Nossa atenção deve estar sempre atenta ao presente: construindo, sendo feliz e plantando boas sementes para o futuro. Disso resultam coisas que ficam marcadas em nossa história como bons e felizes momentos, que também são edificantes em períodos de introspecção ao renovar forças em reflexões ou inspirações. É o que me acontece quando vejo antigas fotos do meu tempo de estudante em Serra do Navio... Saudosas lembranças que resolvi compartilhar um pouquinho. Coisas de menino, estudante naquela vila no final dos anos setenta e início dos anos oitenta. Fui feliz naquele local e essa nostalgia é sempre muito agradável e vivificante. Afinal, como dizem: Recordar é viver!!
No pré-escolar... |
Ih!! Olha o sujeito aí... Sempre sério!!! Esse foi um período muito bonito em minha vida. Estava no pré-escolar, naquela turma do short vermelho. Na real, aquela escola proporcionava uma educação de primeira, o aluno já chegava na 1ª série escrevendo e também dominando as operações básicas na matemática. Os laços de amizade eram grandes, pois todos eram vizinhos e as turmas continuavam quase sempre com os mesmos alunos. Lembro de aventuras em que me metia na hora do recreio (que intervalo que nada, isso era para os mais velhos). Havia um parquinho na escola, onde fazia minhas estrepolias, e ficava a namorar as meninas em meus primeiros ensaios platônicos. Ah! Que graça era ver a Roberta, a Leonor ou a Patrícia... E outras igualmente bonitas! (Não... mais apaixonado!).
Foto ilustrativa da área de recreação na escola. Retirei do Relatório "O Manganês do Amapá", da ICOMI/1973. A imagem parece ser mais antiga que o ano referenciado. |
Na 1ª série... |
Lembro de uma bambuzal na escola, playground para a garotada, onde fazíamos duelos tipo capa e espada, inspirados nos mosqueteiros e zorro dos livrinhos, revistinhas e filmes... ou ainda no Pedrinho do Sítio do Pica-Pau-Amarelo, sucesso exibido nas sessões televisivas no Manganês Clube ao final das tardes. Uma lembrança viva que tenho também, de quando estudei até a 3ª série, era o pique que a molecada dava até suas casas na hora do recreio, para dar aquela merendada...
Fotos retiradas da net. Entenda ou não quem quiser. São fragmentos de lembranças.
Eu
morava perto, na BC-8, e era rápida minha saída da escola no recreio. Mas tinha colega que
corria para bem mais longe, retornando, às vezes, com uma folha
pendurada no elástico do short... Era a famigerada dor de veado! Os
que não faziam isso, tinham suas lancheiras recheadas e ainda era
possível comprar umas roscas doces no pátio do colégio. Lembro dessa
época a cada vez que vejo esses doces em uma padaria...
Para não ficar só em minhas palavras, olha aí uma turma de garotos nos anos 70... Quem sabe testemunhas do que digo e assim não fico nessas banalidades aqui sozinho... É tudo verdade verdadeira!!!!
Enfim!!! Só me apegar às lembranças que acabo viajando muito... Vamos a algumas fotos de um 7 de setembro na Serra do Navio, objetivo até então dessa postagem...
Um dois, feijão com arroz... Abram alas para o pelotão da Educação Física (1980). Lá vem a turma, já nos arredores do campo de futebol, desfilando garbosamente no 7 de setembro. Olha aí, sou o 4º da fila do meio! Leia-se o desengonçado Rogério Castelo! O desfile era um momento único, feito com orgulho, e todo mundo preparava uma beca nova para isso. O evento cívico não se resumia ao desfile. Havia a semana comemorativa na escola, com direito a uma apresentação da banda de músicos da PM, que vinha até a Serra do Navio especialmente para isso. A escola era ornamentada, havia um lanche especial para ser distribuído e a garotada tinha a oportunidade de conhecer e curtir a apresentação dos músicos... E estava todo mundo afiado no Hino Nacional... pelo menos no refrão. Daí era só acompanhar a professora e ir lembrando!!!
Esse foi o momento que havíamos passado em frente ao restaurante e alojamentos, em direção ao estádio. O trajeto era o seguinte: a concentração era em frente a escola e (tarãrã-tararã- tararããã... Égua meu! A banda era contagiante e todo mundo já ficava com aquele formigamento e afobação nos pés para sair na pátria amada). Aí então os estudantes desciam a rua em frente ao cinema, contornavam nos limites próximos da Vila Intermediária e desciam pela rua principal em direção ao estádio. Tinha uma ladeirona na descida ao campo, mas os pelotões estavam bem ensaiados, descendo e contornando o campo para se concentrar bem no centro, na maior pavulagem se exibindo. Os pais estavam todos ali só na corujice.
