As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

NOTAS DO AMAPÁ - SEMA lança campanha de controle do caramujo-gigante no dia 29

Ilustração: humornanet.com
O Secretário de Meio Ambiente Paulo Figueira palestrou na Assembléia Legislativa do Amapá (dia 26) e falou da preocupação que tem a Secretaria de Meio Ambiente com a proliferação em larga escala do caramujo africano gigante em nosso estado.
É um molusco nativo do leste nordeste da áfrica sendo considerado uma verdadeira ameaça no meio ambiente. Esses moluscos tem comprovado sua ação nociva, pois rapidamente estabelecem populações em vida livre e se tornam séria praga agrícola, comprometendo (juntamente com os desmatamentos) na redução da biodiversidade do ecossistema. Na região amazônica, em especial no Amapá, a preocupação é ainda maior, pois o caramujo africano pode competir com a fauna nativa e causar desequilíbrio ecológico. Estudos já registram a existência de mais de 500 tipos de plantas que são devoradas por este molusco e  ocorre a transmissão de doenças (Angiostrongylus costaricensis e Angiostrongylus cantonensis) quando o verme se aloja no sitema nervoso central dos pacientes.

Fonte: Jornal dos Municípios do Amapá de 28/04/2011

Esta praga faz com que o cidadão fique exposto a perigos de sérios danos a saúde e meio ambiente, ao ver este alienígena rastejante se espallhar  por todos os cantos...progressivamente e, principalmente, vitoriosamente - como um exécito de destruição ambiental e pavor.
Diante de razões como esta, A SEMA-AP inicia a CAMPANHA DE CONTROLE DO CARAMUJO  GIGANTE AFRICANO no dia 29, juntamente com outros orgãos estaduais - em uma ação educativa na APA da Fazendinha - sobre as atitudes adequadas de combate. A informação e ação conjunta -  sociedade civil e poder público - continuam a ser a principal ferramenta para a disseminação de boas práticas de educação ambiental.  
Vá de retro caramujo!!!!

     Folder da SEMA-AP 2011 (Clik na imagem para ampliar)

Cartaz da Campanha (SEMA-AP 2011)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

LENDAS DO AMAPÁ - A família do boto tucuxi

Ilustração de Honorato Júnior
A cabocla estava doente, muito doente. Desde as primeiras semanas de gravidez ela já sabia que a criança em seu ventre corria o risco de não conhecer o mundo. Já havia tentado de tudo medicou-se com ervas e chás, mandou benzer e puxar a barriga e até mesmo tomou a beberagem que a mãe de santo lhe deu, sem perceber qualquer resultado.
"É um caso perdido", diziam os moradores da Ilha de Santana, consternados com o sofrimento da mulher que se retorcia em dores terríveis. Mas sua dor maior estava na alma. Era a dor de estar perdendo a criança a cada dia que passava. A cabocla nem mesmo tinha certeza de que ocorrera a gravidez. Tudo parecia irreal, como um sonho. Ela lembrava da festa, da música romântica que subitamente a transportou ao trapiche, caminhando devagar, sonolenta, embriagada. A mulher lembrava que ali a esperava um homem alto, muito bonito e perfumado, trajando paletó branco e chapéu de carnaúba. Esquisito agora que pensava nisso, descobrir que em nenhum momento ele tirava o chapéu, nem mesmo para cumprimentá-la. Fizeram amor sob a luz do luar e dormiram araçados, ouvindo o barulho das ondas batendo no cais. Acordou com um imenso gosto de mar na boca e uma certeza: estava grávida.
Desde muito cedo ela também descobriu que seu filho não teria grandes chances de nascer. Era estranho, no entanto, que embora não tenha visto o pai da criança, lembrasse dele com perfeição, os olhos de um azul muito profundo, cada vez que olhava para o mar. Ela também percebeu que quando se aproximava das águas, a dor cessava quase que por encanto e uma paz muito profunda se apossava de sua alma. E era então que a cabocla sentia como se lhe afagassem o ventre, ninando a criança  fazendo-lhe mil promessas de amor.

