As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)

As ressacas no Amapá oferecem amplo campo para pesquisa e discursões sobre as melhores formas de preservação. 
A educação ambiental é pedra fundamental para esclarecer essas questões. 

Nesta  publicação, elaborada pelo núcleo de educação ambiental da SEMA-AP, no ano 2000, encontramos aspectos importantes que devem ser tratados e compreendidos por todos para a preservação desse patrimônio natural. 



Apresenta os seguintes aspectos:
- O que é Ressaca?
- Por que proteger as Ressacas?
- A ocupação da Ressacas e os problemas socioambientais que causam
- Quais os problemas socioambientais que ocorrem?
- A Lei Estadual de proteção das Ressacas
- O melhor uso para as Ressacas
- Ação coletiva em defesa das Ressacas

Se você se interessou por esta obra, pode também ser uma boa fonte de consultas o folheto "Ressacas, por que protegê-las?", que é uma edição revisada e ampliada do folheto, elaborada por técnicos da SEMA-AP, com 24 páginas e publicada em 2006. Está disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP em Macapá.

O Sumário mostra:

1) O que são Áreas de Ressaca?
2) Bacia Hidrográficas
3) Bacia Hidrográficado Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú:
4) Funções ecológicas das Áreas de Ressaca:  Habitat para reprodução de espécies aquáticas / Equilíbrio térmico das cidades / Cenário natural paisagístico
5) Ocupação das Ressacas: Consequências
6) A Legislaçãos sobre Ressacas
7) Aproveitamento sustentável
8) Como proteger as Áreas de Ressaca
9) Ciclo Hidrológico

Para mais informações consulte o acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. Esta e outras obras estão disponíveis para consultas.


Veja também:
- Macapá e suas Ressacas
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Macapá e suas Ressacas

Uma cidade cercada de lagos, assim era Macapá de outros tempos. Essa terra tucuju que, em suas características mais marcantes, tem as ressacas como ambiente natural em sua paisagem.  Outrora locais bonitos e preservados, hoje um número reduzido e ainda vítimas da destruição de uma cidade em crescimento. 

Veja uma nota do Dr. Carauta sobre visita que fez ao lago do Pacoval em 1960. O texto foi exctraído do livro "Ressaca: Ecossistema Úmido Costeiro do Amapá" da Bióloga Norma Crud Maciel e nele observamos a riqueza encontrada pelo pesquisador.....em  uma Macapá de outros tempos.
"Revendo o caderno de excursões, encontrei referências a duas idas ao Pacoval de Macapá - uma em 4 II 1960 e outra em 7 II 1960.
A Lagoa do Pacoval era magnífica, com muitos buritis e presença de maracanãs e patos (que são vendidos nos arredores, vivos e mortos). A água estava quase coberta de "LINHEIRA", parecida com arroz, assim como EILITHORNIA, HELICONIA, GRAMÍNEAS  e outras plantas aquáticas. Quando fui sozinho me alertaram para tomar cuidado com as sucuris. Na mata de várzea vi URUCU, AÇAÍ, ANINGA, BACABEIRA (palmeira), IPOMOEA, CECROPIA e várias leguminosas. Era um verdadeiro paraíso ouvindo-se a sinfonia da fauna aérea, aquática e terrestre. Herborizei algumas plantas que foram posteriormente depositadas no Museu, digo, no Herbário do Museu Nacional. Tirei algumas fotos e, no dia 9, retornei ao mesmo local, para admirar a mais bela paisagem que vi na Amazônia até hoje. Não fossem os ataques de carapanã, o paraíso seria perfeito, mas afinal eles precisavam de sangue. Às margens da lagoa vi também muitos AMARANTHACEAE, COMPOSITAE, CYPERACEAE, NYMPHARACEAE. Chamava a atenção a SOROROCA de inflorescências alanranjadas (MUSACEAE) com formigas vermelhas."

Nota do DR. Carauta em 16/08/1960
Foto: Ressaca Anos 60 (provavelmente no Pacoval)

Essas áreas alagadas são chamadas aqui de ressacas e grande parte delas sofreu processo de ocupação e destruição. A população que ocupa essas áreas não o faz porque quer, mas por falta de alternativas.  Segundo a pesquisadora Ivone Portilho,  doutora em geografia pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), a ocupação é resultado de processo de intensa migração, aliado a falta de oportunidades de moradia e de trabalho.
FOTO: Ocupação desordenada de ressaca (Arquivo da SEMA/AP)
 
Fotos de Sara Neri (Ocupação de ressacas)
Triste realidade para quem vive nestas áreas, expostos a sérios agravos a saúde, em condições precárias de vida e, se já não bastasse...convivendo com a violência.
Triste ambiente, que perde suas características de importante ecossistema, deixando de ser refúgio e criadouro da vida silvestre,  para tornar-se um grande esgoto e foco de doenças.
Triste da sociedade que, desesperançosa de mudanças, atira-se as mais ínfimas oportunidades em busca do que chamamos sobrevivência.
As cidades de Macapá e Santana (principais e maiores centros urbanos do Estado) estão permeadas por ressacas que formam as bacias hidrográficas do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiáu. O crescimento das cidades tem gerado a destruição de boa parte desse ecossistema.

