As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sexta-feira, 30 de março de 2012

"Nossa História - Empresas, Instituições e Personalidades" (Yuri Bezerra)

Nesta quinta-feira (29/03/2012) ocorreu o lançamento de mais um livro em Macapá. Obra de cunho histórico, enfatizando o ramo empresarial nesta cidade e estado. 
"Nossa História - Empresas, Instituições e Personalidades", de Yuri Bezerra, apresenta um relato, ainda que sintético, do surgimento e desenvolvimento de algumas empresas, instituições e personalidades que fazem história no Amapá.
  
Yuri Delamare da Costa Bezerra é amapaense, publicitário, fundador da Lux Comunicação (Empresa na Área de Comunicação e Marketing) e Diretor de Marketing da Associação Comercial e Industrial do Estado do Amapá (ACIA) no biênio 2012/2013.


O livro tem 240 páginas e divide-se em quatro partes distintas:

- Empresas: Traz o relato da história de 15 empresas. O autor mostra a origem, fundação, personagens destas histórias e atual situação. 

- Instituições: 07 instituições (história, missão e situação). São elas: ACIA (Associação Comercial e Industrial), ADAAP (Associação dos Distribuidores e Atacadistas), AMAPS (Associação de Supermercados), FECOMERCIO/AP (Federação Comercial), FIEAP (Federação Industrial), SEBRAE e Tribunal de Justiça do Amapá.

- Personalidades: A critério do autor, apresentação de 10 personalidades empresariais.

- Crônicas: Esta parte abrange quase metade do livro e representa uma série de 74 crônicas de Carlos Bezerra. Textos com uma abordagem a assuntos diversos, recheados de humor, reflexões e considerações. Crônicas que proporcionam uma boa leitura.

Destaque também para as fotografias de Paulo Uchôa, ilustrando ricamente a obra.
O evento foi no auditório do SEBRAE, em Macapá.
Agradeço ao autor disponibilizar um exemplar 
para o acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA-AP 

Veja uma das crônicas do livro.

O SAPO DA PRAÇA BARÃO
(Carlos Bezerra)

Há muitos anos, havia na Praça Barão do Rio Branco, um sapo. Esclareça-se que não era um sapo qualquer. Era um senhor sapo. Um sapo rotundo. Provavelmente, o maior do mundo.
Pois não é que, como tantas outras coisas neste Amapá, que já teve de tudo um pouco, o sapo sumiu! E sumiu pra nunca mais voltar. Se voltou, ninguém sabe, ninguém viu.
Talvez meus poucos leitores estejam estranhando a súbita saudade que me deu de um sapo. Não outro sapo, repito, mas este sapo.
Acontece que o sapo em referência , como se diz em linguagem burocrática, ficava bem em frente à antiga agência dos Correios, situada na Praça Barão, e era feito de cimento. Não o Barão, mas o sapo, esclareça-se.
Era uma escultura. Sem muito valor artístico é verdade, mas depois de um tempo, até mesmo um sapo de cimento pode ser cultura. Se o bumbum da Carla Perez é cultura, por que não o sapo da Praça Barão? E agora, pergunto de modo um tanto quanto sherlokiano: onde andará o sapo da Praça Barão? Dolorosa interrogação, porque duvido que alguém saiba.
A mesma pergunta poderia ser feita para tantas coisas que sumiram, ou na esteira do sapo, ou quem sabe, por uma porta do tempo, para outra dimensão sequer suspeitada ainda, como o farol da Fortaleza de São José e os leões de bronze do antigo Fórum.
Os atuais leões são muito parecidos, mas não são originais. Quem sabe, são clones em gesso dos leões de bronze? Que sei eu de clones e de leões que perderam a sua masculinidade? Estes são leões pouco sérios, porque perderam nas mãos de algum escultor beato, eu disse beato, aquele penduricalho anatômico, na maioria das vezes inservível, que a maioria dos homens carrega apenas para fazer peso.
Na esteira do sapo e dos leões de bronze, foram-se também a palmeira que ficava no centro da Praça Barão; os coqueiros que ficavam em frente ao antigo Fórum; os prédios antigos, varridos pelo vento da modernidade, misturado com a burrice patogênica dos que sempre nos governaram; o chafariz da Praça Veiga Cabral, e tantas outras coisas que fizeram com que Macapá, um dia fosse chamada de "A cidade joia da Amazônia".
Hoje, não somos mais uma joia. Quando muito, uma bijuteria. Própria das zonas francas da vida. 
Convém não esquecer que, tudo indica, tenha sumido, também na esteira do sapo, dos leões, do farol, da palmeira e dos coqueiros, a nossa antiga vergonha na cara, a nossa honestidade intrínseca, o nosso modo misto de altivez e simplicidade, a nossa fé de que um dia as coisas poderiam ser bem melhores.
Tudo foi embora. Não se sabe como nem para onde. Um dia iremos nós também. 

O Livro é:
Título: Nossa História - Empresas, Instituições e Personalidades
Autor: Yuri Delamare da Costa Bezerra
Editora: Edição do Autor
Páginas: 240
Ano: 2012
ISBN: 978-85-60072-06-4
Temas: História de Sucesso / Amapá / Empresas / Crônicas

Veja também:
Lançamento do livro NOSSA HISTÓRIA, de Yuri Bezerra (Reportagem SBT-AP 30/03/2012)