Boto Rosa (Na Amazônia chamado de boto vermelho)
Boto Tucuxi
Um tema de muita influência na Amazônia, sendo encontrado em filmes, animações, teatro, escultura, desenho, pintura, livros, música e festividades, além de crendices miraculosas para se tornar um Dom Juan... Peraí, esta última não é digna de perpetuação, pois para isso há quem queira o @#%*# do coitado do boto! Pior que muita gente acredita...

A gravidez contiuava. O ventre crescia e junto com ele a preocupação da cabocla. Já havia consultado um médico na capital e sido informada de um problema no útero, que não lhe permitiria ter o filho sem grandes riscos de vida. Foi só quando faltavam poucos dias para dar a luz que a mulher descobriu.
Leitura Recomendada
Lembou-se das histórias de um moço muito bonito e muito louro que aparecia nos trapiches, conquistando moças virgens e deixando um filho no ventre delas. Mas a cabocla sabia que desta vez seria diferente. Quando sentia as dores do parto, alguma coisa a fez olhar pela janela. Foi quando viu o moço, envergando um fino paletó braco, de pé na cabeça do trapiche.
A cabocla não se assustou. Levantou-se da cama e foi ao encontro de seu amado. As dores, como que por encanto, desapareceram por completo. Uma estranha força, como um calor, penetrou em seu ventre, levando saúde ao bebê.
A cabocla continuou a caminhar até perceber que a maré tinha subido e lhe tocava os pés. E todos na casa viram quando a cabocla, carregando a criança no colo e acompanhada de um moço muito bonito e vestido de branco, atirou-se no rio.
O boto tucuxi voltou para buscar sua família
         
Texto do livro "Mitos e Lendas do Amapá" de Joseli Dias

Cartilha de Educação Ambiental do Amapá (HQ DA OAB-AP)

Macapá, és cidade tão pequena.... Que bom se todos tivessem o pensamento coletivo de desenvolver hábitos saudáveis para o bem estar de todos.  Não é preciso muito esforço, um pouco de consciência mais atitude e grandes coisas acontecerão. Claro que em um panorama onde as autoridades administrativas cumpram decentemente seu papel. Para isso é fundamental o conhecimento das boas práticas da educação ambiental, no âmbito coletivo e individual, do cidadão e dos governantes. 
Nesta publicação da OAB-AP de 2007, temos uma ferramenta educativa de sensibilização às boas práticas. O compromisso de todos é necessário para melhorar a qualidade de vida neste planeta e por todos os cantos desse Estado.

Igarapé das Mulheres (Osmar Júnior)

Igarapé das Mulheres 
(Osmar Júnior)

O tempo leva tudo
O tempo leva a vida
Lá fora as margaridas fazem cor
Eu lembro a alegria,
Boiar naquelas águas
E ver as lavadeiras lavando a dor

E lavavam a minha esperança perdida,
De crescer lá no igarapé
E lavavam o medo que tinha da vida
E agora o meu medo o que é?

A minha nave, um tronco navegava
As estrelas, entre as palafitas
E as lavadeiras
Nas minhas aventuras, poraquê
Pirara, piranha peixe-boi, boto igára

E lavavam a minha paixão corrompida
As mulheres do igarapé
As Joanas, Marias, Creusas, Margaridas,
Lavarão o que ainda vier

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Trapiche Eliézer Levy (Parte 1)