FONTE: SEMA-AP (2007)
Entender a importância e consequências das ressacas 
é fundamental então para a preservação. 
      Fotos de Sara Neri (Ressacas)
Vemos seu valor e o quanto precisam ser presevadas nas seguintes funções:
  • refúgio e criadouro natural de várias espécies (fauna e flora), que se reproduzem nas ressacas;
  • escoadouro natural das águas das chuvas (formam uma rede de canais que coletam e direcionam as águas das chuvas para os rios);
  • contribuem para o equilíbrio térmico nas cidades (formam corredores naturais de ventilação, amenizando o clima equatorial de nossa região);
  • tem um grande potencial econômico, que pode ser explorado pelo turismo.
 
 Fotos de Sara Neri (Ressacas)

A seguir alguns materiais de educação ambiental da SEMA-AP.
Cartaz da SEMA-AP
Folder da SEMA-AP
Mais informações sobre as RESSACAS podem ser encontradas na Biblioteca Ambiental da SEMA-AP, que apresenta amplo acervo sobre o assunto.

A biblioteca está localizada no prédio da SEMA, na AV. Mendonça Furtado - Nº 53 / Bairro Central, atrás da Igreja de São José.

Conheça nossas bibliotecas!
Preserve as ressacas!

Veja também:
- Ressacas, porque protegê-las (Folheto SEMA-AP/2000)
- Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

domingo, 1 de maio de 2011

A Igreja de São José de Macapá

É o monumento mais antigo da cidade, 
sua construção data do século XVIII.
Observamos a simplicidade dos traços da igreja, com duas janelas e uma porta na frente (nesta foto antiga, a igreja ainda conservava a arquitetura original). A época era dos lampiões, como se vê ao lado esquerdo. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá
Mendonça Furtado   
Fundador da Vila 
de São José de Macapá
A origem da Igreja está ligada à origem da própria Vila de São José de Macapá, fundada pelo então governador da Capitania do Grão-Pará, FRANCISCO XAVIER DE MENDONÇA FURTADO, em 1758.
Estabelecida a Vila, ao mesmo tempo foi criada a paróquia do mesmo nome, pelo Bispo FREI MIGUEL DE BULHÕES e lançada sua pedra fundamental, pelo primeiro vigário da paróquia Padre ÂNGELO DE MORAIS.  
Antigos prédios na atual Av. Mário Cruz, entre Ruas Cândido Mendes e Binga Uchoa, vendo-se a Intendência à esquerda e a Igreja de São José aos fundos. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
As plantas da Igreja foram traçadas pelo sargento-mor MANOEL PEREIRA DE ABREU e aprovadas pelo engenheiro ANTÔNIO JOSÉ LANDI, que acompanhava o governador da capitania, em seus trabalhos de demarcação do espaço português, na região.  
Aspecto da Igreja de São José de Macapá e do primeiro Coreto da Praça da Matriz, em madeira. Notam-se as alterações na estrutura arquietônica referentes às janelas e porta da frente. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)

A inauguração da Igreja foi em 06 de março de 1761 e sua construção é um exemplo do estilo de arquitetura que os jesuítas trouxeram da Europa, ainda no século XVI. Algumas modificações, na estrutura do prédio, foram realizadas após a chegada dos padres do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras), em 1948.
(Foto: Rua São José e antiga Casa do Padres / Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Foto: alcilenecavalcante.com.br
A localização da Igreja está no que seus antigos moradores chamam de “Beco do Formigueiro”, pois, na época em que Macapá era apenas um povoado, lá existia um imenso formigueiro. Acredita-se também que o "Formigueiro" tem esse nome por ter concentrado um aglomerado de casas, todas muito próximas umas das outras, um verdadeiro formigueiro.  

