As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Sítio Arqueológico de Calçoene (O Stonehenge Brasileiro)

O sítio arqueológico de Calçoene é conhecido como o Stonehenge Brasileiro, pois possui um círculo de pedras similar ao famoso existente na Inglaterra, permitia a uma antiga civilização conhecer com precisão a chegada do equinócio. 

Stonehenge na planície de Salisbury na Inglaterra
O círculo de Calçoene foi apelidado de "Stonehenge do Amapá"
                                        
O equinócio era uma data importante para os povos antigos, pois eles podiam com base nisso programar o plantio e a colheita e até períodos de chuva e seca. 

 Pouco se sabe sobre a população que ali viveu, 
mas um monumento deste porte  não pode ter sido feito em pouco tempo.
O local, que data de aproximadamente 2000 anos, pertencia a uma civilização desconhecida e já foi declarado Patrimônio Megalítico do Brasil, foi descoberto em 1905 pelo pesquisador Emilio Goeldi.
 

A relação entre o equinócio e a distribuição dos monumentos megalíticos de Calçoene no estado do Amapá, foi descoberta por Marcomede Rangel do Observatório Nacional,  com a ajuda de GPS, bússolas de precisão e cálculos de correção da declinação magnética.
Mapa de Localização (Fonte: Nimuendajú Revisitado)

Fonte: wikimapia.org 
O conjunto de rochas disposto de forma circular permitia estabelecer tanto a chegada do solstício de inverno no hemisfério norte como o equinócio. O sítio arqueológico brasileiro está localizado a 384 km ao norte de Macapá, a capital do estado do Amapá, em latitudes do hemisfério norte e a uns 14 km da cidade de Calçoene.
Vista Panorâmica do Sítio (Fonte: Nimuendajú Revisitado)

Assim como em Stonehenge, o sítio arqueológico brasileiro conta com várias pedras de tamanho grande, algumas com até 4 metros de altura enterrados no solo formando um círculo com 30 metros de diâmetro. O local está em cima de uma colina e as pedras, segundo Rangel, possuem uma pequena inclinação relacionada com o movimento do Sol no céu. 


segunda-feira, 16 de maio de 2011

MUNICÍPIOS - Calçoene (Parte 1 - Informações Gerais)

Mapa de localização (Wikipédia)
 O Município de Calçoene foi fundado oficialmente em 1956 e seu nome significa "Cunha Norte" (pela posição geográfica e circunstâncias em que fora criado, alvo de invasores em busca de ouro).
Este município tem ao longo de sua história uma importância significativa para a história do Amapá e  Amazônia, sua posição geo-estratégica, fora alvo de conquistadores e desbravadores , que sempre sonhavam em conquistar suas belezas naturais e suas riquezas minerais. 
Hoje o município empenha-se em buscar um desenvolvimento, aliando a vontade política de sua sociedade a conservação equilibrada de suas riquezas naturais , fazendo com que as próximas gerações possam usar de forma sustentável de seus recursos naturais. 
Mapa SEMA-AP (2004)
 Suas potencialidades na área do setor primário foram preponderante na escolha de  sua vocação de desenvolvimento, seu potencial agrícola e extrativista representam uma alternativa de crescimento econômico para a população, sua costa marinha está entre as mais produtivas de pescados e marisco do Brasil, destacando-se entre outras espécies a pescada amarela e a gurijuba (bastante apreciada na culinária regional e nacional).

