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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Base Aérea de Amapá (Parte 1)

Texto publicado na "Revista Cultura Agora" (Ano 1 - Nº 1 - GEA/SECULT).
"Amapá guarda ruínas da base militar americana que defendeu o Atlântico"

Situada a 306 quilômetros da capital Macapá, e a nove quilômetros da sede do Município do Amapá, a base aérea (construída pelos Estados Unidos em plena Amazônia durante a 2ª Guerra Mundial) está há muito  tempo esquecida  e abandonada pela administração pública.
Ainda existem os prédios onde funcionavam os alojamentos, refeitórios, padarias, paiol (onde eram armazenadas as bombas), e residências para alojar o pessoal militar não só da FAB, como também da força aérea-americana, mas tudo está em ruínas. 
Foto: Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá
Nos anos 40 a Base Aérea Norte-americana transformou a realidade da pacata localidade de Amapá. A construção serviu para abastecer aviões que iriam combater as tropas do eixo, na guerra. Registros da Aeronáutica indicam que pelo menos 21 aviões pousaram na cidade do Amapá durante viagens até Natal (onde havia outra base).
Os alojamentos receberam aproximadamente 2 mil militares em vários períodos. No rastro deles, chegaram prestadores de serviços diversos, o comércio floresceu e surgiram inúmeras fazendas de gado. A população local cresceu com as promessas de emprego numa fronteira do país ainda inexplorada.
Um dos marcos mais importantes desse tempo, ainda hoje de pé na base do Amapá, é a torre de atracação de dirigíveis - pequenos zeppelins, chamados de "blimps", que faziam a patrulha anti-submarina e a escolta de navios no Atlântico. No Brasil, os americanos tinham 16 "blimps", divididos em quatro esquadrões, um deles com atuação no Amapá. Em fevereiro de 1944, na costa amapaense, esses dirigíveis resgataram sobreviventes de dois aviões B-25 acidentados na selva.  
Foto da Revista Cultura Agora (2011)
Os trabalhos de construção da Base Aérea de Amapá tiveram início em 1941. Após a guerra, em 1946, foi desativada e passou às mãos  da Força Aérea brasileira (FAB), que montou ali o Centro Aéreo de Treinamento. Com, a saída dos estrangeiros, a região entrou em decadência, passando a ser refúgio de garimpeiros que até hoje exploram ouro nos rios encachoeirados das redondezas.
O empenho em transformar a base do Amapá em pólo cultural, para receber visitantes de várias partes do país e até do exterior faz sentido, tendo em vista que a rodovia que corta o município é rota para a Guiana Francesa.
Foto da Revista Cultura Agora (2011)
Veja mais algumas fotos da Base Aérea no Município de Amapá (GEA / 1998) 

 Casa de Força
 Torre com farol e uma das várias torres que operavam
 Paióis de Munição
 Sucatas de carro de bombeiro, jipe e trator
Estação de tratamento de água, poço e cisterna de abastecimento 
 Barcaça motorizada que transportou materiais para a construção da Base Aérea (materiais vindos de navios e transportados pelas barcaças no Rio Amapá Grande)
Antiga Estação de Rádio da Marinha Americana
 Sucatas de jipe e basculante
 Sucatas de carro de bombeiro
Transformador (vendo-se ao fundo alojamentos de oficiais) e Casa de Força 
Respectivamente: Antigo alojamento (funcionou depois como capela para a população residente na área da base) e Antigo almoxarifado. 
 Antiga Estação Transmissora e Residência do Operador.
Escritório da Marinha Americana.
 Locais do cassino, cinema e salão de danças.
 Casa de bomba d'água e tratamento com filtro.
Local onde funcionou a carpintaria da base.
Locais do antigo refeitório, frigorífico e cozinha.
Antigos alojamentos (depois serviram como residência de posseiros)
 Estação de tratamento de água.
 Casa de Hidrogênio (Sondagem).
Forno crematório (para queima de lixo).
 Antiga lavanderia (depois residência de posseiros)
Local onde funcionou antigo Posto Médico da Marinha Americana.
Bases das antigas torres transmissoras.
Torre de atracação do Zepelim.

 Edificações da Base Aérea de Amapá


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