El-Rei e Portugal! Lá vai bala!
E lá vai ela, mesmo. Com tanta velocidade que, de redonda, virou oblonga, como se pode ver no meio da fumaceira que solta o canhão do século XVIII.
Conversa de soldados, à sombra protetora das velhas muralhas, 
um dos bastiões da nossa integridade.
Fortaleza de São José de Macapá, 
bastião da nacionalidade na Amazônia!

Texto da reportagem na íntegra:
Baluarte da luta contra os ... by on Scribd

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Fortaleza de São José de Macapá (Parte 4 - Vídeo Documentos da Amazônia)

A Fortaleza de São José de Macapá, a mais imponente e preservada fortificação na Amazônia. 

Vídeo "Documentos da Amazônia", exibido no Amazon-SAT (1998)Reportagem: José Amoras
Alguns pontos abordados:
- Após 216 anos (vídeo de 1998) o maior monumento militar do país, do Período Colonial, passa por uma restauração completa.
- A Fortaleza de S. J. de Macapá, que jamais foi utilizada para combate, defendeu o extremo norte do Brasil apenas com sua presença.
- No dia 02/01/1764 começou o delineamento do solo e os serviços preliminares. No dia 29/06 do mesmo ano foi lançada a pedra fundamental do forte, que ainda hoje pode servir de abrigo contra ataques aéreos ou terrestres.
- Entre os séculos XVII e XVIII os portugueses trataram de defender as terras brasileiras em pontos estratégicos. A solução foi construir monumentos como a Fortaleza de São José. Esta construção durou 18 anos e aconteceu no período entre 1764 e 1782.
- A demora não foi pela grandeza da obra, mas pelos problemas encontrados. Apesar da boa vontade do governador Athayde Teive, Henrique Gallúcio e outros oficiais, a falta de mão-de-obra e a escassez de material de vez em quando fazia parar tudo.
- Um grande número de índios das aldeias mais próximas foi utilizado para o trabalho, mas eles eram perseguidos pelas doenças e oprimidos pelo rigor da disciplina militar. Assim que tinham oportunidade fugiam das pedreiras e muitos acabavam morrendo.
- O trabalho continuou através dos escravos africanos, o negro era mais submisso ao cativeiro e mais resistente aos maus tratos e à péssima alimentação. Os índios fugiam muito e nas matas era difícil apanhá-los, os negros quando fugiam não iam longe e deixavam-se prender facilmente.
- O falecimento de D. José I fez com que a obra parasse durante quase 06 anos.
- O engenheiro H. Gallúcio não viu terminada a sua obra. O clima quente da região e os trabalhos fatigantes aruinaram-lhe a saúde. tentou várias vezes obter licença do trabalho, mas comandantes e governadores negavam-lhe o pedido, julgando indispensável sua presença em Macapá. O autor do projeto faleceu 05 anos depois do início das construções, além deles, ninguém conhecia plantas, estudos e desenhos sa Fortaleza. 
- Grandes blocos de pedra foram extraídos do Rio Pedreira e colocados um sobre o outro  em harmonia e alinhamento. 
- O projeto de Gallúcio era o que havia de melhor em matéria de fortificação defensiva baixa e rasa. Periodicamente eram enviados à Portugal relatórios sobre a construção acompanhados de plantas.
- Por volta de 1766 começaram a chegar os canhões de Portugal. Quando Henrique Gallúcio faleceu já estavam montados 62 canhões.
- Na fortificação funcionavam dois alojamentos de oficiais, uma capela, a casa do comandante, 03 armazens de de munição, um hospital e dois alojamentos da tropa.
- Observando de cima o forte tem formato de uma estrela de quatro pontas.
- No centro foi construído um fosso para escoamento da água das chuvas, havia também uma ponte que fazia a ligação com a parte da frente.
- São 04 baluartes: São José, Madre de Deus, São Pedro e N. Srª da Conceição.
- O quinto baluarte seria construído na direção norte da cidade, mas quando a edificação ia começar já não havia a necessidade. Ingleses, franceses e holandeses, percebendo que não ganhariam nada por aqui, acabaram com as tentativas de invasão.
- Antes de ser inaugurada a Fortaleza apresentava graves defeitos de construção. Grandes fendas foram detectadas no Baluarte de São José (construído sobre um terreno pantanoso), pouco a pouco as obras complementares foram sendo concluídas até que em 1782, em 19/03 (Dia de São José), o monumento foi inaugurado.
Fortaleza em foto antiga.
Este vídeo pode ser encontrado na Videoteca 
da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