Porém, o uso irracional de técnicas inadequadas para a pesca e a exploração excessiva, poderá comprometer sua viabilidade econômica por conta de sua escassez ou mesmo sua extinção, como o caso dos mariscos , especialmente o caranguejo e o camarão rosa. 
Praia do Goiabal (Foto de Aline Gomes)
Outro fator a ser levado em consideração , é o setor ligado ao turismo, uma vez que o município é dotado de inúmeras belezas naturais, cachoeiras e corredeiras, que  fazem desse município expoente na prática de esportes radicais e visitas ecológicas. A única praia aberta da costa amapaense (Goiabal), também pode ser encontrada em Calçoene, além do fato de ser praticamente cortada pela BR-156.
Cachoeira Grande (Calçoene) / Fotos: Rogério Castelo
Portanto, Calçoene tem em seu futuro próximo, o destino do desenvolvimento e do crescimento econômico, aliado ao espírito desbravador e empreendedor de sua população, já registrado na própria essência de sua história.  
Histórico 
Foto: Rogério Castelo
A origem do atual Município remonta ao século XVII, quando as incursões de navegadores europeus incentivaram a coroa portuguesa, então unida à espanhola, a tomar providências no sentido de garantir o domínio da região. Assim, em 1634, pela Carta Régia de 14 de junho, Felipe IV criou a Capitania do Cabo Norte, também chamada Costa do Cabo Norte e doou-a a Bento Maciel Parente. As terras estendiam-se do rio Oiapoque até o rio Amazonas e, por este, até o rio Paru, onde se situava o território de Calçoene, antigo Distrito do Município de Amapá, desde a incorporação do Contestado ao território brasileiro, em 1901. 
Biblioteca Pública e Ambiental de Calçoene
(Fotos: Rogério Castelo/2009)
A descoberta das minas auríferas do rio Calçoene despertou a febre do ouro nos habitantes da Guiana Francesa, reavivando os problemas políticos da fronteira, acumulados desde a era colonial. A luta pela região foi encerrada com a vitória dos brasileiros, comandados por Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho. A Cidade de Calçoene teve origem com o movimento de garimpeiros e faiscadores de ouro e o trânsito de abastecimento das minas. Situada na margem esquerda do rio Calçoene, ao pé da primeira cachoeira, ponto importante para o transporte de mercadorias destinadas às minas de Lourenço, a localidade se desenvolveu rapidamente. Antes da incorporação da região ao território brasileiro, exploradores construíram, no último quartel do século passado, um "monorailway", estrada de ferro, ligando a localidade de Calçoene a Lourenço. 

  Mapa SEMA-AP (2006)


INFORMAÇÕES GERAIS
Nome oficial: Município de Calçoene

Lei de Criação: Lei Federal Nº 3.056, de 22/12/1956

Limites:
Norte: Oiapoque
Sul: Amapá e Pracuúba
Leste: Oceano Atlântico
Oeste: Serra do Navio

Área: 14.269 km²

População: 9.000 habitantes (IBGE 2010)

Comunidades Principais:
Calafate, Carnot, Cunani, Goiabal e Lourenço

Gentílico: Calçoenense

Produção: Mineração, pecuária, lavoura de subsistência e a pesca

Distância da Capital: 384 km

Transporte: Rodoviário, fluvial e aéreo (possui um aeroporto e pistas de pouso em garimpos)

Atração Turística: Lagos, igarapés e pesca esportiva

Vegetação: Cerrado e Floresta Tropical Densa
Vários ecossistemas são encontrados ao longo da extensão territorial de Calçoene, a vegetação é variada com Mata de terra Firme (Floresta),campos inundáveis, Floresta de transição (mata Siliar),Várzea e Manguezais.prensença em abundância de madeira nobres como: macacaúba, angelim, massaranduba, quaricara, andiroba e outros.

Hidrografia: Rio Amapá Grande, Rio Calçoene, Rio Caciporé e Rio Cunani
O município possui uma bacia hidrográfica composta por vários rios , sendo que o mais importante é o Rio Calçoene , que faz ligação com o Oceano Atlântico, fazendo com que o porto de Calçoene seja o mais próximo porto Urbano da região costeira , sendo ponto de abastecimento para barcos vindo das regiões vizinhas e de outros estado, que utilizan-se do porto para  aquisição de gênero alimentícios, equipamentos de pesca e manutenção de embarcação e gelo para a conservação do Pescado.