 Foto do porta-retrato-ap.blogspot.com e pintura de Olivar Cunha

Arraial da Festa de São José
(Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Praça Veiga Cabral, em frente à igreja. (Foto do alcinea.com) 
Vista da Pedra de Manganês na Praça Veiga Cabral. No lado direito da igreja encontramos a Biblioteca Pública e do lado esquerdo uma livraria que tem publicações da Editora Paulina e artigos religiosos. (Foto: Rogério Castelo)
Foto: Rogério Castelo
Devido a religiosidade do povo amapaense, não se concebe Macapá sem a sua tradicional Igreja de São José, campo de ação catequética do missionário padre Júlio Maria Lombaerd entre 1913 e 1923, a princípio com coadjutor, depois como vigário definitivo. Seu interior é todo pintado de branco, o estilo arquitetônico é o inaciano. A igreja leva o nome do santo padroeiro da cidade, nela realiza-se a maior festa religiosa, em 19 de março, dia de São José, com missas, ladainhas e outros rituais católicos. Em volta da igreja monta-se barracas para o arraial com leilões e venda de doces. O atrativo não consta na programação das agencias de viagens, sendo visitado freqüentemente pela população do município nos dias de celebração de missas.

Foto: Maycon de Azevedo
(Fé do povo)
Em razão da igreja não conter tantas pessoas, foi construída uma nova catedral no terreno em frente ao cemitério da Conceição (Centro). A inauguração foi em 19/03/2006 (Dia de São José) e reuniu cerca de três mil pessoas. As obras da igreja foram iniciadas em 1996 e contaram com a contribuição financeira do Governo do Estado, de empresas e fiéis. Destaca-se na construção uma enome estátua de São José (devoção dos católicos) e um cruzeiro onde se situam os sinos. A igreja é ampla e ocupou todo o terreno até então ermo.
Foto antiquíssima do terreno onde foi costruída a nova catedral. Observamos que a cidade concentrava-se nas adjacências da Igreja e Fortaleza. (Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá)
Nova Catedral. No detalhe, o cruzeiro onde foram instalados os sinos (Foto: Sandra Lima)
Estátua de São José em frente a igreja - símbolo de devoção. (Foto: Sandra Lima )
Que bom se todos nós voltássemos a Jesus Cristo:
O CAMINHO, AVERDADE E AVIDA.
Foto: Rogério Castelo
Fontes consultadas:

sexta-feira, 29 de abril de 2011

NOTAS DO AMAPÁ - SEMA lança campanha de controle do caramujo-gigante no dia 29

Ilustração: humornanet.com
O Secretário de Meio Ambiente Paulo Figueira palestrou na Assembléia Legislativa do Amapá (dia 26) e falou da preocupação que tem a Secretaria de Meio Ambiente com a proliferação em larga escala do caramujo africano gigante em nosso estado.
É um molusco nativo do leste nordeste da áfrica sendo considerado uma verdadeira ameaça no meio ambiente. Esses moluscos tem comprovado sua ação nociva, pois rapidamente estabelecem populações em vida livre e se tornam séria praga agrícola, comprometendo (juntamente com os desmatamentos) na redução da biodiversidade do ecossistema. Na região amazônica, em especial no Amapá, a preocupação é ainda maior, pois o caramujo africano pode competir com a fauna nativa e causar desequilíbrio ecológico. Estudos já registram a existência de mais de 500 tipos de plantas que são devoradas por este molusco e  ocorre a transmissão de doenças (Angiostrongylus costaricensis e Angiostrongylus cantonensis) quando o verme se aloja no sitema nervoso central dos pacientes.

Fonte: Jornal dos Municípios do Amapá de 28/04/2011

Esta praga faz com que o cidadão fique exposto a perigos de sérios danos a saúde e meio ambiente, ao ver este alienígena rastejante se espallhar  por todos os cantos...progressivamente e, principalmente, vitoriosamente - como um exécito de destruição ambiental e pavor.
Diante de razões como esta, A SEMA-AP inicia a CAMPANHA DE CONTROLE DO CARAMUJO  GIGANTE AFRICANO no dia 29, juntamente com outros orgãos estaduais - em uma ação educativa na APA da Fazendinha - sobre as atitudes adequadas de combate. A informação e ação conjunta -  sociedade civil e poder público - continuam a ser a principal ferramenta para a disseminação de boas práticas de educação ambiental.  
Vá de retro caramujo!!!!