O Trapiche Eliezer Levy, a exemplo da Fortaleza de São José de Macapá, é considerado um dos principais pontos turístico do Amapá por ser tradicional.
FONTE: Google Mapas (2011)
Começou a ser construído em 1936 pelo então prefeito Eliezer Levy, contudo a inauguração aconteceu somente em 1945, quando o prefeito estava no seu segundo mandato. O projeto de construção, inicialmente foi submetido à Marinha Brasileira, que  inviabilizou  a  obra,  prevendo  exatamente  aquilo  que aconteceu após a  inauguração, pois o  local por ser  raso e pela  bravura  avassaladora  das  águas,  não  oferecia  segurança  nem  condições  de atracação das embarcações oriundas das outras cidades amazônicas. Ocorria o rápido assoreamento do Rio Amazonas, ou seja, o acúmulo de terra ou barro do leito nas vazantes, que impediria a atracação de barcos, durante a maré baixa.
Foto: 1958 (Ainda se vê a Pedra do Guindaste) / porta-retrato-ap.blogspot.com
                     Foto: Década de 60 (Barcos atracados no Trapiche) 
                                                       porta-retrato-ap.blogspot.com
Foto: Trapiche (Nota-se a Pedra do Guindaste) / porta-retrato-ap.blogspot.com
Ignorando esse argumento da Marinha, o prefeito Eliezer Levy determinou que a obra fosse construída, segundo orientação do interventor do Pará Magalhães Barata. Na época, Macapá era um Município do Estado  Paraense.

O Trapiche foi por muito tempo o ponto de chegada e saída da cidade e inspirou poetas como Alcy Araújo que foi chamado de poeta do cais. Antes do trapiche as embarcações aportavam na chamada Pedra do Guindaste, onde hoje está colocada a imagem de São José

Atualmente, foi  totalmente  refeito sendo que  todas  as  suas  estruturas  são  de  concreto  armado, tem 472 m, possuindo  como  grande atrativo  um  bondinho  elétrico  além  de  um  restaurante,  quiosques  com  venda  de artesanatos e uma sorveteria com sabores da terra.

Foto: Perspectiva para o horizonte / Arquivo da SEMA-AP (2009)
Foto: Geidiel Reis / Arquivo da SEMA-AP (2008)
Foto: Visão do Trap.Eliezer Levy (Praça do Forte) / Arquivo da SEMA-AP (2009)

Comunidades Negras do Amapá - História, Beleza e Arte do Nosso Povo (Folheto DO INCRA)

A cultura negra no Amapá tem várias manifestações nos mais diversos aspectos artísticos, em comunidades como o Carvão, Curiaú e Conceição do Macacoari. Neste livreto , podemos ver o quanto a terra, a cultura, a fé e a história têm para nós uma importância capital. São fotos que revelam toda a beleza de uma raça que ri e que chora, que tem sua fé, dança e que canta. Que entende a terra e sabe que ela pertence também aos que virão depois de nós. Foi publicado em 2005 pelo INCRA-AP.

domingo, 24 de abril de 2011

NOTAS DO AMAPÁ - Enchentes no Amapá em 2011

Enchente: sobe para mais de 600 o número de desabrigados no Amapá

Emerson Renon / a Gazeta


As enchentes que castigam a região centro oeste do Amapá já deixaram – pelo menos – mais de 600 pessoas desabrigadas e desalojadas no interior do Estado. O número de vítimas aumenta na mesma proporção em que o nível do rio Araguari avança. Em dois dias – segunda e terça – passou de 341 para 604, quase o dobro registrado nos últimos dez dias.

Em dois dias – segunda e terça – passou de 341
para 604, quase o dobro registrado nos últimos dez dias.
Os prédios da Prefeitura, da Promotoria de Justiça e até o do matadouro já foram atingidos pela água. Assim como toda área baixa. Até agora 176 pessoas estão alojadas em abrigos improvisados pelo município, em salas de aula. Outras 76 foram remanejadas para casas de parentes.

O sistema de abastecimento de água tratada foi suspenso. Toda água que chega é em carro pipa. O prefeito da cidade, Valdo Isacksson, está dando apoio às famílias. A Eletronorte, empresa responsável pela administração da Usina do Paredão, em Ferreira Gomes, também está auxiliando as vítimas com alimentos, água e outros utensílios.
De acordo com o major Janary, na última medição feita ontem (12), às 20 horas, em Porto Platon – régua oficial da Agência Nacional de Água (ANA), que fica no município de Porto Grande – o nível do rio Araguari estava 9,96 metros acima do normal.