Veja também:

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Macapá e suas ruas (Av Coaracy Nunes) - Parte 2

Seguindo a proposta de fotografar as ruas de Macapá, aí estão mais algumas imagens da Av Coaracy Nunes. Registrei estas no início de agosto e esperava somar com outras imagens aéreas da avenida no trecho comercial. Objetivo nem sempre possível de alcançar (é muito frustrante não conseguir registrar vendo algumas possibilidades tão boas...). Mas, enfim, vou fotografando o que for viável, como contribuição inspirada nas fotos antigas da cidade, que hoje são muito importantes para o estudo e ilustração da história (julgue você se afinal são de alguma importância estas imagens)

Trecho pós-cruzamento com a Rua Odilardo Silva, no Centro.
Trecho pós-cruzamento com a Rua Odilardo Silva (imagem aproximada).
Trecho antes do cruzamento com a Rua Odilardo Silva.
O Sr Aloisio Cantuária me passou algumas informações de cunho histórico (via facebook) que resolvi compartilhar. Veja aí as informações: 
"Antes da denominação atual, a via recebia o nome de Avenida Aires Chichorro. Aires de Sousa Chichorro foi capitão-mor (um administrador colonial português) da Capitania do Grão-Pará nos seguintes períodos: de 9 de novembro de 1638 a abril de 1639, de 10 de janeiro de 1648 a julho de 1649, de junho de 1650 a 1652, e de 9 de setembro de 1654 a dezembro de 1655." (Fonte: Wikipedia). 

"Aires Chichorro foi também contemporâneo do capitão Pedro Baião e Feliciano Coelho (sobrinho de Mendonça Furtado) na luta pela posse da região de Macapá contra ingleses e franceses, antes da fundação da Fortaleza de São José.

"Lembro de, ainda garoto, ter visto a placa com esses nome, grafado como Ayres Chichorro, na parede de um estabelecimento comercial localizado na esquina da rua Cândido Mendes com a avenida Coracy Nunes (onde já funcionou a Casa Beiruth N'América). A prefeitura mudou (desconheço a data) a denominação da avenida no embalo das homenagens feitas ao deputado Coaracy Nunes, morto em acidente aéreo em 1958."
O cruzamento com a Rua Odilardo Silva.
Trecho pós-cruzamento com a Rua Eliezer Levy, onde está localizado o Hotel Rio Mar
(Registrei algumas imagens aéreas nesse prédio, veja no link ao final da postagem)
Trecho pós-cruzamento com a Rua General Rondon.
Trecho pós-cruzamento com a Rua General Rondon.
(Dá para perceber edificações em verticalização no Centro)
 
... E mais uma vez o início da avenida, na interceptação com a Rua Binga Uchôa.
Dá para imaginar que, até próximo a este baluarte, se estendeu em décadas passadas a Doca da Fortaleza! Conheço até história de menino que foi ferroado por arraia nesse ponto (leia-se um de meus tios). Banalidades... Banalidades... Mas que não dispenso de ir divagando!!!! Ara! Tudo se soma em minha mente na visualização de uma Macapá de outrora...
 Macapá que amo, conhecedor de seus pontos positivos e negativos, 
onde vivo e que quero conhecer cada vez mais!

Te conto e mostro depois algo mais 
do que for fotografando e descobrindo!

Veja também:

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Herivelto Maciel (Artista Plástico - Parte 1)

Herivelto Brito Maciel é um renomado artista plástico amapaense, com obras  expostas e premiadas em eventos nacionais e internacionais.  
"Doca da Fortaleza"
Suas composições mostram a beleza cênica do estado e fazem também um passeio em representações históricas, com técnicas em resinas da mata (como o açaí) e com pirogravuras. 
"Alvorecer"
Destaque para as premiações na composição dos Brasões de Armas do Estado do Amapá e do Município de Macapá,  vencidas em concursos e hoje patrimônios do Governo do Estado e da Prefeitura.
Também é autor de telas que ilustraram capas de livros, revistas e listas telefônicas.
 "Paisagem" e "Baluarte de São José"