Aqui em outro momento, talvez em 1981, já na concentração no campo. Estou dessa vez de branco, que nem um médico, meu sonho de formatura na época... Aliás, meu pai me nomeou em homenagem a um médico residente muito competente na Vila Amazonas e Serra... Poxa vida! Sou péssimo em guardar nomes e fisionomias, porém, me arrisco a dizer que entre os alunos vejo a professora Lídia! Como se vê, a produção para os desfiles costumava ser caprichada nos figurinos temáticos. Era o período de ouro para as costureiras (além do carnaval) com as muitas encomendas. Também ótimo período para o Cinturinha, armarinho local, que talvez tivesse um pré-contato com a escola para a disponibilização do material (estou divagando...).
E aí vem um pelotão do pré-escolar, em 1980. Aí vem o meu irmão Rogerson também (quase no centro da foto, tocando o prato na bandinha da turma). A senhora que aparece na frente parece ser a professora Regina.
Falando na banda verdadeira... Eu
gostava de vê-la e até acompanhava os ensaios pelas ruas (mas
também, para um pequeno e platônico sonhador, gostava de ver as
evoluções daquelas moças que iam na frente puxando... Tão bonitas! Tão bonitas!
Naquelas apresentações tão cativantes...). Era realmente muito bonito e, entre aquelas
moças, havia uma que recordo o nome como Jandira... Ai! Ai! Aquelas bailarinas... Desfilaria todo dia só para vê-las...
Mais duas de meu irmão, já em 1981, o último da fileira em amarelo, reluzindo simbolicamente a riqueza da pátria. Riqueza que hoje deveria refletir em melhores condições para o povo, traduzindo também veracidade nas manifestações, que eram muito acima de meras formalidades... como acontecia com o povo ali em Serra do Navio.
Tá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, Tumm! Tá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, Tumm! |
Leia-se como legenda, também, as informações da foto anterior.
Agora uma homenagem a minha irmã Inara (com a cesta), garbosamente representando a cultura popular em seu pelotão, lá nos idos de 1980.
Essa é uma foto mais antiga, talvez 1976, em que minha irmã está na concentração no campo (a primeira da esquerda após um menino). É uma foto bem anos setenta. Olha só o charme no naipe da professora mais atrás!
Lembrando o 7 de setembro na Serra do Navio, misturando lembranças com fotos de família, mais uma homenagem. Desta vez à minha irmã caçula Imara! Muito menina ainda e que não teve o privilégio e oportunidade de desfilar naqueles idos de mais de três décadas na Serra. Mas nos presenteia com essas fotos que tirou ao lado de pelotões de turmas do jardim e pré-escolar (1980). Vemos o cuidado na temática e figurinos, apresentando personagens da literatura infantil. Caramba! Hoje as crianças conhecem muita coisa da televisão e mídia, não estou desmerecendo nada, mas naquela época havia um encanto pelos personagens dos livros. Como os que vemos na foto: Soldadinho de Chumbo, a Bailarina, Branca de Neve e sua trupe...
... Chapeuzinho Vermelho (Olha minha mãe Alzira próxima à filhota!)....
Ah... O trajeto das criancinhas era facilitado e iam direto ao estádio saindo da escola.
Ah... O trajeto das criancinhas era facilitado e iam direto ao estádio saindo da escola.
... Dom Ratão e Dona Baratinha (Poxa vida! Essa historinha sempre me soava com tristeza, que nem a do Soldadinho de Chumbo)...
... e ainda Cinderela e sua turma. Todos desfilaram naquele dia em Serra do Navio.
Mas não era algo só dos estudantes da Serra não! Desfilavam também os escoteiros e estudantes da Escola do Cachaço. O desfile terminava com a apresentação dos bombeiros. Meu pai foi um deles (o terceiro da esquerda para a direita), o famoso Cara-de-Macaco ou Osvaldo. Nesse momento eles faziam uma apresentação na frente da administração, coisa de rotina nos desfiles antes de descerem para o campo.
Vinham naqueles carros invocados. Algumas vezes até esguichavam água no público, que era só euforia. Esse foi o momento final no desfile em 1980. Aí, era voltar para casa para saborear os almoços especiais. Um regalo final ao público era a abertura da piscina para todo mundo. Muita gente se jogava ali com roupa e tudo! Eu fui um desses mais de uma vez... mesmo nem sabendo nadar na época. Mas, no entusiasmo...
No entusiasmo e beleza como dos belos e edificantes desfiles, que recordo hoje com enormes saudades. Ocorridos há mais de trinta anos, na minha querida, e hoje desfigurada e mítica, Serra do Navio!!!
GRAÇAS A DEUS POR TUDO!