Porto Grande é outra cidade atingida pela alta do rio. É o município com maior número de pessoas desabrigadas e desalojadas. Só na zona rural, 90 moradores tiveram que deixar as casas. A enchente provocou a perda de toda a produção e forçou os pescadores a suspenderem – temporariamente – o período de pesca na região.

Na sede do município a situação é ainda mais grave. Toda a área destinada ao lazer – parques, praças e balneário – desapareceram com a enchente. Segundo o cabo Jairo, do Corpo de Bombeiros, a relação entre desalojados e desabrigados é maior, 193. Totalizando, 283.

Em Serra do Navio, depois de cinco dias intensos de chuva, o sol apareceu pela primeira vez. A água do rio Amapari – que chegou a cobrir a ponte que dá acesso a cidade – baixou 13 centímetros. Mas, por enquanto ninguém foi autorizado a retornar as casas. A prefeitura continua dando auxilio a 119 pessoas alojadas em abrigos e residências de parentes.
Ontem, segundo o major Janary, a água já teria atingido a cidade de Cutias do Araguari. Parte da zona rural do município já estaria no fundo. Na sede, três casas teriam sido invadidas pela água. Mas até o fechamento desta edição – às 23 horas – nenhuma família teve de ser remanejada para abrigo.

Em Laranjal do Jari, a informação é de o nível do rio – de mesmo nome da cidade – estaria 1,80 metro acima do normal. A nossa equipe de reportagem não conseguiu contato telefônico com a prefeita Euricélia Cardoso para falar sobre assunto. Mas nas últimas cheias registradas no município, elas começaram quando a água atingia 1,80 acima do nível, o que pode elevar o número de desabrigados e desalojados no Amapá.

O governador Camilo Capiberibe decretou situação de emergência em Ferreira Gomes e Porto Grande.

Em Ferreira Gomes – distante 135 quilômetros da capital Macapá – a situação se agravou. A água continua subindo. Segundo o major do Corpo de Bombeiros, Janary Nunes, toda a frente da cidade está no fundo.

FONTE: A Gazeta em 13/04/2011


Enchente em Porto Grande - Amapá

Enchente em Ferreira Gomes

Globo News - Chuva provoca enchente em Laranjal do Jari

Tarumã (Amadeu Cavalcante)

Tarumã
(Amadeu Cavalcante)

Minha história é que nem uma história
de um moço que se encantou, se encantou...
Nas águas do rio Calçoene
virou pau madeira de amor
e eu fui parar noutro rio
atrás do meu grande amor
nas águas do Araguari
meu coração se encantou
É um rio encantado 
o Araguari, o Araguari, o Araguari 
é um rio do passado 
o Araguari, o Araguari, o Araguari
Vou contar pra você essa história
de um moço que se encantou, se encantou
Vou contar pra você essa glória,
de ser pau madeira de amor
Tarumã, Tarumã 
e a gente subia o rio
Tarumã, Tarumã 
se agente morreu foi de amor
Tarumã, Tarumã 
e a gente descia o rio
Tarumã, Tarumã 
o rio que nos separou

Veja também:

LENDAS DO AMAPÁ - O Tarumã

Tronco do Tarumã, navegando  o rio Calçoene
Dizem que, há muitos anos, às margens do Rio Calçoene, havia uma pequena aldeia indígena. Era ali que vivia Ubiraci, curumim conhecedor da fauna e da flora. Desde que nasceu, Ubiraci foi abençoado por Tupã com o dom de falar com todos os animais, fossem eles da água, da terra ou do ar, e com todas as árvores, desde as menores até as que cortavam as nuvens e iam fazer sombra no reino de Tupã. Ubiraci conversava com os bichos e com as árvores, contava-lhes histórias e sabia de tudo o que acontecia no mundo. E foi assim que cresceu em plena harmonia com os elementos, filho da água, da terra e do ar que era. Um dia, Ubiraci caminhava pela floresta quando descobriu a mais linda indiazinha que seus olhos já tinham visto. Seus cabelos pareciam com as quedas-d’água que despontavam das pedras, onde, por tantas vezes, sentou-se por horas a escutar os pássaros. Seus olhos assemelhavam-se ao anil do céu. Seu rosto jovem lembrava brotos nascendo da terra, ainda indomados. Suas mãos, mágicas, se tocavam o solo, desabrochavam sementes. Se voltadas para o ar, controlavam as chuvas, os ventos e as tempestades. Se apontadas para os rios, domavam as marés, as pororocas e as maresias. Ubiraci, sem saber, havia se apaixonado pela Natureza. Apaixonado, o índio passou a procurar sua amada por toda parte. Com ajuda dos pássaros, subiu na nuvem mais alta na esperança de vê-la entre os abençoados de Tupã. Vasculhou cada recanto da floresta e acompanhou os peixes na imensidão dos rios, mas nunca voltou a rever sua alma gêmea. Acompanhou a pororoca por entre troncos e barrancos, mas não voltou a vê-la. No entanto, podia senti-la no canto dos pássaros, nas brisas da manhã, na calidez da noite e no sussurro sereno das maresias.
Era tanta a paixão que sentia que Ubiraci se esqueceu de conversar com as árvores, com os animais e com os filhos das águas. O dom que recebeu de Tupã foi perdido para sempre. Ubiraci só se importava em procurar pela amada, que julgava estar perdida em algum lugar do mundo. Ele não entendia que a Natureza estava em todo lugar.
Uma noite, quando o mundo dormia, quando os cantos dos pássaros haviam cessado e não se ouvia murmúrio algum no seio da floresta, Ubiraci avistou a Lua, refletida na água. Imaginou que era naquele mundo que sua amada vivia. Foi tanta a sua felicidade que esqueceu-se de ter perdido seu dom. Mergulhou no rio, mas quanto mais lutava contra a correnteza, mais parecia que a Lua se afastava dele. Foi tanto o esforço que fez que as forças o abandonaram, e Ubiraci sucumbiu à morte. Tupã, compadecido com tanto amor, pediu à Natureza que transformasse Ubiraci em uma árvore, no meio do rio, para que fosse lembrado para sempre. À noite, no entanto, quando a maré subia, a árvore estranhamente desprendia suas raízes do solo e navegava contra a correnteza. Imaginando tratar-se de magia, seus irmãos índios cortaram a árvore, deixando apenas o tronco, mas, mesmo assim, o mistério continuou, e eles, amedrontados, deixaram o local, com medo do tarumã, que, na etimologia indígena, significa o tronco que se move. Os anos se passaram, Calçoene transformou-se em cidade, mas muitas pessoas juram que, ainda nos dias de hoje, o tronco se move, contra a correnteza, subindo o rio. Dizem que, quando algum morador depara-se com um amor impossível, faz promessa ao tarumã, deixando sobre ele algum presente ou alguma oferenda. Se o tronco navegar rio acima e retornar vazio, o pedido será realizado.


Texto do livro "Mitos e Lendas do Amapá" de Joseli Dias


Rio Calçoene
Calçoene é o local onde mais chove no Brasil, com uma precipitação média anual de 4.165 mm, sendo que em 2000 foram registrados quase 7.000 mm de chuva. Comparativamente chove 3 vezes mais neste município do que em todo município de São Paulo. Entre janeiro e junho foram registradas uma média de 25 dias de chuvas por mês; o que significa que chove praticamente todos os dias.
A história de Calçoene começa em 1893 quando, a esse tempo, foi descoberto ouro no leito de rio do mesmo nome. Com isso, a questão do Contestado Franco-Brasileiro se reascendeu, com vários conflitos envolvendo brasileiros e franceses da Caiena, culminando com a vitória dos brasileiros e a anexação da área, antes contestada pela França, ao Brasil em 1900. Assim, a atual cidade de Calçoene teve origem do movimento de garimpeiros e faiscadores do ouro.