     Folder da SEMA-AP 2011 (Clik na imagem para ampliar)

Cartaz da Campanha (SEMA-AP 2011)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

LENDAS DO AMAPÁ - A família do boto tucuxi

Ilustração de Honorato Júnior
A cabocla estava doente, muito doente. Desde as primeiras semanas de gravidez ela já sabia que a criança em seu ventre corria o risco de não conhecer o mundo. Já havia tentado de tudo medicou-se com ervas e chás, mandou benzer e puxar a barriga e até mesmo tomou a beberagem que a mãe de santo lhe deu, sem perceber qualquer resultado.
"É um caso perdido", diziam os moradores da Ilha de Santana, consternados com o sofrimento da mulher que se retorcia em dores terríveis. Mas sua dor maior estava na alma. Era a dor de estar perdendo a criança a cada dia que passava. A cabocla nem mesmo tinha certeza de que ocorrera a gravidez. Tudo parecia irreal, como um sonho. Ela lembrava da festa, da música romântica que subitamente a transportou ao trapiche, caminhando devagar, sonolenta, embriagada. A mulher lembrava que ali a esperava um homem alto, muito bonito e perfumado, trajando paletó branco e chapéu de carnaúba. Esquisito agora que pensava nisso, descobrir que em nenhum momento ele tirava o chapéu, nem mesmo para cumprimentá-la. Fizeram amor sob a luz do luar e dormiram araçados, ouvindo o barulho das ondas batendo no cais. Acordou com um imenso gosto de mar na boca e uma certeza: estava grávida.
Desde muito cedo ela também descobriu que seu filho não teria grandes chances de nascer. Era estranho, no entanto, que embora não tenha visto o pai da criança, lembrasse dele com perfeição, os olhos de um azul muito profundo, cada vez que olhava para o mar. Ela também percebeu que quando se aproximava das águas, a dor cessava quase que por encanto e uma paz muito profunda se apossava de sua alma. E era então que a cabocla sentia como se lhe afagassem o ventre, ninando a criança  fazendo-lhe mil promessas de amor.

Boto Rosa (Na Amazônia chamado de boto vermelho)
Boto Tucuxi
Um tema de muita influência na Amazônia, sendo encontrado em filmes, animações, teatro, escultura, desenho, pintura, livros, música e festividades, além de crendices miraculosas para se tornar um Dom Juan... Peraí, esta última não é digna de perpetuação, pois para isso há quem queira o @#%*# do coitado do boto! Pior que muita gente acredita...

A gravidez contiuava. O ventre crescia e junto com ele a preocupação da cabocla. Já havia consultado um médico na capital e sido informada de um problema no útero, que não lhe permitiria ter o filho sem grandes riscos de vida. Foi só quando faltavam poucos dias para dar a luz que a mulher descobriu.
Leitura Recomendada
Lembou-se das histórias de um moço muito bonito e muito louro que aparecia nos trapiches, conquistando moças virgens e deixando um filho no ventre delas. Mas a cabocla sabia que desta vez seria diferente. Quando sentia as dores do parto, alguma coisa a fez olhar pela janela. Foi quando viu o moço, envergando um fino paletó braco, de pé na cabeça do trapiche.
A cabocla não se assustou. Levantou-se da cama e foi ao encontro de seu amado. As dores, como que por encanto, desapareceram por completo. Uma estranha força, como um calor, penetrou em seu ventre, levando saúde ao bebê.
A cabocla continuou a caminhar até perceber que a maré tinha subido e lhe tocava os pés. E todos na casa viram quando a cabocla, carregando a criança no colo e acompanhada de um moço muito bonito e vestido de branco, atirou-se no rio.
O boto tucuxi voltou para buscar sua família
         
Texto do livro "Mitos e Lendas do Amapá" de Joseli Dias

Cartilha de Educação Ambiental do Amapá (HQ DA OAB-AP)

Macapá, és cidade tão pequena.... Que bom se todos tivessem o pensamento coletivo de desenvolver hábitos saudáveis para o bem estar de todos.  Não é preciso muito esforço, um pouco de consciência mais atitude e grandes coisas acontecerão. Claro que em um panorama onde as autoridades administrativas cumpram decentemente seu papel. Para isso é fundamental o conhecimento das boas práticas da educação ambiental, no âmbito coletivo e individual, do cidadão e dos governantes. 
Nesta publicação da OAB-AP de 2007, temos uma ferramenta educativa de sensibilização às boas práticas. O compromisso de todos é necessário para melhorar a qualidade de vida neste planeta e por todos os cantos desse Estado.

Igarapé das Mulheres (Osmar Júnior)

Igarapé das Mulheres 
(Osmar Júnior)

O tempo leva tudo
O tempo leva a vida
Lá fora as margaridas fazem cor
Eu lembro a alegria,
Boiar naquelas águas
E ver as lavadeiras lavando a dor

E lavavam a minha esperança perdida,
De crescer lá no igarapé
E lavavam o medo que tinha da vida
E agora o meu medo o que é?

A minha nave, um tronco navegava
As estrelas, entre as palafitas
E as lavadeiras
Nas minhas aventuras, poraquê
Pirara, piranha peixe-boi, boto igára

E lavavam a minha paixão corrompida
As mulheres do igarapé
As Joanas, Marias, Creusas, Margaridas,
Lavarão o que ainda vier