Temperatura:
Média: 30º C
Máxima: 34º C
Mínima: 21º C
Calçoene é o lugar mais chuvoso do Brasil.
No município, predomina o clima equatorial, com temperatura máxima de 32,6° e mínima de 20° centígrados. As chuvas ocorrem nos meses de Dezembro à Agosto, atingindo em média de 2.500mm. A estação das secas inicia no mês de Setembro estendendo-se até meados de Dezembro, quando ocorre registro de temperaturas mais altas

Altitude: 12 m

Grupos Indígenas: Nenhum

Fonte: IBGE Cidades
 
Entrada da cidade (Foto de Ney Santos)    
Cachoeira do Firmino (Foto de Alan Kardec)
Ruínas do solstício encontrado em Calçoene
 (herança de povos antigos)

Fonte:
DLIS Calçoene (2002)
-Biblioteca Ambiental da SEMA-AP

NOTAS DO AMAPÁ - Hoje é o dia do Gari

Hoje é o dia do gari. Sem a ação, importante e contínua, desses profissionais em nossas cidades, muito mais caos existiria. Vejo-os nas ruas, debaixo de sol escaldante ou chuva, a trabalhar, se metendo nas coisas mais difíceis, entre carros e cachorros, limpando a sujeira por todos nós deixada. É impressionante ver também o descaso da população, em geral, quando se trata de educação ambiental e urbana. Quase todos jogam lixo em qualquer lugar e para onde a cara estiver virada....muitas vezes as lixeiras servem apenas de enfeite.
Esses profissionais que tantas vezes passam como invisíveis ao nosso lado, ignorados e até desprezados, merecem o respeito e reconhecimento pelo empenho, da população - tendo atitudes mais conscientes na destinação dos resíduos, pois afeta a todos nós - e dos governantes, que deveriam, numa ação tão exposta a risco como a deles, proporcionar-lhes condições favoráveis de trabalhar com segurança e principalmente dignidade. 
Um reconhecimento a quem se empenha todos os dias em nossa sociedade...assumindo um compromisso com o descompromisso de muitos, para tornar nossas cidades mais limpas!  
 Um folder da SEMA sobre coleta de lixo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

HISTÓRIAS DA VÓ NIKITA - A História do Gonçalo

  "Barracão" - Fiz esse desenho com 15 anos (1988)

Mistérios e mistérios... pode-se dizer assim, quando se vive em uma região tão grande em encantos naturais, quanto em desconhecimento dos fatos presentes nas coisas  cotidianas que nos cercam. Assim é a Amazônia. 
Quando observo hoje todas as mídias disponíveis... cheia de bites, banda larga, High definition e o que mais for... num mundo de informações rápidas e à disposição fácil...vejo esse desconhecimento muito presente em grande parte da população sobre essas bandas de cá.
Há quem pense que aqui só tem índio, onça na rua, ou nem tenha civilização. Parece ridículo, mas é no que muitos acreditam, nesse mundo globalizado e evoluído.
Oras! Se hoje há tanta suposição, que dizer de uma Amazônia de trinta, setenta... cem ou mais anos atrás! Povoada de cidadãos sem a metade das condições e oportunidades hoje a nós oferecida.
Um lugar triplicado em mistérios, onde as histórias eram contadas e passadas, não como simples engodo, mas...de certa forma....como orientação e aprendizagem nas famílias.
Meus avós me contavam essas histórias... por serem as personagens ou por terem ouvido de seus pais. Sempre gostei de ouvi-las e deixo nestas linhas um pouco desse passado a se extinguir em todas as mentes... mas que formaram a nossa identidade cultural.
Ana, minha tataraseiláoquevó, contou a sua filha Tereza, que contou a sua filha Marieta, que contou a minha avó Ana – Nikita para os íntimos - que foi quem me contou. Será mais um dos muitos delírios daqueles tempos... sei lá? Mas coisas sempre ocorriam e a informação, em todas as épocas, é sempre fundamento vital para nossa existência.  

Aconteceu há mais de cem anos lá no rio Jacaré Grande. O Gonçalo tinha um barracão onde morava com sua família (de nomes, só sobrou a lembrança de sua filha Raimunda). Era um sujeito pacato e trabalhador em um comércio próximo, caracterizado por apresentar um trapiche muito grande na frente. Local para atracação e descarga de mercadorias.
Num lugar em que os lampiões e lamparinas reinavam todas as noites, era costume dormir cedo, de manhã todos tinham muito o que fazer. Cedinho ir pescar, lavar roupa no igarapé, tirar açaí...tanta coisa, tanta coisa.  
Foi por volta das 18 h que se iniciou essa história. Raimunda estava um dia sozinha lá na ponta do trapichão... espairecia um pouco da lida para tratar de se recolher ao seu barracão. Televisão, novelas? Ah! Isso era uma uma regalia para gerações futuras. O lugar era ermo e sossegado. Na boca da noite poucos vinham em busca de mantimentos no comércio pertinho.
Até que um dia... Murmúrios, movimentos próximos, Raimunda voltou sua atenção para as bandas de um aningal. Não era comum agito por ali, cheio de poraquês e carapanãs a esta hora, quem poderia se meter ali? Só podia ser ladrão, querendo roubar o comércio... Foi o que pensou.
Quase em seguida, eis que surge uma "montaria", mas não uma qualquer, era dessas de dar gosto de ver e passear. Bem feita e pintada, mas também diferente por apresentar três homens muito bem alinhados, com terno branco e chapéu de couro com uma fita preta. Sujeitos nunca vistos antes. Remaram até sumir na primeira curva do rio.
Vô Apolinário e Vó Ana (1998)
Raimunda recolheu-se ao barracão e contou os fatos ao Gonçalo, seu pai. Evidentemente o homem ficou cismado, pois conhecia todo mundo naquelas paragens e nada sabia dos sujeitos.
Na hora de maior sono, palmas em frente à casa. Gonçalo pulou da cama e foi verificar, nada de gente! E palmas novamente! O homem começou a ficar bravo e espraguejar, principalmente pelas pedradas seguidas que se iniciaram sobre a casa. Só pode ser moleque, certamente esses rapazes que sua filha viu e que deveriam estar com ela para roubar-lhe e sumir no mundo. A cada pedrada e palmas o homem ficava mais furioso ainda, a ponto de dicutir ferrenhamente com seus parentes. Gritava, espraguejava, e queria agredir sua filha, a quem sempre acusava. Para maior espanto de seus familiares, qual a razão disso? Já que nada viam ou ouviam!
O Gonçalo estava transformado, parecia não ser o mesmo. Só quando suas forças se esgotaram que dormiu profundamente, para alívio de todos, tão assustados e sem o porquê da situação.
Os dias seguintes não foram mais os mesmos..... Gonçalo entrara numa situação de abatimento profundo. Pouco falava, desinteressado de tudo e com longas horas falando baixinho e sozinho. Buscavam e imaginavam causas a essa “panemagem” mas, em terras onde acreditava-se em uiara e matinta-pereira, de benzedeiras e pajelanças (únicos meios de se agarrar a uma “assistência em saúde”) logo se mitificou a situação. Lembraram da história da Raimunda e dos rapazes desconhecidos e concluíram: Só poderiam ser botos “mundiando” mais uma pobre alma para  carregá-la a seu mundo encantado. 
Talvez por quererem ver, acreditarem sinceramente nestas coisas, houve muitos relatos de verem o Gonçalo, que gostava de ficar sozinho na ponta do trapiche, estar sempre acompanhado e conversando com três rapazes. Uns contaram até que avistaram um deles pulando na água e sumindo, aparecendo logo em seguida um boto. Diga-se aqui que era comum botos transitarem por essas paragens, principalmente nos horários de menor movimento, como no entardecer e perto do trapiche...tão avançado no rio.  
Acreditando-se ou não, diante do sentimento de impossibilidade de curar o Gonçalo, deixaram-no com suas “visagens” e sempre um frio percorria o corpo de quem avistava-o no trapiche “conversando com os botos”, de quem já era encantado!

Mistérios na Amazônia... Verdade ou mentira, ficou o fato do Gonçalo morrer pouquíssimo tempo depois e, naquele trapiche, ninguém querer circular sozinho à noite.

Você talvez estranhe essa história, não são os botos vistos sempre como conquistadores? Sim, mas ali, na mente de todos era mais que isso, eram símbolos de morte quando simpatizavam com a alma de alguém. Acreditou-se por muito tempo nisso e, de boato em boato, aí está mais um fato marcante na história e agir de todos daquele lugar e tempo... um pouco acima das três bocas, tantos anos atrás, lá nas margens do Jacaré grande!!

"Barracão" - Desenho de Isabelly (9 anos), miha sobrinha (2011)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Educação Ambiental para a preservação dos Grandes Felinos (Publicações)

Ocorrências de ataques de onças estão presentes anualmente em todo o território nacional. Acontece devido a destruição do meio ambiente e das presas caçadas pelo felino, quando o homem invade seu espaço e provoca a aproximação. 
Atentemos para a importância de se manter o equilíbrio ecológico, onde esses predadores naturais possam ter sempre o direito à vida respeitado.
A publicação é da LAKE, de 1999, tratando da preservação desses felinos (Toinzinho e a Onça).

A RPPN REVECOM desenvolve importante projeto ambiental no Amapá, através da recuperação de áreas degradadas, produção de mudas, reintrodução de fauna e cuidados a animais feridos (apreendidos por órgãos ambientais, provenientes do tráfico silvestre).
Essa HQ é uma de suas ferramentas na educação ambiental, destinada ao público infantojuvenil (mostrando a triste realidade da caça e maus tratos), objetivando a conscientização e adesão à importância da preservação ambiental.
Destaque para as ótimas ilustrações.

Conheça a RPPN REVECOM (revecombr.com.br) e sua importância ambiental no Estado do Amapá.

Presença e abate de grandes felinos na APA do Curiaú

Onça-parda ou Suçuarana
A Área de Preservação Ambiental do rio Curiaú localiza-se na região da foz do rio Curiaú, no estado do Amapá. A cerca de 8 km da cidade de Macapá, a APA tem como objetivo a proteção e conservação dos recursos naturais e ambientais da região. Em paralelo, os moradores lutam para preservar, além da beleza natural da região, a memória dos antigos escravos, trazidos no século XVIII, para a construção da Fortaleza de São José de Macapá. (Fonte: Wikipédia).
O local apresenta criação de gado e foram registrados, nos recentes anos, alguns conflitos entre criadores e onças (Panthera onça e Puma concolor), devido a predação, gerando temor a população residente e perdas econômicas. 

Onça-pintada
O aparecimento das onças está relacionado à devastação de seu habitat, provocando a migração destas para as áreas de várzeas, onde estão presentes os bois, vacas, porcos e cavalos das comunidades.

Esses conflitos acabam, quase sempre, no abate dos animais. Isso é algo difundido e praticado por pecuaristas em todas as partes - independente de fronteiras.

Abaixo, algumas reportagens de jornais amapaenses sobre a presença e abate destes grandes felinos na APA do Curiaú. São textos do ano de 2007.

Diário do Amapá - 31/08/2007"Onças invadem pastos e assustam moradores do Curiaú"
Diário do Amapá - 19/09/2007 - "Moradores do Curiaú matam uma das onças que devorava animais"

Jornal do Dia 19/09/2007 - "Comunidade do Curiaú Abate onça parda"
Em razão dos casos registrados, foi criado o projeto Proposta multidisciplinar para conservação de grandes felinos na APA , que ficou conhecido como "Onça do Curiaú", em junho de 2009, com a coordenação de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA) e SEMA, programando-se exibição de vídeos e palestras junto a comunidade.

A meta do projeto foi ainda saber o que os pecuaristas pensam sobre a presença das onças na Área de Preservação Ambiental do rio Curiaú (APA) e a sua disponibilidade de receber as informações de manejo adequado, visando à prevenção da predação no local. Informações importantes para promover a melhor convivência entre população e a fauna local. (Fonte: //www.jusbrasil.com.br/politica/4906513/governo-prepara-acao-ambiental-apa-do-rio-curiau).

Veja o relatório produzido pelo IBAMA (2007) devido o abate de onça na APA do Curiaú.

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sábado, 7 de maio de 2011

Histórias da Vó Nikita - Encontro com botos no rio Jacaré Grande

"A cultura brasileira é vasta e rica no campo das lendas. Devemos considerar que lenda não significa necessariamente uma mentira, e nem uma verdade absoluta. O que podemos e devemos deduzir é que uma história para ser criada, defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, deve ter no mínimo um pouco de fatos verídicos. Um fator desconhecido ao qual deu-se livres interpretações, todas procurando elucidar os fatos e criando assim um conhecimento aceitável pela grande massa...desejosa de entendimento."
No Amapá, como não poderia ser diferente, temos muitas lendas, repassadas por nossos avós, pais ou conhecidos. Histórias e estórias que traduzem um saber local e que caracterizaram nossa identidade cultura.
Quando converso com minha avó Ana (Nikita) e lembrando das histórias de meu saudoso avô Apolinário (Branco Velho), esses fatos tornam-se bastante evidentes.
Uma das histórias presentes em minhas lembranças é a seguinte...
Lá pelos idos de 1930, época sem eletricidade nas casas, nem escola para as crianças ribeirinhas, de muita peleja desde cedo e  sobrevivência árdua numa terra de exuberâncias e mistérios naturais, às margens do rio Jacaré Grande, interior do Pará, viviam Alexandre, sua esposa Marieta e os filhos Nilzinho, Lóla, Ana, Mundinha, Raimundo e Lourival. Algo comum naquele mundaréu de selva, onde tantas famílias viviam de maneira muita parecida, a não ser pelos fatos que rotineiramente as cercavam e que se mitificaram nas descrições que hoje chegam a nós.
Aquele foi um dia difícil e de pânico para minha avó e seus irmãos, um dos dias em que meu bisavô levava a família para visitar seus parentes numa localidade próxima, distante várias remadas.
Como homem prudente que era, Alexandre escolheu o melhor “casco” e minha bisavó Marieta cedo arrumou a garotada, diga-se de passagem, sempre animada em dias como esse.
Todos na “montaria” e remos para que te quero! 
Logo, logo, um evento nunca visto por eles começou a se desenrolar.
Primeiro foi um boto.....boiou ali perto e desapareceu. Depois foram dois, com manobras espetaculares como a se exibir....três, quatro, todos se aproximando e seguindo a canoa.   
Eram botos vermelhos (também chamados de malhados, hoje boto rosa) e, segundo minha avó, esses  animais eram temidos pelos caboclos, talvez pelo tamanho, mas sobretudo pelo desconhecimento. Minha avó dizia que dos botos tucuxis não tinham medo, eles até espantavam os vermelhos dali. Mas destes últimos... Ah! Era um medo de sair da água na hora que apareciam.
Enfim, um frenesi instalou-se ao redor da canoa, quase não dava para remar, eram a essa altura vários e pulavam muito rente. Exibiam a cauda, pulavam dois, três juntos e tão próximos que balançavam o casco. Para minha avó, ver aquelas cabeçonas vermelhas de perto no meio do rio era algo apavorante. Oras, vemos um quadro de dificuldades àquela família, com a criançada eufórica e meu bisavô tentando afastá-los dali. Ficou pior quando começaram a passar por baixo da canoa e bater no fundo dela, balançando ainda mais até quase virar. Imagine aquelas silhuetas todas aparecendo e sumindo por todos os lados que nem uns fantasmas. A família segurava as bordas para a canoa não virar e os botos continuavam pulando e batendo. Isso durou alguns minutos até que Alexandre, detentor do conhecimento para a situação, com seu facão fez uma cruz imaginária na água e, com algumas palavras de oração, espetou este no meio da canoa. Não sei o porquê disso, mas o fato resultante é que na hora os botos mergulharam e boiaram bem longe, se afastando definitivamente.
Esse foi o fato narrado por minha vozinha e, cá com meus botões em pleno século XXI (não sou nenhum biólogo) também não sei a razão disso tudo, mas sei que de histórias como esta é que foram construídas as lendas que chegam até nós. Oras, não dá para imaginar que os botos queriam virar a canoa e levá-los encantados para o fundo do rio?  Digo apenas que a história é esta e a continuidade disso está na sua imaginação!!!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

OLHOS NA HISTÓRIA - Homenagem ao Dia das Mães

Anna Jarvis
O Dia das Mães teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. Em pouco tempo, a comemoração se alastrou por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio. 
No Brasil, o primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. 
1974 e 1985


 
Mãe!

Tradução da generosidade
E grandeza de Deus
Por oportunizar-nos todos os dias
A benção de estar
Ao seu lado.

Obrigado Senhor!
Obrigado mãe!




2009 - Eu, minha mãe e irmãos.
Esta é uma homenagem à Alzira Castelo (mãe, melhor...pãe)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

BAIRROS DE MACAPÁ - O Bairro do Beirol (Parte 1)

A denominação deste bairro origina-se de um antigo paredão  existente  ali, no  final do século passado. O paredão servia de referência para que os artilheiros da Fortaleza de São José praticassem o tiro-ao-alvo, usando os centenários canhões da fortificação. A crônica da época conta que o padre Gregório Álvares da Costa, terceiro vigário de Macapá, destacava-se como exímio artilheiro nestes exercícios. A ele competia dar lições de tiro e de arte militar aos soldados da  fortaleza. Os  exercícios  de  tiro-ao-alvo  eram  praticados  nos  dias  santificados  e  nas  datas cívicas. 

Mapa SEMA-AP (2004)

Logo após a  instalação do governo  territorial,  foi construído no  local, que ainda não se chamava Beirol, o primeiro presídio de Macapá, mas  também  ficou conhecido com o nome do bairro. Assim desfaz-se o comentário tradicional de que o bairro tivesse se originado do presídio. No bairro encontravam-se a maioria das estações transmissoras das emissoras de rádio e televisão do Amapá e as antenas da Embratel; o balneário do Araxá; a sede campestre do SESC; a estação de  tratamento de água da CAESA e a  Igreja de São Pedro, entre outros locais de destaque.  
(Fonte: Texto de Edgar Rodrigues)

Antigas antenas da EMBRATEL nos anos 80 (ao lado do SESC)
Paróquia São Pedro (2011) - Igreja com um movimento de renovação carismática no Bairro Beirol. Ao seu lado localiza-se uma sede do AA
Historicamente, em 29/11/1964, o Padre Agelo Bubani benze e celebra a 1ª Missa na 1ª Capela do Bairro do Beirol que Padre Franco De Benedetti acabara de construir (aproveitando madeira e telhas da desativada Capela de Santa Terezinha da "Fazendinha de Fora", Marco Zero). Os trabalhos tinham sido iniciados a 14/06/1964 com o levantamento de um cruzeiro no lugar da capela. Ela foi construída em madeira e sua cobertura era de telhas de barro.
Em 29/06/1974 Dom José Maritano inaugurou a nova Igreja, construída em alvenaria, no lugar da primeira construída pelo Padre Vendramino Zanardo. O piso é agora em cimento com telhado de brasilit.
A ereção da Pároquia foi em 01/10/1978, por Dom José Maritano, que a desmembrou da de N. S. da Conceição no Bairro do Trem (onde estava incluída de 18/03/1973 até 01/10/1978).
Em 02/05/1998, Dom João Risatti, Bispo diocesano de Macapá, confia a paróquia São Pedro ao Clero da Paróquia Nª Sª da Conceição, cujo pároco é o Padre Giovanni pontarolo e Vigário Paroquial o Padre Enrico Bertazzoli, exceto a área denominada Zerão que confia aos cuidados pastorais do Rev. Pe. Inácio Lastrico, e a área denominada Fazendinha que confia ao Pe. Luis Brusadelli.
                                                                                  
Cruzamento da Rua Leopoldo Machado com Av. Felipe Camarão. A Rua Leopoldo Machado é uma das principais de Macapá, pois atravessa vários bairros. Devido o maior tráfego, atualmente é uma das vias de saída da cidade, com mão única no sentido da Rodovia JK.  
   SESC na Rua Jovino Dinoá (2011)
O SESC Amapá, desde a sua implantação (1977), vem atuando nas áreas de educação, cultura, lazer e assistência. (Foto de 2011).
Entroncamento que dá acesso ao Complexo do Araxá (2011)
Veja também:
- O Bairro Beirol (Parte 2)