Veja também:

sábado, 23 de abril de 2011

A Fortaleza de São José de Macapá (Parte 3 - Fotos Diversas)

Em 1999 a Fortaleza de São José de Macapá encontrava-se em processo de restauração, através de convênio firmado entre o Governo do Estado e o Governo Federal (através do IPHAN). 
A fase dos trabalhos de restauração foi concluída, com ênfase no resgate das linhas originais e a Fortaleza ficou pronta para voltar a receber visitantes. 

Recentemente o monumento foi integrado a uma praça, realizando-se um estudo arqueológica no entorno (desenvolvido pelo Laboratório Arqueológico da Universidade Federal de Pernambuco). Isso trouxe à luz diversas obras exteriores que se julgavam inexistentes (baluartes, rampa e caminhos cobertos) que demostrou a real amplitude e complexidade arquitetônica desta fortificação. Fonte:Wikipédia 
(Imagens retiradas da Internet)



(Imagens do Acervo Histórico do Amapá)

      Cronologia da Fortaleza
  • 1690 - O governador António Albuquerque determina reforçar a guarda do extremo norte.
  • 1691 - Aprovação da construção das fortificações do Cabo Norte: Araguai, barra do Amazonas e Macapá.
  • 1692 - Aprovação dos atos de construção do Forte de Cumaú, atual Macapá.
  • 1694 - Conclusão das obras do Forte de Cumaú.
  • 1696 - Ocupação Francesa e destruição do Forte de Cumaú; ordens para erguimento de fortificação provisória.
  • 1730 - Mudança da Casa-forte da ilha de Santana.
  • 1738 - Notícia de João Abreu Castelo Branco sobre a urgência da fortificação de Macapá.
  • 1740 - Construção de um forte de faxina e terra no sítio de Macapá.
  • 1751 - Visita do governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado a Macapá, planeando construir uma fortificação definitiva de pedra e cal.
  • 1753 - Aprovação por José I de Portugal dos atos relativos ao povoamento de Macapá e a conveniência de se construir uma praça armada. Destacamentos de Lisboa são designados para guarnecer Macapá.
  • 1758 - Criação da Vila de Macapá.
  • 1765 - O capitão general Athayde Teive solicita aprovação da planta do novo forte ao rei. Iniciam-se os trabalhos da construção.
  • 1767 - Devido à falta de braços, o governador manda reforçar o descimento de indígenas para o andamento das obras.
  • 1769 - Falece em Macapá o engenheiro Henrique António Gallucio vitima de malária.
  • 1771 - Término das obras internas da fortaleza.
  • 1782 - Inauguração da Fortaleza de São José de Macapá.
  • 1824 - Entrega da praça aos representantes do governo imperial.
       Fonte: Wkipédia


(Imagens retiradas do site GEA)

MACAPÁ

"Por atalaia gigante
ou em sinal de defesa,
do granito mais possante
levanta uma fortaleza
negras muralhas ao sul.
                   
Outrora adornadas de aço,
 faziam troar o espaço
dos canhões seus com o fracasso,
no vasto horizonte azul".

"Outrora, quando ascendia
sobre aquela grimpa ingente,
entre os sons da artilharia
o pendão aurifulgente,
o auriverde pavilhão:
trajava a cidade inteira
alva roupagem faceira
pela data brasileira
ou festa de devoção."

"Então, que alegre não era
ver-se o lêdo rodopio,
em manhã de primavera
ou nas tardinhas de estio,
de um povo em festa a folgar
moças com laços e cores,
raparigas com mil flores,
rapazes buscando amores
tudo era rir e brincar."

Alexandre Vaz Tavares
   
Alexandre Vaz Tavares nasceu em 1858 em Macapá, estudou e fez carreira pública em Belém do Pará e, no ano de 1922, chega à Macapá como prefeito nomeado.          
                  
.....diria um poeta: "uma flor às margens do Amazonas!".