" A obra de Herivelto está enraizada  na Amazônia. O pintor traçou riscos e absorveu a paisagem dos estirões, sentindo a necessidade de retratar unicamente o homem, seu modo de ser e de se identificar com o ambiente em que vive...  O resultado surpreendente do trabalho é fruto de longa pesquisa. E o açaí, o açaizeiro e a mão do artista não dissimulam a textura que dá à criação todo um universo cargueado de lamentos e murmúrios, encontrados em cada canto da Floresta Amazônica ou em qualquer rua da cidade."  (FERNANDO CANTO)
"Revoada no Bailique"
"Foz do Rio Araguari"
"Crepúsculo em Calçoene"
Um grande artista da Amazônia. 
Atualmente funcionário público como Arte-Educador no Amapá.
"Combate" - Pirogravura e resina de açaí
" Herivelto explora, em algumas peças, resíduos da floresta, dentre eles, escamas de peixes, ossos e dentes de animais silvestres. Os produtos são utilizados em assamblagens e construtivismos e resinas vegetais de piperaceas e bixaceas não condimentadas da Amazônia, como urucu, açaí, tucumã, jenipapo, banana"
(Assembléia Legislativa do Estado do Amapá - Departamento de Comunicação)
"Tucano"
"Búfalos do Curiaú" - Esses painéis em pirogravura são incríveis, na imagem não se vê, mas de perto  percebemos uma riqueza de detalhes em cada traço pirogravado. Um trabalho minucioso nos pequenos traços da boca, olhos e chifres... fico imaginando a quantidade de horas dispensada para isso.

 "Paisagem em Monocromia" 
"A obra de Herivelto é uma incursão no labirinto das personagens maltratadas do universo amazônico em desencanto. Ela fala de um mundo concreto que transpõe o Realismo, o Figurativismo e o Expressionismo. Um mundo onde seus pincéis não calem diante da expropriação dos valores socioculturais de uma região que herivelto aprendeu a amar" (OSVALDINO RAIOL)
Grande quadro de Herivelto no Museu Sacaca, em Macapá.
Em 28/11 Herivelto fez uma exposição na Assembléia Legislativa do Amapá, em um evento conjunto com o lançamento do livro de César Bernardo de Souza. Uma rica oportunidade de conhecer e ver um pouco de suas obras, todas com a temática amazônica. O folder, a seguir, foi distribuído na ocasião.


Fontes de consulta para a postagem: 
- Folder Herivelto (Exposição em 28/11/11)

Veja também:

segunda-feira, 19 de março de 2012

A Fortaleza de São José de Macapá (Parte 5 - Vídeo 230 anos em 2012)

É hoje o aniversário de 230 anos 
do mais emblemático monumento histórico
do Estado do Amapá.
Foto: Rogério Castelo
Reportagem de Evandro Luiz exibida no "Amazônia TV" em 17/03/12

Os pontos abordados foram:
  • A Fortaleza de São José é a maior edificação militar portuguesa do Período Colonial.
  • Foi construída para defender as terras brasileiras da invasão dos inimigos pela foz do Rio Amazonas.
  • Serviu também para para reabastecer com alimentos e munição os aliados.
  • Foi edificada com uma praça central, baluartes pentagonais, alojamentos para militares, armazém, hospital e a Capela de São José.
  • A edificação se tornou o principal monumento histórico do Amapá e atrai visitantes de diversas partes do país.
  • Recebe em média 3.500 turistas por mês.
  • Na época da edificação o trabalho pesado foi realizado por índios e negros (mão de obra escravizada), eles eram responsáveis pelo transporte e beneficiamentos das pedras naturais utilizadas na construção das muralhas, na produção de telhas e tijolos.
  • O Forte foi edificado em alvenaria de pedra e cal na margem esquerda do Rio Amazonas. 
  • A obra teve início em 1764, mas foi inaugurada ainda incompleta em 19 de março de 1782.
  • Em 1950 foi tombada pelo patrimônio histórico nacional.
  • No início da década de 1990 teve início o processo de revitalização.
  • O monumento ganhou mais destaque na paisagem urbana de Macapá e a população ganhou um novo espaço de lazer (Lugar Bonito)
"Um povo sem passado é um povo sem história 
e a Fortaleza é nosso maior baluarte"
(Depoimento no vídeo)
 
 
 
 Fotos: Rogério Castelo

Mais informações em: